terça-feira, 8 de setembro de 2009

LEOPOLDO

Há dias, na Póvoa, no "Berlim", um desconhecido sentou-se à minha mesa. Começou por dizer que sempre que via alguém sozinho tinha esse hábito de se sentar à mesa das pessoas. Contou-me que tinha sido pescador e que tinha deixado de o ser por causa de problemas psicológicos. Chamava-se Leopoldo. Depois falámos do mundo que não presta e que já terá sido melhor, das pessoas que têm medo umas das outras, da amizade que está em crise. Falámos também das doenças psiquiátricas e de como as pessoas que delas sofrem são estigmatizadas pela sociedade. Depois apertamos as mãos despedimo-nos. Há já algum tempo que não me aconteciam coisas destas.

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