terça-feira, 26 de dezembro de 2006

ANARCHIE AU PORTUGAL

Quero um primeiro-ministro
para comer ao pequeno-almoço
quero um trabalho
pra mandar pró caralho
quero um défice
pra meter no cu

eu não quero ser competitivo
eu não quero ser um executivo
eu não quero ser um gajo normal

eu não quero morrer de tédio...

A. Pedro Ribeiro/Rui Costa/Mana Calórica & Las Tequillas, 2006.

domingo, 17 de dezembro de 2006

MANA NO VELVET

Domingo, Dezembro 17, 2006
CONCERTO MANA CALÓRICA ADIADOO concerto da banda Mana Calórica & Las Tequillas, previsto para hoje, dia 14, quinta, no Bar Velvet em Vila do Conde fica adiado para a próxima terça, dia 19, pelas 23,30 horas no mesmo Velvet (ao Tribunal de Vila do Conde). Pelo facto, apresentamos as nossas desculpas.Pela organização,António Pedro RibeiroTel. 913059471.Trip Na ArcadaA sério pá? Ei. Fiquei com pena. Num ficaste Rambo?É. A Mana Calórica é sempre um desafio para os nossos olhares.Oh Rambo, pá. Isto é música.Deus me livre Magala. Esta gaija toca música?Num é ela, é o moço.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

SANGUE NA NAVALHA

in http://sanguenanavalha.blogspot.com

-feira, Março 16, 2006

Frase impessoal sem óculos: “Abre os olhos; pois sei que apesar dos 7,5 de miopia podes VER que nem sempre é cega”.LETRAS RETALHADAS«Apetece-me estar com a subversão. Com a crítica radical à ditadura do consumível, da mercadoria, do quantitativo, do défice. Apetece-me estar do lado da liberdade, da liberdade absoluta contra a ilusão da liberdade de compra e venda, da sobrevivência, da “sobrevida” que substitui a vida, do quotidiano insuportável, do tédio.Apetece-me estar com os poetas malditos. Com Rimbaud, com Baudelaire, com Nietzsche, com Sade, com Lautréamont a infernizar tudo quanto é direitinho, conforme às normas, castração. (…)Apetece-me dizer que já pouco acredito nos partidos, mesmo nos de esquerda. Que lutar por lugares dentro da democracia burguesa é aceitar como irreversível a democracia burguesa e, portanto, afastar totalmente do horizonte a revolução, mesmo que se continue a falar na construção da sociedade socialista. (…)Apetece-me dizer que acredito na poesia e no amor como formas sub-ver-sivas. Que acredito em actos provocatórios, em agitações espontâneas que ridicularizem o instituído, no terrorismo poético. Que a criatividade é o último reduto da rebelião.»CHEEmborcar sete cervejas e cambalear só por causa de uma conversa, de uma gaja e de uma foto do Che. Telefonar-te a dizer que estou vivo e que, finalmente, voltei a devorar um livro, que curiosamente se chama “Memórias de um alcoólico” de Jack London. Entrar nas conversas e deixar escapar a deixa. Escrever declarações de amor a gajas de gosto duvidoso. Trair-te em Vilar de Mouros ao som dos Led Zeppelin. Estoirar em sonhos alucinatórios a meio de uma existência pacata. Voltar ao computador e à concha do lar familiar. Confundir vozes delirantes com masturbações mentais. Mas há a foto do Che no quarto a quem apelo contra todas as injustiças, todos os imperialismos, todas as tiranias. Mas há a foto do Che e a boina, o olhar, a estrela e volto a acreditar que a revolução é possível. Apesar de todas as normas, de todas as rotinas, de todos os filhos da puta.“Amanhã. Acordar.Morte aos sumos!De tudo quanto se escreve, apenas amo o que se escreve com o próprio sangue. (F. Nietzsche, Assim Falava Zaratustra)Ninguém já no mundo pode distinguir pelo aspecto físico um revolucionário de um provocador. (Pier Paolo Pasolini, Escritos Póstumos)Todos os deuses nos acenam de dentro da cona da gaja que amamos”.
«Só há três saídas: o suicídio, a loucura ou a revolta.»A. Pedro Ribeiro, declaração de amor ao primeiro-ministro – manifestos do partido surrealista situacionista libertário/OBJECTO CARDÍACO
posted by Black Rider at 10:34 PM

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

MÃE-TERRA

Sobes ao povo, ao aplauso
mas a plateia está deserta
sais à procura de mulheres
mas já estão todas tomadas

encontras o amor e a liberdade nos livros
mas chegas cá fora e não se passa nada
procuras a vida na tv
e saem-te bailados de caveiras
ninfas produzidas que nunca serão tuas
notícias esquizofrénicas que te fazem a mona
escravos a correr atrás da bola
e outros a aplaudir, a crucificar juízes
ou a foder o vizinho do lado

regressas ao bosque, ao Graal, ao inferno, à santa loucura
e queres ficar lá para sempre
e queres ficar para lá da mente
a dançar com Dionisos e com as Bacantes
a beber com deuses e palhaços
a celebrar com o xamã e com o Jim
a regressar ao mito criador
aos reis e poetas de onde vens
a Zeus, à grande Mãe. Terra.

