sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

EHEHEHEH


O conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos considera as críticas de Cavaco sobre a gestão do BPN "injustas" e admite disponibilizar toda a informação necessária para provar o contrário.
O BPN foi nacionalizado em 2008 (Paulo Pimenta (arquivo))

O comunicado do banco foi emitido na sequência das críticas que o Presidente da República fez esta quarta-feira, durante o frente-a-frente televisivo com Manuel Alegre.

Durante o debate, Cavaco Silva criticou a administração do BPN nomeada pelo Governo após a nacionalização deste banco, por não ter conseguido resolver a situação e pela necessidade de sucessivas injecções de dinheiro do Estado na instituição financeira.

Hoje, o Governo optou por não comentar as declarações do Presidente. “Foi feita uma acusação muito grave à actual administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), porque é ela a responsável pela gestão do BPN. E naturalmente compete à administração da CGD defender a sua honra”, disse o ministro da Presidência, Silva Pereira.

No documento, o conselho diz ter "disponibilidade para prestar toda a informação necessária, demonstrativa de que a gestão do BPN foi correcta, adequada, rigorosa e eficaz, tendo em conta a missão de que foi incumbida", a situação de falência técnica em que se encontrava o Banco e a crise económica do país.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O SEIO ESQUERDO DE R.P.





Em Lisboa, faz frio, no Canadá, onde se encontra Rita Pereira, faz muito mais. A solução é mesmo rumar a paragens mais quentes. A actriz e o namorado, Miguel Mouzinho, têm encontro marcado no Brasil, onde vão passar o ano.

O casal assumiu há alguns meses o namoro, depois de muita especulação na imprensa. Estão mesmo juntos e fazem o que podem para encurtar a distância que os separa.

Com Rita Pereira a estudar representação do outro lado do Atlântico e a procurar fazer carreira por lá, o encontro ficou marcado para a Bahia. É aí que o casal vai dar as boas-vindas a 2011.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A VIDA É UMA DÁDIVA




A vida é mesmo uma dádiva. De agora em diante, pregarei a vida e a vida em abundância de pão e vinho. Não mais ouvirei os fariseus dos mercados. Não mais lhes darei importância porque eles são a morte, enquanto eu trago a vida. Podem chamar-me utópico, irrealista, messiânico, que eu não ouço, não quero saber. Podem pregar-me o evangelho deles que eu não ouço.
Não, não conteis comigo no vosso circo mediático. Se for até vós, será para vos destruir. Podeis trazer até mim as mais belas das mulheres. Tremei. Porque elas podem passar-se para o meu lado. A vida é dádiva, é de graça, não é trabalho, não é sacrifício. Recuso-me a ter os vossos trabalhos. O meu "trabalho" é criar e passar a mensagem. Renasci em Braga este Natal. Companheiros, companheiras. Dançai comigo esta noite. Estaremos à entrada dos portões ao anoitecer. Dançai comigo, companheiras, companheiros. Vede como sou louco. Vede como já não temo. Vede que sou da dádiva e não do preço. Sou do banquete permanente. Da festa, da celebração mas também da solidão. Porque é da solidão que vem a sabedoria. Porque é dos livros que vem a sabedoria. Olhai-me, companheiros, companheiras. Por enquanto, ainda terei de ser Narciso, para me mostrar ao mundo. Mas deixarei de o ser um dia. Humilde para com os humildes, poderoso para com os poderosos. Eis o lema. Eis o poema. Serpente ébria. Danço. Canto. Com Deus a meus pés. Uma nova era nasce aqui. Uma era de pão e vinho mas também de celebração, de alegria. Sou louco. Como Dionisos. O Uno Primordial. O Homem. O Super-Homem. O País dos Meus Filhos. Tenho estado no deserto. Agora regresso, minha mulher, minhas mulheres. Nada tenho a ver com as leis do Reino. Aportei neste porto. Venho para o que vier. Os fantasmas dissipam-se na mente de Hamlet. Iluminações. Iluminações. Sou o Poeta. Danço em cima de Deus. Trago a palavra. Sou da dádiva. Sou da ceia. Da Primeira Ceia.

DEUSES


As iluminações voltaram
quero-te, mulher
agora posso tudo
nada nos separa
nem a raça
nem a praça
nem o credo
nem o sexo
tudo é de graça
dança
não há aqui mercados
nem charlatães
somos o mundo
não temas
sou aquele que é
aquele que cria
aquele que te quer
aquele que é homem
e mulher

iluminações
ouço a canção
vem
segue-me
a noite chama
quem me ama?
Quem me ama, ainda hoje?
Vem
não temas
vem
somos a noite
nada há a perder
vem
somos o mundo
criamos o mundo
hoje nascemos
outra vez.


Vilar do Pinheiro, 27.12.2010

O Manifesto Contra os Economistas

COMEÇAS A FICAR FODIDO, ANÍBAL


Cavaco Silva não alimenta "campanhas sujas e desonestas" sobre a sua alegada ligação ao BPN
*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***Oliveira de Azeméis, 25 dez (Lusa) - O Presidente da República e recandidato ao cargo Aníbal Cavaco Sil...



Cavaco Silva não alimenta "campanhas sujas e desonestas" sobre a sua alegada ligação ao BPN
*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***

Oliveira de Azeméis, 25 dez (Lusa) - O Presidente da República e recandidato ao cargo Aníbal Cavaco Silva disse-se hoje indisponível para alimentar "campanhas sujas e desonestas" sobre a sua alegada ligação ao Banco Português de Negócios (BPN), através de ações da Sociedade Lusa de Negócios.

Em causa estão declarações do deputado do Bloco de Esquerda João Semedo, que a semana passada acusou Cavaco Silva de dar "uma resposta manhosa" no debate televisivo com o candidato comunista Francisco Lopes, na medida em que afirmou que nunca teve "nada a ver com o caso BPN", quando afinal possui ações da Sociedade Lusa de Negócios - que detinha 100 por cento do capital do BPN.

Hoje, quando questionado sobre o assunto numa acção de campanha em Oliveira de Azeméis, Cavaco Silva declarou: "Não alimento campanhas sujas e desonestas".

Para eventuais esclarecimentos, o atual Chefe de Estado recomenda: "Quem quiser vai à página de internet da Presidência da República, se não me engano do mês de novembro de 2008".

"Os portugueses sabem muito bem que falo verdade", acrescenta Cavaco Silva. "Gostaria que os outros também fizessem o mesmo".

O mesmo assunto foi abordadoi no debate de dia 23 entre Cavaco Silva e Defensor Moura, que se tornou muito tenso, uma vez que o atual Presidente da República foi constantemente atacado pelo deputado socialista, que pôs em causa a sua isenção.

Quando Defensor Moura colocou a questão do BPN, acusando-o de ter obtido "lucros chorudos" com ações deste banco e considerando que "houve muita tolerância, e até algum benefício com negócios ilícitos ou negócios que são muito claramente estranhos para o normal da população", Cavaco Silva agradeceu.

"Ainda bem que me faz a pergunta. Eu como Presidente da República apenas o que fiz em relação ao BPN foi a aprovação do decreto de nacionalização, depois de o Governo e o Banco de Portugal me terem informado por escrito que não havia alternativa à estabilização do sistema financeiro português e que havia graves prejuízos para os depositantes", reagiu.

AYC/ATF.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Fim

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

DA LEITURA E DAS MULHERES BELAS




Tenho necessidade de ler. Livros, jornais, seja o que for. Se não ler, o meu dia não fica completo. Ler é um acto de amor, alguém o disse. Até sou capaz de amar a Fátima Lopes a brincar com as criancinhas na TV. Contudo, o mundo dela não é o meu. Penso até que já publicou livros. Deve ter escrito dessas lamechices ou desses lugares-comuns que vendem. É claro que não são essas as leituras que me atraem. Talvez a gaja transmita uma certa ternura para lá do "mainstream" que apetece beijar, tal como a Bárbara Guimarães ou a Catarina Furtado. É evidente que, por outro lado, essa coisa de andar a vender os bancos e os sabonetes não me agrada e faz delas umas putas do "mainstream". Mas eu nada tenho contra as putas. Até gosto desse jogo de chamar o homem. De vê-las abrirem-se após o acto sexual. De ouvi-las falar nos filhos e dos homens que não prestam. De ouvi-las falar na vida que as outras mulheres não conhecem. Eu próprio sou uma puta. A puta fina que vai para o palco abrir as pernas. Nas horas em que não sou essa puta, sou o homem que escreve e que se entrega à leitura. Além disso, vou aos bares falar com amigos e com amigas. Ontem o whisky devolveu-me à vida. Estava mentalmente bloqueado e o whisky abriu-me as portas. Há algo na Fátima Lopes que me irrita mas, por outro lado, há outro algo que me atrai. Parece que todas as mulheres que desejo estão ao meu alcance. Olho-as de cima, posso tê-las. Há 5,10 anos não era assim. Eram deusas inacessíveis. Agora estou teso mas olho-as de cima. A todas. Mesmo à Shakira e às beldades dos anúncios. Posso tê-las. Estou ao nível delas. Estão no meu mundo. Olho-as, cobiço-as, como à deusa-cadela da Glória de Lawrence. São minhas irmãs. São minhas. Todas elas. Posso ser insolente como Jesus, como Zaratustra. Posso dizer: eu sou a verdade e a vida. Não tenho que curvar-me diante delas nem de ninguém. Tudo é meu e nada é meu. Virá o dia em que nem sequer usarei dinheiro ou que o dinheiro me cairá do céu. Como as mulheres belas. O paleio da maior parte dos homens é muito limitado. Não satisfaz as mulheres. Eu sou o Verbo. Eu posso ser o Verbo.

O POETA E JESUS




É, de novo, madrugada. O poeta arde. Não sabe se é Jesus ou se está em Jesus. Não sabe se o que está a viver é o princípio de uma alucinação ou se é algo mais, capaz de unir os povos da Terra. Tal como Jesus, o poeta quer derrubar os banqueiros e os mercados mas hesita quanto ao uso da violência. Vê as montras partidas e os carros incendiados em Paris, Roma, Atenas e acredita que a revolução passa por aí. Também Jesus apelou ao fogo e à espada. Também Jesus era provocador e insolente. "No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo", disse. Venceremos o mundo, derrubaremos o poder. Companheiros, companheiras. Aproxima-se a hora. Contudo, o poeta ainda tem dúvidas. Teme a barbárie pura. Deseja o amor entre os homens mas odeia os governantes, os mercadores, os banqueiros. Quer um mundo novo e um homem novo despidos da moeda e da mercearia.
É, de novo, madrugada. O poeta arde. Não sabe se é Jesus ou filho de Jesus. A mente e o coração expandem-se. O poeta sente que está a iniciar uma nova vida. Uma vida de entrega ao próximo e ao longínquo, sem caridadezinhas. O poeta sabe que, sendo naturalmente irresponsável, tem responsabilidades. Como Nietzsche, cria, dança em redor da sabedoria. As suas palavras vão chegar mais longe. Sabe-o. Os próximos dias poderão ser decisivos. O poeta chegou onde queria. Não haverá mais escritos menores, gratuitos. O poeta é de graça e é da graça. Canta, ri. O mundo está a seus pés, tal como as mais belas das mulheres. Se bem que seja necessária alguma pudência com as mulheres. Mas o poeta começa a conhecer as mulheres. Já não é o rapaz ingénuo dos 18 anos. As ideias vêm. O cérebro quase rebenta. O poeta quer construir um mundo novo. Acredita. É isso que o distingue dos outros. Hesita entre a paz e a espada. Sabe que a morte espreita. Mas vai continuar. É para isso que veio ao mundo. Acredita. É do mundo. Vai ao fundo do ser. Vive. É. Está a chegar a hora, companheiros, companheiras. Chegou o tempo de cerrar fileiras. O poeta sabe que a manhã virá. E com ela a luz. Mas também a vida da rotina. Talvez ainda não amanhã, domingo. Mas segunda-feira. O poeta escreve e os homens dormem. Já não é Natal. O poeta nasceu outra vez. Vai pregar na praça. Vai sujeitar-se ao desprezo dos homens e das mulheres. Mas vai chegar a muita gente. Dentro e fora dos livros. O poeta é aquele que quer ser. Pensa na amada. Pensa que o amor também pode vir através da espada. Os galos cantam. Pedro não o nega. Está a escrever verdadeiramente como os mestres. É aqui que queria chegar. Ou melhor, está é uma das etapas do processo. O poeta já quase não sente medo. Prossegue. Escreve madrugada fora. Está na casa da mãe e dos irmãos. Consulta o Evangelho de João. Vive. Chama o pai. Ele ouve-o. A voz do pai ecoa na sua mente. Está em paz. Há outra vida na mente. Uma vida sem economistas nem conta-corrente.

