segunda-feira, 22 de julho de 2013

domingo, 21 de julho de 2013

POETAS QUE VIVEM COMO POETAS

Há poetas que vivem como poetas. Conheci o Joaquim Castro Caldas, o Sebastião Alba, o Jaime Lousa. Conheço o Armando Ramalho. O Alba e o Jaime acabaram na rua. Todos eles levaram uma vida de excessos, à margens das normas e do instituído. O Joaquim inventou as noites de poesia no Porto, no Pinguim. Dizia poesia de uma forma única, explosiva. Era um homem dado, generoso. O Jaime ensinou-me a ver mais alto, para lá das aparências. E foi com estes senhores que também aprendi a noite e a vida. Foi com estes senhores e com Ginsberg, Bukowski, Rimbaud, Nietzsche, Jim Morrison, Cesariny, Luiz Pacheco, Henry Miller que aprendi o lado maldito, que andei de bar em bar, que estive no bar até ser dia. Não quero com isto dizer que outros não sejam bons escritores, bons poetas. Quero dizer que segui a via. Que sou desses senhores. Que não suporto a vidinha.

sábado, 6 de julho de 2013

DO AMOR

Karl Marx fala do amor. "Se uma pessoa ama sem inspirar amor, isto é, se não é capaz, ao manifestar-se uma pessoa amável, de tornar-se amada, então o amor dela é impotente e uma desgraça", escreve nos "Manuscritos Económicos e Filosóficos". Marx fala do amor pleno, do amor correspondido. E é do amor unido com a liberdade e com a inteligência que temos de falar. Quão pequenas e ridículas são as jogadas e piruetas para segurar o poder a qualquer custo de Paulo Portas e Passos Coelho. Quão absurdos são esses personagens de "reality-show". Procuramos, como Marx, a essência do homem. Procuramos o encontro do homem consigo próprio. Rejeitamos o homem frio e calculista, o homem do interesse e da mercearia, o homem conformista que absorve imagens. Somos de Quixote, dos grandes rasgos, das grandes ideias, do homem que grita e se liberta. Nada temos a ver com esses castradores, sejam eles domésticos ou sejam eles os cães especuladores dos mercados. Queremos o homem livre, que se constrói, que se completa, que se dá e não se vende.