Um poema mais para o livro
uma gaja bonita à minha frente
acaricia os cabelos
e sorri ao telemóvel
a depressão ataca
tento resistir
sou o poeta que bebe no "Piolho"
as palavras não vêm ter comigo
como há dias
mas ainda estou aqui vivo
e é isso que interessa
é isso que interessa, porra!
Mesmo que as gajas
se dêem a outros
mesmo que o mundo
nos seja adverso
o importante é que estou aqui vivo
sou o poeta que bebe no "Piolho"
amigos há que já partiram
amigos há que deixaram de aparecer
mas eu não deixo de ser o mesmo gajo
e o anão ao balcão
hoje não puxa pela selecção
mas bebe um fino
tal como eu
temos de aguentar a solidão
às vezes procuramo-la
as amigas não aparecem
nem sequer atendem o telefone
sou o poeta que bebe no "Piolho"
nem sequer estou assim tão em baixo
estive numa concentração pelos índios do Perú
e a polícia municipal apareceu
vêm aí as eleições
e eu não estou com aquela raiva
não suporto o primeiro-ministro
mas não vou votar no Bloco de Esquerda
já estive no Bloco de Esquerda e no PSR
já apanhei a minha dose
vou votar no PCP
apesar de achar que o discurso está gasto
bebo
sou o poeta que bebe no "Piolho"
não sou reformista
nem marxista-leninista
acredito no homem
enquanto criador
enquanto artista
e entra outra gaja bonita
acredito no belo
acredito em mim
sou o poeta que bebe no "Piolho"
o mundo deve-me dinheiro
o mundo deveria pagar-me as cervejas
e o jantar
o mundo deveria sustentar-me
e é isto que tenho para dizer agora
antes de me ir embora
sou o poeta que bebe no "Piolho"...
"Piolho", 8.7.2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
LIBERDADE

Vim ao mundo gratuitamente
não tenho de pagar o que como
nem o que bebo
não tenho de pagar
a ponta de um corno pela vida
nem tenho de trabalhar
para pagar o que como
e o que bebo
não tenho de me sacrificar
por coisa nenhuma
a vida é livre e gratuita
só faço o que quero
o que me dá na real gana
e é isto que vos tinha para dizer
e é isto que me vem ao espírito
e é isto a liberdade.
O MARAVILHOSO

O MARAVILHOSO
António Pedro Ribeiro
É neste presente de bolsas, mercados e bancos e de políticos ao serviço das bolsas, dos mercados, dos bancos, neste presente em que a raça humana bateu no fundo que é preciso reinventar o senso do maravilhoso, do mágico, do espanto de que falam Henry Miller e os surrealistas. "O problema do mundo é a projecção do problema interior. É um processo de expropriação do mundo, de se tornar Deus", diz Henry Miller. Tudo parte do indivíduo, do indivíduo soberano que toma consciência de que está vivo, de que veio ao mundo gratuitamente, não teve de pagar nada para nascer e isso é que é verdadeiramente importante, e isso é maravilhoso. As relações de compra e venda, a mercantilização, as cotações bolsistas, tudo isso são questões menores perante o problema interior, perante a dádiva da vida, perante o espírito. Nenhum ser humano deveria passar fome. Todo o ser humano tem o direito de cultivar gratuitamente o seu espírito. E é através do espírito que nos tornamos criadores, deuses, poetas- os poetas vadios de que fala Agostinho da Silva. E aí atingimos o maravilhoso. O que importa é que estamos vivos e que não nos deixemos assassinar pela sub-vida dos horários, das obrigações, da disciplina, da competição. O que importa é que voltemos a ser humanos e nos possamos espantar com o maravilhoso de estarmos vivos.
domingo, 5 de julho de 2009
HENRY MILLER
Talvez seja necessário atravessar a vau rios e rios de merda para encontrar uma semente de realidade.
O QUE DIZER AO MUNDO?

Os pássaros
a "Vita" no meu colo
a felicidade animal
mas eu sinto-me triste
uma melancolia insolúvel
como a de Curtis
passei a tarde a ler "Nexus" de Henry Miller
o homem abre-me a cabeça
a angústia do escritor
a página em branco
o que dizer ao mundo?