domingo, 26 de dezembro de 2010

VÉSPERA DE NATAL


São seis da madrugada. Estou, de novo, em Braga. É véspera de Natal. "Deixaremos os palácios do poder na solidão da sua miséria e iremos paa outro lado", gritam os estudantes em Itália. Eis a revolução dionisíaca. Eis a rebelião que cospe nos palácios do poder e surge onde menos se espera. Pode até ser aqui, na pena do poeta, que escreve em Braga às seis da madrugada. No silêncio da caneta verde. Aproxima-se o Grande Meio-Dia. Escutai-me, companheiras, companheiros. Estamos a atravessar para o outro lado. Break On Through to the Other Side, como cantava Morrison. Escutai-me. Estou lúcido novamente. As irmãs estão desavindas mas eu estou lúcido. O menino veio ter comigo, abraçou-se a mim e eu fiquei lúcido. Solto palavras que não sei de onde vêm. Este é, de novo, o dia triunfal. "Deixaremos os palácios do poder na solidão da sua miséria". Eis o chamamento. Zaratustra está aqui. "Estaremos à entrada dos portões ao raiar da aurora". Eis o canto dos pássaros da manhã. Sou louco. Danço contigo, minha rainha. Desafio-vos daqui, ó palácios do poder e dos mercados. É por ser louco que já não vos temo. E hoje é, de novo, o dia triunfal. Nasço aqui, de novo. Os meus pais voltaram a unir-se. São meus a noite e o dia. É noite, ainda. Ouço o cântico dos rios e da lua, como Zaratustra. Mas o dia não tarda. Desta vez, terei mesmo de seguir irredutivelmente a via. Sou louco. Tenho os séculos em mim. Vim para junto das mulheres. Elas dão-me de comer e de beber. E eu posso cantar. Sou louco. Mas não tenho de andar sempre a exibir a minha loucura. Procuro-me nas paredes. Trepo a minha mente. Sou aquele que veio para a glória. Há carros a passar lá fora. "Deixaremos os palácios do poder na solidão da miséria". Deixemos o poder entregue à miséria. Vivamos o dia tiunfal, o Grande Meio-Dia. Dancemos e cantemos na praça. Derrubemos as lojas dos vendilhões, como Jesus. Queimemos o dinheiro. É noite. Ao raiar da aurora estaremos à entrada dos portões. Não quero dormir. Dionisos afaga-me os cabelos. Afasto-me dos agentes da ordem. Os miúdos berram. Por enquanto aqui ainda não partem montras. Desprezo tudo quanto é contrário à vida. É noite. Mas o dia não tarda.

APOIO A MANUEL ALEGRE


APOIO A MANUEL ALEGRE

António Pedro Ribeiro

E depois ainda há o lado místico. Aquilo que não está nos autocarros que passam. Que, em certa medida, me faz apoiar Manuel Alegre, mesmo sabendo que ele aceita a democracia burguesa e eu não. Mas há qualquer coisa na postura do poeta de "Praça da Canção", qualquer coisa na forma de se expressar que nos traz um certo Portugal messiânico, sebastianista, que vem de Camões, de Pessoa, de Agostinho da Silva. Uma certa pátria que eu não rejeito, que está para lá da anarquia e da democracia, a tal que poucos alcançam, talvez até o Quinto Império. Por isso e pelo seu passado anti-fascista apoio Manuel Alegre, mesmo sendo anarquista e anti-capitalista. É claro que também há aquele ódio de estimação contra Cavaco Silva. Um Cavaco agarrado aos mercados que prega a não-vida. Um Cavaco que é a face mais vil da economia. Um Cavaco ligado às fraudes e aos amigos do BPN, como apontou Defensor Moura. Um Cavaco que é preciso derrubar porque não presta.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NA CATEDRAL DO CONSUMO ESCREVO AS PALAVRAS DA LOUCURA

A MORTE E O MERCADO

A morte enriquece

Posted: 22 Dec 2010 05:06 AM PST

O vosso avô é velho? E tem um seguro de vida?
Ora bem, chegou a altura de pôr o velhote a render.

Peguem no seguro (se o avô oferecer resistência podem ameaça-lo), liguem para a empresa Life Partners, vendam o seguro e fiquem com o dinheiro. Com o qual podem sempre comprar uma prenda (não muito cara) para o velhote, que afinal merece uma parte (pequena) do dinheiro.

Esta é a ideia dum novo business que está a florescer nos Estados Unidos. Empresas como Life Partners apostam na morte do beneficiário do seguro. Como é que ninguém ainda tinha pensado nisso?

De facto faz sentido: qual a graça em receber o dinheiro uma vez mortos? Fica mais simpático antes, não depois de ter deixado este mundo.

E porque não investir na morte? Pois é disso que estamos a falar.

O aspecto ainda mais mórbido é que Life Partners não compra o seguro de vida da pessoa idosa: convence investidores a compra-lo. E quando o velhote morrer, o investidor fica com o valor do seguro. Entretanto, claro, o idoso recebe logo o dinheiro, sem ter de morrer por isso.

Desta forma, o investidor que adquire o seguro torce para a morte do velhote. Quanto mais depressa este morrer, de facto, tanto maior será o lucro, pois os valores reembolsados descem com o passar dos anos.

E se o velhote não morrer? Pode ser um idoso teimoso. E malcriado também, pois desta forma o investidor perde dinheiro. Mas não muito, pois cedo ou tarde o velhote morre. Por isso é só esperar que a Natureza faça o trabalho dela..

Mas quem é Life Partners?
É uma empresa sediada no Texas e avaliada na Bolsa de Wall Street, fundada por Brian Pardo. Que, com esta ideia, ganha 1.061.637 Dólares por ano. Nada mal para um coveiro.

As acções da Life Partners começaram com um valor de 2-3 Dólares, mas nos últimos dois anos ganharam bastante e agora alcançaram os 18 Dólares. Em 2010 o útil líquido será de 29 milhões de Dólares.

Agora é só esperar para ver qual será a próxima fronteira da decência que a Bolsa conseguirá atropelar.




Fonte: Life Partner, Forbes.

FÁTIMA LOPES


A CAIXA QUE ADORMECEU O MUNDO
TVI + FÁTIMA LOPES = VERGONHA




Chama-se "Agora é que conta", passa na TVI" e é apresentado por Fátima Lopes.
O programa começa com dezenas de pessoas a agitar uns papéis.
Os papéis são contas por pagar. Reparações em casa, prestações do carro, contas da electricidade ou de telefone. A maioria dos concorrentes parece ter, por o que diz, muito pouca folga financeira.
E a simpática Fátima, sempre pronta a ajudar em troca de umas figuras mais ou menos patéticas para o País poder acompanhar, presta-se a pagar duzentos ou trezentos euros de dívida.
"Nos tempos que correm", como diz a apresentadora - e "os tempos que correm" quer sempre dizer crise -, a coisa sabe bem.
No entretenimento televisivo, o grotesco é quase sempre transvestido de boas intenções.

Os concorrentes prestam-se a dar comida à boca a familiares enquanto a cadeira onde estão sentados agita, rebolam no chão dentro de espumas enormes ou tentam apanhar bolas de ping-pong no ar. Apesar da indigência absoluta do programa, nada disto é novo. O que é realmente novo são as contas por pagar transformadas num concurso "divertido".

Ao ver aquela triste imagem e a forma como as televisões conseguem transformar a tristeza em entretenimento, não consigo deixar de sentir que esta é a "beleza" do Capitalismo:
Tudo se vende, até as pequenas desgraças quotidianas de quem não consegue comprar o que se vende..

Houve um tempo em que gente corajosa se juntava para lutar por uma vida melhor e combater quem os queria na miséria. E ainda há muitos que não desistiram. Mas a televisão conseguiu de uma forma extraordinariamente eficaz o que os séculos de repressão nem sonharam:
Pôr a maioria a entreter-se com a sua própria desgraça.
E o canal ainda ganha uns cobres com isso.
Diz-se que esta caixa mudou o Mundo.
Sim: consegue pôr tudo a render. Até as consequências da maior crise em muitas décadas.

Entretanto a apresentadora recebe 40.000€ por mês.
Foi este o valor da transferência da SIC para a TVI. Uma proposta irrecusável segundo palavras da própria.

A pobre da Fátima Lopes só ganha 1290 euros por dia!!!.
Brincando com miséria dos outros, pobre povo português, sem alternativas, mas miseravelmente felizes.

Este artigo de Daniel Oliveira é sobre aquilo que nunca vi na TVI, mas que se visse reagiria, também, com indignação. É algo de escabroso que se houvesse um pouco de decência já não estaria a ser transmitido. Usar os desgraçados é um abuso intolerável, é brincar com as pessoas e a sua miséria.
PAGAR AS DÍVIDAS e fazer disso um espectáculo é obsceno.
A TVI torna-se, assim, uma obscenidade !…

ANTÓNIO CARNEIRO (ABS)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DA EMOÇÃO AOS BANQUEIROS

Como diz D. H. Lawrence, apesar dos avanços tecnológicos, a maioria dos homens emocionalmente está na adolescência. A maioria dos homens e das mulheres teme a emoção, raramente é capaz de se revelar na sua pureza, tal como é, de se tornar em si mesmo, na esteira de Nietzsche. O ser humano tem que ser construído na base do amor, na base do espírito, do conhecimento e da emoção. É assim que ele deve crescer, num mundo oposto à morte que vem dos mercados e dos poderes. O ser humano é um anjo, uma criança, quando se revela na sua plenitude. Deve procurar-se na partilha com os outros mas também nas profundezas de si mesmo. O mundo do dinheiro e dos mercados não pode satisfazer nem o homem interior nem o homem da partilha. O mundo do dinheiro e dos mercados mata o homem interior e o homem da partilha. Mas é o homem interior e da partilha que pode destruir o homem do dinheiro e dos mercados. Jesus "deitou por terra o dinheiro dos banqueiros" (João). É isso que temos a fazer: deitar por terra o dinheiro dos banqueiros. Porque não somos banqueiros, porque sentimos nojo dos banqueiros e de todos os que os promovem ou que lhes obedecem. Queremos construir o novo homem, o homem do espírito e do coração, o homem que não foge à emoção.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

