terça-feira, 29 de setembro de 2009

O PODER E A VIDA

O PODER E A VIDA

António Pedro Ribeiro

Não estamos interessados no poder. Contrariamente ao Bloco de Esquerda, com quem partilhamos algumas ideias, não estamos interessados no governo do país. Aliás, até achamos que o melhor governo é não existir governo nenhum. No entanto, caso fossemos primeiros-ministros encerrávamos de imediato a Bolsa e nacionalizávamos os bancos. A Bolsa e os bancos são os culpados da crise. A Bolsa, os bancos e os grandes capitalistas são os rostos do capitalismo. "Dinamitemos a Bolsa!", é uma velha palavra de ordem dos surrealistas e dos anarquistas. O capitalismo é desumano. O capitalismo está a destruir o homem, as relações entre os homens. O capitalismo é inimigo da vida. É preciso dizer, sem rodeios, que queremos destruir o capitalismo. Não temos de fazer quaisquer pactos ou coligações com os sociais-democratas nem com a ala social-democrata de Miguel Portas. Ou estamos contra o capitalismo ou estamos com o capitalismo. Somos pela vida, pela criação, pela liberdade. Amamos as mulheres. Não suportamos castradores como José Sócrates ou Paulo Portas. Deixamos a vida fluir.

AI PORTAS, PORTAS!

Operação em curso
Ministério Público faz buscas em escritórios que participaram na compra de submarinos
29.09.2009 - 13h26 PÚBLICO
Agentes do Departamento Central de Investigação Penal (DCIAP) iniciaram esta manhã buscas em pelo menos dois escritórios de advogados, no âmbito de um inquérito realacionado com a aquisição de dois submarinos pelo Estado, de acordo com a edição online da revista "Sábado".

A operação teve início às 10h00, nos escritórios da Vieira de Almeida & Associados e da Sérvulo & Associados, em Lisboa. Ambos tiveram intervenção no contrato de aquisição dos submarinos, assinado em 2004 por Paulo Portas, então ministro da Defesa.

Rita Varão, porta-voz da Vieira de Almeida & Associados, confirmou as buscas naquele escritório, dizendo que estão a ser ouvidos todos os advogados que prestaram assessoria jurídica a um cliente que integrou um consórcio internacional participante num concurso público. O nome do cliente não foi revelado. “Estão apenas a recolher documentos e a ouvir os advogados”, disse Rita Varão à agência Lusa.

Notícia em actualização

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Continuamos a dizer que os nossos camaradas foram os que estiveram em Braga a pegar fogo aos bancos e à Câmara. Mas não deixamos de nos rever num certo Bloco de Esquerda que volta a vir ao de cima ao defender as nacionalizações e a escola pública, um certo Bloco de Rosas, Louçã e Fazenda que, no discurso, volta a um certo PSR, a uma certa UDP, e que deixa de lado a linha moderada de Miguel Portas. Já escrevemos que apoiamos a Andrea Peniche na Póvoa e, se nos for solicitado, participaremos na campanha. Aliás, nos meios literários, até corre que temos voz de tribuno. Há que aproveitar a onda. Temos de jogar os nossos trunfos. Não temos nada a perder. Já o dissemos. Não podemos desperdiçar energias em acções de terceira, embora, possa haver sempre falhas. Os anarquistas do Porto têm piada, têm boas ideias, mas são quase inofensivos, não são como os anarcas de Braga. Acaba por ter mais efeito uma acção isolada como deitar abaixo a estátua do major Mota ou pegar fogo aos bancos e à Cãmara ou, simplesmente, apedrejar a Junta de Freguesia do que estar com meros actos ou palavras para consumo interno. Há que continuar a puxar a corda, até que a coisa rebente de vez. Estamos com Fernando Rosas, quando diz que há um voto de protesto à esquerda e á direita. A extrema-esquerda e a extrema-direita. Elas existem e, ás vezes, até se tocam. É bom que as águas se clarifiquem. Assim, sabemos claramente onde estamos. O que fica destas eleições é que há uma esquerda e uma direita. O meio, o centrão, de Sócrates e Ferreira Leite é que perde. Se as eleições fossem hoje teria votado BE. Mas ontem votei CDU.

SUBIU A ESQUERDA E SUBIU A DIREITA. O CENTRO PERDE. RESSURGEM A EXTREMA-DIREITA E A EXTREMA-ESQUERDA

CANDIDATURA PRESIDENCIAL

O militante de base do Bloco de Esquerda (BE) António Pedro Ribeiro anunciou esta terça-feira a intenção de se candidatar à Presidência da República, apresentando a sua candidatura como «alternativa» à de Francisco Louçã.

Em declarações à Agência Lusa, António Pedro Ribeiro, que se reclama de uma «corrente socialista libertária» no Bloco de Esquerda, afirmou que a sua candidatura surge como «reacção às candidaturas de aparelho, como as de Jerónimo de Sousa (PCP) e de Francisco Louçã (BE)».

«Não é uma candidatura adversária da de Francisco Louçã, é uma candidat ura independente, alternativa e do foro revolucionário», afirmou, acrescentando que «o desemprego é o principal tema» da sua candidatura.

António Pedro Ribeiro, que foi candidato pelo BE a uma assembleia de freguesia da Póvoa do Varzim, defendeu que a existência de duas candidaturas provenientes do Bloco de Esquerda «é natural», argumentando que «também acontece no PS» com as candidaturas de Mário Soares e de Manuel Alegre.

Admitindo que «será muito difícil» recolher as 7.500 assinaturas necess árias para formalizar a candidatura, António Pedro Ribeiro sublinhou que quer in troduzir no debate presidencial «o direito de todos a um emprego» e «a necessida de de pôr em causa o modelo actual de sociedade, baseada no dinheiro».

ACABOU A MAIORIA E A ESQUERDA SUBIU

PCTP/MRPP foi o mais forte, com 0,93 por cento, à frente do MEP

Partido de Garcia Pereira sobe nos votos e passa a receber subvenção do Estado

27.09.2009 - 23h24 Lusa, PÚBLICO

Nenhum dos partidos mais pequenos chegou a atingir a fasquia de um por cento nestas eleições legislativas, mas o PCTP/MRPP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses) aproximou-se muito desse resultado.

O partido liderado por Garcia Pereira obteve 0,93 por cento dos votos (52.633 eleitores), seguido de longe pelo Movimento Esperança Portugal (MEP), que se ficou pela metade, com 0,45 por cento (25.338 votos).

O PCTP/MRPP ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 50 mil votos que lhe permite receber a subvenção estatal, o que segundo Garcia Pereira é a “afirmação clara do partido como o maior dos extra-parlamentares”.

Para o cabeça-de-lista do PCTP/MRPP pelo círculo de Lisboa, este resultado vai permitir ao partido dispor de meios que até aqui não estavam ao seu alcance, sendo uma “magnífica vitória a nível nacional”.