Os sinos tocam
ainda é dia
e eu cá fora no jardim
será que vou chegar a algum lado?
Ou permanecerei no quase anonimato?
Um dia talvez seja internado
por causa da minha loucura
que, de vez em quando,
vem ao de cima
prefiro a loucura
a este estado quase sonâmbulo
em que a depressão me vai comendo
dia após dia
é certo que há noites
em que bebo a noite toda
em que falo com este e aquela
e a euforia espreita
quase rebenta
mas depois volta a letargia
o tédio dos dias de solidão
ainda não bati no fundo
mas já lá vão os dias apoteóticos
em que me sentia bem exilado na aldeia
e escrevia, em triunfo,
poema atrás de poema
sinto-me extraordinariamente lúcido
não há aqui sublime, nem Deus,
nem alma em fogo
apenas os pássaros a cantar
os gatos a passar
e eu, no jardim, a escrever
agarrado à caneta
como quem agarra a vida
é das únicas coisas que sei fazer
é a minha vida
habituei-me a isto
escrevo
mas não estou extasiado
é a minha ocupação
apenas isso
já não consigo ter outra
o meu perfil
não se adequa ao mercado
e, no fundo, até estou
a cagar para isso!
Vilar do Pinheiro, 5.7.2009
ANOITECE
Anoitece
e eu tenho de escrever
a Gotucha descreve-me o livro que fala de Nietzsche
ao telefone
é quase noite
e eu ainda vejo
agora até na cidade dizem
que eu passo a vida a escrever
pudera! Sou escritor
não é isso que eu sou?
Uns trabalham nas Finanças
outros tomam conta de bares
e eu escrevo
não sou mais nem menos
do que eles
apenas escrevo
é noite
entro em casa
sento-me à mesa
escrevo
raramente escrevo dentro de casa
mas agora a coisa vai de enfiada
que coisas novas vou dizer ao mundo?
Que coisas que nunca foram ditas
ou que há muito não são ditas
vou dizer ao mundo?
E será que o mundo me ouve?
Será que o mundo reage
ou fica estático, morto
como certos espectadores
que me ouvem?
e eu tenho de escrever
a Gotucha descreve-me o livro que fala de Nietzsche
ao telefone
é quase noite
e eu ainda vejo
agora até na cidade dizem
que eu passo a vida a escrever
pudera! Sou escritor
não é isso que eu sou?
Uns trabalham nas Finanças
outros tomam conta de bares
e eu escrevo
não sou mais nem menos
do que eles
apenas escrevo
é noite
entro em casa
sento-me à mesa
escrevo
raramente escrevo dentro de casa
mas agora a coisa vai de enfiada
que coisas novas vou dizer ao mundo?
Que coisas que nunca foram ditas
ou que há muito não são ditas
vou dizer ao mundo?
E será que o mundo me ouve?
Será que o mundo reage
ou fica estático, morto
como certos espectadores
que me ouvem?
JESUS CRISTO

Não, não sou Jesus Cristo
embora às vezes acredite que o sou
sou apenas um gajo que anda por aí
que escreve umas coisas
e que, de vez em quando, fala com as pessoas
não, não sou Jesus Cristo
nem Sócrates nem Agostinho da Silva
embora, por vezes, siga as suas pisadas
o homem do café é um comunicador nato
dá-se com toda a gente
eu não
não me dou a toda a gente
nem gosto de toda a gente
nem escrevo as coisas
que agradam a toda a gente
há livros que me dizem mais
do que os homens
no fundo, até amo os homens
mas não a face que eles mostram agora
mas não a sua face mercantil
não, não sou Jesus Cristo
nem Sócrates nem Nietzsche
mas ando a passar a mensagem
e sei que a mensagem
vai chegar a mais gente
vai chegar a cada vez mais gente
estou a falar do amor e da liberdade
do amor e da liberdade sem limites,
sem fronteiras,
sem preconceitos
do amor e da liberdade puros
como eram no início
no Uno Primordial
estou a falar da alegria
da vida plena, autêntica
que ainda está nas crianças
estou a falar da essência
da alma
e não da manha
da mercearia, da competição
estou a falar daquilo
que fomos quando nascemos
quando tudo era livre e gratuito
estou a falar da criança sábia
estou a falar do que podemos ser.