BRASILEIRA




Regressar à cidade, à "Brasileira". A patroa bonita que controla. Talvez um dia me convide para escrever um livro dedicado à "Brasileira". Material não falta. Observar os outros, sem pressas. Deixar a chuva cair. Ser o homem na cidade, o poeta. Ir até ao fim dos sonhos. Sair daqui risonho. Estar de consciência plenamente tranquila. Não beber Tequila. Esperar por terça. Aguardar pacientemente n' "A Brasileira" que chegue terça-feira. Acreditar que pode acontecer qualquer coisa. Insistir que sou candidato à Presidência até se esgotar o prazo. Não ir às noites de poesia. Passar para os blogues a literatura. Ter leitores, cada vez mais leitores. Aos poucos. Promover os meus livros. Provocar no palco e na escrita. Olhar as mulheres jovens que sobem ao andar de cima. Pensar em passar a ir para o andar de cima, apesar de isso não ser próprio de um literato. Ainda não sou suficientemente conhecido aqui em Braga. Já o fui nos tempos do Feira Nova e do PSR. Agora sou conhecido em alguns meios do Porto e, claro, na Póvoa. Mas aqui na "Brasileira" sinto-me realmente em casa. Um homem de causas. Um homem de lutas. Menos sectário, menos rígido do que há uns anos. Talvez tenha chegado a hora de tentar formar um partido. Um anti-partido. O PSSL. Há companheiras cada vez mais radicais. As mulheres jovens estão mais radicais. Falam abertamente na revolta. Não é por acaso o que se passa na Grécia, em Itália e em França. A esmagadora maioria dos políticos ou são charlatães ou são corruptos. Digo-o e redigo-o. É preciso deitá-los abaixo, a eles, aos banqueiros, aos especuladores, aos economistas. É preciso vencê-los no campo deles, vencê-los na sua linguagem. Nunca estive tão lúcido, companheiros, companheiras. Nunca precisei tanto de vós. Sei que estais aí, companheiros, companheiras. Sei que me ouvis. Está a chegar a minha hora. O mundo rola a meu favor. Basta um pequeno passo. Um pequeno passo para isto cair na barbárie e na revolução. Tenho que continuar a dizer ao mundo que sou candidato. Os media terão que pegar. Sou o homem do mundo. Não tenho que ter problemas em ser narcisista. Passei tanto tempo no inferno. Agora estou aqui, livre, na minha cidade. Amo as pessoas que me rodeiam. Amo a "Brasileira" e a patroa. Amo este século e esta cidade. Amo as revoluções que se avizinham. Amo todos os vindouros. Amo todos os poetas que hão-de cantar os vindouros. Amo as mesas e as cadeiras. Amo os jornais da cidade. Amo o café de saco e a àgua das pedras. Amo as iluminações lá fora. Amo-vos a todos e amo-me a mim. Agora sou mais forte. Sou Lancelote. Nada me vencerá. Com a minha lança escrevo versos, com a minha espada vou dizê-los. Não preciso de polícias nem de controleiros. Sou plenamente eu, aquele que se torna nele mesmo. Nada me detém. Não tenho limites. Escrevo para mim e para o mundo. Observo os uniformes dos empregados da "Brasileira". Já tinha saudades da escrita automática. Já tinha saudades de deixar correr assim a caneta. Estou demasiado acelerado para o mundo. Escrevo a fundo. Vem apanhar-me, ó Penedo! Vem apanhar-me, ó personagem menor! Dais-me todos os trunfos para a mão. Dais o ouro todo ao bandido! Só me fazeis propaganda! Agradeço-vos! Agradeço-vos, ó politiqueiros! Sou anarquista. Sou completamente anarquista. É isso que sou. A greve dos controladores aéreos permitiu concluir que o sistema tem telhados de vidro. É preciso partir esses telhados. É preciso dizer que quero ser Presidente. É preciso dizer que não estou doente. É preciso agitar, provocar até às últimas consequências. O sistema dos mercados não é infalível nem todo-poderoso. "I am the Lizard King/ I can do anything", canta o Morrison. E nós queremos ser reis e nós queremos ser capazes de tudo. Não estamos no mesmo comprimento de onda da nossa mãe. Era inevitável a ruptura. Veremos na terça. Se não for na terça há-de ser depois. Apesar de estar gente serenamente sentada n' "A Brasileira", não temos dúvidas que os verdadeiros tumultos estão aí à porta. Sabemos. Já levámos patadas. Podemos elevar a voz. Podemos dizer tudo o que pensamos. Somos do mundo. Desprezamos as riquezas. Em certos aspectos, somos como Jesus. Despojados, mordazes, sinceros. Jesus também apelou ao fogo, como Morrison. Falamos a nova linguagem. A linguagem que chama os homens e, principalmente, as mulheres jovens. Somos revolucionários místicos, alucinados. Aparentemente, tomamos café n' "A Brasileira" como um qualquer pai de família mas sabemos que não o somos. Somos solitários como o pistoleiro do Oeste. Pacíficos mas perigosos. Ecce Homo.

ESTES GAJOS NÃO TÊM MESMO NADA NA CABEÇA

A CP prepara-se para eliminar 450 quilómetros do serviço regional - o mais deficitário da empresa e onde já foram abatidos 144 quilómetros de linhas -, tornando-o residual em termos da sua área de operação.
Tarifas e horários nem sempre atraem procura

(Nélson Garrido)

A CP Carga já é hoje uma empresa autonomizada, que espera 33 milhões de prejuízos no fim do ano e que está na lista das privatizáveis no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), e as CP Lisboa e CP Porto vão ser concessionadas (ver caixa). Ou seja, o desmembramento da CP é agora uma matéria assumida pelo Governo pois, seguindo à risca as intenções do executivo, dentro de um ano dela não restará mais do que a unidade de longo curso e uns restos do serviço regional.

Este último irá acabar em 2011 nos troços Torre das Vargens-Beirã (65 km), Abrantes-Elvas (129), Beja-Funcheira (62), Ermesinde-Leça (11), Setil-Coruche (32), Pinhal Novo-Beja (138) e Casa Branca-Évora (16). Mas a estes há que somar os 144 quilómetros de linhas que já foram encerradas no primeiro mandato deste Governo, o que significa um total de 597 quilómetros sem regionais.

Desde Janeiro de 2009, os comboios deixaram de apitar entre a Figueira da Foz e Pampilhosa (51 quilómetros) e nas linhas do Tua (54), do Tâmega (13) e do Corgo (26).

A falta de segurança nessas linhas foi a razão invocada, tendo-se seguido promessas imediatas de reabilitação dessas vias, mas a única coisa que se fez foi retirar os carris e as travessas em algumas delas. A política de contenção do investimento público ditou, entretanto, que os trabalhos de modernização fossem adiados, faltando agora apenas formalizar o seu encerramento através de um processo de "desclassificação".

Ontem, o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, anunciou que "a actual conjuntura, pelas pressões que coloca, designadamente no plano financeiro, obriga a acelerar algumas das coisas que vinham a ser preparadas" no que diz respeito à desclassificação de linhas férreas que não tenham procura.

Além das linhas onde o serviço regional será simplesmente suprimido, prevêem-se reduções do número de comboios nas linhas do Algarve, do Douro, do Oeste e do Minho.

Em 2009, o serviço regional da CP deu prejuízos de 56,6 milhões de euros, sobretudo nas linhas do interior, onde, muitas vezes, as automotoras circulam com menos de dez passageiros. O PÚBLICO apurou que, por exemplo, no ramal de Cáceres, entre Marvão e Torre das Vargens, cada passageiro transportado custou à CP 68 euros, sendo nesse troço a taxa de cobertura das despesas pelas receitas inferior a seis por cento.

Mesmo alguns dos eixos ferroviários mais representativos do país, como as linhas do Oeste, do Sul, da Beira Baixa e da Beira Alta, têm taxas de cobertura inferiores a 20 por cento, situando-se todo o serviço abaixo dos 50 por cento, com a excepção dos "tomarenses", expressão por que é conhecido o serviço entre Tomar e Lisboa e que serve também Entroncamento, Azambuja e Vila Franca de Xira, cujas receitas quase pagam as despesas.

Mas a fraca procura do serviço regional é também vítima da maneira como a própria CP está organizada, com as unidades de negócios a operaram de costas voltadas ao nível da oferta e do tarifário. Uma viagem do Bombarral para Espinho implica que um passageiro tenha de apanhar cinco comboios, do Rossio para Leiria e do Pinhão para Viana do Castelo quatro comboios.

O tarifário é também desencorajador da procura porque resulta do somatório dos vários comboios que o passageiro apanhar numa só viagem. De Santarém a Mangualde, paga 13 euros num Intercidades. Mas das Caldas da Rainha para Mangualde, que tem uma distância maior, um cliente da CP paga 16 euros e tem de apanhar três composições (um regional, um suburbano e um Intercidades).

Com tarifas e horários desencontrados não surpreende, assim, que o serviço regional tenha pouca procura.

O PÚBLICO perguntou

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DA VIDINHA


DA VIDINHA

Esta gente continua a levar a vidinha, como se nada fosse. A Europa a arder e esta gente continua a levar a vidinha. Parece que não se interrogam sobre o que se passa, continuam a olhar para a bola, para o ganha-pão, para a família. Não percebem que em Paris, Londres, Roma, Atenas, tudo está a ser posto em causa. Não percebem que a revolta e o fogo estão na rua. Coitados! Tenho pena de vós. Continuai na vossa vidinha que ides ter um valente susto, um choque daqueles. A revolução vai-vos bater à porta. Mais tarde ou mais cedo, vai-vos bater à porta. Agarrai-vos ao Natal e às prendinhas. Ao menino Jesus, às carteirinhas. Nada disso vos salva. A coisa vai rebentar.

A REVOLUÇÃO GLOBAL


A REVOLUÇÃO GLOBAL

A revolta prossegue. Agora em Itália, novamente na Grécia. Começa a ser evidente que uma parte da população- estudantes, operários, desempregados, precários- não suporta mais os Berlusconis nem os mercados. É uma revolta que não se contenta com manifestações-passeio nem com negociações sindicais. É uma revolta que não aceita a não-vida dos corruptos, dos charlatães, dos ladrões e que chama os bois pelos nomes. Vivemos, de facto, tempos diferentes. O discurso da moderação perde terreno. Estes são, de novo, tempos revolucionários. Começamos a viver uma revolução global que está para lá do dinheiro e da economia, que está, aliás, contra a economia. Esta é a revolução da raiva. Uma revolução que não aceita o paleio das percentagens, dos bancos, das bolsas, que já não vai na cantiga. Tremei, ó inimigos da vida!

MOVIMENTO ANTI-POPOTA

NO MÍNIMO, PARECE-ME TEMA MERECEDOR DE REFLEXÃO !!!

O mundo está, como sempre, cheio de oportunistas e desde sempre que oiço dizer que "há sempre quem ganhe com as crises" (formam-se sempre novos ricos e aumenta o número de pobres)


MOVIMENTO ANTI-POPOTA, LEOPOLDINA E ARREDONDAMENTOS!!!
É extraordinário como é fácil fazer grande caridade com o dinheiro dos outros!!! Pedem-nos "apenas" dois euros e fazem-nos o favor de doar um para a caridade. Claro que quem aparece a doar no final vários milhares são os donos dos grandes armazéns... com o nosso dinheiro!!

Reparem no que diz o site de um desses supermercados: "Nestes últimos três anos conseguimos angariar (...) um montante superior a um milhão de euros"... Extraordinário, realmente, sobretudo se pensarmos que esse milhão de euros foi automaticamente deduzido dos impostos desta empresa... como se fosse dinheiro deles e não nosso.

