sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

EHEHEHEH


O conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos considera as críticas de Cavaco sobre a gestão do BPN "injustas" e admite disponibilizar toda a informação necessária para provar o contrário.
O BPN foi nacionalizado em 2008 (Paulo Pimenta (arquivo))

O comunicado do banco foi emitido na sequência das críticas que o Presidente da República fez esta quarta-feira, durante o frente-a-frente televisivo com Manuel Alegre.

Durante o debate, Cavaco Silva criticou a administração do BPN nomeada pelo Governo após a nacionalização deste banco, por não ter conseguido resolver a situação e pela necessidade de sucessivas injecções de dinheiro do Estado na instituição financeira.

Hoje, o Governo optou por não comentar as declarações do Presidente. “Foi feita uma acusação muito grave à actual administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), porque é ela a responsável pela gestão do BPN. E naturalmente compete à administração da CGD defender a sua honra”, disse o ministro da Presidência, Silva Pereira.

No documento, o conselho diz ter "disponibilidade para prestar toda a informação necessária, demonstrativa de que a gestão do BPN foi correcta, adequada, rigorosa e eficaz, tendo em conta a missão de que foi incumbida", a situação de falência técnica em que se encontrava o Banco e a crise económica do país.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O SEIO ESQUERDO DE R.P.





Em Lisboa, faz frio, no Canadá, onde se encontra Rita Pereira, faz muito mais. A solução é mesmo rumar a paragens mais quentes. A actriz e o namorado, Miguel Mouzinho, têm encontro marcado no Brasil, onde vão passar o ano.

O casal assumiu há alguns meses o namoro, depois de muita especulação na imprensa. Estão mesmo juntos e fazem o que podem para encurtar a distância que os separa.

Com Rita Pereira a estudar representação do outro lado do Atlântico e a procurar fazer carreira por lá, o encontro ficou marcado para a Bahia. É aí que o casal vai dar as boas-vindas a 2011.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A VIDA É UMA DÁDIVA




A vida é mesmo uma dádiva. De agora em diante, pregarei a vida e a vida em abundância de pão e vinho. Não mais ouvirei os fariseus dos mercados. Não mais lhes darei importância porque eles são a morte, enquanto eu trago a vida. Podem chamar-me utópico, irrealista, messiânico, que eu não ouço, não quero saber. Podem pregar-me o evangelho deles que eu não ouço.
Não, não conteis comigo no vosso circo mediático. Se for até vós, será para vos destruir. Podeis trazer até mim as mais belas das mulheres. Tremei. Porque elas podem passar-se para o meu lado. A vida é dádiva, é de graça, não é trabalho, não é sacrifício. Recuso-me a ter os vossos trabalhos. O meu "trabalho" é criar e passar a mensagem. Renasci em Braga este Natal. Companheiros, companheiras. Dançai comigo esta noite. Estaremos à entrada dos portões ao anoitecer. Dançai comigo, companheiras, companheiros. Vede como sou louco. Vede como já não temo. Vede que sou da dádiva e não do preço. Sou do banquete permanente. Da festa, da celebração mas também da solidão. Porque é da solidão que vem a sabedoria. Porque é dos livros que vem a sabedoria. Olhai-me, companheiros, companheiras. Por enquanto, ainda terei de ser Narciso, para me mostrar ao mundo. Mas deixarei de o ser um dia. Humilde para com os humildes, poderoso para com os poderosos. Eis o lema. Eis o poema. Serpente ébria. Danço. Canto. Com Deus a meus pés. Uma nova era nasce aqui. Uma era de pão e vinho mas também de celebração, de alegria. Sou louco. Como Dionisos. O Uno Primordial. O Homem. O Super-Homem. O País dos Meus Filhos. Tenho estado no deserto. Agora regresso, minha mulher, minhas mulheres. Nada tenho a ver com as leis do Reino. Aportei neste porto. Venho para o que vier. Os fantasmas dissipam-se na mente de Hamlet. Iluminações. Iluminações. Sou o Poeta. Danço em cima de Deus. Trago a palavra. Sou da dádiva. Sou da ceia. Da Primeira Ceia.

DEUSES


As iluminações voltaram
quero-te, mulher
agora posso tudo
nada nos separa
nem a raça
nem a praça
nem o credo
nem o sexo
tudo é de graça
dança
não há aqui mercados
nem charlatães
somos o mundo
não temas
sou aquele que é
aquele que cria
aquele que te quer
aquele que é homem
e mulher

iluminações
ouço a canção
vem
segue-me
a noite chama
quem me ama?
Quem me ama, ainda hoje?
Vem
não temas
vem
somos a noite
nada há a perder
vem
somos o mundo
criamos o mundo
hoje nascemos
outra vez.


Vilar do Pinheiro, 27.12.2010

O Manifesto Contra os Economistas

COMEÇAS A FICAR FODIDO, ANÍBAL


Cavaco Silva não alimenta "campanhas sujas e desonestas" sobre a sua alegada ligação ao BPN
*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***Oliveira de Azeméis, 25 dez (Lusa) - O Presidente da República e recandidato ao cargo Aníbal Cavaco Sil...



Cavaco Silva não alimenta "campanhas sujas e desonestas" sobre a sua alegada ligação ao BPN
*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***

Oliveira de Azeméis, 25 dez (Lusa) - O Presidente da República e recandidato ao cargo Aníbal Cavaco Silva disse-se hoje indisponível para alimentar "campanhas sujas e desonestas" sobre a sua alegada ligação ao Banco Português de Negócios (BPN), através de ações da Sociedade Lusa de Negócios.

Em causa estão declarações do deputado do Bloco de Esquerda João Semedo, que a semana passada acusou Cavaco Silva de dar "uma resposta manhosa" no debate televisivo com o candidato comunista Francisco Lopes, na medida em que afirmou que nunca teve "nada a ver com o caso BPN", quando afinal possui ações da Sociedade Lusa de Negócios - que detinha 100 por cento do capital do BPN.

Hoje, quando questionado sobre o assunto numa acção de campanha em Oliveira de Azeméis, Cavaco Silva declarou: "Não alimento campanhas sujas e desonestas".

Para eventuais esclarecimentos, o atual Chefe de Estado recomenda: "Quem quiser vai à página de internet da Presidência da República, se não me engano do mês de novembro de 2008".

"Os portugueses sabem muito bem que falo verdade", acrescenta Cavaco Silva. "Gostaria que os outros também fizessem o mesmo".

O mesmo assunto foi abordadoi no debate de dia 23 entre Cavaco Silva e Defensor Moura, que se tornou muito tenso, uma vez que o atual Presidente da República foi constantemente atacado pelo deputado socialista, que pôs em causa a sua isenção.

Quando Defensor Moura colocou a questão do BPN, acusando-o de ter obtido "lucros chorudos" com ações deste banco e considerando que "houve muita tolerância, e até algum benefício com negócios ilícitos ou negócios que são muito claramente estranhos para o normal da população", Cavaco Silva agradeceu.

"Ainda bem que me faz a pergunta. Eu como Presidente da República apenas o que fiz em relação ao BPN foi a aprovação do decreto de nacionalização, depois de o Governo e o Banco de Portugal me terem informado por escrito que não havia alternativa à estabilização do sistema financeiro português e que havia graves prejuízos para os depositantes", reagiu.