Garcia Pereira salientou a perda da maioria absoluta do PS que considera obrigar o “Eng. Sócrates a encontrar alianças e entendimentos de que até agora não foi capaz”.

“Em Lisboa não será possível eleger um deputado. Assumo essa responsabilidade política mas também digo que se não for desta vez, outras vezes existirão de certeza”, concluiu Garcia Pereira.

domingo, 27 de setembro de 2009

OS POETAS NO PIOLHO

Tertúlia de poesia no café universitário do Porto

O emblemático café Piolho, inspiração de poetas portugueses

por Agência Lusa, Publicado em 26 de Setembro de 2009

Um dos mais emblemáticos cafés da cidade do Porto, o Piolho, foi hoje palco de um encontro de poetas que, entre versos lidos, partilharam experiências e vivências daquele local onde um dia se inspiraram para escrever.

Fernando Morais, João Gesta, Rosa Alice Branco, João Habitualmente, Daniel Maia-Pinto Rodrigues, Teixeira Guedes, Alberto Miranda, José Soares Martins, Filipa Leal, Pedro Ribeiro, João Ulisses e Marta Bernardes juntaram-se hoje à mesma mesa para dissecar o espaço que este ano comemora o seu primeiro centenário.

“O Porto sem o piolho seria uma careca calva. O Piolho é maior que o Porto”, sublinhou o poeta João Habitualmente, para quem aquele espaço é dado mais “à conversa, ao fino e ao tremoço” que propriamente à poesia.

Um sentimento não partilhado pela maioria dos restantes convidados, muitos dos quais leram poemas que escreveram dentro das paredes espelhadas do agora centenário Piolho D’Ouro.

“O poeta está com sede [e] o mundo assim não avança”, leu Pedro Ribeiro, autor de um poema dedicado “à gaja da mesa do fundo”, escrito ali mesmo, no Piolho, no momento em que lhe “ia oferecer um poema” mas “a gaja” foi lá para fora: “que pena!”.

O café tornou-se assim “sala de estar, abrigo das investidas cobardes da polícia fascista e um espaço de fruição e liberdade” onde também se despertava para os primeiros amores, os “beijos ortopédicos e os charrinhos libertadores”, recordou o poeta João Gesta.

De palco de resistência a ponto de encontro, o café “é um lugar emblemático, de cultura e de construção do raciocínio e liberdade”, referiu Daniel Maia-Pinto Rodrigues. Talvez por isso, destacou Teixeira Guedes, “quem frequenta o piolho tem atitude poética”.

Mas o Piolho não é só feito de passados e tempos idos. A comprovar isso estiveram as poetisas Filipa Leal e Marta Bernardes, que contam estórias de presente, de cidades e memórias que a nova geração precisa de criar.

“Ser poeta é ter experiência do indizível e correr atrás do horizonte”, descreveu Marta Bernardes, 26 anos, que defende que “toda a arte encerra um verso” e que “Portugal é, sobretudo, um país de poetas”.

Já a professora e poetisa Rosa Alice Branco, para quem a vida sem Piolho “poderia ter sido muito triste”, acredita que em Portugal “há a mania que este é um País de poetas” e que “não se deve escrever se não houver coisas para dizer”.

Mas “os poetas não são portugueses, são de todo o mundo” frisou João Ulisses, que viu o café contribuir-lhe “um pouco para a cirrose” e para quem ser poeta “é estar contra tudo”.

O encontro de hoje esteve integrado nas comemorações do centenário do Piolho cuja organização tem sido levada a cabo pela Escola Artística Profissional Árvore e pelos responsáveis Raúl Simões Pinto e Sílvia Silva.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

POETAS NO PIOLHO

Amanhã, sábado, às 17 horas encontro de poetas nos 100 anos do Piolho com A. Pedro Ribeiro, João Gesta, Rosa Alice Branco, Daniel Jonas, Daniel Maia Pinto-Rodrigues, João Ulisses, entre outros.
Desta vez votamos CDU.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A MINHA VIDA

Ontem estive no Porto, no Piolho, e fartei-me de beber copos. Sem copos a vida ainda seria uma pasmaceira maior do que aquilo que já é. Fui ao Púcaros dizer umas merdas e ainda bebi mais uns copos. O meu desporto, o único que pratico é estar sentado à mesa com o copo à frente. Com ou sem companhia. De resto, seguindo a lógica do Paulo Portas, sou um inútil, um preguiçoso, um parasita. Que se foda o Paulo Portas! Não preciso que nenhum caramelo direitista me indique o caminho. Não preciso que nenhum caramelo direitista ou esquerdista me diga como devo conduzir a minha vida. A vida é minha e só minha! Faço dela o que quiser. Ninguém me tira o direito de passar a tarde ou a noite em frente ao copo ou pura e simplesmente a pensar, a ler ou a escrever. Não tenho de estar vigiado pelos Paulos Portas, pelos mexeriqueiros e boateiros desta vida. Esta é a minha vida. Ninguém tem o direito de se meter nela.
Vamos todos votar contra o Sócrates. E que a esquerda suba, MRPP inclusivé.

MÁFIA "SOCIALISTA"

Acusação vinda do socialista Aníbal Araújo
José Lello e António Braga acusados de negociar cargos em troca de financiamento partidário
24.09.2009 - 17h23
O dirigente do PS José Lello, e o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, são acusados de negociar cargos em troca de financiamento partidário com o empresário Licínio Santos envolvido na Máfia dos Bingos, adiantou hoje a TSF. A acusação partiu de Aníbal Araújo, outro membro do PS que foi cabeça-de-lista pelo círculo de Fora da Europa, nas legislativas de 2005.

Tanto Lello como Braga disseram em declarações à rádio desconhecer se o empresário financiou o PS. Mas Aníbal Araújo afirmou que os dois negociaram directamente com o empresário. O cabeça-de-lista tinha sido também financiado pelo mesmo empresário que foi detido após a Operação Furacão que desmantelou a Máfia dos Bingos.

Segundo a TSF o ex-cabeça-de-lista acusou José Lello de oferecer o consulado honorário em Cabo Frio, no Brasil, um lugar na administração da empresa de telecomunicações Vivo e o controlo da Águas de Portugal na cidade brasileira. O empresário chegou a estar detido no Brasil, actualmente está em liberdade a aguardar o seu julgamento.