Se querem dar para caridade dêem directamente... ou, se eu vos pedir, vocês dão-me a mim para eu poder doar?! Então, porque dão aos Modelos, Continentes, e Wortens? Eles têm obrigação e responsabilidade social a cumprir! Exijam




Se concordarem comigo enviem para outras pessoas.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIROÀ PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Numa terra inóspita, onde se vende pai e mãe nos mercados, onde o Presidente da República e o primeiro-ministro são dois cretinos sem qualquer dimensão ética ou moral, urge uma voz que denuncie e desmascare, a voz do terrorismo poético. Estamos fartos da economia e da linguagem castradora da economia, estamos fartos de orçamentos e do paleio do ministro das Finanças, estamos fartos da corrupção e da charlatanice. Por isso, eu, António Pedro Ribeiro, poeta, diseur, cronista, declaro-me candidato à Presidência da República. Porque estamos fartos de tantos rodeios, como dizia Jim Morrison. Porque estamos fartos dos bancos e do BCP ao serviço da espionagem norte-americana. Porque defendemos a extinção da bolsa. Porque vemos os políticos, os gestores e os administradores a servirem-se à vez. Porque não somos da raça deles. Porque vemos a revolta em França, na Grécia e em Inglaterra. Porque vemos a revolta contra os mercados e contra o capitalismo. Porque os mercados são a morte. Porque não queremos a morte. Porque o nosso pensamento, o nosso espírito estão muito para lá das negociatas dos mercados e das intrigas dos vizinhos. Porque acreditamos na demanda. Porque nada temos a perder. Porque é preciso destruir para construir.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CRÓNICA NO "GUARDA-SOL"

CRÓNICA NO GUARDA-SOL

António Pedro Ribeiro

Regresso à Póvoa, ao "Guarda-Sol". Sinto-me uma espécie de rei. Não que vá reclamar o trono. Mas sinto uma certa simpatia dos poveiros em relação a mim. De qualquer forma, não sou político, autarca ou banqueiro. 90% dos políticos ou são charlatães ou são corruptos. Tudo isso me faz sentir um homem de bem, na outra margem. Um homem que se bate por causas, mesmo que nem sempre da forma mais ortodoxa. Um homem solitário que escreve à mesa do "Guarda-Sol" e que hoje permanece na Póvoa em vez de ir ter com a amiga a Braga. Longo percurso percorreu o homem. Já andou à batatada à porta dos bares e das discotecas, já derramou sangue em nome da dama. As intriguices dos políticos locais já não o motivam. Sente-se acima disso, apesar de ser acusado de determinadas coisas que nem sequer fez. Sente-se nas suas quintas como os seus antepassados barões de Cabeceiras de Basto. É um aristocrata, desconfia do proletariado e dos defensores intransigentes do proletariado. Bebe. Lê. Escreve. Vive. No "Guarda-Sol" à beira do mar. Ultimamente, os media têm-lhe feito propaganda. Agradece-a. Pode beber copos. Não tem que se portar bem com os políticos. Pode abusar. Pode micar as mulheres que o despertam. É do mundo. Vai à Biblioteca Municipal buscar livros mas não se fecha nos livros, embora, porventura, o devesse fazer. Traz Borges, Kierkegaard e Ezra Pound. Os seus amigos empregados de mesa não estão: o Fernando, o Manuel. Acredita nos amigos. Ninguém o pode acusar de traição, apesar dos seus erros. Nada tem a perder, já o tem dito. É cronista, dizem. As suas crónicas são lidas. Não é da Póvoa mas sente-se em casa. Se tivesse cacau, beberia mais uns finos. Passaria a noite a beber. Não é presidente da Câmara nem da República. Pode beber. Aliás, não faz parte dessa seita. Evita-a. Ama a vida, não a morte em vida. É do mundo. Quer conquistá-lo para o mudar a fundo. No fundo, algumas destas ideias já as tinha aos 18 anos. Mas agora é capaz de sistematizá-las. É também uma espécie de filósofo. Mas já poucas coisas o assustam. É louco. Por isso o temem. Porque escreve o que pensa e o que sente. Não faz mal a uma mosca mas é temido pelo que diz e pelo que escreve. Bebe mais um fino. O "Guarda-Sol" é um café que o marcou e que o continua a marcar. É um café onde se respira a liberdade e a república. É um café de conversas, afectos e de bom humor. Aqui não há tédio. O homem sente-se na pele de Antero de Quental. A sua luz brilha aqui. Vem de dentro. Do coração. O homem precisa da mulher. Ama-a. Sabe que ela virá um dia, mesmo que se recuse agora. Sabe que a demanda do Graal é aqui e agora. Por isso, não tem limites. Aprendeu com Jim Morrison, Nietzsche e Henry Miller. Mas também com Manuel Lopes, com o padre/professor João Marques, com o Monsenhor Amorim. É um homem do mundo e, portanto, da Póvoa. O mar entrou-lhe na alma. Navega no "Barco Bêbado" de Rimbaud. É louco. Sabe-o. Quanto mais louco, mais lúcido. Já nem quer saber de presidentes de Câmara.

BOICOTE AO MILLENIUM BCP

Na sequência das informações que o Wikileaks disponibilizou, ficou-se a saber que o Millenium BCP partilha informações confidenciais com o governo dos EUA. Sabe-se agora sem qualquer margem para dúvidas que este banco não respeita o acordo de confidencialidade a que é obrigado perante os seus clientes. A maior punição não será aquela que o Governo Português e o Banco de Portugal seguramente não vão fazer - a maior punição é o boicote. Retirar todo o dinheiro deste banco é um dever moral, no sentido de penalizar quem não nos respeita. Para que saibam que estamos atentos...

POESIA DE CHOQUE

POESIA DE CHOQUE COM SUSANA GUIMARÃES



A próxima sessão de POESIA DE CHOQUE conta com a presença da poeta e declamadora Susana Guimarães que vai fazer uma apresentação do seu livro "Paradox.sou". O evento tem lugar na próxima quinta, 16, no Clube Literário do Porto, pelas 22,00 horas. Vão estar também presentes os diseurs habituais António Pedro Ribeiro e Luís Carvalho. A poesia a arder e a abrir.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MRPP

Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP)


PREPAREMOS NOVAS GREVES GERAIS

PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES!


Depois da greve geral de 24 de Novembro, importa fazer um balanço sério dessa jornada de luta e saber que alternativa, que caminho se coloca aos operários, aos trabalhadores em geral, do sector público e privado, aos estudantes e reformados para impedir que a politica verdadeiramente criminosa dos PECs e do Orçamento do Estado deste governo e do PSD seja aplicada.
Não se pode escamotear que esta última greve geral que se pretendia nacional, embora tenha obtido uma forte adesão dos trabalhadores do Estado e dos operários e restantes assalariados das empresas públicas (em particular do sector dos transportes), não teve, contudo, uma participação igual por parte dos trabalhadores do sector privado e nem se terá estendido com igual intensidade a todos os pontos do país, de forma a permitir concluir que ela constituiu uma vitória inequívoca.
Digamos que ela se traduziu numa semi-vitória ou, se quiser, um semi-fracasso, por ausência de vitória.
Ao contrário do que as direcções das centrais sindicais pretendem ocultar nos seus balanços sobre esta acção de luta, não se pode escamotear a sua responsabilidade na insuficiente mobilização e organização da greve geral.
Depois, esta greve geral e as que se devem seguir não podem deixar de ter um objectivo político preciso e claro que una a esmagadora maioria de quem trabalha - e esse objectivo político só pode ser o do derrube do governo de Sócrates e da política do bloco central que o sustenta.
Insistir em mobilizar o povo trabalhador para que o governo mude de política é condenar a sua vontade de lutar ao fracasso, é conduzir o movimento operário para um beco sem saída e para a derrota.
Ninguém pode esperar que este governo altere a sua política e passe a praticar a política da classe antagónica àquela que ele representa.
Por outro lado, não se pode admitir que, depois do que deveria e deverá constituir uma primeira batalha da luta pelo derrubamento do governo, a caminho do derrube do sistema de exploração capitalista, se aceite ir para o Conselho Económico e Social negociar o que não tem negociação possível, deixando-se atrair por uma manobra de Sócrates de desmobilizar o movimento operário e popular, afastando-o do único palco onde a luta se terá de travar para sair vitoriosa – o da fábrica e da empresa e o da rua.
O que está em causa e tem de continuar a representar o objectivo que une o povo trabalhador português, não é vir mendigar ao governo o respeito pelo acordo sobre o salário mínimo nacional ou dar cobertura à aprovação de formas mais expeditas de aplicar as regras do despedimento individual já consagradas no actual Código do Trabalho,
Como também não é examinar com o governo a parte dos sacrifícios que os trabalhadores aceitariam fazer se os capitalistas também o fizerem – a este desplante chegou um representante de uma das centrais sindicais depois da greve geral.
E muito menos se trata, como há pouco defendia o secretario do BE, de propor medidas para salvar esta economia capitalista putrefacta.
Não! O QUE ESTÁ EM CAUSA É ESTABELECER A UNIDADE EM TORNO DA LUTA PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES – seja qual for a sua composição ministerial, trata-se de um governo que está apostado em esmagar a classe operária, condenar à fome, à miséria e ao sofrimento milhares de desempregados e de reformados, provocar a emigração da juventude em idade de trabalhar e sacrificar várias gerações do povo português, exclusivamente para salvar um sistema capitalista e financeiro parasitário, ele próprio o único responsável pela politica de austeridade que se pretende impor aos trabalhadores.
O que está em causa é, pois, apear este governo, DERROTAR A POLÍTICA DE ALIANÇA DO BLOCO CENTRAL por ele prosseguida e substituí-lo POR UM GOVERNO DE UNIDADE DE ESQUERDA que tenha a força e o apoio para repudiar a dívida pública e adoptar uma politica de desenvolvimento económico que tenha em conta os nossos recursos e condições específicos, designadamente, as resultantes da nossa localização geográfica e sirva exclusivamente os interesses da classe que tudo produz e que se vê expropriada da mais-valia do seu trabalho.
Com esse objectivo, torna-se necessário REALIZAR UMA NOVA GREVE GERAL contra um novo PEC ou um qualquer outro pacote de medidas de austeridade.
A nova greve geral deve ser amplamente convocada e ferreamente organizada, tendo em conta que se terá seguramente de preparar para enfrentar os novos blindados da PSP, recentemente adquiridos para este efeito.
Há que ter a consciência de que é possível impedir a aplicação da política imposta pelo imperialismo alemão, derrubando este governo, como primeiro passo para o derrubamento do sistema capitalista responsável pela crise que impiedosamente faz abater sobre os trabalhadores.

POR UMA NOVA GREVE GERAL NACIONAL!

PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES!

POR UM GOVERNO DE UNIDADE DE ESQUERDA!

PARA OS TRABALHADORES PODEREM VIVER, O CAPITALISMO TEM DE MORRER!