AYC/ATF.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Fim

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

DA LEITURA E DAS MULHERES BELAS




Tenho necessidade de ler. Livros, jornais, seja o que for. Se não ler, o meu dia não fica completo. Ler é um acto de amor, alguém o disse. Até sou capaz de amar a Fátima Lopes a brincar com as criancinhas na TV. Contudo, o mundo dela não é o meu. Penso até que já publicou livros. Deve ter escrito dessas lamechices ou desses lugares-comuns que vendem. É claro que não são essas as leituras que me atraem. Talvez a gaja transmita uma certa ternura para lá do "mainstream" que apetece beijar, tal como a Bárbara Guimarães ou a Catarina Furtado. É evidente que, por outro lado, essa coisa de andar a vender os bancos e os sabonetes não me agrada e faz delas umas putas do "mainstream". Mas eu nada tenho contra as putas. Até gosto desse jogo de chamar o homem. De vê-las abrirem-se após o acto sexual. De ouvi-las falar nos filhos e dos homens que não prestam. De ouvi-las falar na vida que as outras mulheres não conhecem. Eu próprio sou uma puta. A puta fina que vai para o palco abrir as pernas. Nas horas em que não sou essa puta, sou o homem que escreve e que se entrega à leitura. Além disso, vou aos bares falar com amigos e com amigas. Ontem o whisky devolveu-me à vida. Estava mentalmente bloqueado e o whisky abriu-me as portas. Há algo na Fátima Lopes que me irrita mas, por outro lado, há outro algo que me atrai. Parece que todas as mulheres que desejo estão ao meu alcance. Olho-as de cima, posso tê-las. Há 5,10 anos não era assim. Eram deusas inacessíveis. Agora estou teso mas olho-as de cima. A todas. Mesmo à Shakira e às beldades dos anúncios. Posso tê-las. Estou ao nível delas. Estão no meu mundo. Olho-as, cobiço-as, como à deusa-cadela da Glória de Lawrence. São minhas irmãs. São minhas. Todas elas. Posso ser insolente como Jesus, como Zaratustra. Posso dizer: eu sou a verdade e a vida. Não tenho que curvar-me diante delas nem de ninguém. Tudo é meu e nada é meu. Virá o dia em que nem sequer usarei dinheiro ou que o dinheiro me cairá do céu. Como as mulheres belas. O paleio da maior parte dos homens é muito limitado. Não satisfaz as mulheres. Eu sou o Verbo. Eu posso ser o Verbo.

O POETA E JESUS




É, de novo, madrugada. O poeta arde. Não sabe se é Jesus ou se está em Jesus. Não sabe se o que está a viver é o princípio de uma alucinação ou se é algo mais, capaz de unir os povos da Terra. Tal como Jesus, o poeta quer derrubar os banqueiros e os mercados mas hesita quanto ao uso da violência. Vê as montras partidas e os carros incendiados em Paris, Roma, Atenas e acredita que a revolução passa por aí. Também Jesus apelou ao fogo e à espada. Também Jesus era provocador e insolente. "No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo", disse. Venceremos o mundo, derrubaremos o poder. Companheiros, companheiras. Aproxima-se a hora. Contudo, o poeta ainda tem dúvidas. Teme a barbárie pura. Deseja o amor entre os homens mas odeia os governantes, os mercadores, os banqueiros. Quer um mundo novo e um homem novo despidos da moeda e da mercearia.
É, de novo, madrugada. O poeta arde. Não sabe se é Jesus ou filho de Jesus. A mente e o coração expandem-se. O poeta sente que está a iniciar uma nova vida. Uma vida de entrega ao próximo e ao longínquo, sem caridadezinhas. O poeta sabe que, sendo naturalmente irresponsável, tem responsabilidades. Como Nietzsche, cria, dança em redor da sabedoria. As suas palavras vão chegar mais longe. Sabe-o. Os próximos dias poderão ser decisivos. O poeta chegou onde queria. Não haverá mais escritos menores, gratuitos. O poeta é de graça e é da graça. Canta, ri. O mundo está a seus pés, tal como as mais belas das mulheres. Se bem que seja necessária alguma pudência com as mulheres. Mas o poeta começa a conhecer as mulheres. Já não é o rapaz ingénuo dos 18 anos. As ideias vêm. O cérebro quase rebenta. O poeta quer construir um mundo novo. Acredita. É isso que o distingue dos outros. Hesita entre a paz e a espada. Sabe que a morte espreita. Mas vai continuar. É para isso que veio ao mundo. Acredita. É do mundo. Vai ao fundo do ser. Vive. É. Está a chegar a hora, companheiros, companheiras. Chegou o tempo de cerrar fileiras. O poeta sabe que a manhã virá. E com ela a luz. Mas também a vida da rotina. Talvez ainda não amanhã, domingo. Mas segunda-feira. O poeta escreve e os homens dormem. Já não é Natal. O poeta nasceu outra vez. Vai pregar na praça. Vai sujeitar-se ao desprezo dos homens e das mulheres. Mas vai chegar a muita gente. Dentro e fora dos livros. O poeta é aquele que quer ser. Pensa na amada. Pensa que o amor também pode vir através da espada. Os galos cantam. Pedro não o nega. Está a escrever verdadeiramente como os mestres. É aqui que queria chegar. Ou melhor, está é uma das etapas do processo. O poeta já quase não sente medo. Prossegue. Escreve madrugada fora. Está na casa da mãe e dos irmãos. Consulta o Evangelho de João. Vive. Chama o pai. Ele ouve-o. A voz do pai ecoa na sua mente. Está em paz. Há outra vida na mente. Uma vida sem economistas nem conta-corrente.

domingo, 26 de dezembro de 2010

VÉSPERA DE NATAL


São seis da madrugada. Estou, de novo, em Braga. É véspera de Natal. "Deixaremos os palácios do poder na solidão da sua miséria e iremos paa outro lado", gritam os estudantes em Itália. Eis a revolução dionisíaca. Eis a rebelião que cospe nos palácios do poder e surge onde menos se espera. Pode até ser aqui, na pena do poeta, que escreve em Braga às seis da madrugada. No silêncio da caneta verde. Aproxima-se o Grande Meio-Dia. Escutai-me, companheiras, companheiros. Estamos a atravessar para o outro lado. Break On Through to the Other Side, como cantava Morrison. Escutai-me. Estou lúcido novamente. As irmãs estão desavindas mas eu estou lúcido. O menino veio ter comigo, abraçou-se a mim e eu fiquei lúcido. Solto palavras que não sei de onde vêm. Este é, de novo, o dia triunfal. "Deixaremos os palácios do poder na solidão da sua miséria". Eis o chamamento. Zaratustra está aqui. "Estaremos à entrada dos portões ao raiar da aurora". Eis o canto dos pássaros da manhã. Sou louco. Danço contigo, minha rainha. Desafio-vos daqui, ó palácios do poder e dos mercados. É por ser louco que já não vos temo. E hoje é, de novo, o dia triunfal. Nasço aqui, de novo. Os meus pais voltaram a unir-se. São meus a noite e o dia. É noite, ainda. Ouço o cântico dos rios e da lua, como Zaratustra. Mas o dia não tarda. Desta vez, terei mesmo de seguir irredutivelmente a via. Sou louco. Tenho os séculos em mim. Vim para junto das mulheres. Elas dão-me de comer e de beber. E eu posso cantar. Sou louco. Mas não tenho de andar sempre a exibir a minha loucura. Procuro-me nas paredes. Trepo a minha mente. Sou aquele que veio para a glória. Há carros a passar lá fora. "Deixaremos os palácios do poder na solidão da miséria". Deixemos o poder entregue à miséria. Vivamos o dia tiunfal, o Grande Meio-Dia. Dancemos e cantemos na praça. Derrubemos as lojas dos vendilhões, como Jesus. Queimemos o dinheiro. É noite. Ao raiar da aurora estaremos à entrada dos portões. Não quero dormir. Dionisos afaga-me os cabelos. Afasto-me dos agentes da ordem. Os miúdos berram. Por enquanto aqui ainda não partem montras. Desprezo tudo quanto é contrário à vida. É noite. Mas o dia não tarda.

