quarta-feira, 7 de maio de 2014

VIRTUOSOS

Temos de ser virtuosos, justos e procurar a sabedoria. Eis porque viemos. Não para levar uma vida fútil. Não para combater os nossos iguais. Viemos para ser poetas, escritores, diseurs. Não temos de ter outro trabalho. A vida é muito mais do que a sobrevivência. A vida é espírito. São o espírito e o pensamento que nos mantêm vivos. Até poderíamos passar a vida a pensar. Não temos de pagar a vida. Não temos de pagar coisa nenhuma. Procuramos a paz interior mas também a revolução. A maior parte das pessoas não sabe o que veio fazer à vida. Não sabem que nos devemos construir do nascimento ao momento presente. Não deveríamos precisar de ganhar a vida. Ansiamos pelo grande banquete gratuito. Ao homem sem dinheiro como Sócrates ou Jesus. Deveríamos ser convidados para ir às casas das pessoas. Deveríamos falar na praça pública. É evidente que há muita gente com fome, muita gente desempregada, os impostos sobem, os salários diminuem tal como as pensões. Mas nós viemos falar do homem livre, do homem que é pensamento e acção. Viemos dizer que muitos são controlados mesmo que não tenham noção disso. Viemos dizer que a ciência e a tecnologia conheceram avanços extraordinários mas o homem é o mesmo das tragédias de Shakespeare. Alguns homens estão mesmo ao nível dos macacos. Não são capazes de ter uma conversa elevada. Procuram o poder, o estatuto, a riqueza. Como estão longe dos filósofos de Platão. Virtude, justiça, amor, liberdade, sabedoria. Muitos nem sequer são capazes de pegar num livro, permanecem voluntariamente na ignorância. Outros vivem da rapina, do trepar por cima do outro. Não, não contemos com essa gente. A revolução será feita por uma minoria esclarecida.

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