sábado, 4 de julho de 2009
ANTES ESCREVER

Venho até ao "Piolho"
e escrevo
anteontem sentia-me em cima
ontem nem por isso
destas variações
se faz a minha vida
na mesa do lado
discute-se arte com veemência
há quem diga que estou a escrever melhor
e de uma maneira diferente
talvez tenha encontrado o ritmo certo
os críticos de arte abandonam o café
há quem converse
quem se detenha em frente ao computador
quem olhe para o boneco
e eu escrevo
habituei-me a escrever
a passar as tardes a escrever
espero um companheiro
mas ele só vem daqui a uma hora
entretanto escrevo
uns vão de férias
e eu escrevo
outros vão para a praia
e eu escrevo
outros vão trabalhar
e eu escrevo
escrevo
de vez em quando
vem alguém conhecido
e eu paro
mas depois retomo
escrevo
é esta a minha vida
algum dia serei devidamente
reconhecido
até lá escrevo
é o que faço
é disto que vivo
antes escrever
do que participar em concursos imbecis
antes escrever
do que pertencer à engrenagem
antes escrever
do que sobreviver
antes escrever
do que jogar na bolsa
antes escrever
do que olhar para a bola
antes escrever
do que estar morto
antes escrever
do que obedecer à vidinha
antes escrever
do que ser um homem de negócios
antes escrever
do que ceder à máquina
antes escrever
do que ser imbecil
antes escrever...
POrto, "Piolho", 2.7.2009
O POETA NO "PIOLHO"
Não deve haver muitos poetas
a escrever ao ritmo a que eu
tenho escrito
Fernando Pessoa escreveu os 30 e tal poemas
do "Guardador de Rebanhos"
mas há poucos casos assim
e eu nem sequer estou
em estado extático
é mais uma espécie de obsessão
vou na rua e as ideias surgem
o que vale é que apenas tive de percorrer
o caminho do "Ceuta" até ao "Piolho"
senão teria de sacar do papel e da caneta
no meio da rua
em plena Praça dos Leões
e começar a escrever
seria considerado um doido
coisa que já realmente sou
apesar das aparências
a pedra já está em mim
mesmo que não beba
mesmo que não me drogue
deve haver mesmo poucos gajos assim
a escrever 5, 6, 7 poemas por dia
nem todos são brilhantes, claro,
mas tenho a certeza de que há alguns
que estão lá próximos
uma boa percentagem
daquilo que tenho produzido
nestes dois últimos meses
nestes dois meses mágicos
em que houve dias
em que toquei o sublime
a própria divindade
não é bem o caso de hoje
hoje é uma coisa mais seca
mais mundana
hoje é apenas o gajo
que escreve no café
que não tem vergonha
de escrever em frente a toda a gente
já que não dá jeito
escrever na rua
os outros trabalham
tiram cursos de formação
e eu escrevo no café
habituei-me a escrever no café
desde que vim para o Porto
ou talvez já em Braga
não me lembro bem
sim, acho que já em Braga
aos 18 anos
escrevia no café
"Mulher Ausente" foi escrita no café
e agora sento-me à mesa
e não paro de escrever
de vez em quando aparece alguém
que me saúda e mete conversa
mas eu continuo a escrever
faço disto o meu escritório
sou um poeta de café- já o escrevi
mas nunca tinha escrito
a este ritmo
também é uma forma de combater o tédio
de observar a sociedade do consumo e do mercado
de analisar o comportamento dos meus semelhantes
de descarregar a minha alma.
