sábado, 28 de junho de 2014
NEM SEQUER AMAMOS
As miúdas vêm à confeitaria. Parecem felizes. De que falam? De nada que me motive. As pessoas estão mesmo convencidas de que são livres, de que têm direito de voto, de que vivemos numa democracia. A verdade é que a sociedade que construímos conduz cada vez mais à doença mental e abafa o amor. Estamos separados, partidos, poucas vezes nos encontramos porque o trabalho nos prende, nos castra. Celebramos em dias marcados ou por causa de coisas menores como o futebol. Nada fazemos para construir o império do homem sobre a terra, nada fazemos pelo reino da liberdade e da abundância. Exploramo-nos uns aos outros, atropelamo-nos, dividimo-nos em grupos fechados, não nos unimos. Às vezes até parece que não somos da mesma espécie. Não questionamos o homem, não questionamos a vida. Não aprofundamos o nosso pensamento. Somos mecânicos. Entretêmo-nos com imbecilidades. Não crescemos. Não passamos mensagens. Contentamo-nos com pouco, com o nosso dinheirinho, com o nosso carro, com a nossa casinha. Não vamos mais além. Não procuramos sair da rotina. Não nos queremos elevar à altura dos deuses. Não vivemos a vida. Não a celebramos. Estamos perdidos, partidos. Deixamo-nos levar pelas patranhas dos políticos e dos capitalistas. Acreditamos na publicidade. Nem sequer amamos.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
O IMPÉRIO DO HOMEM NA TERRA
"O princípio comum, a criação do império do homem na terra, esse nunca levantámos um dedo para o defender", escreve Henry Miller. O império do homem na terra, o homem livre, o homem integral, o homem-deus, não lutamos por isso. Guerreamo-nos uns aos outros, dividimo-nos em senhores e escravos, em explorados e exploradores. Não elevamos o homem, não procuramos a virtude, o conhecimento, a justiça. A sociedade que construímos conduz à doença mental- sobretudo à depressão- e até à diminuição da capacidade de amar. Só alguns pensam, os outros limitam-se a trabalhar, a ganhar a vida. A televisão não exige o esforço mental prolongado nem a concentração. O homem não brilha, não se liberta, não percorre com Sócrates as ruas de Atenas. Reduzido à sua vidinha, é incapaz de um rasgo, de uma luz. Mesmo que seja simpático, amável, não se dá, não se eleva. Como afirma Aldous Huxley, "a vítima da manipulação do espírito não sabe que é vítima. Para ela são invisíveis os muros da sua prisão, e julga-se a si própria livre".
segunda-feira, 23 de junho de 2014
CERVEJA
Bebo cerveja. Tu atrais-me, excitas-me. Dona do café. Senhora da minha vida. Já me dirigiste a palavra em tempos. Não sabes quem sou. Sabes que venho para aqui ler e escrever. Não sabes que escrevo sobre ti. Até há um poema sobre ti no “Caos às Portas da Ilha”. És bonita. Provocante. Não conheces o meu mundo. A minha loucura. Nem sabes que estou a caminho da glória, do reconhecimento. Que apareço nos jornais, na rádio, na televisão de vez em quando. Venho cá por tua causa. Bebo. Celebro a vida. A exuberância da vida que está em ti. A humanidade que nos une. O homem louco às portas da liberdade. O filósofo. O profeta. Aquele que se dirigirá à multidão. Aquele que canta. Aquele que conta. Deveria ter dinheiro para mais cervejas. Para conversar contigo. Para te amar. Para subir ao palco. Sou o último dos poetas de café. O mais louco dos homens. Os olhos estão vermelhos. Não os posso cansar muito. Imagina o que seria se ficasse cego. Ficaria um completo inútil. Não te poderia ver. Até tens uma certa classe. Dar-te-ia os meus reinos. Agora não sei o que te dizer. Tenho andado de tasco em tasco aqui em Vilar do Pinheiro e assim sinto-me bem. A música é boa. Estás mesmo atrás de mim. Falta-me dirigir-te a palavra. Voltou a hora de oferecer poemas às meninas. Voltou a hora de reinar. Só me falta mais dinheiro para as cervejas.