A. Pedro Ribeiro, 24.Set.2006

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

O AMOR LOUCO E AS BACANTES

AS BACANTES E O AMOR LOUCO

António Pedro Ribeiro

"Não fazemos mais do que amar a terra e, através da mulher, a terra retribui esse amor amando-nos", escreveu o fundador do movimento surrealista, André Breton. E, de facto, ao amarmos a terra amamos também a mulher, porque a mulher está muito mais próxima da terra, da natureza, do "Uno Primordial" do que o homem. E não é só a questão da maternidade a marcar a diferença. Basta observar os cabelos, os gritos e o riso das mulheres: são muito mais loucos, mais primitivos, mais selvagens, mais libertos. F. Nietzsche ("Para Além do Bem e do Mal") descreve magistralmente as mulheres: "o que na mulher inspira o respeito e, com frequência, o receio é a sua natureza mais natural do que a do homem, a sua leveza felina e astuta, a sua garra de tigre-fêmea, sob a luva de veludo, a ingenuidade do seu egoísmo, a sua irredutibilidade e a sua selvajaria intrínseca, o carácter incompreensível, desmesurado e volúvel dos seus desejos e virtudes". E Breton acrescenta em "O Amor Louco": "A dama de espadas é mais bela que a dama de copas".
Apesar de a sociedade mercantilista de hoje nos arrastar para o calculismo, para o cinismo, para a competição, para a eficácia, para a submissão, continuam a existir comportamentos predominantemente instintivos e intuitivos nas mulheres (ou, pelo menos, na maioria delas) que para nós, homens, parecem incompreensíveis mas que, ao mesmo tempo, nos fascinam e enfeitiçam. Só alguns homens- os artistas/criadores dionisíacos e os xamãs/feiticeiros índios conseguem ser instintivos, "irracionais" e primitivos como as mulheres e os animais. Aliás, é essa a sua benção e a sua tragédia. O próprio Dionisos se fazia passar por mulher para atrair as mulheres da cidade para a montanha, onde se convertiam em Bacantes que bebiam, dançavam, cantavam e dançavam e celebravam o deus do prazer e da embriaguez. Há muitos pontos de contacto entre os bacanais, os rituais xamânicos e alguns concertos rock dos nossos dias. Há uma atmosfera de celebração, de transe, de ritual mítico e primitivo comum às preces das bacantes, ao transe desmesurado do xamã que entra em contacto com os deuses e com os espíritos e ao vocalista/"frontman"/actor/ animal de palco que veste a pele do xamã e do próprio Dionisos- Jim Morrison, RobeRT Plant, Ian Curtis, Mick Jagger, Iggy Pop, David Bowie, Peter Murphy, são alguns dos melhores exemplos. Essa postura libertária/libertina pressupõe a ultrapassagem dos limites e da moral dominante, numa viagem que vai até à loucura e sempre que surge, através dos séculos, incomoda os poderes vigente que tentam, a todo o custo, afastá-la do cidadão comum ou abafá-la, o que já tem conseguido, mas nunca totalmente, já que a tensão dionisíaca e o "uno primordial" são intemporais e acabam sempre por libertar-se graças a algumas almas livres e malditas e às novas bacantes que despontam.
Para os filhos de Dionisos e para as mulheres não reprimidas, a liberdade e o amor só podem ser loucos. É por isso que Breton proclama: "Desejo-vos que sejais loucamente amada!" ("O Amor louco"). Léo Ferré acrescenta: "o amor é um dos aspectos que a divindade assume...tal como a música!" e Bizet, na sua "Carmen" corrobora: "O amor é um pássaro rebelde que ninguém pode aprisionar". Os grandes poetas: Homero, Shakespeare, Camões, Nietzsche, Sófocles, Rimbaud, Baudelaire, Breton, Walt Whitman, William Blake, John Milton, Holderlin, Artaud, Aragon, Sade, Cesariny, Herberto Hélder, Pessoa, Mário de Sá-Carneiro- têm de ser também magos e, portanto, loucos, naturais e primitivos, daí que se sintam mais próximos das mulheres.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

POVOA ONLINE

A FRENTE GUEVARISTA LIBERTÁRIA condena totalmente a atitude da Câmara da Póvoa de Varzim de tentar silenciar o blog Povoa Online http://povoaonline.blogspot.com e outros. A cultura fascista de Macedo Vieira, Aires Pereira e Luis Diamantino veio uma vez mais à tona quando as verdades se tornam incómodas. FASCISMO, NUNCA MAIS!

Pela FGL,
António Pedro Ribeiro
Silvia Lopes.

domingo, 3 de dezembro de 2006

NIETSCHE SEGUNDO LAGE

O FANTASMA DE NIETZSCHE APARECE NO MEU QUARTO E FALA para o António Pedro Ribeiro
Nada fizeram por merecer-nos, os deuses. Não se deram sequer ao trabalho de nos salvar, mas nasceram várias vezes e morreram outras tantas em muitas línguas e países, ou circularam da planta ao jardineiro tudo ligando em universal desarmonia. Cansados de converter os gentios, de verem expostas suas vidas em textos sagrados, fartos de prestarem favores a troco de rezas e flores, invocados em missas negras e concertos de Black Metal, fumados nos trópicos, possuídos por xamãs nas vastas regiões do Norte, procurados no alto das montanhas do Nepal, vendidos em templos de arrabalde, arrumados em nichos, feitos ídolos com nossos pés de barro a fraquejar nas igrejas ou tomados por autores da matéria (quando só o espírito os podia explicar), desvincularam-se do mundo e das palavras, emitiram comunicados em que negaram qualquer envolvimento em ataques de bombistas suicidas, na gestão de um condomínio no céu (equipado com dez mil virgens), nos juramentos do presidente dos E.U.A., nas promessas não cumpridas de uma Nova Jerusalém ou na eleição de qualquer povo (em particular). Criados à nossa semelhança contra nós se revoltaram. E nós, fracos, a revolta lhes perdoamos. Nossa a culpa de os ter criado.
RUI LAGE