"Piolho", 29.6.2009
a escrever ao ritmo a que eu
tenho escrito
Fernando Pessoa escreveu os 30 e tal poemas
do "Guardador de Rebanhos"
mas há poucos casos assim
e eu nem sequer estou
em estado extático
é mais uma espécie de obsessão
vou na rua e as ideias surgem
o que vale é que apenas tive de percorrer
o caminho do "Ceuta" até ao "Piolho"
senão teria de sacar do papel e da caneta
no meio da rua
em plena Praça dos Leões
e começar a escrever
seria considerado um doido
coisa que já realmente sou
apesar das aparências
a pedra já está em mim
mesmo que não beba
mesmo que não me drogue
deve haver mesmo poucos gajos assim
a escrever 5, 6, 7 poemas por dia
nem todos são brilhantes, claro,
mas tenho a certeza de que há alguns
que estão lá próximos
uma boa percentagem
daquilo que tenho produzido
nestes dois últimos meses
nestes dois meses mágicos
em que houve dias
em que toquei o sublime
a própria divindade
não é bem o caso de hoje
hoje é uma coisa mais seca
mais mundana
hoje é apenas o gajo
que escreve no café
que não tem vergonha
de escrever em frente a toda a gente
já que não dá jeito
escrever na rua
os outros trabalham
tiram cursos de formação
e eu escrevo no café
habituei-me a escrever no café
desde que vim para o Porto
ou talvez já em Braga
não me lembro bem
sim, acho que já em Braga
aos 18 anos
escrevia no café
"Mulher Ausente" foi escrita no café
e agora sento-me à mesa
e não paro de escrever
de vez em quando aparece alguém
que me saúda e mete conversa
mas eu continuo a escrever
faço disto o meu escritório
sou um poeta de café- já o escrevi
mas nunca tinha escrito
a este ritmo
também é uma forma de combater o tédio
de observar a sociedade do consumo e do mercado
de analisar o comportamento dos meus semelhantes
de descarregar a minha alma.
"Piolho", 29.6.2009
É A TI QUE EU QUERO

É a ti que eu quero
mulher que passas
e me saúdas
é a ti que eu quero
mulher que bebes
e te sentas com as amigas
e não tens preconceitos
e não vais em modas
é a ti que eu quero
a ti que andas pela cidade
à solta
que te ris do mundo
e das palavras do poeta
é a ti que eu quero
não preciso de andar mais
à procura
é a ti que eu quero
quando a noite cai
e o dinheiro falta
é a ti que eu quero
agora neste café às moscas
é a ti que eu quero
mulher que passas
e me encantas.
UM PRIMEIRO-MINISTRO PARA TODA A ETERNIDADE
Agora estou no "Ceuta"
e o "Ceuta" quase ás moscas
tenho de pagar o café
mas a vida é gratuita
deveria ser gratuita
como o ar que respiramos
ainda não temos de pagar o ar
há sítios onde até temos
de pagar para cagar
não aqui no "Ceuta"
este ainda é um café á antiga
apesar de estar quase ás moscas
o Carneiro esteve a contar-me
as suas proezas sexuais
e a falar-me das ninfomaníacas
e dos vibradores
os novos futebolistas
desaguam na Luz
todos os anos
desaguam novos futebolistas
para entreter os papalvos
todos os anos
novas promessas
vem aí as eleições
é sempre a mesma merda
o primeiro-ministro
tem dupla personalidade
agora é humilde
bondoso até
um santo homem
um homem que está
a pôr o país no rumo certo
uma homem que tem uma visão
um homem justo, honesto e virtuoso
acima de quaisquer suspeitas
um homem convicto que sabe o que quer
um homem que vai para o céu
que está entre os eleitos
um homem detentor de uma vasta cultura
um sábio
um profeta
só lhe falta ser poeta
um homem firme
que quer o bem de todos
que nos quer levar para o paraíso
um homem que se sacrifica
um homem que se esquece de si próprio
em prol do bem comum
um santo homem
um primeiro-ministro para toda a eternidade.