terça-feira, 17 de junho de 2014
A SOCIEDADE HUMANA
"Útil para a produção de poder e de lucro, o homem é perfeitamente inútil", diz Raoul Vaneigem. Entregue à sobrevivência e à economia, preso à imbecilidade mediática, o escravo só é útil aos senhores no consumo e na produção. O homem está desumanizado, não goza a verdadeira vida, a gratuitidade, a poesia. Só alguns criam o humano no homem. Só alguns, poucos, gozam a exuberância da vida. Os outros, separados de si mesmos, tornam-se predadores uns dos outros, competidores em busca da taça, do emprego, da carreira. O homem não é dono do seu próprio destino, não cria, serve a máquina e o "Big Brother". É preciso começar tudo de novo. Devolver a humanidade ao homem. Dos escombros da sociedade mercantil nascerá a sociedade verdadeiramente humana.
segunda-feira, 16 de junho de 2014
NIETZSCHE N' "A BRASILEIRA"
Um homem lê Nietzsche n' "A Brasileira". Afinal, está vivo o grande Zaratustra. O super-homem passeia-se pelas ruas de Braga ao lado do Luiz Pacheco e do Adolfo Luxúria Canibal. No fim de contas, temos toda a razão em desprezar a sociedade mercantil, da economia e do tédio. Temos o direito de ser livres e felizes, nenhum governo ou império financeiro está acima de nós. Somos senhores da vida, da vida livre e gratuita. Talvez mais aqui especificamente em Braga, cidade que nos deu a aventura e a vida. Cidade onde criamos e cantamos.
sábado, 14 de junho de 2014
MULHERES
Há mulheres que mantêm uma certa espontaneidade, que brincam com as crianças, que transmitem vida. Não sei quais são as opções políticas delas, que ideologia ou religião seguem mas admiro-as. Conseguem afastar o tédio e a rotina. Por isso as amo. Eu, o enamorado da vida. O grande louco. O poeta. Claro que não estou nos meus dias depressivos. Claro que não estou em baixo. Por isso me enamoro das mulheres e da vida. E sou capaz de criar, de inventar, de passar-me para o outro lado. Até a cerveja está viva.
quinta-feira, 12 de junho de 2014
ENTRE A JUVENTUDE
Sinto-me bem entre a juventude. Ainda não os compreendi mas sinto-me bem entre eles. Penso que nestas idades- 16, 17, 18 anos- ainda não estão perdidos. Ainda lhes posso comunicar o que sei. Mesmo que andem sempre agarrados aos computadores. Pela parte do Ramiro poderia aqui dizer-lhes poesia, transmitir-lhes algo de novo, como quando as pessoas se dirigem a mim no final do espectáculo. No "Olimpo", a "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" voltou a resultar. Vou deixando aqui e ali a minha marca. Contudo, parece que tenho sempre de começar tudo de novo. Apareço nos jornais, na televisão, no entanto, parece que a grande maioria esquece. De qualquer modo, ainda não disse tudo o que tenho a dizer. Ainda não disse que a revolução que aí vem é mais do que nunca necessária. E vou observando e ouvindo os jovens e acredito que a coisa é possível. Mesmo que o sistema castre, aliene, manipule. Temos em nós algo de indomável, uma força que vem de dentro, dos céus, da Terra, uma força que não se ensina nas escolas, que não é obrigação nem trabalho, uma força que é vida, que está na juventude, que está na infância. Daí que quando estamos em baixo, quando queremos desaparecer, quando parece que tudo desaba, devíamos ir atrás dessa força que está na música, na criação, na poesia. Liberdade cor de homem, chamavam-lhe os surrealistas. Não, isto não é, não pode ser só produzir, consumir e pagar, isto é o homem à solta, o grande doido, o poeta revolucionário.
sábado, 7 de junho de 2014
A VIDA COMO DÁDIVA
Não estou mal. Leio, escrevo, dialogo. Ás vezes até julgo que descobri a pólvora. Mas logo me entedio. A maioria das pessoas não serão más mas deixam-se enredar na teia da concorrência, da luta pelos lugares, da rotina. Riem mas não são livres nem felizes. É a felicidade fabricada. Há uma máquina que castra como em "1984", como em "Admirável Mundo Novo". Cumpre-nos a nós poetas, revolucionários denunciar a situação. Cumpre-nos a nós dizer que este mundo não serve. Que não estamos condenados ao tédio nem ao trabalho forçado. Que não é justo tantos viverem com carências ou morrerem de fome. Cumpre-nos a nós dizer que o homem nasceu para ser livre, para caminhar livremente sobre a Terra. Mesmo que tenha os seus demónios e os seus fantasmas. Essa é a vida interior. A vida interior tem de entrar em contacto com a beleza, com a mulher. Tem de dizer-lhe que nada está acima de nós, que somos poderosos, mesmo que fraquejemos. Tem de dizer-lhe que a vida é um bem, uma dádiva. Que temos de ser justos e virtuosos. Que temos de amar. Que temos de amar a mulher bela. Como os surrealistas. Cumpre-nos a nós poetas, revolucionários, mulheres livres dizer que há o sol, a dança, a utopia. Que a vida é para ser vivida e não cumprida. Que o homem pode nascer a cada dia. Que somos criadores. Que viemos transformar o mundo. Que somos a eterna criança. Que corremos sem direcção definida. Que não corremos para casa, para a TV. Que tiramos da vida o que há de mais belo. Que a verdadeira vida está aqui. O céu na Terra. A união do céu e da Terra. Tudo isto vem também da mente e da vida interior. Somos ricos. É-nos mais fácil passar isto para o papel do que dizê-lo oralmente. Talvez um dia...