APOIO A MANUEL ALEGRE


APOIO A MANUEL ALEGRE

António Pedro Ribeiro

E depois ainda há o lado místico. Aquilo que não está nos autocarros que passam. Que, em certa medida, me faz apoiar Manuel Alegre, mesmo sabendo que ele aceita a democracia burguesa e eu não. Mas há qualquer coisa na postura do poeta de "Praça da Canção", qualquer coisa na forma de se expressar que nos traz um certo Portugal messiânico, sebastianista, que vem de Camões, de Pessoa, de Agostinho da Silva. Uma certa pátria que eu não rejeito, que está para lá da anarquia e da democracia, a tal que poucos alcançam, talvez até o Quinto Império. Por isso e pelo seu passado anti-fascista apoio Manuel Alegre, mesmo sendo anarquista e anti-capitalista. É claro que também há aquele ódio de estimação contra Cavaco Silva. Um Cavaco agarrado aos mercados que prega a não-vida. Um Cavaco que é a face mais vil da economia. Um Cavaco ligado às fraudes e aos amigos do BPN, como apontou Defensor Moura. Um Cavaco que é preciso derrubar porque não presta.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NA CATEDRAL DO CONSUMO ESCREVO AS PALAVRAS DA LOUCURA

A MORTE E O MERCADO

A morte enriquece

Posted: 22 Dec 2010 05:06 AM PST

O vosso avô é velho? E tem um seguro de vida?
Ora bem, chegou a altura de pôr o velhote a render.

Peguem no seguro (se o avô oferecer resistência podem ameaça-lo), liguem para a empresa Life Partners, vendam o seguro e fiquem com o dinheiro. Com o qual podem sempre comprar uma prenda (não muito cara) para o velhote, que afinal merece uma parte (pequena) do dinheiro.

Esta é a ideia dum novo business que está a florescer nos Estados Unidos. Empresas como Life Partners apostam na morte do beneficiário do seguro. Como é que ninguém ainda tinha pensado nisso?

De facto faz sentido: qual a graça em receber o dinheiro uma vez mortos? Fica mais simpático antes, não depois de ter deixado este mundo.

E porque não investir na morte? Pois é disso que estamos a falar.

O aspecto ainda mais mórbido é que Life Partners não compra o seguro de vida da pessoa idosa: convence investidores a compra-lo. E quando o velhote morrer, o investidor fica com o valor do seguro. Entretanto, claro, o idoso recebe logo o dinheiro, sem ter de morrer por isso.

Desta forma, o investidor que adquire o seguro torce para a morte do velhote. Quanto mais depressa este morrer, de facto, tanto maior será o lucro, pois os valores reembolsados descem com o passar dos anos.

E se o velhote não morrer? Pode ser um idoso teimoso. E malcriado também, pois desta forma o investidor perde dinheiro. Mas não muito, pois cedo ou tarde o velhote morre. Por isso é só esperar que a Natureza faça o trabalho dela..

Mas quem é Life Partners?
É uma empresa sediada no Texas e avaliada na Bolsa de Wall Street, fundada por Brian Pardo. Que, com esta ideia, ganha 1.061.637 Dólares por ano. Nada mal para um coveiro.

As acções da Life Partners começaram com um valor de 2-3 Dólares, mas nos últimos dois anos ganharam bastante e agora alcançaram os 18 Dólares. Em 2010 o útil líquido será de 29 milhões de Dólares.

Agora é só esperar para ver qual será a próxima fronteira da decência que a Bolsa conseguirá atropelar.




Fonte: Life Partner, Forbes.

FÁTIMA LOPES


A CAIXA QUE ADORMECEU O MUNDO
TVI + FÁTIMA LOPES = VERGONHA




Chama-se "Agora é que conta", passa na TVI" e é apresentado por Fátima Lopes.
O programa começa com dezenas de pessoas a agitar uns papéis.
Os papéis são contas por pagar. Reparações em casa, prestações do carro, contas da electricidade ou de telefone. A maioria dos concorrentes parece ter, por o que diz, muito pouca folga financeira.
E a simpática Fátima, sempre pronta a ajudar em troca de umas figuras mais ou menos patéticas para o País poder acompanhar, presta-se a pagar duzentos ou trezentos euros de dívida.
"Nos tempos que correm", como diz a apresentadora - e "os tempos que correm" quer sempre dizer crise -, a coisa sabe bem.
No entretenimento televisivo, o grotesco é quase sempre transvestido de boas intenções.

Os concorrentes prestam-se a dar comida à boca a familiares enquanto a cadeira onde estão sentados agita, rebolam no chão dentro de espumas enormes ou tentam apanhar bolas de ping-pong no ar. Apesar da indigência absoluta do programa, nada disto é novo. O que é realmente novo são as contas por pagar transformadas num concurso "divertido".

Ao ver aquela triste imagem e a forma como as televisões conseguem transformar a tristeza em entretenimento, não consigo deixar de sentir que esta é a "beleza" do Capitalismo:
Tudo se vende, até as pequenas desgraças quotidianas de quem não consegue comprar o que se vende..

Houve um tempo em que gente corajosa se juntava para lutar por uma vida melhor e combater quem os queria na miséria. E ainda há muitos que não desistiram. Mas a televisão conseguiu de uma forma extraordinariamente eficaz o que os séculos de repressão nem sonharam:
Pôr a maioria a entreter-se com a sua própria desgraça.
E o canal ainda ganha uns cobres com isso.
Diz-se que esta caixa mudou o Mundo.
Sim: consegue pôr tudo a render. Até as consequências da maior crise em muitas décadas.

Entretanto a apresentadora recebe 40.000€ por mês.
Foi este o valor da transferência da SIC para a TVI. Uma proposta irrecusável segundo palavras da própria.

A pobre da Fátima Lopes só ganha 1290 euros por dia!!!.
Brincando com miséria dos outros, pobre povo português, sem alternativas, mas miseravelmente felizes.

