quarta-feira, 20 de setembro de 2017

OS ESCRAVOS MODERNOS

Os escravos modernos obedecem e não questionam, não querem saber. Até ficam felizes em agradar ao patrão. Tens razão, Isabel. Nem sequer querem pensar pois têm alguém que pensa por eles. Por conseguinte, não querem saber de filosofias, nem das coisas da alma, realmente essenciais. No fundo, vivem cheios de medo, raramente se soltam, executam trabalhos alienantes, estupidificantes, trabalham para o deus-dinheiro que os controla, a vida passa-lhes ao lado. São escravos a tempo inteiro, mesmo no lazer. Transformam-se em mercadorias, que se compram e se vendem no mercado. Andam em manadas. É a seu espírito obediente que permite que um punhado de imbecis controle o poder. São eles os culpados.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

PAZ PODRE

As pessoas conversam. Falam das suas coisas, de coisas simples. Não falam de Platão nem de Nietzsche. Mas existem. Estão no mundo. Têm o direito de estar, por muito que as critiquemos. Trabalham para se sustentarem, para alimentarem a prole. Tudo muito elementar, tudo muito natural. Deixam-se levar pelas "novidades", pelas inovações tecnológicas sem questionar. Às vezes barafustam contra os políticos mas sem efeitos práticos. Enfim, estão aqui na Terra. Existem. Permanecem cá uns anos. Normalmente só deixam rasto para os seus. Têm medo, competem, aceitam as hierarquias. Normalmente dizem que está tudo bem. Mas não está. Estão doentes. De vez em quando vão a umas festas mas sempre a medo, sempre dentro dos trilhos. A celebração dionisíaca é só para alguns. Os outros seguem na fila, ordeiros. Querem paz, sossego, conforto. Paz podre. Paz mercantil. Morte.