quinta-feira, 5 de junho de 2014
CONHECE-TE A TI MESMO
Os senhores do mundo querem-nos apáticos, deprimidos, querem que não pensemos, que não ponhamos a máquina em causa. Muitos caem na pobreza, na miséria e será muito difícil que não pensem senão na sobrevivência. Outros caem na depressão e tornam-se infelizes, incapazes, impotentes. Os senhores do mundo não querem que sejamos senhores, que tomemos consciência, que os derrubemos. Querem-nos dóceis, aparentemente tranquilos, inofensivos. E vamos levando esta vida sempre igual, sem novidade, quase sem prazer. O álcool e as drogas alteram-nos, dão-nos ânimo. É certo. Mas também isso é passageiro. Porque é que a tecnologia progrediu tanto e o homem está infeliz? Quem nos destrói? Quem nos castra? "Conhece-te a ti mesmo", diziam os gregos antigos. Deves começar por aí. Deves conhecer os teus deuses e os teus demónios. Eles estão dentro de ti. Ama-te. Assim combaterás os senhores do mundo. Assim te libertarás. Assim te unirás aos teus companheiros. Descobrirás a razão por que estás aqui. Não te limitas a passar as horas. Vibras. Vives. És único. Estás para lá dos senhores do mundo. Venceste.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
A MISSÃO DO POETA
"Ter uma acção sobre a humanidade, contribuir com todo o poder do meu esforço para a civilização vêm-se-me tornando os pesados e graves fins da minha vida."
(Fernando Pessoa)
Acrescentar algo ao homem, à humanidade. Eis a missão do artista, do poeta. Não se ficar por objectivos fúteis, meramente egoístas, não se ficar pela luta pela sobrevivência e combater pela civilização contra uma barbárie que se está a impor, eis o desígnio do intelectual, do poeta. Dar-se ao mundo, dar-se à vida, dar-se em amor e liberdade, eis o que o poeta faz aqui, mesmo que tenha de enfrentar os poderes, os tribunais, a polícia. Por isso Jesus e Sócrates foram condenados à morte. Por isso o poeta, o profeta, o filósofo devem ser incómodos, devem desafiar os poderosos. Devem descer à praça pública, denunciar os podres que por aí andam. Devem usar a pena no sentido de se construir um mundo novo, um homem novo. Devem manter-se firmes e apelar à consciencialização dos homens e à revolução. Está a chegar a hora.