Este artigo de Daniel Oliveira é sobre aquilo que nunca vi na TVI, mas que se visse reagiria, também, com indignação. É algo de escabroso que se houvesse um pouco de decência já não estaria a ser transmitido. Usar os desgraçados é um abuso intolerável, é brincar com as pessoas e a sua miséria.
PAGAR AS DÍVIDAS e fazer disso um espectáculo é obsceno.
A TVI torna-se, assim, uma obscenidade !…

ANTÓNIO CARNEIRO (ABS)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DA EMOÇÃO AOS BANQUEIROS

Como diz D. H. Lawrence, apesar dos avanços tecnológicos, a maioria dos homens emocionalmente está na adolescência. A maioria dos homens e das mulheres teme a emoção, raramente é capaz de se revelar na sua pureza, tal como é, de se tornar em si mesmo, na esteira de Nietzsche. O ser humano tem que ser construído na base do amor, na base do espírito, do conhecimento e da emoção. É assim que ele deve crescer, num mundo oposto à morte que vem dos mercados e dos poderes. O ser humano é um anjo, uma criança, quando se revela na sua plenitude. Deve procurar-se na partilha com os outros mas também nas profundezas de si mesmo. O mundo do dinheiro e dos mercados não pode satisfazer nem o homem interior nem o homem da partilha. O mundo do dinheiro e dos mercados mata o homem interior e o homem da partilha. Mas é o homem interior e da partilha que pode destruir o homem do dinheiro e dos mercados. Jesus "deitou por terra o dinheiro dos banqueiros" (João). É isso que temos a fazer: deitar por terra o dinheiro dos banqueiros. Porque não somos banqueiros, porque sentimos nojo dos banqueiros e de todos os que os promovem ou que lhes obedecem. Queremos construir o novo homem, o homem do espírito e do coração, o homem que não foge à emoção.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

BRASILEIRA




Regressar à cidade, à "Brasileira". A patroa bonita que controla. Talvez um dia me convide para escrever um livro dedicado à "Brasileira". Material não falta. Observar os outros, sem pressas. Deixar a chuva cair. Ser o homem na cidade, o poeta. Ir até ao fim dos sonhos. Sair daqui risonho. Estar de consciência plenamente tranquila. Não beber Tequila. Esperar por terça. Aguardar pacientemente n' "A Brasileira" que chegue terça-feira. Acreditar que pode acontecer qualquer coisa. Insistir que sou candidato à Presidência até se esgotar o prazo. Não ir às noites de poesia. Passar para os blogues a literatura. Ter leitores, cada vez mais leitores. Aos poucos. Promover os meus livros. Provocar no palco e na escrita. Olhar as mulheres jovens que sobem ao andar de cima. Pensar em passar a ir para o andar de cima, apesar de isso não ser próprio de um literato. Ainda não sou suficientemente conhecido aqui em Braga. Já o fui nos tempos do Feira Nova e do PSR. Agora sou conhecido em alguns meios do Porto e, claro, na Póvoa. Mas aqui na "Brasileira" sinto-me realmente em casa. Um homem de causas. Um homem de lutas. Menos sectário, menos rígido do que há uns anos. Talvez tenha chegado a hora de tentar formar um partido. Um anti-partido. O PSSL. Há companheiras cada vez mais radicais. As mulheres jovens estão mais radicais. Falam abertamente na revolta. Não é por acaso o que se passa na Grécia, em Itália e em França. A esmagadora maioria dos políticos ou são charlatães ou são corruptos. Digo-o e redigo-o. É preciso deitá-los abaixo, a eles, aos banqueiros, aos especuladores, aos economistas. É preciso vencê-los no campo deles, vencê-los na sua linguagem. Nunca estive tão lúcido, companheiros, companheiras. Nunca precisei tanto de vós. Sei que estais aí, companheiros, companheiras. Sei que me ouvis. Está a chegar a minha hora. O mundo rola a meu favor. Basta um pequeno passo. Um pequeno passo para isto cair na barbárie e na revolução. Tenho que continuar a dizer ao mundo que sou candidato. Os media terão que pegar. Sou o homem do mundo. Não tenho que ter problemas em ser narcisista. Passei tanto tempo no inferno. Agora estou aqui, livre, na minha cidade. Amo as pessoas que me rodeiam. Amo a "Brasileira" e a patroa. Amo este século e esta cidade. Amo as revoluções que se avizinham. Amo todos os vindouros. Amo todos os poetas que hão-de cantar os vindouros. Amo as mesas e as cadeiras. Amo os jornais da cidade. Amo o café de saco e a àgua das pedras. Amo as iluminações lá fora. Amo-vos a todos e amo-me a mim. Agora sou mais forte. Sou Lancelote. Nada me vencerá. Com a minha lança escrevo versos, com a minha espada vou dizê-los. Não preciso de polícias nem de controleiros. Sou plenamente eu, aquele que se torna nele mesmo. Nada me detém. Não tenho limites. Escrevo para mim e para o mundo. Observo os uniformes dos empregados da "Brasileira". Já tinha saudades da escrita automática. Já tinha saudades de deixar correr assim a caneta. Estou demasiado acelerado para o mundo. Escrevo a fundo. Vem apanhar-me, ó Penedo! Vem apanhar-me, ó personagem menor! Dais-me todos os trunfos para a mão. Dais o ouro todo ao bandido! Só me fazeis propaganda! Agradeço-vos! Agradeço-vos, ó politiqueiros! Sou anarquista. Sou completamente anarquista. É isso que sou. A greve dos controladores aéreos permitiu concluir que o sistema tem telhados de vidro. É preciso partir esses telhados. É preciso dizer que quero ser Presidente. É preciso dizer que não estou doente. É preciso agitar, provocar até às últimas consequências. O sistema dos mercados não é infalível nem todo-poderoso. "I am the Lizard King/ I can do anything", canta o Morrison. E nós queremos ser reis e nós queremos ser capazes de tudo. Não estamos no mesmo comprimento de onda da nossa mãe. Era inevitável a ruptura. Veremos na terça. Se não for na terça há-de ser depois. Apesar de estar gente serenamente sentada n' "A Brasileira", não temos dúvidas que os verdadeiros tumultos estão aí à porta. Sabemos. Já levámos patadas. Podemos elevar a voz. Podemos dizer tudo o que pensamos. Somos do mundo. Desprezamos as riquezas. Em certos aspectos, somos como Jesus. Despojados, mordazes, sinceros. Jesus também apelou ao fogo, como Morrison. Falamos a nova linguagem. A linguagem que chama os homens e, principalmente, as mulheres jovens. Somos revolucionários místicos, alucinados. Aparentemente, tomamos café n' "A Brasileira" como um qualquer pai de família mas sabemos que não o somos. Somos solitários como o pistoleiro do Oeste. Pacíficos mas perigosos. Ecce Homo.

ESTES GAJOS NÃO TÊM MESMO NADA NA CABEÇA

A CP prepara-se para eliminar 450 quilómetros do serviço regional - o mais deficitário da empresa e onde já foram abatidos 144 quilómetros de linhas -, tornando-o residual em termos da sua área de operação.
Tarifas e horários nem sempre atraem procura

(Nélson Garrido)

A CP Carga já é hoje uma empresa autonomizada, que espera 33 milhões de prejuízos no fim do ano e que está na lista das privatizáveis no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), e as CP Lisboa e CP Porto vão ser concessionadas (ver caixa). Ou seja, o desmembramento da CP é agora uma matéria assumida pelo Governo pois, seguindo à risca as intenções do executivo, dentro de um ano dela não restará mais do que a unidade de longo curso e uns restos do serviço regional.

Este último irá acabar em 2011 nos troços Torre das Vargens-Beirã (65 km), Abrantes-Elvas (129), Beja-Funcheira (62), Ermesinde-Leça (11), Setil-Coruche (32), Pinhal Novo-Beja (138) e Casa Branca-Évora (16). Mas a estes há que somar os 144 quilómetros de linhas que já foram encerradas no primeiro mandato deste Governo, o que significa um total de 597 quilómetros sem regionais.