A Máfia dos Bingos foi acusada de negociar sentenças judiciais e decisões políticas para beneficiar casas de bingo e de máquinas de jogos de azar.

www.publico.clix.pt

terça-feira, 22 de setembro de 2009

LIBERDADE

LIBERDADE



Tenho as minhas fragilidades

atrapalho-me com os gestos quotidianos

e com as tarefas domésticas

às vezes não sei onde colocar as mãos

ou como abrir a garrafa

fico muito tempo calado

não consigo dizer nada

mas, mesmo assim,

sei que só a liberdade

me interessa



Já tive grandes depressões

já tive medo das pessoas

já estive na mais completa merda

mas agora sei

que só a liberdade

me interessa



Às vezes dizem que sou egoísta,

narcisista

dizem também que sou louco,

alucinado, flipado

que faço coisas sem sentido

que vou atrás de Quixote

que tenho que descer à Terra

mas eu sei que só a liberdade

me interessa



às vezes parece que não se passa nada

na minha vida

que é a rotina de ir ao café

fazer sempre as mesmas coisas

mas depois há dias, noites,

em que vivo mil anos

porque sei que só a liberdade

me interessa



Outras vezes dizem que eu não vou

voltar a apaixonar-me

porque gosto sempre da mesma

dizem também que assim não vou lá

que sou um caso perdido

que não me adaptei ao sistema

porque sei que só a liberdade

me interessa



Dizem também que sou diferente dos outros

que vejo coisas que os outros não vêem

que sou capaz do melhor e do pior

às vezes até me tratam como se fosse uma estrela

mas eu sei que só a liberdade

me interessa.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

JERÓNIMO

Comício no Porto
Jerónimo diz que PS ganhou porque enganou portugueses com “papão da direita”
20.09.2009 - 19h46 Lusa
O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje no Porto que o PS tem sido eleito porque engana os portugueses com o “papão da direita”, alertando que a actual situação do país não permite “novos enganos”.

No comício da CDU no Palácio do Cristal, onde o secretário-geral do PCP disse estarem “cerca de 5.000 pessoas”, Jerónimo de Sousa afirmou que “não se combate a direita fazendo-lhe o frete de fazer a política que é dessa mesma direita”.

“Não venha agora o PS agitar o papão do PSD e da direita, para continuar a fazer o que a direita gostaria de fazer directamente”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Para o líder comunista, “é em nome desse papão que o PS tem conseguido ganhar eleição após eleição e levar ao engano milhares de eleitores”, mas agora “o tempo e a situação do país não está para novos enganos”.

Se a direita cresce, diz o cabeça-de-lista da CDU em Lisboa, a culpa é do PS.

“A direita avança e ganha crédito sempre que o PS lhe abre portas, sempre que o PS rasgou as suas promessas de esquerda, sempre que o PS caçou votos em nome de um alegado perigo que rapidamente esqueceu”, sublinhou.

Numa intervenção de cerca de 25 minutos, Jerónimo de Sousa voltou a destacar parecenças entre PS e PSD: têm, sustentou, “a mesmíssima veneração perante o capital financeiro, a mesmíssima recusa de fazer pagar à banca os impostos que qualquer pequeno ou médio empresário se vê obrigado a pagar”.

Semelhanças que se estendem ao Código do Trabalho, à “injusta distribuição do rendimento nacional, na promoção de “financeirização da economia, em detrimento dos sectores produtivos”.

Ambos desenvolvem “manobras de ocultação e mistificação para fazer esquecer o seu passado”, disse, recordando o apelo do líder do CDS, Paulo Portas, para que os portugueses “não olhem para as políticas, mas para as pessoas”, porque “querem fazer das eleições uma espécie da concurso de beleza, esquecendo tudo o que são e o que fizeram”.

“E depois admiram-se do Berlusconi. Eu não digo que Paulo Portas seja tão jeitoso como aquelas candidatas que Berlusconi queria indicar, mas o sentido é o mesmo, como se isto fosse uma questão de candidatos mais ou menos simpáticos, mais ou menos bonitos”, ironizou.

PS, PSD e CDS “bem podem limpar as mãos à parede”, porque “fizeram coisas muito feias, quando levaram a que este país seja hoje mais injusto, mais desigual, mais dependente, mais endividado”.

sábado, 19 de setembro de 2009

O NOSSO VOTO

TERRORISMO POÉTICO



António Pedro Ribeiro



Não há maiorias absolutas e isso é bom. Agora só falta que a esquerda suba, MRPP inclusivé. Mantemos uma velha relação de amor com José Sócrates- até lhe dedicámos o livro "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro"- mas é-nos praticamente indiferente que ganhe Sócrates ou Ferreira Leite. Ambos são castradores e inimigos da vida. Defendemos a esquerda mas temos consciência de que estamos à esquerda da esquerda. Preconizamos o terrorismo poético como o de alguns camaradas de Braga que pegaram fogo à porta da Câmara e a duas dependências bancárias, sem intenção de roubar nada. Finalmente, um acto anti-capitalista, um acto anarquista. Se estivéssemos no poder encerrávamos imediatamente a bolsa e nacionalizávamos os bancos. Mas nós não estamos interessados no poder. Só estamos interessados na revolução.
O que importa é que não haja maiorias e que a esquerda suba, MRPP inclusivé.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

GARCIA PEREIRA

Legislativas

Garcia Pereira acusa Sócrates de “distrair” eleitorado com "questões fracturantes"

08.09.2009 - 08h52 Lusa

O líder do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, defendeu que José Sócrates e Manuela Ferreira Leite são iguais "no essencial" e acusou o secretário-geral socialista de ser "um personagem profundamente neoliberal" que usa as "questões fracturantes" para "distrair" o eleitorado.

António Garcia Pereira considerou "uma evidência para qualquer cidadão minimamente crítico" que PS e PSD são idênticos "em todos os campos essenciais". "Evidentemente que depois há aquelas chamadas causas fracturantes, com base nas quais se procura distrair a atenção dos cidadãos e até permitir que um personagem profundamente neoliberal e profundamente defensor dos princípios da política neoliberal, como é José Sócrates, possa aparecer com uns laivos de esquerda", afirmou.

Neste sentido, Garcia Pereira considera que "no que diz respeito aos problemas essenciais do país, o programa de destruição da capacidade produtiva do país, de venda a retalho dos recursos do país, da aposta num modelo produtivo assente nos baixos salários e no trabalho pouco qualificado e com poucos ou nenhuns direitos", José Sócrates e Ferreira Leite "são exactamente iguais".

O líder do MRPP diz que é favorável, por exemplo, à legalização do casamento homossexual, mas que essa não é uma questão "essencial para resolver os problemas do país, como "criar economia". Favorável ao início imediato de grandes obras públicas como o TGV, a nova travessia do Tejo, o novo aeroporto e mais portos para "aproveitar" a extensa costa portuguesa, o advogado lisboeta considera no entanto que Portugal cometeu um "erro estratégico" ao apostar no transporte de mercadorias pela rodovia e não pela ferrovia, "mais barato, mais cómodo e não agressivo para o ambiente".

Confrontado com o facto de partidos à esquerda do PS, como o PCTP/MRPP, o Bloco de Esquerda e o PCP nunca terem chegado a um entendimento para se candidatarem juntos às eleições legislativas, Garcia Pereira respondeu que isso é "virtualmente impossível", porque "só é possível estabelecer uma aliança com princípios" entre partidos "se se conhecer esses princípios".

