sábado, 7 de junho de 2014
A VIDA COMO DÁDIVA
Não estou mal. Leio, escrevo, dialogo. Ás vezes até julgo que descobri a pólvora. Mas logo me entedio. A maioria das pessoas não serão más mas deixam-se enredar na teia da concorrência, da luta pelos lugares, da rotina. Riem mas não são livres nem felizes. É a felicidade fabricada. Há uma máquina que castra como em "1984", como em "Admirável Mundo Novo". Cumpre-nos a nós poetas, revolucionários denunciar a situação. Cumpre-nos a nós dizer que este mundo não serve. Que não estamos condenados ao tédio nem ao trabalho forçado. Que não é justo tantos viverem com carências ou morrerem de fome. Cumpre-nos a nós dizer que o homem nasceu para ser livre, para caminhar livremente sobre a Terra. Mesmo que tenha os seus demónios e os seus fantasmas. Essa é a vida interior. A vida interior tem de entrar em contacto com a beleza, com a mulher. Tem de dizer-lhe que nada está acima de nós, que somos poderosos, mesmo que fraquejemos. Tem de dizer-lhe que a vida é um bem, uma dádiva. Que temos de ser justos e virtuosos. Que temos de amar. Que temos de amar a mulher bela. Como os surrealistas. Cumpre-nos a nós poetas, revolucionários, mulheres livres dizer que há o sol, a dança, a utopia. Que a vida é para ser vivida e não cumprida. Que o homem pode nascer a cada dia. Que somos criadores. Que viemos transformar o mundo. Que somos a eterna criança. Que corremos sem direcção definida. Que não corremos para casa, para a TV. Que tiramos da vida o que há de mais belo. Que a verdadeira vida está aqui. O céu na Terra. A união do céu e da Terra. Tudo isto vem também da mente e da vida interior. Somos ricos. É-nos mais fácil passar isto para o papel do que dizê-lo oralmente. Talvez um dia...
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