quinta-feira, 12 de junho de 2014

ENTRE A JUVENTUDE

Sinto-me bem entre a juventude. Ainda não os compreendi mas sinto-me bem entre eles. Penso que nestas idades- 16, 17, 18 anos- ainda não estão perdidos. Ainda lhes posso comunicar o que sei. Mesmo que andem sempre agarrados aos computadores. Pela parte do Ramiro poderia aqui dizer-lhes poesia, transmitir-lhes algo de novo, como quando as pessoas se dirigem a mim no final do espectáculo. No "Olimpo", a "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" voltou a resultar. Vou deixando aqui e ali a minha marca. Contudo, parece que tenho sempre de começar tudo de novo. Apareço nos jornais, na televisão, no entanto, parece que a grande maioria esquece. De qualquer modo, ainda não disse tudo o que tenho a dizer. Ainda não disse que a revolução que aí vem é mais do que nunca necessária. E vou observando e ouvindo os jovens e acredito que a coisa é possível. Mesmo que o sistema castre, aliene, manipule. Temos em nós algo de indomável, uma força que vem de dentro, dos céus, da Terra, uma força que não se ensina nas escolas, que não é obrigação nem trabalho, uma força que é vida, que está na juventude, que está na infância. Daí que quando estamos em baixo, quando queremos desaparecer, quando parece que tudo desaba, devíamos ir atrás dessa força que está na música, na criação, na poesia. Liberdade cor de homem, chamavam-lhe os surrealistas. Não, isto não é, não pode ser só produzir, consumir e pagar, isto é o homem à solta, o grande doido, o poeta revolucionário.

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