"É difícil fazer qualquer espécie de aliança com partidos que não tenham programa, que não tenham projecto, que não se saiba que tipo de sociedade é que defendem e como é que se chega lá, que é exactamente o caso do Bloco de Esquerda", criticou António Garcia Pereira. Para Garcia Pereira, "o primeiro e principal instrumento de defesa de que as ideologias já não têm hoje lugar e que tudo pode ser substituído por uma acção circustancial e sem um norte fundamental é o Bloco de Esquerda".

"O resultado é que foi o Bloco que na noite das eleições [legislativas de 2005], que puseram no poder José Sócrates, saudou vivamente essa eleição apresentando-a como uma vitória da esquerda. A única força política que disse que era uma vitória da direita e de um programa político de defesa dos grandes interesses financeiros foi o PCTP/MRPP", acrescentou.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

POESIA DE CHOQUE

Amanhã, dia 17, pelas 21,30 h há POESIA DE CHOQUE no Clube Literário do Porto com Luís Carvalho e António Pedro Ribeiro. Sempre a abrir.

sábado, 12 de setembro de 2009

PCTP/MRPP

PCTP/MRPP diz que Cavaco deveria "pensar melhor no que diz" antes de falar na campanha
12.09.2009 - 15h11 Lusa
O PCTP/MRPP afirmou hoje que o Presidente da República "devia pensar melhor no que diz" antes de falar sobre a campanha e contestou que apenas tenham acesso à palavra e aos debates os partidos com assento parlamentar.

Segundo o PCTP/MRPP, "se Cavaco Silva estivesse minimamente preocupado, o que devia ter feito era denunciar o completo e generalizado silenciamento das candidaturas extra-parlamentares e censura deliberada das correntes de opinião fora do arco do poder que, através delas, se apresentam ao eleitorado".

O Presidente da República, Cavaco Silva, disse sexta-feira esperar que durante a campanha eleitoral para as legislativas "haja elevação nos debates" entre os vários candidatos e apelou à contenção nas despesas, "porque o tempo é difícil, nesta campanha".

Para o PCTP/MRPP, Cavaco Silva "devia pensar melhor no que diz" antes de falar sobre as suas preocupações acerca da campanha eleitoral em curso.

"Só têm direito à palavra e acesso aos debates o partido do Presidente e os restantes partidos até agora com assento no Parlamento, e assim eleitos agora previamente pela comunicação social pública e privada, ao arrepio dos mais básicos princípios democráticos consagrados na Constituição e na lei ordinária", sustentam em comunicado.

O partido considera que esta conduta "põe irremediavelmente em causa a natureza democrática destas eleições".

DA CARLINHA-CARLA OM

... não às leis não às normas não aos reguladores sociais sou eu própria e quero bater com os pés na areia quente da jamaica !
Ir curtir sentir o meu passado dançar na rua não me submeto a verdades de ninguém ... autoridade pro estado quero que se fodam todos ! nem lhes admito (ya um discurso meio fascizóide poluem energias divinas e puras querem fazer a revolução com hipocrisia . amén ! ...) No watch tv there s a chip and it can blow up your mind in tweenty seconds ! no nore news are allowed (o mundo sem arte em tons de cinzento ´´´melhor o satanismo do que compactuar ...em espanha à boleia escrevi o carla la veritá ... era a minha informação num guardanapo gigante de um restaurante ! que nice !
We have been controled by sensuality the world is changing I can feel it light flowers in the air crawling I can see draws (colective draws! meine imaginarium !!! ,,,, ! exotic draws made by the feeling ... cést la criativité !!! ...


nota de autor
para quem curte fazer uma viagem mental cósmica ... hi pois .... espera se um boom explosivo ! ... saludos !
Carla aka une drole fille qui dance à la rue !

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A PRIMEIRA VISÃO

Braga, 6 de Setembro de 1990. Um homem sai de casa, na rua Nova de Santa Cruz, com uma faca de plástico no bolso. Dirige-se à redacção do já extinto jornal "Minho", cujo director o tinha desafiado a escrever um texto crítico acerca do hipermercado "Feira Nova", que tinha deixado de pagar a publicidade ao jornal. O homem, então com 22 anos, vinha de um concerto com a banda "Ébrios" na discoteca "Função Pública" e tinha recebido uma proposta do seu amigo Jaime Lousa para entrar num filme onde se deslocaria ao "Feira Nova" para comprar um ovo. O homem, em vez de escrever o artigo, decidiu distribuir panfletos anti-consumistas e a favor dos pequenos comerciantes no "Feira Nova", tarefa em que foi auxiliado por elementos indicados pelo jornal "Minho". Durante a tarde, começaram a correr pela cidade boatos, veículados pela comunicação social local, de que o Che Guevara tinha mandado fechar o "Feira Nova". O homem ia na rua e sentia que as pessoas o olhavam. Duas beatas largaram as compras e começaram a gritar apavoradas "é o Che! É o Che!", velhotes faziam-lhe continência na avenida, operários largavam as obras à sua passagem. O homem começou a convencer-se de que era mesmo o Che Guevara. Dirigiu-se à "Brasileira", onde começou a dar vivas à revolução. O homem estava convencido de que estava a fazer a revolução. E esta foi a primeira visão.

LEOPOLDO

Há dias, na Póvoa, no "Berlim", um desconhecido sentou-se à minha mesa. Começou por dizer que sempre que via alguém sozinho tinha esse hábito de se sentar à mesa das pessoas. Contou-me que tinha sido pescador e que tinha deixado de o ser por causa de problemas psicológicos. Chamava-se Leopoldo. Depois falámos do mundo que não presta e que já terá sido melhor, das pessoas que têm medo umas das outras, da amizade que está em crise. Falámos também das doenças psiquiátricas e de como as pessoas que delas sofrem são estigmatizadas pela sociedade. Depois apertamos as mãos despedimo-nos. Há já algum tempo que não me aconteciam coisas destas.

domingo, 6 de setembro de 2009

POEMA À GAJA DA MESA DO FUNDO


POEMA À GAJA DA MESA DO FUNDO

Está-me a bater aquela gaja da mesa do fundo
Estás-me a bater, gaja da mesa do fundo!
Olha! Vais lá para fora,
Que pena!
Agora que te ia oferecer o poema
Sabes que às vezes escrevo umas coisas fora do comum
Sabes que às vezes escrevo o que ninguém espera
Mas, olha, paciência
Já estou a olhar para outra
Sabes que me deixei de apaixonar facilmente
Por isso é-me difícil mudar de gaja
Mesmo que esteja sozinho
Vou tendo uma gaja
Sabes, assim para as emergências
A verdade, gaja,
É que fiquei vidrado em ti
Aquelas paixões que vêm de vez em quando
Ah! Afinal ainda sou capaz de me apaixonar
Estás-me a bater, gaja que já não estás
Na mesa do fundo
E venha a cerveja, ó Adriano!
Que isto de criar não é para todos
O poeta está com sede
O mundo assim não avança.