(Fernando Pessoa)
Acrescentar algo ao homem, à humanidade. Eis a missão do artista, do poeta. Não se ficar por objectivos fúteis, meramente egoístas, não se ficar pela luta pela sobrevivência e combater pela civilização contra uma barbárie que se está a impor, eis o desígnio do intelectual, do poeta. Dar-se ao mundo, dar-se à vida, dar-se em amor e liberdade, eis o que o poeta faz aqui, mesmo que tenha de enfrentar os poderes, os tribunais, a polícia. Por isso Jesus e Sócrates foram condenados à morte. Por isso o poeta, o profeta, o filósofo devem ser incómodos, devem desafiar os poderosos. Devem descer à praça pública, denunciar os podres que por aí andam. Devem usar a pena no sentido de se construir um mundo novo, um homem novo. Devem manter-se firmes e apelar à consciencialização dos homens e à revolução. Está a chegar a hora.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
PÁTIO
Estou no Pátio, em Vila do Conde. Estive a falar com o Ramiro. As gajas vêm, insinuam-se. Eu, preso à mesa, observo. Não sou mais do que os outros. Escrevo. A escrita vem-me da alma, do pensamento. Apesar da juventude circundante, acho isto um tédio. Tédio que os guardiões da ordem estabelecida impõem. Porque não berrar, desatar aos saltos, lançar o caos? Porque não sair da net e do Facebook e encontrar os verdadeiros amigos? Porque não pôr bombas nos bancos e nas bolsas? Quem te ensinou a andar direitinho? Quem te fez a cabeça? Se tivesses mais nome ouvir-te-iam mais. Assim só chegas a alguns, poucos. Não falas com desconhecidos. No fundo, vives uma vida à margem. Sofres com a solidão mas é a solidão que te permite criar. Lês muito, lês livros, lês jornais. Conheces. Contudo, nem sempre consegues transmitir as tuas ideias. Estás triste. Os amigos partem. As amigas estão sempre ocupadas com a merda do trabalho. Trabalho que nos rouba a vida, que nos escraviza. Não que não seja necessário um esforço para escrever, para criar. Manténs-te fiel ao papel e à caneta, ó poeta. Preenches cadernos. Às vezes ficas tão tímido, quase não consegues falar. Outras vezes descarregas tudo. Nem tanto nos últimos tempos. Nem tens explodido. Nem sequer em palco. Andas contido. Só vês putos à tua volta. Putos e rock n’ roll. Podias ser um filósofo como Sócrates mas não tens discípulos. Podias pregar a virtude, a verdade, a justiça. Que se há-de fazer? És diferente deles. Nem sequer os conheces. Não conheces esta nova geração dos tablets, dos portáteis, dos smart-phones. Vens de outro tempo, de outra vida. Discutias a liberdade com os teus amigos do liceu. A cabeça deu várias voltas. Não és inferior aos escritores de sucesso. Falta-te um pouco de disciplina, talvez. De resto, leste os livros, ouviste os discos. Ainda não andas a vender poemas como o Ulisses ou como o Ramalho. A vender ou a oferece-los às gajas. Daqui a uns tempos possivelmente publicarás isto em livro. Algumas gajas lerão e far-te-ão elogios. Vives do aplauso, ó poeta. Vives das gajas, mesmo que elas não te liguem puto. Vives e bebes. Não há salvação, cara psicóloga. É o poeta maldito, a “Avis rara”, o homem de outras eras. Não vê a felicidade aqui. Também não acha que os outros a vejam. Conversam, riem mas não colocam as questões. Verdadeiramente não dialogam, não discutem as grandes questões da vida. Não percebem que para derrubar o capitalismo é necessária alguma violência. Nem percebem, principalmente a juventude, que só recebem umas migalhas. O grande dinheiro vai para os “credores”, para os especuladores, para os exploradores, para os mercadores. Paz podre, verdadeira paz podre. Não se incendeiam automóveis, não se partem lojas. Ficas reduzido a uma vida perfeitamente amputada, a uma vida ordenada, a uma vida sem gozo autêntico, sem liberdade autêntica. Trabalhas, serves o patrão ou o governo. Passas a vida a pagá-la. Não estudas para te enriqueceres. Fazes tudo em função do patrão, do papão. Acorda! Desperta do sono. Eles fazem-te a cabeça. Não percorres com Sócrates as ruas de Atenas. Não és convidado para entrar nas casas. Não discursas nem pregas como Jesus. Estás no tédio, no vazio. As gajas estudam. Duvido que seja literatura ou filosofia. Quem sabe? Desprezam-se as artes em favor da ciência e da tecnologia. Não há brilho. Não há união, unidade como em Abril. O homem escreve só, à mesa.
terça-feira, 13 de maio de 2014
A REVOLUÇÃO DE HOJE
A revolução de hoje não se faz só com os trabalhadores. Faz-se com toda a gente que toma consciência de que o capitalismo actual explora, aliena, conduz à miséria. Diminuição dos salários e das pensões, aumento dos impostos mas também, e sobretudo, o "Big Brother" que faz as consciências, que molda o pensamento e a acção. Um "Big Brother" nas mãos dos imperialistas, dos grandes negociantes, dos políticos do sistema, dos banqueiros, dos mercados. Nada é inocente. Esta gente quer destruir o homem, convertê-lo num autómato obediente que produz e consome. Esta gente opõe-se ao conhecimento, ao questionamento, à reflexão e atira-nos para o rebanho. A revolução de hoje faz-se pelo passar da mensagem, não descurando a presença nos media sempre que possível. A revolução de hoje faz-se pela construção do homem livre, do homem que cria, do homem que dá. Exige leitura, estudo mas também acções provocatórias como, por exemplo, em sessões de poesia. Exige a revolução nas nossas cabeças.