06 de Dezembro de 2010

O Comité Central do PCTP/MRPP

www.pctpmrpp.org pctp@pctpmrpp.org

domingo, 5 de dezembro de 2010

LAND


Os cronistas do sistema já falam na revolução. O sistema começa a temê-la. É claro que não estamos à espera de maiorias para fazer a revolução. Precisamos de artistas-provocadores e de revolucionários de rua. Até já temos castratofistas como Medina Carreira e outros a nosso favor. Até já se fala na saída do euro. Quanto pior, melhor. As pessoas não vão aguentar tantas perdas de direitos, tanta pobreza. Tudo joga a nosso favor, revolucionários. Agora sim, começa a chegar a nossa hora. Somos nietzscheanos, não vemos os trabalhadores como coitadinhos. Nada há a perder. Há que construir o novo homem. É, sobretudo, uma luta individual mas também colectiva. Precisamos do Bloco e do PCP, apenas isso. Estamos muito para lá deles. Nada temos a perder. EStamos a caminho do "país dos nossos filhos". Acreditamos. Temos uma fé quase religiosa. É isso que nos distingue dos outros. Rimos com as quedas das bolsas e dos mercados. Rimos de nós mesmos. Somos loucos, lunáticos, alucinados, criadores mas também sabemos ser racionais. O país começa a arder. O mundo começa a arder. Dancemos a dança do fim do mundo. Dancemos com Jim Morrison e Henry Miller. Celebremos o caos. Digamos não ao homem direitinho do trabalhinho. Digamos não às normas do estabelecido. Pilhemos os bancos. Celebremos a vida. Dancemos sobre o fogo. ESta é a terra. Este é o reino. O cavaleiro encontrou o Graal. Não mais depressão, minha rainha. VAmos até ao fim. Dança. Vive a noite e o dia. Canta os pássaros da manhã. Isto está mesmo a começar. O capitalismo e os mercados vão cair. This is the land. This is the Kingdom. Não mais mentiras. Afrontemos os cães da polícia. Celebremos Jesus, Buda e Zaratustra. Inundemos as praças. Queimemos o dinheiro, queimemos o mercado. A hora está a chegar. Nunca estivemos tão fortes. Five to one, one to five.

sábado, 4 de dezembro de 2010

CARTA AO IMPÉRIO


O medo subsiste no homem comum. Mas leio os cronistas do regime e também vejo medo. Medo da grande adesão à greve geral, medo do poder bipartido dos últimos 34 anos finalmente estar em causa, medo da rua e dos anarquistas, medo de que o grande casino das bolsas, dos mercados e dos "offshores" comece a ser posto em causa, medo de perderem o poder e os milhares e milhões das regalias. Se a 7 de Dezembro, como sugere o ex-futebolista Eric Cantona, muita gente por toda a Europa retirar o seu dinheiro dos bancos, ai aí não temos dúvidas, os cronistas do regime vão tremer e o poder político e financeiro, os divinos mercados vão começar a arder. Mesmo que não seja no dia 7, se a tendência se mantiver nos tempos próximos, a sociedade dos banqueiros, dos "investidores", dos "credores" e de todos esses cretinos que andam atrás do máximo lucro e de depenar o parceiro do lado, sem quaisquer escrúpulos, desses que vendem pai e mãe nas bolsas, vai mesmo começar a arder. O nervosismo dos cronistas do regime é sintomático. Como revolucionários dionisíacos não podemos deixar de soltar umas boas gargalhadas sarcásticas e satânicas e gritos de júbilo. Desafiamos-te daqui, ó deus dos mercados, do dinheiro e do medo! Dizemos-te que tens pés de barro. Hoje, na madrugada de 26 de Novembro de 2010 cuspimos na tua cara. Juramos destruir-te como tu tens destruído muitos de nós, seja roubando-nos, seja intrujando-nos, seja vendendo-nos "felicidade" nos media, seja atirando-nos para a pobreza e para a miséria. Sabemos que ainda tens polícias, exércitos do teu lado, sabemos que o teu poder e o teu poder de persuasão ainda são consideráveis nas massas, mas também sabemos que a engrenagem, de tão vil, de tão torpe, de tão assassina, começa a ser posta em causa. Hoje, 26 de Novembro, afirmo a minha Liberdade sobre a Terra. Afirmo que as vossas TV's, os vossos jornais e as vossas vedetas boazonas não me levam na cantiga, que os vossos discursos me provocam vómitos, que os vossos orçamentos e impostos servem para limpar o cu, que os vossos mercados vão ser empalados no altar da Justiça, que ides ficar na mesma miséria para onde atirastes os vossos semelhantes, que o vosso império vai arder.

VIVA A REVOLUÇÃO DOS CONTROLADORES AÉREOS! O SISTEMA PODE PARAR.

OS VOSSOS MILHÕES VÃO ARDER

OS VOSSOS MILHÕES VÃO ARDER

Apesar de não ter ido às sessões de poesia, sinto-me no caminho da glória. E até as notícias do futebol são animadoras. Este pessoal tem de cair mesmo na real. No mercy. Vêem-se umas gajas bonitas e hão-de começar a vir para mim. Estou mesmo a caminho da glória. Nunca me senti realmente assim tão em cima. As barbas têm classe. Agora sim. Posso dizer o que realmente me apetece. No rules, no limits. Mais poder para o Ribeiro. O futebol começa a ser secundário. Ah! Ah! Cansa-te lá, ó Hulk! Ganhais milhões mas não passais de palhaços. Excepto o Cantona, claro. Esse é revolucionário. Eu também sou. É isso que sou. Quero destruir os mercados. Quero destruir os mercados, ouviram? Isto começa mesmo a correr bem. Não podes mais ignorar o poeta, ó camarada. Não podes mais ignorar o poeta. Continua a olhar para o futebol…isso, continua a olhar para a bola que vais longe…ah!Ah!Ah! Marcai uns golinhos, ah, ah, ah! Dança lá, ó Ronaldo, ó Mourinho! Ides perder os vossos milhões. Está escrito. No fundo, só fazeis merda, viveis à custa dos outros. Tenho uma pena de vós…vós e os políticos! Vós, os charlatães e os corruptos! Vós e os mercadores que vendem a mãe e o pai! Se depender de mim e de outros ides sofrer, ides sofrer muito. No mercy. Já não preciso de beber para estar em cima. Ides ter o que mereceis! Não tenho um tostão no bolso mas aponto-vos o dedo. No mercy. Quanto pior, melhor. Portugal perdeu a organização do Mundial. O Sócrates ficou fodido. Os futeboleiros e os patriotas também. Ide abaixo! Provai o gosto. Viva a Rússia! Vodka! Vodka! Os vossos milhões vão arder.

DO GRAZIA TANTA

Por mim renuncio e aconselho os governantes reais e governantes sombra a meterem os submarinos no ...





Eu renuncio!
Neste momento de aflição em que todos temos de dar as mãos e deixar de olhar só para o nosso umbigo, correspondo ao apelo de quem nos governa (e de quem lhe apoia) e faço pública parte da lista do que o Estado criou e mantém para minha felicidade, e de que de estou disposto a patrioticamente prescindir.

Assim:


Renuncio à maior parte das empresas públicas, privadas e àquelas que não se sabe se são públicas se privadas, mas generosamente alimentadas, com dinheiros públicos;


Renuncio ao bem que me faz ver o meu semelhante deslocar-se no máximo conforto de um automóvel de topo de gama pago com as minhas contribuições para o Orçamento do Estado, e nessa medida estou disposto a que se decrete que administradores das empresas públicas, directores e dirigentes dos mais variados níveis de administração, passem a utilizar os meios de transporte que o seu vencimento lhes permite adquirir;


Renuncio à satisfação que me dá constatar a felicidade daqueles que, trabalhando metade do tempo que eu trabalhei, garantiram há anos uma pensão correspondente a 5 vezes mais do que aquela que eu auferirei quando estiver a cair da tripeça;


Renuncio ao PRACE e contento-me com uma Administração mais singela, compacta e por isso mais económica, começando por me resignar a que o governo seja composto por metade dos ministros e secretários de estado;


Renuncio ao direito de saber o que propõem os partidos políticos nas campanhas pagas com milhões e milhões de euros que o Estado transfere para os partidos políticos, conformando-me com a falta de propaganda e satisfazendo-me com a frugalidade da mensagem política honesta, clara e simples;


Renuncio ao financiamento público dos partidos políticos nos actuais níveis, ainda que isso tenha o custo do empobrecimento desta democracia, na mesma mesmíssima medida do corte nas transferências;


Renuncio a este serviço público de televisão e aceito, contrariado, assistir às mesmas sessões de publicidade na RTP, nas mãos de um qualquer grupo privado;


Renuncio a mais submarinos, mesmo percebendo a falta que me vão fazer e ao prestígio de Portugal no mundo;


Renuncio ao sossego que me inspira a produtividade assegurada por mais de 230 deputados na Assembleia da República, estando disposto a sacrificar-me apoiando - com tristeza - a redução para metade dos nossos representantes.


Renuncio, com enorme relutância, a fazer o percurso Lisboa-Madrid em 3h e 30m, dispondo-me - mesmo que contrariado mas ciente do que sacrifício que faço pela Pátria - a fazer pelo ar por metade do custo o mesmo percurso em 1 h e picos, ainda que não em Alta Velocidade.


Renuncio a mais auto-estradas, conformando-me, com muito pena, com a reabilitação da rede nacional de estradas ao abandono e lastimando perder a hipótese de mudar de paisagem escolhendo ir para o mesmo destino entre três vias rápidas todas pagas com o meu dinheiro, para além de correr o triste risco de assistir à liquidação da empresa Estradas de Portugal.

Seria fastidioso alongar-me nas coisas que o Estado criou para o meu bem estar e que me disponho a não mais poder contar. E lanço um desafio aos leitores: renunciem também ! Apoiemos todos, patrioticamente, o governo a ajudar o País nesta hora de aflição. Portugal merece.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CANDIDATURA DE APR

CANDIDATURA DE ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA APELA AO BOICOTE AOS BANCOS!



A candidatura do poeta António Pedro Ribeiro à Presidência da República e o Partido Surrealista Situacionista Libertário apelam a todos os cidadãos do país que no próximo dia 7 de Dezembro retirem todo o dinheiro que for possível dos bancos. O apelo vem no seguimento de um outro feito recentemente pelo ex-futebolista Eric Cantona. Desta forma, trataremos da saúde a este império de mercados, banqueiros e governos que todos os dias nos roubam, que todos os dias vendem o pai e a mãe na bolsa, que nos matam o ser e a vida. A revolução é a doer e está a caminho. Não estamos interessados em orçamentos nem em contas, estamos interessados na vida.

RIBEIRO VERSUS MACEDO

Macedo Vieira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, confirmou ter sido informado pelo tribunal local sobre a constituição de dois arguidos no processo que visa apurar os autores do blogue Póvoaonline que, há dois anos, foi mandado encerrar devido a uma queixa do autarca e do vice-presidente Aires Pereira.

Em declarações à Rádio Onda Viva, Abílio Nova, advogado, negou ser o autor do blogue e revelou que o seu nome foi associado ao Povoaonline "num boato que puseram a circular no Verão passado. "O Ministério Público arquivou o inquérito, que estava a decorrer, e do qual eu [Abílio Nova] não tinha conhecimento, porque estava em segredo de justiça. Depois, foi requerida a abertura de instrução pelo presidente da câmara, que foi liminarmente indeferida", explicou Nova. "Entretanto, o presidente da câmara apresentou [um] recurso para o Tribunal da Relação do Porto e os juízes desembargadores entenderam que, havendo dois nomes indicados no processo como suspeitos, a instrução deveria seguir contra esses dois nomes. As suspeitas sobre o segundo arguido, António Pedro Ribeiro, sociólogo, poeta e cronista, resultam de ter afirmado que era colaborador e que conhecia o autor do blogue.