“Piolho”, 19.8.2009

DOIDO

DOIDO

Para a Cláudia

Sou doido. Só posso ser doido. Vou disfarçando em sociedade mas a verdade é que sou completamente doido. Sou como o Jim. Já tive momentos públicos de loucura e vou voltar a ter. No fundo, até gosto. Este personagem atinadinho faz-me bocejar de tédio. Sou doido. Só posso ser doido. Eu gosto é mesmo da festa, da celebração, do animal de palco. É aí que eu acredito no amor, na vida, na vibração. Sou doido, completamente doido, fora da tua realidade, minha rica. Só estou bem quando me liberto. Quando me fecho sou um chato. Só doido me sinto bem. Não há aqui manias. A mania é a loucura. Não tem outro nome. Olha, vou escrever tudo o que me vier à cabeça. Tudo? Pronto, quase tudo. As gajas agora vêm em grupos de gajas ao “Piolho”. Se eu estivesse em estado de loucura metia logo conversa com elas. Ainda não estou. Dizes que estou a 20 quilos de ter as gajas todas na mão. Se fosse assim valia a pena o esforço. Mesmo assim há umas bêbadas que se fazem e outras doidas na net, para além das “porno-stars”. Mas acredita que eu sou essencialmente doido como o Jim. Vou disfarçando, é o que é. Se estivesse em estado de mania desatava aos berros aqui no “Piolho”. Só uma ténue fronteira me impede de fazê-lo neste momento. Bem, pelo menos, fazes-me escrever. Poucas o fazem. Já te podes sentir satisfeita, triunfal até. Só falta uma gaja dirigir-se a mim agora: “o senhor está a escrever sobre nós, o senhor alimenta-se das nossas conversas”. O senhor é doido, minha rica. O senhor está-se a cagar para as vossas conversas. As vossas conversas não são mais do que a matéria-prima do poeta. Estamos na fábrica. Continuamos na fábrica. Só a minha loucura é real. Tudo o resto são criações minhas. És uma criação minha, minha rica! A merda da cerveja está a acabar. Essa é a minha realidade. Esse é o único problema real que tenho. Que se fodam as gajas! Não passam de um monte de mamas e de cu e de cabelos e de cona que crio na minha cabeça. Não sei para que é lhes damos tanta importância. O que importa é a cerveja e o papel, a tinta, a caneta e a minha loucura. Isso é que importa. Bem sei que estou a ser cruel com as gajas. 21:39. Tem piada que as gajas agora vêm sozinhas, isto é, sem gajos, ao “Piolho”. Isto hoje está mesmo a render. Vivam as gajas! Afinal sempre servem para alguma coisa. Mas confesso que, neste momento, preciso mais de cerveja do que de gajas. Traz mais uma, ó Adriano! Uma cerveja e uma gaja, duas gajas, até podem ser aquelas lá do fundo. Porra, isto é que é estar inspirado. Isto é que é escrever. Isto é a santa loucura, António. Nunca fui tão longe. E agora só vejo gajas, só vejo gajas à minha frente. Algumas são feias, claro, essas que se fodam. E é assim. Mesmo sem falar com ninguém há mais de uma hora um gajo diverte-se. E chegam mais gajas. Isto hoje é sempre a abrir. Um gajo até se perde.

REI LAGARTO


REI LAGARTO

Pôr à prova os limites da realidade
Rejeitar a realidade do rebanho
Do está tudo bem
Da sobrevivência
Ir à essência
Com Nietzsche e Morrison
Ser um mago
No lago
Da serpente
Ser demente
Gritar
Assustar toda a gente
Estar para lá das convenções
E das opiniões
Beber até ao sol nascer
Dançar com os índios
Em volta do totem
Chamar Dionisos
Chamar o xamã
Ir até ao fim
Ser o “Lizard King”
Ser capaz de tudo
Atravessar os mares
E os desertos
Conquistar cidades
E vontades
Ficar para além do bem e do mal
Caminhar na corda-bamba do devir
Transgredir
Ultrapassar todos os limites
Ir até ao infinito
Matar Deus
E o pecado
Atravessar a nado para o outro lado
Atravessar a nado para o outro lado
Atravessar a nado para o outro lado…

REFLEXÕES


DIÁRIO

Não, não estou fora da realidade. Apenas elimino as partes da realidade que não me interessam. A realidade económica não me interessa! Outros que estudem o emprego, a inflação, a crise. Outros que sejam realistas. E que façam contas e balanços. A mim o que me interessa é a vida. A vida plena, autêntica, vivida no sentido nietzscheano. Não me parece que isso tenha a ver com estatísticas, nem com gráficos, nem com curvas. As únicas curvas que me interessam são as da mulher. E a mulher dá a vida. E a mulher é a vida. A vida é o instante que se prolonga até à eternidade. Nada tem a ver com o tédio, com o trabalho, com a rotina. Aliás, o trabalho mata a vida. Por isso, decidi não trabalhar. Ou melhor, só “trabalho” naquilo que me interessa, naquilo que me eleva o espírito. Escrevo, estudo, leio- eis o que faço. Mas só o faço porque me dá gozo fazê-lo ou então porque sei que estou à procura duma verdade, de um conhecimento. Estou a tentar atravessar para um reino mais puro, mais livre, como defendia Jim Morrison. Para isso tive de ultrapassar uma data de preconceitos, uma data de frases feitas de que a maior parte dos membros da sociedade não se consegue livrar. Para isso, tive de aprender com a minha solidão. “Solitário, segue o caminho que conduz a ti mesmo”, outra vez Nietzsche. Foi com a solidão dos livros, com a solidão dos cafés que encontrei o caminho que conduz a mim mesmo. Foi com “Assim Falava Zaratustra”, com “Plexus” de Henry Miller que me encontrei. E agora não há volta a dar-lhe. Já fiz a síntese. Estou a chegar onde queria, onde sempre quis chegar. Para isso não preciso de fazer grandes viagens, nem de grande dinheiro, nem de trabalho. Há dias em que me basta vir até ao “Piolho”,tomar um café, ter papel e caneta. E talvez dar uns bons passeios a pé como Nietzsche fazia. Há dias em que quase nem preciso falar com as pessoas. Há pessoas que ainda me dizem muito, claro. Não prescindo delas. Mas eu habituei-me à companhia da solidão. Por muito que ela me custe às vezes sei que é na solidão que eu consigo criar, que consigo acrescentar algo ao mundo. Ao mundo que eu não aceito que seja sobrevivência, que eu não aceito que seja imposição, que eu não aceito que seja castração. Talvez sim, esteja a travar uma batalha contra a realidade, contra esta realidade, talvez, como Morrison, esteja ,de novo, a pôr à prova os limites da realidade. Sou eu que estou certo, não é o mundo. Não tenho de aceitar a realidade dos economistas, não tenho de aceitar a realidade dos banqueiros, não tenho de aceitar a realidade dos políticos, não tenho de aceitar a realidade do rebanho. Sim, é isso. Sair do rebanho, abandonar a populaça, mesmo estando em contacto com ela. Como me sinto sublime agora. Já estou em condições de passar a palavra.
Vamos mesmo deitar o Sócrates abaixo. Até o empate da selecção ajuda. É preciso é que a outra Manuela não passe dos 35%.