Desde Janeiro de 2009, os comboios deixaram de apitar entre a Figueira da Foz e Pampilhosa (51 quilómetros) e nas linhas do Tua (54), do Tâmega (13) e do Corgo (26).

A falta de segurança nessas linhas foi a razão invocada, tendo-se seguido promessas imediatas de reabilitação dessas vias, mas a única coisa que se fez foi retirar os carris e as travessas em algumas delas. A política de contenção do investimento público ditou, entretanto, que os trabalhos de modernização fossem adiados, faltando agora apenas formalizar o seu encerramento através de um processo de "desclassificação".

Ontem, o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, anunciou que "a actual conjuntura, pelas pressões que coloca, designadamente no plano financeiro, obriga a acelerar algumas das coisas que vinham a ser preparadas" no que diz respeito à desclassificação de linhas férreas que não tenham procura.

Além das linhas onde o serviço regional será simplesmente suprimido, prevêem-se reduções do número de comboios nas linhas do Algarve, do Douro, do Oeste e do Minho.

Em 2009, o serviço regional da CP deu prejuízos de 56,6 milhões de euros, sobretudo nas linhas do interior, onde, muitas vezes, as automotoras circulam com menos de dez passageiros. O PÚBLICO apurou que, por exemplo, no ramal de Cáceres, entre Marvão e Torre das Vargens, cada passageiro transportado custou à CP 68 euros, sendo nesse troço a taxa de cobertura das despesas pelas receitas inferior a seis por cento.

Mesmo alguns dos eixos ferroviários mais representativos do país, como as linhas do Oeste, do Sul, da Beira Baixa e da Beira Alta, têm taxas de cobertura inferiores a 20 por cento, situando-se todo o serviço abaixo dos 50 por cento, com a excepção dos "tomarenses", expressão por que é conhecido o serviço entre Tomar e Lisboa e que serve também Entroncamento, Azambuja e Vila Franca de Xira, cujas receitas quase pagam as despesas.

Mas a fraca procura do serviço regional é também vítima da maneira como a própria CP está organizada, com as unidades de negócios a operaram de costas voltadas ao nível da oferta e do tarifário. Uma viagem do Bombarral para Espinho implica que um passageiro tenha de apanhar cinco comboios, do Rossio para Leiria e do Pinhão para Viana do Castelo quatro comboios.

O tarifário é também desencorajador da procura porque resulta do somatório dos vários comboios que o passageiro apanhar numa só viagem. De Santarém a Mangualde, paga 13 euros num Intercidades. Mas das Caldas da Rainha para Mangualde, que tem uma distância maior, um cliente da CP paga 16 euros e tem de apanhar três composições (um regional, um suburbano e um Intercidades).

Com tarifas e horários desencontrados não surpreende, assim, que o serviço regional tenha pouca procura.

O PÚBLICO perguntou

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DA VIDINHA


DA VIDINHA

Esta gente continua a levar a vidinha, como se nada fosse. A Europa a arder e esta gente continua a levar a vidinha. Parece que não se interrogam sobre o que se passa, continuam a olhar para a bola, para o ganha-pão, para a família. Não percebem que em Paris, Londres, Roma, Atenas, tudo está a ser posto em causa. Não percebem que a revolta e o fogo estão na rua. Coitados! Tenho pena de vós. Continuai na vossa vidinha que ides ter um valente susto, um choque daqueles. A revolução vai-vos bater à porta. Mais tarde ou mais cedo, vai-vos bater à porta. Agarrai-vos ao Natal e às prendinhas. Ao menino Jesus, às carteirinhas. Nada disso vos salva. A coisa vai rebentar.

A REVOLUÇÃO GLOBAL


A REVOLUÇÃO GLOBAL

A revolta prossegue. Agora em Itália, novamente na Grécia. Começa a ser evidente que uma parte da população- estudantes, operários, desempregados, precários- não suporta mais os Berlusconis nem os mercados. É uma revolta que não se contenta com manifestações-passeio nem com negociações sindicais. É uma revolta que não aceita a não-vida dos corruptos, dos charlatães, dos ladrões e que chama os bois pelos nomes. Vivemos, de facto, tempos diferentes. O discurso da moderação perde terreno. Estes são, de novo, tempos revolucionários. Começamos a viver uma revolução global que está para lá do dinheiro e da economia, que está, aliás, contra a economia. Esta é a revolução da raiva. Uma revolução que não aceita o paleio das percentagens, dos bancos, das bolsas, que já não vai na cantiga. Tremei, ó inimigos da vida!

MOVIMENTO ANTI-POPOTA

NO MÍNIMO, PARECE-ME TEMA MERECEDOR DE REFLEXÃO !!!

O mundo está, como sempre, cheio de oportunistas e desde sempre que oiço dizer que "há sempre quem ganhe com as crises" (formam-se sempre novos ricos e aumenta o número de pobres)


MOVIMENTO ANTI-POPOTA, LEOPOLDINA E ARREDONDAMENTOS!!!
É extraordinário como é fácil fazer grande caridade com o dinheiro dos outros!!! Pedem-nos "apenas" dois euros e fazem-nos o favor de doar um para a caridade. Claro que quem aparece a doar no final vários milhares são os donos dos grandes armazéns... com o nosso dinheiro!!

Reparem no que diz o site de um desses supermercados: "Nestes últimos três anos conseguimos angariar (...) um montante superior a um milhão de euros"... Extraordinário, realmente, sobretudo se pensarmos que esse milhão de euros foi automaticamente deduzido dos impostos desta empresa... como se fosse dinheiro deles e não nosso.

Se querem dar para caridade dêem directamente... ou, se eu vos pedir, vocês dão-me a mim para eu poder doar?! Então, porque dão aos Modelos, Continentes, e Wortens? Eles têm obrigação e responsabilidade social a cumprir! Exijam




Se concordarem comigo enviem para outras pessoas.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIROÀ PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Numa terra inóspita, onde se vende pai e mãe nos mercados, onde o Presidente da República e o primeiro-ministro são dois cretinos sem qualquer dimensão ética ou moral, urge uma voz que denuncie e desmascare, a voz do terrorismo poético. Estamos fartos da economia e da linguagem castradora da economia, estamos fartos de orçamentos e do paleio do ministro das Finanças, estamos fartos da corrupção e da charlatanice. Por isso, eu, António Pedro Ribeiro, poeta, diseur, cronista, declaro-me candidato à Presidência da República. Porque estamos fartos de tantos rodeios, como dizia Jim Morrison. Porque estamos fartos dos bancos e do BCP ao serviço da espionagem norte-americana. Porque defendemos a extinção da bolsa. Porque vemos os políticos, os gestores e os administradores a servirem-se à vez. Porque não somos da raça deles. Porque vemos a revolta em França, na Grécia e em Inglaterra. Porque vemos a revolta contra os mercados e contra o capitalismo. Porque os mercados são a morte. Porque não queremos a morte. Porque o nosso pensamento, o nosso espírito estão muito para lá das negociatas dos mercados e das intrigas dos vizinhos. Porque acreditamos na demanda. Porque nada temos a perder. Porque é preciso destruir para construir.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CRÓNICA NO "GUARDA-SOL"