O blogue foi suspenso por uma providência cautelar, uma decisão inédita em Portugal. Os dois autarcas da Póvoa conseguiram que, em 2008, a Google encerrasse, definitivamente, aquele sítio na Internet, por ordem da 1.ª Vara Cível de Lisboa. O tribunal entendeu que o conteúdo do Póvoaonline "extravasava o direito à liberdade de expressão" e "atentava contra o direito à honra, à credibilidade, ao prestígio e à confiança" de Macedo Vieira e Aires Pereira.

www.publico.clix.pt

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DAS MANIFS

Reemergência de sociedades de ordens

A modernização de um país periférico como Portugal faz-se de forma acelerada sempre que há ocasião para mais fortes contactos com o exterior. A cimeira da OTAN em Lisboa, no final de Novembro de 2010, trouxe pacifistas treinados na desobediência civil. E polícias treinados para enfrentarem desacatos de manifestantes violentos, cuja presença em Portugal nunca foi detectada. Eis um bom teste empírico para verificar qual seja a relação entre o Estado de Direito e o sistema prisional.
A observação da situação não foi difícil, pois a actividade esteve reduzida a dois episódios. O corte de uma via junto da cimeira por manifestantes que sujaram o chão e a si próprios com tinta, a sugerir sangue derramado pelos militaristas. Outros fixaram-se ao chão no mesmo local. Noutro local, a manifestação de pequenos grupos libertários e de pessoas de outras convicções foi cercada por polícias de choque, após serem impedidos de entrar na manifestação pela segurança própria da manifestação oficial.
No caso da manifestação contra o militarismo e a OTAN, dividida fisicamente entre partidos de esquerda e sindicatos devidamente identificados, tudo se passou segundo o modelo lógico da velha tradição inquisitorial, em que um juiz entregava o relaxado ao braço secular para o castigo – ao mesmo tempo que pedia misericórdia. Ao contrário desse tempo, como já tinha notado Foucault, o castigo não é público e representado como espectáculo mas antes privado e representado intramuros, como psico-drama. Neste caso a organização da manifestação emitiu um comunicado a hostilizar antecipadamente aderentes à mesma – equivalente ao relaxamento – sugerindo a reacção policial que vincará a imposição do respeito pela vontade política dos organizadores da manifestação de ostracizarem e estigmatizarem sectores considerados heréticos dos apoiantes da mesma causa.
Não é a primeira vez que tais desacatos ocorrem por iniciativa de organizadores de manifestações de esquerda em Lisboa. Pode referir-se, por exemplo, o modo como os dois partidos mais à esquerda do parlamento português impuseram a divisão entre si dos aderentes à possibilidade da construção da secção portuguesa do Fórum Social Mundial, organizando duas manifestações hostis e pondo aí um fim definitivo às actividades, logo no princípio da primeira década do século. Regularmente os raros e pequenos grupos de manifestantes não enquadrados política e sindicalmente são hostilizados pela organização de forma mais ou menos explícita. Mas não é costume saírem comunicados alarmistas contra estrangeiros e contra práticas por estes adoptadas. A polícia não costuma intervir como aconteceu no dia 20 de Novembro. E o que fez a polícia nesse dia?
A polícia desenhou no meio da Avenida da Liberdade uma prisão com cordões de polícias de choque fortemente armados. O trabalho da polícia, recém-treinada para acções repressivas, era por um lado mostrar uma força capaz de prevenir qualquer ideia de reacção por parte dos manifestantes e, por outro lado, evitar usar a violência sem aparente e evidente provocação de manifestantes, pois os olhos do mundo, através das câmaras de jornalistas, polícias e activistas, estavam postos naquele espaço em que os processos de estigmatização se constroem como se fossem arquitectura.
Cientes de tais contradições, alguns manifestantes exploraram-nas, tirando partido das posições de alheamento impostas aos guardas (que não falavam com ninguém a não ser de modo gestual e apenas recebiam ordens da sua hierarquia): faziam como se os guardas não fossem gente, utilizando os seus bastões como se fossem varas para dançar por de baixo, trocavam impressões com pessoas fora da cadeia como se os polícias ali não estivessem, passavam entre os polícias para dentro e fora da prisão (o que, às vezes, era impedido pela força e outras vezes funcionava sem reacção policial). Face à provocação policial de ameaçar com prisão os manifestantes, a tensão aumentou. Mas foi aliviada pelos comportamentos cómicos de contra-provocação e pelos ritmos percutidos por jovens artistas-manifestantes. A tensão e a provocação arriscaram tornar-se violência directa, mas não aconteceu.
Como nas prisões, há regras para cumprir. Apenas ninguém sabe quem, como, quando as faz cumprir, de absurdas e arbitrárias são tais regras não ditas. Apenas a autoridade ausente do terreno conhece tais regras, pois fabrica-as à medida da sua interpretação do que deve ser feito em cada momento, em função do comportamento de alheamento ou tensão de agentes e manifestantes. Nem os agentes nem os manifestantes, apesar de treinados, sabem efectivamente o que irá acontecer a seguir: a violência descontrolada ou a debandada. Fica tudo nas mãos de alguém a quem foi dado o poder de decisão, como aconteceu no fim da manifestação contra a guerra e contra a OTAN. A polícia debandou.
A manifestação oficial tinha sido rapidamente desmobilizada no fim da avenida e apenas ficou a prisão com alguns manifestantes dentro e outros fora, à espera do que pudesse vir a acontecer.
A organização da manifestação ganhou, pelo efeito de estigmatização dos anarquistas e das ideias de oposição distintas das tradicionais sobre o momento político – isso mesmo consta do comunicado dos organizadores, nomeadamente quando se insurge contra o destaque da comunicação social dado às acções espectaculares dos minoritários e amigos de práticas estrangeiras. O efeito mediático dos poucos activistas estrangeiros, esse, foi irresistível para a comunicação social, ou não estivéssemos numa sociedade do espectáculo. A prisão organizada pelo quadrado da polícia, porém, não foi mencionada.
Como ocorre com o sistema prisional, para o senso comum a restrição da liberdade, ainda que sem justificação plausível e evidente, é um direito que assiste aos agentes da autoridade, sem que a tensão gerada pela situação mereça debate público. Ou melhor, as causas de qualquer escalada violenta das situações de encarceramento serão geralmente debitadas aos reclusos, descontadas as causas mais estruturais e reduzidos os conflitos a desordens. A seu tempo, a situação poderá vir a ser ponderado judicial e politicamente – ou não.
Simbolicamente aquelas pessoas fechadas no quadrado estiveram excluídas da sociedade por serem consideradas perigosas: estavam a manifestar-se ilegalmente, isto é contra a vontade da organização da manifestação oficialmente reconhecida como sua proprietária. De onde, das duas uma, ou toda a manifestação se solidariza com os excluídos e defende a sua liberdade – o que não foi aqui o caso – ou a generalidade da manifestação simplesmente ignora (ou finge ignorar) que é gente com os mesmos direitos que segue à sua retaguarda. Evidentemente, a polícia e os manifestantes relacionam-se entre si em função das percepções difundidas sobre a realidade presente – quem são e onde estão os provocadores – e das estratégias próprias, de apresentação pública das respectivas identidades, vontades e capacidades.
No caso da desobediência civil intencionalmente organizada, as coisas correram como habitual: as tarefas de remoção dos activistas inertes foram deixadas à polícia – carregaram os corpos mortos com cuidado para não os aleijar, mas com dureza para os punir pelo incómodo e pela desobediência – e na sequência do espectáculo foram conduzidos à prisão de alta segurança de Lisboa, onde durante algumas horas ficaram isolados inclusivamente do contacto com advogados. (Nestes períodos de isolamento podem ocorrer situações de descontrolo emocional por parte das partes envolvidas, como sabe qualquer agente prisional que acontece aos recém-entrados, e também sabe o relator especial para a tortura da ONU, já que essa – a lei da incomunicação espanhola que autoriza o isolamento de alguns tipos de presos durante bastantes dias – é uma situação esse ligada a uma alta percentagem de denúncias de tortura no país vizinho).
Os Estados modernos controlam a contestação às suas políticas pressionando os limites do Estado de Direito, utilizando nomeadamente a diferença de rapidez de actuação entre o poder executivo – mais rápido – e o poder legislativo – mais lento – e explorando as divisões populares, nomeadamente a rivalidade entre partidos e as divisões sociais, em especial a situação dos excluídos. Como referem Jakobs e Meliá (2003) a prática do direito tende a aplicar-se nas sociedades actuais em três modos lógicos distintos: o direito para os mercados, em que as penas de prisão não são usadas, o direito para os integrados, em que as penas de prisão podem ser aplicadas, e o direito do inimigo, em que os direitos deixam de ser considerados: é como se os excluídos vivessem na prisão embora à solta. É nessa perspectiva – actuarial como dizem os anglo-saxónicos para a contraporem à perspectiva de utilização das penitenciárias para fins de reintegração social dos condenados – foram lançadas ideologias e tecnologias policiais sob a designação de tolerância zero, não aplicadas directa e estritamente em Portugal, segundo as quais qualquer acto de delinquência sinaliza um futuro criminoso e a sua liberdade passa a ser um risco conhecido para a sociedade (com direito a registo no Big Brother). Trata-se da versão globalizada da ideia salazarenta de que umas chapadas a tempo evitam males maiores.
Efectivamente o estado de direito pode estar a ser comprimido entre o mundo livre, onde grassa a ganância e a corrupção sem regulação, a que os norte-americanos chamam Wall Street, e o submundo dos under-dog (para voltar a usar um termo inglês) dos desqualificados, estigmatizados e reprimidos. Compressão agravada com a crise financeira de tal modo que a própria sociedade de classes fica secundarizada, juntamente com o respectivo estado de direito, face à reemergência de uma sociedade de ordens, à medida que os contratos sociais (negociação colectiva, concertação social, segurança social, partilha de riscos sociais, igualdade perante a lei) se transformam de objectivos de progresso em ambições insustentáveis.
A civilização da contenção incorporada da violência, descrita por Norbert Elias (??), pode estar a transformar-se numa sociedade penitenciária, como pressentiu Loïc Wacquant (2000??) ao analisar o Gulag norte-americano. Para os activistas do pacifismo europeus – herdeiros e continuadores dos que, durante a Guerra Fria, acusados de serem quintas colunas dos comunistas, diziam preferir viver vermelhos do que morrer – deve ser irónico serem os herdeiros dos comunistas em Portugal quem os vá relaxar à polícia. Sabem por experiência própria, experiência que não existe em Portugal com a mesma acuidade, que não é a violência directa ou a integridade propriedade o que os torna inimigos do Estado. O que os torna inimigos do Estado são as ideias que fazem ver as mesmas realidades e oportunidades de vida de outro modo, nomeadamente ver as prisões e os limites à livre iniciativa e ao empreendorismo que não sejam os virados para a exploração de terceiros, a promoção da ganância e do golpe económico sem consideração nem pela sociedade nem pelo meio ambiente, os mercados que não sejam protegidos pela força dos Estados e pelas conjuras políticas secretas. Nos países mais ricos da Europa, onde o Estado Social funciona regularmente há décadas, viver à margem da sociedade normal tornou-se uma opção de vida atraente para quem faça de crítica incorporada da sociedade normalizada e das respectivas contradições uma passagem ao acto. Por exemplo, tornando-se nómadas e, portanto, solidários com outros nómadas e a harmonização com a natureza que procuram e os acolhe.
Quadro 1. Frequência de acções violentas e vítimas, por autoria
incidentes mortos feridos
Nº % Nº % Nº %
nacionalistas ou separatistas 4723 38% 9800 36% 26925 38%
comunistas ou socialistas 3708 30% 2823 10% 6656 9%
religiosos 2572 21% 13270 49% 36938 52%
esquerdistas 432 4% 337 1% 125 0%
diversas outras ideologias 299 2% 338 1% 712 1%
anti-globalização 216 2% 22 0% 98 0%
conservadores de direita 127 1% 275 1% 93 0%
anarquistas 121 1% 1 0% 16 0%
ambientalistas 72 1% 3 0% 42 0%
racistas 41 0% 7 0% 79 0%
reaccionários de direita 14 0% 14 0% 10 0%
total 12325 100% 26890 100% 71694 100%

Fonte: João Freire (2009) "De onde vem a violência" em A Ideia nº 66, Almada, Tipografia Lobão,
citando Francisco Proença Garcia (2007) "O terrorismo transnacional" em Revista Militar, V.59, (4), que citou dados do Memorial Institute for the Prevention of Terrorism, www.mipt.org

No quadro 1 mostra-se como as forças da ordem, caso queiram, podem estar informadas de que os anarquistas são o menor dos riscos, quanto se trate da defesa da integridade física das pessoas. Porém são sobretudo a etiqueta anarquia e os anarquistas os alvos – será precisamente por serem os menos potencialmente ofensivos? – da repressão policial global, quando se trata de cimeiras.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A POLÍCIA E OS OCUPAS

A polícia, as Câmaras e o Estado em geral apenas procuram manter as ocupações inúteis de pre´dios desocupados, por parte de proprietários inúteis apostados na ruina das casas e na especulação dos terrenos.
A polícia não prende os proprietários dos prédios que ruem na via pública, por vezes com pessoas lá dentro
A polícia não prende os vigaristas da finança que continuam por aí a sorrir e a afirmar a sua inocência, a sua tranquilidade
A polícia apenas defende a sacrossanta propriedade privada dos parasitas. E age logo que há uma casa ocupada para atemorizar, para evitar que as ocupações se multipliquem
- - -

Polícia detém nove ‘ocupas’
Nove pessoas foram detidas e levadas para o comando da Polícia Municipal de Lisboa, ao final da tarde ontem, para serem identificadas por estarem a ocupar um prédio na rua de São Lázaro, em Lisboa.