NA PÓVOA APOIAMOS O BLOCO

"A Póvoa de Varzim precisa de romper com o poder dos grandes negócios do imobiliário e da construção desenfreada que têm desgovernado a cidade. Precisa de mais e melhor cidadania, mais rigor e transparência; mais e melhor qualidade de vida, mais solidariedade. É tempo de mudar de políticas e de protagonistas.
Candidatamo-nos porque acreditamos que não há determinismos e, como dizia Camus, acreditamos «que a verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente». Juntar forças para transformar a política e os quotidianos de quem vive e trabalha neste Concelho é a proposta que vos trazemos.
Aprofundar a democracia significa o compromisso de olhar para as pessoas e ver mais do que a cruz que fizeram, ou não fizeram, no boletim de voto. Significa perceber que as pessoas têm ideias e que devem ser incentivadas a participar e a decidir sobre as políticas que mexem com os seus quotidianos. Por isso achamos que a participação democrática não é uma flor que se põe na lapela nem muito menos um chavão que se usa em campanhas eleitorais. É um exercício complexo, mas transformador.
Acreditamos nas capacidades das pessoas pensarem os seus problemas e encontrarem as soluções e por isso achamos que o poder Ihes deve ser devolvido: incentivando-as a participar e a decidir sobre as prioridades de investimento para o Concelho, através do Orçamento participativo; descentralizando as reuniões das Assembleias por todas as Freguesias para que as pessoas possam conhecer, participar e intervir nas discussões que decidem a sua vida; dando-lhes a palavra no início das reuniões e não no final, de modo a que o que dizem seja levado em linha de conta nessa mesma reunião e não seja apenas uma rotina que tem de ser cumprida.
A especulação imobiliária e as negociatas parecem ser o modus operandi da Câmara Municipal. O PDM é alterado ao sabor das conveniências e das clientelas e o interesse público parece não fazer parte do seu léxico. Apesar do centro da Póvoa ser densamente urbanizado, nem por isso é densamente povoado. Parte importante do edificado está devoluto, funciona como segunda habitação, e por isso à noite a Póvoa é quase uma cidade deserta. Uma cidade que constrói furiosamente, mas que expulsa do seu centro os habitantes, em particular os jovens, é uma cidade doente. Por isso defendemos uma política de construção zero e a promoção de uma bolsa de arrendamentos a preços sociais de modo a que o centro da cidade possa ser repovoado.
O avanço do mar está a provocar problemas ambientais e económicos demasiado sérios para ser encarado com leviandade. Os banheiros e toda a economia de praia ressentem-se mais a cada ano que passa. Defendemos que a areia resultante das dragagens da barra seja devolvida às praias e que não funcione como moeda de troca para a sua remoção.
Mas a afirmação da Póvoa não pode fazer-se apenas pela oferta de sol e praia. Essa estratégia tem estrangulado outros sectores e conduziu a um quase beco sem saída. É preciso que o turismo seja encarado como uma oportunidade de desenvolvimento de todo o Concelho e não apenas da costa litoral. Cremos que é necessário convocar a imaginação para inventar e experimentar novas ideias. Propomos, entre outras coisas, a credenciação das casas que todos os anos são alugadas, por temporada, aos turistas. Certificá-Ias e incluí-Ias numa lista oficialmente divulgada permitiria não apenas a oferta de um turismo com características diferentes, mas também apoiar as famílias que fazem do aluguer da sua casa uma forma de obtenção de rendimento. Da mesma maneira, cremos que a implementação, no sector da restauração, da Ementa Quilómetro O, que consiste na criação de pratos gastronómicos confeccionados com os produtos aqui produzidos, poderia permitir uma maior interacção entre os diversos sectores de actividade. A Póvoa é uma terra de peixe e produtos hortícolas. Valorizá-los e promovê-los permite não apenas que os produtores encontrem outras formas de escoamento para os seus produtos, mas também que ambiente seja protegido, na medida em que a utilização de produtos locais reduz a pegada ecológica.
«Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva». Uma vez mais socorro-me das palavras de Camus para vos dar conta daquilo que pensamos e propomos.
É inadmissível que o Cine- Teatro Garrett, apesar das promessas eleitorais, continue encerrado e, em virtude desse facto, manifestações tão importantes como o Festival de Música não possa ter no seu programa a actuação de uma orquestra por falta de um espaço condigno capaz de a albergar. A adjudicação da empreitada para a sua recuperação data de Setembro de 2008 e o prazo de execução acordado foi de 14 meses. Importa referir que desde 2005 que a Câmara anuncia que «Vem aí o Garrett», mas volvidos quatro anos, o Executivo continua a revelar-se incompetente para o reabrir. Defendemos a sua imediata reabertura e exigimos uma programação cultural sistemática e abrangente, de modo a que a cultura não seja privilégio dê uns, mas antes património de todos.
A Câmara não tem políticas de apoio à criação cultural. A sua política é a de compra de espectáculos, ao invés de apoiar e investir nos produtores e agentes culturais do Concelho. Apoiar a produção cultural e descentralizar a oferta são formas de combater o isolamento e abandono das Freguesias mais periféricas e de apostar na qualificação das populações.
Numa terra que tem um dos mais baixos PIB per capita do país, a criação de respostas torna-se urgente. Defendemos a criação de um Gabinete de Emergência Social, capaz de ajudar as pessoas a procurarem emprego, a fazerem valer os seus direitos e a serem promotoras e autoras de projectos capazes de criarem emprego e auto-emprego. Promover uma cantina, com preços sociais, é outra das formas de ajudar as pessoas a sobreviverem com dignidade.
Com uma taxa de desemprego galopante no Concelho, o BE propõe que a relação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) seja melhorada, no sentido de informar e apoiar os cidadãos e cidadãs nessa situação. Da mesma forma, é necessário que a autarquia assuma responsabilidades no incentivo à inovação, formação e reconversão profissionais.
Uma cidade é composta por homens e mulheres. Pensar uma cidade livre de sexismo implica tomar medidas concretas e perceber que há quotidianos diferenciados, que as pessoas não tiveram nem têm todas as mesmas oportunidades, que das mulheres ainda se espera que trabalhem fora e dentro de casa. Uma autarquia comprometida com a emancipação deve tomar medidas que alterem quotidianos, que combatam a opressão. Defendemos que a Póvoa seja uma cidade amiga das mulheres, uma cidade women friendly, e que implemente serviços e redes de apoio que as/nos apoiem: criando um centro de atendimento e uma Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência, em parceria com associações de mulheres e/ou ONG's, desenvolvendo campanhas de sensibilização contra a violência sobre as mulheres; implementando uma rede de serviços sociais de apoio ao trabalho doméstico; criando uma rede pública e gratuita de creches e infantários, que garantam horários diversificados, nomeadamente o horário nocturno.
Eduardo Galeano dizia ter «(...) saudades de um país que ainda não existe no mapa». Façamos nós da Póvoa uma cidade desse mapa. "

DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DE ANDREA PENICHE, CANDIDATA DO BLOCO DE ESQUERDA À CÂMARA DA PÓVOA DE VARZIM

sábado, 5 de setembro de 2009

FREEPORT

Sócrates, além de arrogante, cretino e estalinista, é também corrupto e vigarista.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

REVELAÇÃO


Os pais trazem-te as filhas
para que tu as fecundes
tanta coisa se diz de ti
nesta Terra
no palco e fora dele
até dizem, agora,
que és uma espécie de profeta
ou até o novo messias
-suprema blasfémia!-
e não estás com alucinações
todos percorrem os jornais
em busca da Boa Nova
dizem que curas os enfermos
e que amas as crianças
apesar de estares sempre a ler
os malditos
tudo corre
ao sabor da tua pena
como se fosses Deus
o próprio Deus
ou, quiçá, o Super-Homem.

E tu que, no fundo,
só queres a tua menina.

VIVA A MANUELA MOURA GUEDES!


Caso TVI

Opinião: O PS de Sócrates é contra a liberdade

04.09.2009 - 15h15 Eduardo Cintra Torres

A decisão de censurar o Jornal Nacional de 6ª (JN6ª) foi tudo menos estúpida. O núcleo político do PS-governo mediu friamente as vantagens e os custos de tomar esta medida protofascista. E terá concluído que era pior para o PS-governo a manutenção do JN6ª do que o ónus de o ter mandado censurar. Trata-se de mais um gravíssimo atentado do PS de Sócrates contra a liberdade de informar e opinar. Talvez o mais grave. O PS já ultrapassou de longe a acção de Santana Lopes, Luís Delgado e Gomes da Silva quando afastaram a direcção do DN e Marcelo da TVI.

A linguagem de Santos Silva e do próprio Sócrates na quinta-feira sobre o assunto não engana: pelo meio da lágrimas de crocodilo, nem um nem outro fizeram qualquer menção à liberdade de imprensa. Falaram apenas dos interesses do PS e do governo. Sócrates, por uma vez, até disse uma verdade: o PS não intervinha no JN6ª. Pois não, foi por isso que varreu o noticiário do espaço público.

O PS-Governo de Sócrates não consegue coexistir com a liberdade dos outros. Criou uma central de propaganda brutal que coage os jornalistas. Intervém nas empresas de comunicação social. Legisla contra a liberdade. Fez da ERC um braço armado contra a liberdade (a condenação oficial do JN6ª pela ERC em Maio serviu de respaldo ao que aconteceu agora). Manda calar os críticos. Segundo notícias publicadas, pressiona e chantageia empresários, procura o controle político da justiça e é envolvido em escutas telefónicas. Cria blogues de assessores com acesso a arquivos suspeitos que existem apenas para destruir os críticos e os adversários políticos. Pressiona órgãos de informação. Coloca directa ou indirectamente “opiniões” e “notícias” nos órgãos de informação. Etc.

O relato da suspensão do JN6ª, no Jornal de Notícias e no Diário de Notícias e outros jornais de ontem é impressionante, sinistro e muito perigoso. Provir de supostos “socialistas”, portugueses e espanhóis, em nada diminui a gravidade desta censura. Esta suposta “esquerda” dos interesses, negócios e não resolvidos casos de justiça é brutal.

Intervindo na TVI, o PS-Governo atingiu objectivos fundamentais. Como disse Mário Crespo (SICN, 03.09), o essencial resume-se a isto: J.E. Moniz e M. Moura Guedes foram eliminados —e com eles as direcções de Informação e Redacção e um comentador independente como V. Pulido Valente.

Este PS-Governo é muito perigoso para a liberdade. Até o seu fundador está preso nesta teia, por razões que têm sido referidas. Ao reduzir a censura anticonstitucional, ilegal e protofascista do JN6ª a um caso de gestão, Soares desceu ao seu mais baixo nível político. É vergonhoso que seja ele, o da luta pela liberdade, a dizer uma coisa destas. Será que em 1975 o República também foi calado só por “razões de empresa”?

VIVA A MANUELA, APESAR DE TUDO

Reacção
TVI: Sindicato dos Jornalistas recebe com “repulsa” a “ingerência ilegítima” da administração
03.09.2009 - 18h50 Romana Borja-Santos
Para o Sindicato dos Jornalistas, o fim do Jornal Nacional representa “uma ingerência ilegítima e completamente inaceitável da administração na esfera da competência exclusivamente reservada à direcção de informação” que provoca “indignação e repulsa”.

Assim, o sindicato espera que a administração esclareça – “em nome da transparência” – esta “suspeição de tal modo grave” e que conduziu à demissão da direcção de informação – um dos pontos que preocupa igualmente a estrutura.

Por outro lado, o sindicato faz um apelo à intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para que esclareça “cabalmente as circunstâncias e as razões da demissão da direcção de informação”.

A direcção de informação da TVI demitiu-se hoje na sequência do cancelamento do Jornal Nacional, apresentado por Manuela Moura Guedes. Da direcção faziam parte João Maia Abreu, Mário Moura e Manuela Moura Guedes. A direcção mantém-se em funções até ser substituída pela direcção da empresa.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O HOMEM DO LIVRO

Agosto chegou ao fim. Agosto foi um mês de emoções fortes. Paredes de Coura, a cena de Vila Nova, Cabril, Chelo, Montalegre, Pitões das Júnias. Fez-me bem o contacto com o rio, com a montanha, com a natureza mas agora o homem do livro está de regresso ao "Piolho". O puto da Alice, o Rui, ainda vai dar em profeta: socorre os oprimidos, dá dinheiro, dá-se às pessoas. Mas, como estava a dizer, estou de regresso e este é provavelmente um dos últimos textos que vou incluir no livro. Como é habitual, falta-me o fino da praxe. Como escreve Jaime Cortesão em "Eça de Queiroz e a Questão Social", não faço da vida um negócio nem "uma baixa luta de interesses". Prezo a lealdade, a dignidade e a devoção às ideias. Limito-me a beber finos e a curtir a vida. Mesmo que esteja só no "Piolho" curto a vida. Mesmo que faça disparates mantenho a dignidade. Aliás, na hora da verdade, em Vila Nova mantive a dignidade. Sabia que estavam lá as minhas irmãs mas não reagi às provocações. Fiz bem. O homem do livro portou-se como um leão. O leão pachorrento que deixa as leoas caçar. Que só ruge em última instância. O homem do livro já esteve envolvido em cenas de pancadaria ou de quase pancadaria. Já deu e já levou. Ultimamente até tem levado mais do que dado. Já não tem a força dos vinte e tal anos. Por isso, não reage. Por isso, controla. Sabe que já foi o pato-bravo. Não tem orgulho nenhum nessas cenas de bar e de discoteca- em Braga, no "Club 84", na Apúlia, na Póvoa, em Vila do Conde, em Lisboa. Traz a paz e não a espada.