CRÓNICA NO GUARDA-SOL

António Pedro Ribeiro

Regresso à Póvoa, ao "Guarda-Sol". Sinto-me uma espécie de rei. Não que vá reclamar o trono. Mas sinto uma certa simpatia dos poveiros em relação a mim. De qualquer forma, não sou político, autarca ou banqueiro. 90% dos políticos ou são charlatães ou são corruptos. Tudo isso me faz sentir um homem de bem, na outra margem. Um homem que se bate por causas, mesmo que nem sempre da forma mais ortodoxa. Um homem solitário que escreve à mesa do "Guarda-Sol" e que hoje permanece na Póvoa em vez de ir ter com a amiga a Braga. Longo percurso percorreu o homem. Já andou à batatada à porta dos bares e das discotecas, já derramou sangue em nome da dama. As intriguices dos políticos locais já não o motivam. Sente-se acima disso, apesar de ser acusado de determinadas coisas que nem sequer fez. Sente-se nas suas quintas como os seus antepassados barões de Cabeceiras de Basto. É um aristocrata, desconfia do proletariado e dos defensores intransigentes do proletariado. Bebe. Lê. Escreve. Vive. No "Guarda-Sol" à beira do mar. Ultimamente, os media têm-lhe feito propaganda. Agradece-a. Pode beber copos. Não tem que se portar bem com os políticos. Pode abusar. Pode micar as mulheres que o despertam. É do mundo. Vai à Biblioteca Municipal buscar livros mas não se fecha nos livros, embora, porventura, o devesse fazer. Traz Borges, Kierkegaard e Ezra Pound. Os seus amigos empregados de mesa não estão: o Fernando, o Manuel. Acredita nos amigos. Ninguém o pode acusar de traição, apesar dos seus erros. Nada tem a perder, já o tem dito. É cronista, dizem. As suas crónicas são lidas. Não é da Póvoa mas sente-se em casa. Se tivesse cacau, beberia mais uns finos. Passaria a noite a beber. Não é presidente da Câmara nem da República. Pode beber. Aliás, não faz parte dessa seita. Evita-a. Ama a vida, não a morte em vida. É do mundo. Quer conquistá-lo para o mudar a fundo. No fundo, algumas destas ideias já as tinha aos 18 anos. Mas agora é capaz de sistematizá-las. É também uma espécie de filósofo. Mas já poucas coisas o assustam. É louco. Por isso o temem. Porque escreve o que pensa e o que sente. Não faz mal a uma mosca mas é temido pelo que diz e pelo que escreve. Bebe mais um fino. O "Guarda-Sol" é um café que o marcou e que o continua a marcar. É um café onde se respira a liberdade e a república. É um café de conversas, afectos e de bom humor. Aqui não há tédio. O homem sente-se na pele de Antero de Quental. A sua luz brilha aqui. Vem de dentro. Do coração. O homem precisa da mulher. Ama-a. Sabe que ela virá um dia, mesmo que se recuse agora. Sabe que a demanda do Graal é aqui e agora. Por isso, não tem limites. Aprendeu com Jim Morrison, Nietzsche e Henry Miller. Mas também com Manuel Lopes, com o padre/professor João Marques, com o Monsenhor Amorim. É um homem do mundo e, portanto, da Póvoa. O mar entrou-lhe na alma. Navega no "Barco Bêbado" de Rimbaud. É louco. Sabe-o. Quanto mais louco, mais lúcido. Já nem quer saber de presidentes de Câmara.

BOICOTE AO MILLENIUM BCP

Na sequência das informações que o Wikileaks disponibilizou, ficou-se a saber que o Millenium BCP partilha informações confidenciais com o governo dos EUA. Sabe-se agora sem qualquer margem para dúvidas que este banco não respeita o acordo de confidencialidade a que é obrigado perante os seus clientes. A maior punição não será aquela que o Governo Português e o Banco de Portugal seguramente não vão fazer - a maior punição é o boicote. Retirar todo o dinheiro deste banco é um dever moral, no sentido de penalizar quem não nos respeita. Para que saibam que estamos atentos...

POESIA DE CHOQUE

POESIA DE CHOQUE COM SUSANA GUIMARÃES



A próxima sessão de POESIA DE CHOQUE conta com a presença da poeta e declamadora Susana Guimarães que vai fazer uma apresentação do seu livro "Paradox.sou". O evento tem lugar na próxima quinta, 16, no Clube Literário do Porto, pelas 22,00 horas. Vão estar também presentes os diseurs habituais António Pedro Ribeiro e Luís Carvalho. A poesia a arder e a abrir.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MRPP

Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP)


PREPAREMOS NOVAS GREVES GERAIS

PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES!


Depois da greve geral de 24 de Novembro, importa fazer um balanço sério dessa jornada de luta e saber que alternativa, que caminho se coloca aos operários, aos trabalhadores em geral, do sector público e privado, aos estudantes e reformados para impedir que a politica verdadeiramente criminosa dos PECs e do Orçamento do Estado deste governo e do PSD seja aplicada.
Não se pode escamotear que esta última greve geral que se pretendia nacional, embora tenha obtido uma forte adesão dos trabalhadores do Estado e dos operários e restantes assalariados das empresas públicas (em particular do sector dos transportes), não teve, contudo, uma participação igual por parte dos trabalhadores do sector privado e nem se terá estendido com igual intensidade a todos os pontos do país, de forma a permitir concluir que ela constituiu uma vitória inequívoca.
Digamos que ela se traduziu numa semi-vitória ou, se quiser, um semi-fracasso, por ausência de vitória.
Ao contrário do que as direcções das centrais sindicais pretendem ocultar nos seus balanços sobre esta acção de luta, não se pode escamotear a sua responsabilidade na insuficiente mobilização e organização da greve geral.
Depois, esta greve geral e as que se devem seguir não podem deixar de ter um objectivo político preciso e claro que una a esmagadora maioria de quem trabalha - e esse objectivo político só pode ser o do derrube do governo de Sócrates e da política do bloco central que o sustenta.
Insistir em mobilizar o povo trabalhador para que o governo mude de política é condenar a sua vontade de lutar ao fracasso, é conduzir o movimento operário para um beco sem saída e para a derrota.
Ninguém pode esperar que este governo altere a sua política e passe a praticar a política da classe antagónica àquela que ele representa.
Por outro lado, não se pode admitir que, depois do que deveria e deverá constituir uma primeira batalha da luta pelo derrubamento do governo, a caminho do derrube do sistema de exploração capitalista, se aceite ir para o Conselho Económico e Social negociar o que não tem negociação possível, deixando-se atrair por uma manobra de Sócrates de desmobilizar o movimento operário e popular, afastando-o do único palco onde a luta se terá de travar para sair vitoriosa – o da fábrica e da empresa e o da rua.
O que está em causa e tem de continuar a representar o objectivo que une o povo trabalhador português, não é vir mendigar ao governo o respeito pelo acordo sobre o salário mínimo nacional ou dar cobertura à aprovação de formas mais expeditas de aplicar as regras do despedimento individual já consagradas no actual Código do Trabalho,
Como também não é examinar com o governo a parte dos sacrifícios que os trabalhadores aceitariam fazer se os capitalistas também o fizerem – a este desplante chegou um representante de uma das centrais sindicais depois da greve geral.
E muito menos se trata, como há pouco defendia o secretario do BE, de propor medidas para salvar esta economia capitalista putrefacta.
Não! O QUE ESTÁ EM CAUSA É ESTABELECER A UNIDADE EM TORNO DA LUTA PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES – seja qual for a sua composição ministerial, trata-se de um governo que está apostado em esmagar a classe operária, condenar à fome, à miséria e ao sofrimento milhares de desempregados e de reformados, provocar a emigração da juventude em idade de trabalhar e sacrificar várias gerações do povo português, exclusivamente para salvar um sistema capitalista e financeiro parasitário, ele próprio o único responsável pela politica de austeridade que se pretende impor aos trabalhadores.
O que está em causa é, pois, apear este governo, DERROTAR A POLÍTICA DE ALIANÇA DO BLOCO CENTRAL por ele prosseguida e substituí-lo POR UM GOVERNO DE UNIDADE DE ESQUERDA que tenha a força e o apoio para repudiar a dívida pública e adoptar uma politica de desenvolvimento económico que tenha em conta os nossos recursos e condições específicos, designadamente, as resultantes da nossa localização geográfica e sirva exclusivamente os interesses da classe que tudo produz e que se vê expropriada da mais-valia do seu trabalho.
Com esse objectivo, torna-se necessário REALIZAR UMA NOVA GREVE GERAL contra um novo PEC ou um qualquer outro pacote de medidas de austeridade.
A nova greve geral deve ser amplamente convocada e ferreamente organizada, tendo em conta que se terá seguramente de preparar para enfrentar os novos blindados da PSP, recentemente adquiridos para este efeito.
Há que ter a consciência de que é possível impedir a aplicação da política imposta pelo imperialismo alemão, derrubando este governo, como primeiro passo para o derrubamento do sistema capitalista responsável pela crise que impiedosamente faz abater sobre os trabalhadores.