Por:Helder Almeida

Segundo disse ao CM um dos detidos, libertados pelas 20h30, o grupo - conhecido por ‘ocupas' - ocupou o nº 94, propriedade municipal, "ontem [anteontem], e o objectivo era realizar um jantar popular hoje [ontem], no qual íamos oferecer sopa". Alguns estão ligados ao grupo ecologista GAIA. Ao CM, o subintendente André Gomes, comandante da Polícia Municipal, explicou que "está em causa um crime de ocupação de imóvel" e que a "câmara pode apresentar queixa" contra os ‘ocupas'.

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=AC874946-BCC8-4EC1-813C-F14C8869A946&channelID=00000010-0000-0000-0000-000000000010

NÃO AO PAGAMENTO DAS SCUTS

Se TODOS assim fizessem... SCUT





Manuel Monteiro Matos
Rua da Gandra, 90 hab 24-G
4445-122 Alfena
Bilhete de Identidade nrº 5810608
Contribuinte nrº 158608232


Assunto: Pagamento de Passagens na Ex-SCUT de Alfena

Exmos. Senhores,

Sendo morador em Alfena e trabalhando no Porto, utilizo, como sempre utilizei, o seguinte trajecto: Porto-VCI-A3-A42-Alfena, sendo o regresso feito em sentido inverso utilizando as mesmas vias.
Não vou dissertar agora no facto de que Vas. Exas. me estão a cobrar a utilização de uma via que foi construída com os meus impostos e com as verbas provenientes da União Europeia, porque esse infelizmente é assunto ultrapassado pelas Leis abusivas deste País.

Vas. Exas. em conluio com os (des)governantes deste País, não prestam nenhum serviço... disponibilizam uma determinada estrutura (estradas) que caso queiramos utilizar terão que ser pagas, mas como vocês, pobrezinhos, ganham pouco e não têm dinheiro para criar postos de trabalho, não disponibilizam nenhum funcionário para receber o que devo no fim da utilização desses serviços...

Assim, de acordo com a leitura sobre as diversas formas de pagamento, cheguei à conclusão de que não vou comprar nenhum dos dispositivos que Vas. Exas. têm(??) à venda, nomeadamente o DECP, o DEM ou o DT, uma vez que tal não faz sentido!

Desgraçadamente, mesmo que quisesse adquirir uma dessas máquinas registradoras, as mesmas encontram-se esgotadíssimas.... porque se calhar vos dá jeito cobrar os "serviços administrativos" que são um autêntico roubo.

Então EU é que compro o dispositivo da v/ cobrança?? Isso tem tanta lógica como ir a um café, pedir umas águas que custam 0,80? e cobrarem-me 0,90? sendo que os 10 cêntimos a mais são como contribuição para o café ter comprado a sua máquina registadora..... NÃO FAZ SENTIDO!!!

Atentem nesta "JÓIA" exemplificativa de autêntica extorsão: No trajecto A3-Alfena, utilizando cerca de um quilómetro da A42.... o valor da passagem são 0,20? e o valor do serviço administrativo são.... 0,30? !!!!!! É para RIR???? então o custo administrativo é superior ao custo do Serviço??? Vão gozar com o c..........lho!!!!!!

Posso realmente fazer o pagamento postecipado, conforme foi divulgado por Vas. Exas., mas.... dou o exemplo concreto de um pagamento que efectuei e do qual junto cópia: No passado dia 21-10-2010 fui a uma Payshop e o recibo total foi de 5,02 Euros... sendo que esta verba diz respeito às parcelas de 2,60? de custos de portagem e... 2,42? de CUSTOS ADMINISTRATIVOS!!!!! 93% de aumento!!!!!



AINDA POR CIMA, O REFERIDO RECIBO NÃO IDENTIFICA OS LOCAIS EXACTOS DAS PASSAGENS NEM AS HORAS... NADA! Como eu utilizo uma viatura da Empresa onde trabalho, acabo por não ter forma de justificar se os recibos são referentes a utilizações particulares ou em serviço da Empresa....

Verifico ainda que, quando termino a passagem das Ex-Scut, no respectivo local, não tendo ninguém para me cobrar a passagem, nem sequer tenho UM LIVRO DE RECLAMAÇÕES!!!!!

Não me venham dizer que tal livro está ao meu dispôr na VIA VERDE ou em qualquer uma das Lojas existentes neste País..... Porque qualquer Empresa onde eu vá, tem Livro de Reclamações nas suas filiais, não me mandam para a SEDE a reclamar....

Tenho o Direito de reclamar no local onde me foi prestado o Serviço, não sou obrigado a deslocar-me para o fazer!!!!!

Ainda por cima, com tantos nomes nas estradas, nem sei se estou a utilizar um serviço da Ascendi, da Brisa ou de qualquer um dos outros Exploradores de cidadãos deste País.... pelo que nesses casos podiam sempre dizer "Ah! coisa e tal.... a sua reclamação não é para a Brisa... é para a Ascendi.... ou é para não sei quem.... olhe, pague e não bufe...."

Face ao exposto, considerando que a inexistência do Livro de Reclamações no Local onde o Serviço me é prestado; considerando tambérm que não tenho que suportar os custos das v/ máquinas de registos; considerando ainda um abuso que seja eu a pagar uma comissão de 93% ao payshop que se substitui a vocês para efectuarem a v/ cobrança que, lembro, não fizeram porque não estavam presentes no respectivo local quando eu passei e quis pagar....

Vou continuar a utilizar a ex-scut em questão, sendo certo que aguardarei que no respectivo local esteja alguém da v/ Empresa! se isso não acontecer, QUERO utilizar o respectivo Livro de Reclamações (podem pendurar no último poste antes da saída para Alfena, é uma sugestão...). CERTO mesmo, é que não pagarei mais multas (custos administrativos, comissão do Payshop, ou outro nome que lhe queiram dar), por não efectuar o pagamento atempadamente por CULPA VOSSA!!!

MALDITOS PORTUGUESES, REBANHO DE CORDEIROS: NINGUÉM TEM UNS PNEUS QUE ME EMPRESTE PARA QUEIMAR NA SAÍDA DAS SCUT'S????? NINGUÉM RECLAMA? TODOS FALAM E NO ENTANTO PAGAM E CALAM??? PORTUGAL TEM MESMO O QUE MERECE...



Dava-lhes os meus cumprimentos, mas só se fosse ao murro seus f.p.
Manuel Monteiro Matos








POR FAVOR DIVULGUEM

terça-feira, 23 de novembro de 2010

MANIFESTAÇÃO ANTI-CAPITALISTA


sabotagem. A greve não pára aqui!
.por Paulão Insubmisso a Terça-feira, 23 de Novembro de 2010 às 9:52.Esta manifestação é convocada por diversos colectivos e está aberta à participação e convocação de todos os anticapitalistas e antiautoritários.



Data:

24/11/2010 - Hora: 15:00

Local:

Pç. do Camões





Colectivo Matéria Bruta* convida à participação:





No dia em que há um apelo à greve geral, convocada pelas centrais sindicais portuguesas, um grupo de colectivos e de pessoas singulares, solidariza-se com a greve. Sim, solidarizamo-nos com esta greve, mas não vibramos de falsa consciência e entusiasmo!



Não queremos continuar entorpecidos por uma vida de trabalho e de rotina, nem continuar a ouvir a mesma lenga-lenga de sempre, de que nos é bastante necessário ganhar a vida. Pretendemos um outro caminho de luta, a adoptar por qualquer um/a que nele se reveja, pois pensamos que se confunde a impossibilidade de dar uma grande solução para o mundo com a aceitação das coisas tal qual elas se apresentam.

A democracia capitalista actual rege a vida da maior parte da população mundial, sendo esta pouco ou nada ouvida sobre as políticas que a governam e assumindo-se, na prática, como um mero instrumento de produção nas mãos de quem detém o título de patrão ou governante.



Contra este estado de coisas construir alternativas é a expressão maior da resistência e é com essa ideia que o colectivo Matéria Bruta apela à auto-organização de todos, propondo que se assuma assembleariamente, com uma perspectiva de partilha e solidariedade, a resolução dos problemas e dos desafios que se colocam nas nossas vidas.



No dia 24 de Novembro apelamos à participação de tod@s na Manifestação Anti-Capitalista, ao Largo Camões. Ao mesmo tempo que apelamos a que a greve não páre aqui, que continuemos a construir nas nossas vidas modelos que estimulam a justiça social e ecológica, geridos de forma horizontal e não-hierárquica. Damos o pontapé de saída e realizamos uma iniciativa que coloca em prática, já neste momento, aquilo que preconizamos para as nossas vidas.



Queremos juntar pessoas, reavivar espaços e fazer deles um ponto de encontro privilegiado para viver em auto-gestão. Não pedimos nem ao patrão, nem ao sindicato, nem ao governo, aquilo de que necessitamos, mas organizamo-nos com @s noss@s companheir@s, de forma a sermos senhor@s das nossas vidas, partilhando em comum os frutos da nossa construção.

Esta manifestação é convocada por diversos colectivos e está aberta à participação e convocação de todos os anticapitalistas e antiautoritários.





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G3 : Grupo dos três





O contexto de crise generalizada que levou à convocação de uma greve geral por parte dos maiores sindicatos nacionais não nos deixou indiferentes.Contudo, não nos revemos na ideia da luta pela estabilidade que marca essa contestação sindical. É a mudança aparente para que tudo permaneça.



Se depender dos sindicatos e dos partidos de esquerda, esta greve será mais uma encenação para tentar demonstrar que a luta para “mudar de rumo” pode ser feita num só dia, dentro dos limites legais, quando e como eles quiserem.

Cabe-nos a nós cagar nesta gente e compreender que individual e/ou colectivamente podem ser feitas diversas acções de protesto consoante os problemas de cada um/a.



Não basta não ir trabalhar, será necessário criar hábitos de luta contra quem nos explora desde sempre - com ou sem crise! com ou sem défice! com ou sem FMI!

Quantas “gloriosas jornadas de luta”, quantas multitudinárias marchas na Avenida da Liberdade, quantos abaixo-assinados não foram já promovidos pelos sindicatos? E o que é que mudou?



Para saber quem são os nossos exploradores basta ver quem são os parceiros sociais: Estado, patronato e sindicatos. E os pactos de paz social que assinam garantem que nada vai mudar.



Não há reforma possível para um sistema escravizante. Não queremos, por isso, radicalizar o tipo de luta dos sindicatos, um simples jogo de forças para conseguir acordos mais favoráveis, após os quais o militante, obediente e disciplinado, pode baixar a guarda. Queremos, isso sim, travar uma luta sem mediadores que atinja realmente quem nos oprime.



Não queremos esperar pelo pior – isso só o deseja quem quer tomar o poder –, nem esperar pela conjuntura ideal – quem espera por sapatos de defunto morre descalço –, há que tomar as nossas vidas nas nossas mãos e para isso é necessário agir já.