PARA JOAQUIM CASTRO CALDAS


PARA JOAQUIM CASTRO CALDAS



António Pedro Ribeiro



"A fidalguia moral, que tende a fazer da vida não um negócio e uma baixa luta de interesses mas afirmação perpétua de lealdade, devoção às ideias, dignidade e fé". É esta fidalguia de que fala Jaime Cortesão, a propósito de Eça de Queiroz ("Eça de Queiroz e a Questão Social"), que movia o Joaquim Castro Caldas, falecido a 31 de Agosto de 2008. Nunca o interesse mesquinho, nunca o acumular do dinheiro moveu o Joaquim Castro Caldas. Aliás, tanto quanto sabemos, o Joaquim não tinha cartão de contribuinte nem mantinha relações com as Finanças. O Joaquim era um nobre nos dias que correm. O poeta não era daqueles que se dão ou se dão a conhecer facilmente. Mas quando se dava dava-se a sério. Era genuinamente sincero. Lembro-me que uma noite, depois de ter ido ao "Pátio", a Vila do Conde, dizer Jim Morrison o Joaquim me perguntou simplesmente: "como vai essa loucura?" Era assim o Joaquim. Imoderado, excessivo, apaixonado, desafiador. A sua forma de dizer poesia era única. O seu canto fica para sempre.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A DESCER, A DESCER

PSI-20 -1,63 17:07

Último: 7650,56 (Pontos)
4 Subidas 16 Descidas

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MAIORES SUBIDAS
GALP ENERGIA +1,110%
J.MARTINS +0,660%
REN +0,210%
EDP RENOVAVE +0,170%

MAIORES DESCIDAS
TEIXEIRA DUA -4,390%
BRISA -3,700%
PT TELECOM -3,580%
MOTA ENGIL -3,290%
BCP NOM. -2,740%

terça-feira, 1 de setembro de 2009

pedro ribeiro (apedroribeiro) on Twitter

Trazemos a paz e não a espada.

TRAZEMOS A PAZ E NÃO A ESPADA


Há que endurecer sem nunca perder a ternura. (Ernesto Che Guevara)

CAI, PRIMEIRO, CAI, PRIMEIRO


Secretário-geral do PS acusa Manuela Ferreira Leite de “asfixia democrática”
Sócrates diz que a verdade está a vir ao de cima no caso Freeport
01.09.2009 - 22h42 Lusa
O líder do PS manifestou-se hoje convicto que a verdade "está a vir ao de cima" no caso "Freeport" e acusou Manuela Ferreira Leite de "asfixia democrática" por afastar pessoas por "delito de opinião".

"Espero uma conclusão do processo [Freeport] de forma formal. Até agora são apenas notícias", declarou José Sócrates na parte final da entrevista que concedeu à RTP, depois de confrontado pela jornalista Judite de Sousa com notícias que indicam que não será chamado a depor no âmbito deste caso.

No entanto, José Sócrates manifestou-se confiante que "a verdade vem sempre ao de cima e ela está a vir ao de cima e virá ao de cima" no caso Freeport. Interrogado se espera que o caso Freeport esteja encerrado antes das eleições legislativas, Sócrates limitou-se a sublinhar a sua confiança na justiça. "A justiça tem de ter o seu próprio tempo. Não tenho o direito de exigir para mim mais do que para qualquer outro cidadão", respondeu o primeiro-ministro.

Questionado sobre o motivo por que nunca tomou a iniciativa de pedir ao Ministério Público para ser ouvido sobre o caso Freeport, o secretário-geral do PS afastou totalmente essa hipótese.

"Não devo nada ao Ministério Público nem tenho nenhum problema de consciência. Era só que o que faltava", reagiu. A seguir, Sócrates salientou que, no processo de licenciamento do Freeport, a sua participação resumiu-se a uma reunião.

"Dei orientações aos serviços para que se cumprisse a lei escrupulosamente, uma nova avaliação de impacto ambiental e nada mais do que isso. Esse empreendimento foi aprovado garantido todas as regras ambientais e, se houve alguém que referiu o meu nome, essa referência foi abusiva, ilegal e ilegítima", declarou.

Ao longo da entrevista, José Sócrates traçar um cenário de bipolarização entre PS e PSD nas próximas eleições: "Só há dois partidos que podem ganhar as eleições e só há duas pessoas que podem ser primeiro-ministro", disse, já depois de ter apresentado as diferenças entre si e a líder social-democrata, Manuela Ferreira Leite.

Boa parte da entrevista foi de resto marcada por sucessivas críticas a Manuela Ferreira Leite.

Sócrates acusou a líder social-democrata de "confundir o país com o partido" a propósito das críticas que esta lhe fez sobre a existência de asfixia democrática em Portugal, exemplificando com o caso de Pedro Passos Coelho que "não está nas listas [do PSD] porque pensa de maneira diferente", o que indicia um afastamento por "delito de opinião".

"Eu tenho nas listas do PS pessoas que discordam de mim", contrapôs, lembrando que João Soares, que foi seu adversário na corrida à liderança dos socialistas em 2004, é cabeça de lista do partido por Faro e na primeira vez que foi deputado entrou pela sua quota pessoal. "Manuel Alegre foi convidado" para integrar as listas de deputados do PS "e decidiu não aceitar", acrescentou, referindo-se a outro dos seus opositores internos.

Interrogado sobre o papel que poderá ter o Presidente da República nas próximas eleições, José Sócrates começou por sublinhar a existência da parte do Governo de uma "cooperação institucional sem falhas". A seguir deixou o seguinte comentário: "acho que o senhor Presidente da República não permitirá que ninguém utilize a sua figura institucional em seu favor. Cada um deve pedalar a sua bicicleta".

A fechar a entrevista, Judite de Sousa questionou Sócrates como se sente quando dizem que é um dos mais "sexys" primeiros-ministros da Europa, ao qual o primeiro-ministro respondeu que “não tem a vaidade da falsa modéstia” e procura andar “arranjadinho”, não fazendo mais do que o cidadão comum. "A minha única vaidade são os meus filhos", respondeu.

JOSÉ MIGUEL SILVA

Um poema de José Miguel Silva


Dizias que gostavas

Dizias que gostavas de poemas.
Escrevi-te, numa tarde, mais de cinco.
São muito bonitos, disseste,
hei de mostrá-los ao meu namorado.
Nunca mais confiei nos versos
nem no gosto feminil.





em Vista para um pátio seguido de Desordem, Lisboa: Relógio D'Água, 2003, p. 54.

publicado por manuel a. domingos às 20:45 0 comentário(s)

retirado de http://meianoitetododia.blogspot.com