POR UMA NOVA GREVE GERAL NACIONAL!

PELO DERRUBAMENTO DO GOVERNO DE SÓCRATES!

POR UM GOVERNO DE UNIDADE DE ESQUERDA!

PARA OS TRABALHADORES PODEREM VIVER, O CAPITALISMO TEM DE MORRER!

06 de Dezembro de 2010

O Comité Central do PCTP/MRPP

www.pctpmrpp.org pctp@pctpmrpp.org

domingo, 5 de dezembro de 2010

LAND


Os cronistas do sistema já falam na revolução. O sistema começa a temê-la. É claro que não estamos à espera de maiorias para fazer a revolução. Precisamos de artistas-provocadores e de revolucionários de rua. Até já temos castratofistas como Medina Carreira e outros a nosso favor. Até já se fala na saída do euro. Quanto pior, melhor. As pessoas não vão aguentar tantas perdas de direitos, tanta pobreza. Tudo joga a nosso favor, revolucionários. Agora sim, começa a chegar a nossa hora. Somos nietzscheanos, não vemos os trabalhadores como coitadinhos. Nada há a perder. Há que construir o novo homem. É, sobretudo, uma luta individual mas também colectiva. Precisamos do Bloco e do PCP, apenas isso. Estamos muito para lá deles. Nada temos a perder. EStamos a caminho do "país dos nossos filhos". Acreditamos. Temos uma fé quase religiosa. É isso que nos distingue dos outros. Rimos com as quedas das bolsas e dos mercados. Rimos de nós mesmos. Somos loucos, lunáticos, alucinados, criadores mas também sabemos ser racionais. O país começa a arder. O mundo começa a arder. Dancemos a dança do fim do mundo. Dancemos com Jim Morrison e Henry Miller. Celebremos o caos. Digamos não ao homem direitinho do trabalhinho. Digamos não às normas do estabelecido. Pilhemos os bancos. Celebremos a vida. Dancemos sobre o fogo. ESta é a terra. Este é o reino. O cavaleiro encontrou o Graal. Não mais depressão, minha rainha. VAmos até ao fim. Dança. Vive a noite e o dia. Canta os pássaros da manhã. Isto está mesmo a começar. O capitalismo e os mercados vão cair. This is the land. This is the Kingdom. Não mais mentiras. Afrontemos os cães da polícia. Celebremos Jesus, Buda e Zaratustra. Inundemos as praças. Queimemos o dinheiro, queimemos o mercado. A hora está a chegar. Nunca estivemos tão fortes. Five to one, one to five.

sábado, 4 de dezembro de 2010

CARTA AO IMPÉRIO


O medo subsiste no homem comum. Mas leio os cronistas do regime e também vejo medo. Medo da grande adesão à greve geral, medo do poder bipartido dos últimos 34 anos finalmente estar em causa, medo da rua e dos anarquistas, medo de que o grande casino das bolsas, dos mercados e dos "offshores" comece a ser posto em causa, medo de perderem o poder e os milhares e milhões das regalias. Se a 7 de Dezembro, como sugere o ex-futebolista Eric Cantona, muita gente por toda a Europa retirar o seu dinheiro dos bancos, ai aí não temos dúvidas, os cronistas do regime vão tremer e o poder político e financeiro, os divinos mercados vão começar a arder. Mesmo que não seja no dia 7, se a tendência se mantiver nos tempos próximos, a sociedade dos banqueiros, dos "investidores", dos "credores" e de todos esses cretinos que andam atrás do máximo lucro e de depenar o parceiro do lado, sem quaisquer escrúpulos, desses que vendem pai e mãe nas bolsas, vai mesmo começar a arder. O nervosismo dos cronistas do regime é sintomático. Como revolucionários dionisíacos não podemos deixar de soltar umas boas gargalhadas sarcásticas e satânicas e gritos de júbilo. Desafiamos-te daqui, ó deus dos mercados, do dinheiro e do medo! Dizemos-te que tens pés de barro. Hoje, na madrugada de 26 de Novembro de 2010 cuspimos na tua cara. Juramos destruir-te como tu tens destruído muitos de nós, seja roubando-nos, seja intrujando-nos, seja vendendo-nos "felicidade" nos media, seja atirando-nos para a pobreza e para a miséria. Sabemos que ainda tens polícias, exércitos do teu lado, sabemos que o teu poder e o teu poder de persuasão ainda são consideráveis nas massas, mas também sabemos que a engrenagem, de tão vil, de tão torpe, de tão assassina, começa a ser posta em causa. Hoje, 26 de Novembro, afirmo a minha Liberdade sobre a Terra. Afirmo que as vossas TV's, os vossos jornais e as vossas vedetas boazonas não me levam na cantiga, que os vossos discursos me provocam vómitos, que os vossos orçamentos e impostos servem para limpar o cu, que os vossos mercados vão ser empalados no altar da Justiça, que ides ficar na mesma miséria para onde atirastes os vossos semelhantes, que o vosso império vai arder.

VIVA A REVOLUÇÃO DOS CONTROLADORES AÉREOS! O SISTEMA PODE PARAR.