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Colectivo Os invisíveis



Quem é que ainda confia nesta gentinha que nos governa?

Falam-nos, dia sim, dia sim, da crise. Nos jornais e nos telejornais, no parlamento e nas empresas, a mesma conversa, a mesma sensação de que nos estão a ir ao bolso. E já nem outro pão conseguem vender. A austeridade que nos é proposta não se disfarça sequer com anúncios de melhores dias. A partir de agora, tudo serão sacrifícios.

Cada vez se torna mais claro o significado da palavra crise: um assalto descarado, um roubo organizado. O défice, a competitividade ou a rigidez da legislação laboral não são senão argumentos para nos explorarem mais e melhor. A crise é este sistema, o próprio capitalismo.



Perante esta realidade, uma evidência: ninguém aceita esta chantagem. A oposição ao cenário de desolação financeira, económica e social, mais do que propor reformas do sistema financeiro, políticas de emprego e um capitalismo um pouco menos selvagem, terá de romper, bloquear, paralisar o funcionamento da economia, interromper os seus fluxos, desmantelar os seus dispositivos.



Estamos com esta greve porque parar a economia é danificar o núcleo do sistema capitalista e tudo o que a isso conduza só pode ser bom. Manifestamo-nos fora dos sindicatos e dos partidos, porque a nossa raiva não é negociável e as nossas vidas não têm preço.



Nós tomámos uma opção: não reivindicamos nada nem pedimos nada. Viemos buscar o que é nosso.



Desejamos que as rupturas se multipliquem e agreguem, neste momento em que o capitalismo está emperrado e os governantes aterrorizados. Temos aguardado por uma oportunidade para nos livrarmos do passado de uma vez por todas. Temos aguardado que alguma coisa nova comece. É tempo de começar.

Esta manifestação é convocada por diversos colectivos e está aberta à participação e convocação de todos os anticapitalistas e antiautoritários.





Aparece! Divulga!























Panteras Rosa



MANIF ANTICAPITALISTA : PELO BLOQUEIO E PELA SABOTAGEM - 24NOV 15H LGO CAMÕES



Não somos moeda e a nossa liberdade não é para troca.



O poder já nos habituou às tentativas de compra dos movimentos sociais, com políticas reformistas que reforçam, mais do que combatem, um sistema capitalista excludente, criador e alimentador de desigualdades.



Façamos-lhes a vontade – dizem elxs. Façamos a vontade axs feministas, às fufas e axs trans*, axs imigrantes, às putas e às bichas ou axs bissexuais. Façamos-lhes a vontade, desde que não coloquem em causa o sistema heteropatriarcal e capitalista, claro! Dêem-lhes o casamento entre pessoas do mesmo sexo, até porque isso reforça a hegemonia monogâmica – mas não xs deixem adoptar; dêem-lhes a igualdade formal de oportunidades entre mulheres e homens porque isso xs convence de que só há mesmo homens OU mulheres – e continuemos a difundir, na saúde, na justiça, na educação, os valores que xs escravizam a papéis sexuais restritos; dêem-lhes uma lei que facilita a mudança de nome, nos documentos das pessoas transexuais - mas continuemos a apregoar que são doentes mentais; dêem-lhes a legalidade da prostituição – mas não lhe chamem trabalho nem se conceba que possa ser uma escolha; deixem xs imigrantes viver no NOSSO país – mas desde que seja para fazer o mais precário dos trabalhos e desde que possam ser expulsxs quando nos for conveniente. Dêem-lhes políticas reformistas, a ver se temos movimentos sociais mais consolados e bem-comportados, enquanto continuamos a vigiar e a excluir os corpos, os desejos ou as identidades não rentáveis.



Pois, mas a nós, as políticas reformistas não nos consolam nem calam. Não aceitamos a exploração capitalista, como se de um elemento integrativo se tratasse. Não aceitamos que os direitos humanos sejam moeda de troca. Não aceitamos lavagens cor-de-rosa. Não aceitamos que o governo ou “os mercados” decidam quem explora, quem é exploradx e quem beneficia dessa exploração. Não somos moeda e a nossa liberdade não é para troca.



É isso que vamos dizer no próximo dia 24 Nov, na Manif Anti-capitalista: pelo bloqueio e pela sabotagem. A greve geral deve significar não só a paragem de todo o sistema de produção, como nos pedem os sindicatos, mas também, e sobretudo, a evidência da revolta contra a opressão capitalista. Por este motivo, a greve geral é o dia de todxs sairmos à rua, mostrando que queremos e estamos dispostxs a tudo, por um sistema político, económico e social de todas e para todas as pessoas (e não de algumas e para uns poucxs); para mostrar que queremos, e estamos dispostxs a tudo, por um sistema que não seja escravo dos interesses de unxs, à custa de muitxs.

MANIF ANTICAPITALISTA : PELO BLOQUEIO E PELA SABOTAGEM - 24NOV 15H LGO CAMÕES

A REVOLUÇÃO DE CANTONA

Os media e algumas (muitas) pessoas estão sempre a espetar-nos com essa linguagem contabilística e mercantil nos cornos, aliada ao niilismo e ao conformismo. São as posições dos partidos do sistema, é a felicidade fabricada dos anúncios, a gestão, o orçamento, o negócio, a popança, as vedetas que se vendem aos bancos e às marcas.
Afinal é um ex-futebolista, Eric Cantona, que vem apelar à revolução e a que as pessoas retirem o dinheiro dos bancos. Porque os banqueiros e os especuladores são os culpados da crise. Eles e os políticos ao seu serviço são o rosto do capitalismo.
As manifestações pacíficas têm o seu papel mas já não afrontam suficientemente o sistema. Retiremos o nosso dinheiro dos bancos a 7 de Dezembro ou depois. Firamos os mercados e os bancos de morte. Isto está completamente podre. Parece tudo calminho, tudo bem-comportadinho mas é uma treta. Há que agir, ó poeta. Este é o tempo do caos. Matemos a paz podre das vedetas televisivas. Construamos o homem livre, o super-homem. A Terra é nossa. Busquemos as nossas Dulcineias. Amemos mas combatamos o inimigo. Este reino é nosso. Isto não pode continuar mais. Break on through to the other side.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O POLICIAMENTO DA MANIFESTAÇÃO CONTRA A NATO

O policiamento da manifestação contra a NATO
por Zé Neves



O que se passou ontem na Avenida da Liberdade deve motivar um inquérito, a realizar por uma daquelas entidades que realizam inquéritos e que às vezes até servem para alguma coisa. A democracia não se dá bem com suspensões temporárias. A generalidade dos comentadores e dos dirigentes de todos os partidos com assento parlamentar fizeram questão de recordar isso mesmo ainda há uns poucos meses. Na ocasião, contra declarações da Drª Manuela Ferreira Leite. Na manifestação deste sábado, a polícia isolou um conjunto significativo de manifestantes e obrigou-os a desfilar cercados pela polícia, dentro de um quadrado, isolando-os da manifestação principal. A polícia decidiu ainda que os manifestantes não podiam sair dos limites do quadrado policial em que estavam cercados. Entre os manifestantes estavam crianças e pessoas mais idosas. Não estou certo se a polícia pretendia, deste modo, levar os manifestantes a cometer qualquer acção violenta. Se assim foi, então a polícia fez o contrário do que é suposto fazer e alguém deve ser reponsabilizado por isso. Pode também ser que as falsidades avançadas por José Manuel Anes e por responsáveis dos serviços de informação tenham convencido a polícia ou, na verdade, que esta necessite permanentemente de criar a sua prória necessidade. Sei que não se viu ninguém do Black Bloc. E que o Professor Anes deveria ser simplesmente demitido de tudo em que possa ter qualquer contributo relevante para o tema da segurança pública. A incompetência não pode continuar a ser senhora; até porque no dia em que estivermos perante uma qualquer ameaça séria à ordem pública, o mais provável é não que confiemos em Anes e nos serviços de informação. Mesmo que, nessa ocasião, tenham razão alguma. A violência e os métodos seguidos pelo aparato policial foram inéditos em manifestações políticas deste género. Parte dos manifestantes era anarquista, muitos outros manifestantes não eram. O major Mário Tomé e o deputado José Soeiro, cuja atitude deveria ser um exemplo a seguir por muitos dirigentes e quadros do Bloco de Esquerda, não são seguramente anarquistas. Muito mais gente que ali estava não era anarquista. E se fosse. E SE FOSSE. Recordo que ainda recentemente uma ministra do governo deste país se dizia anarquista e que um eurodeputado deste pais se diz anarquista.

No inquérito que será realizado deverá ser igualmente averiguado onde começa um serviço de ordem de uma manifestação e onde começa a força policial. Com efeito, não se percebe ao certo se foi o serviço de ordem do PCP que deu ordens à polícia no sentido de isolar um grupo de manifestantes ou se foi a polícia que de livre e espontânea vontade agiu desse modo. A reportagem da SIC não é minimamente elucidativa e eu só me juntei à parte guetizada da manifestação a meio do caminho. O que sei é de testemunho indirecto. Da reportagem da SIC, sobretudo, espanta-me a parte em que um responsável da polícia remete a responsabilidade da guetização dos manifestantes para a CGTP. Fico igualmente surpreendido com a parte em que um membro do serviço de ordem do PCP diz à jornalista que as pessoas que foram isoladas eram pessoas que não estavam "credenciadas" (foi esta a palavra) para estar naquela manifestação.

Gostava de saber, ainda, em que circunstâncias é que é preciso um tipo ou um grupo obter credenciação para ir a uma manifestação; e, já agora, também, gostaria de saber quem credencia os homens do serviço de ordem e lhes confere o poder de recorrem à força para impedirem a mobilidade de outros cidadãos em plena via pública. É a polícia? Já agora, e para quem souber responder, o que é legalmente um serviço de ordem? O serviço de ordem é uma espécie de polícia alternativa? Espero sinceramente que para a greve geral de dia 24 não seja necessário um tipo obter «credenciação» junto da polícia ou junto do PCP. Eu, de qualquer dos modos, garanto que farei greve. Com ou sem credencial. E farei pelos motivos presentes, mas também pelo passado. Porque conheço a história de um movimento operário que em Portugal fez o seu caminho com anarquistas, comunistas e muitos outros. Aliás, alguns (sublinho, ALGUNS) dos quadros e dirigentes do PCP que à boca cheia falam da identidade e da história do partido não fariam mal em recordar que, ao contrário de vários outros seus congéneres europeus, em Portugal o Partido Comunista fundado no início dos anos 20 tinha uma maior ligação aos ideais anarquistas. E não resultou propriamente de uma cisão entre social-democratas e comunistas.

O Spectrum tem o vídeo da notícia da sic disponível. Aqui. O destaque dado à guetização dos manifestantes desviou as atenções do essencial, a crítica da NATO e das suas políticas. Os orimeiros que foram privados do direito a fazer ouvir essa crítica foram os manifestantes guetizados que tiveram que se preocupar mais com a repressão policial do que com a manifestação dessa crítica. Se na economia das notícias os discursos contra a NATO acabaram por não ter o protagonismo devido, isso deve-se à atracção da grande parte dos jornalistas por tudo o que cheire a sangue (embora tenha sido a presença dos jornalistas, estou em crer, que conteve a violência policial). Talvez isto não tudo não fosse notícia e este post não estivesse aqui se a manifestação fosse uma só, com pluralidade maior do que a que confere direito de existência à Ecolojovem, ao Bloco de Esquerda e à Intervenção Democrática. O serviço de ordem do PCP e a polícia procuraram dividi-la, criando assim um "alvo policial", o que, sabemos bem, tem enorme semelhança com o que frequentemente se designa como "objecto noticioso".

http://viasfacto.blogspot.com/2010/11/o-policiamento-da-manifestacao-contra.html