"Ceuta", 29.6.2009
e o "Ceuta" quase ás moscas
tenho de pagar o café
mas a vida é gratuita
deveria ser gratuita
como o ar que respiramos
ainda não temos de pagar o ar
há sítios onde até temos
de pagar para cagar
não aqui no "Ceuta"
este ainda é um café á antiga
apesar de estar quase ás moscas
o Carneiro esteve a contar-me
as suas proezas sexuais
e a falar-me das ninfomaníacas
e dos vibradores
os novos futebolistas
desaguam na Luz
todos os anos
desaguam novos futebolistas
para entreter os papalvos
todos os anos
novas promessas
vem aí as eleições
é sempre a mesma merda
o primeiro-ministro
tem dupla personalidade
agora é humilde
bondoso até
um santo homem
um homem que está
a pôr o país no rumo certo
uma homem que tem uma visão
um homem justo, honesto e virtuoso
acima de quaisquer suspeitas
um homem convicto que sabe o que quer
um homem que vai para o céu
que está entre os eleitos
um homem detentor de uma vasta cultura
um sábio
um profeta
só lhe falta ser poeta
um homem firme
que quer o bem de todos
que nos quer levar para o paraíso
um homem que se sacrifica
um homem que se esquece de si próprio
em prol do bem comum
um santo homem
um primeiro-ministro para toda a eternidade.
"Ceuta", 29.6.2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
QUERO FICAR BÊBADO

Quero ficar bêbado
quero ficar bêbado, porra!
Há quase um ano que não apanho
uma bebedeira
nem nos 100 anos do "Piolho"
apanhei uma bebedeira
há dias em que bebo, bebo
e não acontece nada
só fico mais alegre
quero ficar bêbado
apanhar uma bebedeira
de caixão à cova
fazer disparates
gritar discursos à nação
meter-me com toda a gente
quero ficar bêbado
mandar lixar o senso comum
e as conveniências
quero ficar bêbado
estou farto da vida direitinha
do tem que ser
da rotina
quero ficar bêbado
dai-me vinho, cerveja, whisky
e deixai que o efeito
se produza.
DEUSES

DEUSES
Homem, que porra de sociedade construíste?
Homem, em que porra te tornaste?
Num predador do teu irmão,
Do teu semelhante?
Tornaste-te uma cotação na bolsa
Uma percentagem que sobe e desce
Uma marioneta nas mãos do mercado
Uma mercadoria que se compra e vende
Homem, como é que desceste tão baixo?
Alguns de nós
Ainda andamos por aí
A agarrar-nos desesperadamente
Ao que resta da alma
Do amor
Do coração
Mas somos poucos, muito poucos
Às vezes deixamos de acreditar
Quase cedemos
Onde está o homem?
Que é feito do homem?
Onde está o homem livre?
Onde está o homem
Que canta e dança?
Está morto
Quase morto
Tornou-se escravo
Do seu semelhante
Tornou-se o homem pequeno
O homem da intriga, da inveja
Da usura, da mercearia
Da agiotagem, da sacanagem
Por quanto mais tempo aceitareis ser comidos
Por aqueles que vos governam,
Por aqueles que vos pilham,
Por aqueles que vos roubam
A alma e a vida?
Por quanto mais tempo
Aceitareis ser escravos?
Quanto mais tempo
Permanecereis na lama?
Quanto mais tempo
Permanecereis mortos?
A que deus vos agarrais agora?
Ao Deus dos cristãos, a Alá,
Ao deus-dinheiro?
A coisa bateu no fundo
A bolsa bateu no fundo
O mercado bateu no fundo
É preciso um novo começo
Uma nova linguagem
Uma nova poesia
É preciso que abandoneis a economia, companheiros,
Deixai o trabalho, a casa, a família
Ide pelas praças passar a mensagem
Falai da alma nobre
Do homem sem preconceitos
Da mulher
Da criança
Da criação
Do novo mundo
Do amor
Da liberdade
Esse mundo está dentro de nós
Só nós podemos ser deuses.
Poema inspirado em Jim Morrison
E VAI-SE DESTRUINDO O MUNDO EM NOME DO LUCRO
PSP detém dez activistas da Greenpeace em protesto à porta da Jerónimo Martins
02.07.2009
Helena Geraldes
Dez dos activistas da organização Greenpeace que estavam desde manhã em protesto à porta da sede do grupo Jerónimo Martins, no Campo Grande, em Lisboa, acabaram por ser detidos esta tarde. Os activistas reclamavam contra a falta de sensibilidade do grupo do Pingo Doce e Feira Nova, na comercialização de peixe, não evitando vender espécies ameaçadas.