OS VOSSOS MILHÕES VÃO ARDER

OS VOSSOS MILHÕES VÃO ARDER

Apesar de não ter ido às sessões de poesia, sinto-me no caminho da glória. E até as notícias do futebol são animadoras. Este pessoal tem de cair mesmo na real. No mercy. Vêem-se umas gajas bonitas e hão-de começar a vir para mim. Estou mesmo a caminho da glória. Nunca me senti realmente assim tão em cima. As barbas têm classe. Agora sim. Posso dizer o que realmente me apetece. No rules, no limits. Mais poder para o Ribeiro. O futebol começa a ser secundário. Ah! Ah! Cansa-te lá, ó Hulk! Ganhais milhões mas não passais de palhaços. Excepto o Cantona, claro. Esse é revolucionário. Eu também sou. É isso que sou. Quero destruir os mercados. Quero destruir os mercados, ouviram? Isto começa mesmo a correr bem. Não podes mais ignorar o poeta, ó camarada. Não podes mais ignorar o poeta. Continua a olhar para o futebol…isso, continua a olhar para a bola que vais longe…ah!Ah!Ah! Marcai uns golinhos, ah, ah, ah! Dança lá, ó Ronaldo, ó Mourinho! Ides perder os vossos milhões. Está escrito. No fundo, só fazeis merda, viveis à custa dos outros. Tenho uma pena de vós…vós e os políticos! Vós, os charlatães e os corruptos! Vós e os mercadores que vendem a mãe e o pai! Se depender de mim e de outros ides sofrer, ides sofrer muito. No mercy. Já não preciso de beber para estar em cima. Ides ter o que mereceis! Não tenho um tostão no bolso mas aponto-vos o dedo. No mercy. Quanto pior, melhor. Portugal perdeu a organização do Mundial. O Sócrates ficou fodido. Os futeboleiros e os patriotas também. Ide abaixo! Provai o gosto. Viva a Rússia! Vodka! Vodka! Os vossos milhões vão arder.

DO GRAZIA TANTA

Por mim renuncio e aconselho os governantes reais e governantes sombra a meterem os submarinos no ...





Eu renuncio!
Neste momento de aflição em que todos temos de dar as mãos e deixar de olhar só para o nosso umbigo, correspondo ao apelo de quem nos governa (e de quem lhe apoia) e faço pública parte da lista do que o Estado criou e mantém para minha felicidade, e de que de estou disposto a patrioticamente prescindir.

Assim:


Renuncio à maior parte das empresas públicas, privadas e àquelas que não se sabe se são públicas se privadas, mas generosamente alimentadas, com dinheiros públicos;


Renuncio ao bem que me faz ver o meu semelhante deslocar-se no máximo conforto de um automóvel de topo de gama pago com as minhas contribuições para o Orçamento do Estado, e nessa medida estou disposto a que se decrete que administradores das empresas públicas, directores e dirigentes dos mais variados níveis de administração, passem a utilizar os meios de transporte que o seu vencimento lhes permite adquirir;


Renuncio à satisfação que me dá constatar a felicidade daqueles que, trabalhando metade do tempo que eu trabalhei, garantiram há anos uma pensão correspondente a 5 vezes mais do que aquela que eu auferirei quando estiver a cair da tripeça;


Renuncio ao PRACE e contento-me com uma Administração mais singela, compacta e por isso mais económica, começando por me resignar a que o governo seja composto por metade dos ministros e secretários de estado;


Renuncio ao direito de saber o que propõem os partidos políticos nas campanhas pagas com milhões e milhões de euros que o Estado transfere para os partidos políticos, conformando-me com a falta de propaganda e satisfazendo-me com a frugalidade da mensagem política honesta, clara e simples;


Renuncio ao financiamento público dos partidos políticos nos actuais níveis, ainda que isso tenha o custo do empobrecimento desta democracia, na mesma mesmíssima medida do corte nas transferências;


Renuncio a este serviço público de televisão e aceito, contrariado, assistir às mesmas sessões de publicidade na RTP, nas mãos de um qualquer grupo privado;


Renuncio a mais submarinos, mesmo percebendo a falta que me vão fazer e ao prestígio de Portugal no mundo;


Renuncio ao sossego que me inspira a produtividade assegurada por mais de 230 deputados na Assembleia da República, estando disposto a sacrificar-me apoiando - com tristeza - a redução para metade dos nossos representantes.


Renuncio, com enorme relutância, a fazer o percurso Lisboa-Madrid em 3h e 30m, dispondo-me - mesmo que contrariado mas ciente do que sacrifício que faço pela Pátria - a fazer pelo ar por metade do custo o mesmo percurso em 1 h e picos, ainda que não em Alta Velocidade.


Renuncio a mais auto-estradas, conformando-me, com muito pena, com a reabilitação da rede nacional de estradas ao abandono e lastimando perder a hipótese de mudar de paisagem escolhendo ir para o mesmo destino entre três vias rápidas todas pagas com o meu dinheiro, para além de correr o triste risco de assistir à liquidação da empresa Estradas de Portugal.

Seria fastidioso alongar-me nas coisas que o Estado criou para o meu bem estar e que me disponho a não mais poder contar. E lanço um desafio aos leitores: renunciem também ! Apoiemos todos, patrioticamente, o governo a ajudar o País nesta hora de aflição. Portugal merece.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CANDIDATURA DE APR

CANDIDATURA DE ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA APELA AO BOICOTE AOS BANCOS!



A candidatura do poeta António Pedro Ribeiro à Presidência da República e o Partido Surrealista Situacionista Libertário apelam a todos os cidadãos do país que no próximo dia 7 de Dezembro retirem todo o dinheiro que for possível dos bancos. O apelo vem no seguimento de um outro feito recentemente pelo ex-futebolista Eric Cantona. Desta forma, trataremos da saúde a este império de mercados, banqueiros e governos que todos os dias nos roubam, que todos os dias vendem o pai e a mãe na bolsa, que nos matam o ser e a vida. A revolução é a doer e está a caminho. Não estamos interessados em orçamentos nem em contas, estamos interessados na vida.

RIBEIRO VERSUS MACEDO

Macedo Vieira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, confirmou ter sido informado pelo tribunal local sobre a constituição de dois arguidos no processo que visa apurar os autores do blogue Póvoaonline que, há dois anos, foi mandado encerrar devido a uma queixa do autarca e do vice-presidente Aires Pereira.

Em declarações à Rádio Onda Viva, Abílio Nova, advogado, negou ser o autor do blogue e revelou que o seu nome foi associado ao Povoaonline "num boato que puseram a circular no Verão passado. "O Ministério Público arquivou o inquérito, que estava a decorrer, e do qual eu [Abílio Nova] não tinha conhecimento, porque estava em segredo de justiça. Depois, foi requerida a abertura de instrução pelo presidente da câmara, que foi liminarmente indeferida", explicou Nova. "Entretanto, o presidente da câmara apresentou [um] recurso para o Tribunal da Relação do Porto e os juízes desembargadores entenderam que, havendo dois nomes indicados no processo como suspeitos, a instrução deveria seguir contra esses dois nomes. As suspeitas sobre o segundo arguido, António Pedro Ribeiro, sociólogo, poeta e cronista, resultam de ter afirmado que era colaborador e que conhecia o autor do blogue.

O blogue foi suspenso por uma providência cautelar, uma decisão inédita em Portugal. Os dois autarcas da Póvoa conseguiram que, em 2008, a Google encerrasse, definitivamente, aquele sítio na Internet, por ordem da 1.ª Vara Cível de Lisboa. O tribunal entendeu que o conteúdo do Póvoaonline "extravasava o direito à liberdade de expressão" e "atentava contra o direito à honra, à credibilidade, ao prestígio e à confiança" de Macedo Vieira e Aires Pereira.

www.publico.clix.pt