domingo, 11 de maio de 2014
ALMA E CÉU
Não sou um revolucionário tradicional nem um militante normal. Sou um poeta, um escritor, um intelectual. Tenho um partido- o MRPP- mas não sigo a cartilha oficial. Penso que a revolução acontecerá dentro de 20 ou 30 anos. O homem está a ser assassinado, a natureza está a ser destruída. Está tudo na mão dos mercados, dos especuladores, dos salteadores. Estamos num casino. Os poderes políticos obedecem ao casino, aos grandes grupos financeiros. Nada disto é feito em prol do desenvolvimento da humanidade. Os poderes querem que os povos permaneçam na cegueira e na ignorância enquanto facturam e avançam. A ciência e a tecnologia avançaram extraordinariamente mas não respondem às questões fundamentais nem resolvem os grandes problemas do homem. Quem somos? Porque viemos? O que fazemos aqui? A pobreza e a miséria alastram. Além das revoltas que têm acontecido na Europa e na América Latina já se adivinham grandes catástrofes naturais. O capitalismo rebentará. Não somos apenas corpo e Terra, somos também alma e céu. Alguns de nós perseguimos a poesia, a beleza, a sabedoria. Temos de ser mais. Viemos para nos realizarmos, não para sermos escravos, não para sermos autómatos. Temos em nós algo de divino. Não podemos aceitar que a vida se resuma a comer, beber e ganhar dinheiro. Temos capacidades mentais e espirituais prodigiosas. Juntêmo-nos. Revoltemo-nos. Construamos um mundo novo.
sexta-feira, 9 de maio de 2014
SERES SEM ALMA
Passos Coelho e Paulo Portas são castradores, inimigos da vida. Além de baixarem os salários e as pensões e de aumentarem os impostos, roubam-nos a vida. Para eles e para os comentadores do regime, a vida resume-se ao negócio, ao empreendorismo, aos mercados, à finança. São seres sem alma que seguem a cartilha de Merkel e do capitalismo. A sua função é destruir o homem, afastá-lo do belo e do maravilhoso. Mas nós sabemos que o homem vem do céu e vem da Terra. Nós sabemos que o homem quando sair da cegueira vai ser capaz de voar. Vai descobrir em si a divindade e a santidade. E nunca mais se deixará enganar. Há um outro mundo dentro deste mundo. Um mundo de alma e espírito, um mundo de amor, bem e liberdade. Passos e Portas são tão limitados. Agarrados à conta e aos jogos de poder estão nos antípodas da vida livre. Da vida que vem da sabedoria, dos céus, do eterno. Descubramos o homem interior, o homem que dança e ri. O homem que faz e vive a poesia.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
VIRTUOSOS
Temos de ser virtuosos, justos e procurar a sabedoria. Eis porque viemos. Não para levar uma vida fútil. Não para combater os nossos iguais. Viemos para ser poetas, escritores, diseurs. Não temos de ter outro trabalho. A vida é muito mais do que a sobrevivência. A vida é espírito. São o espírito e o pensamento que nos mantêm vivos. Até poderíamos passar a vida a pensar. Não temos de pagar a vida. Não temos de pagar coisa nenhuma. Procuramos a paz interior mas também a revolução. A maior parte das pessoas não sabe o que veio fazer à vida. Não sabem que nos devemos construir do nascimento ao momento presente. Não deveríamos precisar de ganhar a vida. Ansiamos pelo grande banquete gratuito. Ao homem sem dinheiro como Sócrates ou Jesus. Deveríamos ser convidados para ir às casas das pessoas. Deveríamos falar na praça pública. É evidente que há muita gente com fome, muita gente desempregada, os impostos sobem, os salários diminuem tal como as pensões. Mas nós viemos falar do homem livre, do homem que é pensamento e acção. Viemos dizer que muitos são controlados mesmo que não tenham noção disso. Viemos dizer que a ciência e a tecnologia conheceram avanços extraordinários mas o homem é o mesmo das tragédias de Shakespeare. Alguns homens estão mesmo ao nível dos macacos. Não são capazes de ter uma conversa elevada. Procuram o poder, o estatuto, a riqueza. Como estão longe dos filósofos de Platão. Virtude, justiça, amor, liberdade, sabedoria. Muitos nem sequer são capazes de pegar num livro, permanecem voluntariamente na ignorância. Outros vivem da rapina, do trepar por cima do outro. Não, não contemos com essa gente. A revolução será feita por uma minoria esclarecida.
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