Pouco depois das 14h00, a Greenpeace foi informada pela polícia de que os activistas iriam ser detidos, depois de já terem sido identificados de manhã. Seis acorrentaram-se aos portões do edifício e, meia hora depois, foram retirados, algemados e detidos. A activista que se encontrava no cimo de um tripé de metal também acabou detida.
Mais tarde, os dois activistas espanhóis - um homem e uma mulher - que estavam desde manhã pendurados do edifício, junto ao banner de 15 metros de altura, foram "intimados" pela polícia a recolher o banner e a descer. O homem foi detido às 17h00 e a mulher, trazendo o banner pendurado da cintura, foi colocada dentro das carrinhas da polícia cerca de 20 minutos depois. A operação de descida foi acompanhada por vários funcionários do edifício, que espreitavam das janelas, e por dezenas de transeuntes que paravam e tiravam fotografias com os telemóveis.
Dez minutos depois, saíram do edifício os últimos dois activistas que tinham subido ao topo do prédio para ajudar à descida dos dois alpinistas. Também estes foram levados pela PSP.
A polícia apreendeu os tripés, as faixas, mochilas, cordas e todo o material da acção de protesto.
As forças de segurança terão sido chamadas pelo próprio grupo Jerónimo Martins para repôr a ordem no exterior do edifício onde a Greenpeace se encontrava desde manhã para pedir uma reunião com responsáveis do grupo.
Lara Teunissen, porta-voz da Greenpeace Portugal disse que o grupo lamenta que a acção tenha terminado desta maneira: "O final ideal seria o grupo ter acordado reunir connosco para rever as suas políticas de comercialização. Mas vamos continuar a insistir".
www.publico.clix.pt
02.07.2009
Helena Geraldes
Dez dos activistas da organização Greenpeace que estavam desde manhã em protesto à porta da sede do grupo Jerónimo Martins, no Campo Grande, em Lisboa, acabaram por ser detidos esta tarde. Os activistas reclamavam contra a falta de sensibilidade do grupo do Pingo Doce e Feira Nova, na comercialização de peixe, não evitando vender espécies ameaçadas.
Pouco depois das 14h00, a Greenpeace foi informada pela polícia de que os activistas iriam ser detidos, depois de já terem sido identificados de manhã. Seis acorrentaram-se aos portões do edifício e, meia hora depois, foram retirados, algemados e detidos. A activista que se encontrava no cimo de um tripé de metal também acabou detida.
Mais tarde, os dois activistas espanhóis - um homem e uma mulher - que estavam desde manhã pendurados do edifício, junto ao banner de 15 metros de altura, foram "intimados" pela polícia a recolher o banner e a descer. O homem foi detido às 17h00 e a mulher, trazendo o banner pendurado da cintura, foi colocada dentro das carrinhas da polícia cerca de 20 minutos depois. A operação de descida foi acompanhada por vários funcionários do edifício, que espreitavam das janelas, e por dezenas de transeuntes que paravam e tiravam fotografias com os telemóveis.
Dez minutos depois, saíram do edifício os últimos dois activistas que tinham subido ao topo do prédio para ajudar à descida dos dois alpinistas. Também estes foram levados pela PSP.
A polícia apreendeu os tripés, as faixas, mochilas, cordas e todo o material da acção de protesto.
As forças de segurança terão sido chamadas pelo próprio grupo Jerónimo Martins para repôr a ordem no exterior do edifício onde a Greenpeace se encontrava desde manhã para pedir uma reunião com responsáveis do grupo.
Lara Teunissen, porta-voz da Greenpeace Portugal disse que o grupo lamenta que a acção tenha terminado desta maneira: "O final ideal seria o grupo ter acordado reunir connosco para rever as suas políticas de comercialização. Mas vamos continuar a insistir".
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