sexta-feira, 25 de março de 2016

EM BRAGA, A CELEBRAR O APOCALIPSE

EM BRAGA, A CELEBRAR O APOCALIPSE

Hoje é daqueles dias em que escrevo sem parar
são coisas armazenadas nos últimos tempos
o caos, o apocalipse, as bombas, o terrorismo, o capitalismo
andei por Braga de bar em bar
a celebrar o apocalipse
não sei explicar
talvez eu seja mesmo uma espécie de profeta
o poeta dos novos tempos
talvez eu seja mesmo um predestinado
um cavaleiro do Santo Graal 
o que é certo é que certos poemas, certos textos
batem certo
como profecias
estou aqui e estou além
whisky, dá-me forças
que eu estou a chegar lá
ai, como ardes
como fazes de mim um rei
afastai-vos, ó versejadores da corte,
nada tenho a ver convosco!
Sou da raça dos malditos
dos renegados de todas as eras
mas agora chegou a nossa vez
de triunfar
nós, os vencidos da vida
os suicidas
os deprimidos
vamos triunfar
sobre vós ó moedeiros imbecis
de qualquer forma,
o caos está instalado
nada há a perder
dancemos
celebremos o novo mundo
o novo nascimento da espécie
bebamos até ao fim
brindemos ao caos
e ao super-homem
o deus-dinheiro morreu.

quinta-feira, 24 de março de 2016

O APOCALIPSE

É o caos. O apocalipse. O "Apocalypse Now" de Coppola com Marlon Brando no papel de xamã. Jim Morrison, o outro xamã, tinha razão. "The End". "Perdidos num romano deserto de lágrimas/ com todas as crianças atacadas pela loucura". Terrorismo e capitalismo batem-se na arena global. Fanáticos de Alá chacinam inocentes, enquanto que a sociedade mercantil vai matando o Homem. No future. Não há saída e muitos escolhem o caminho do fanatismo religioso, de Marine Le Pen ou de Donald Trump. Tudo vai acabar para começar de novo. O homem chacina-se e atropela-se na arena. Este mundo não tem cura. Um novo mundo nascerá das cinzas, um mundo de amor, de paz, de criação, de liberdade, de irmãos. O super-homem reinará sobre a Terra.

segunda-feira, 21 de março de 2016

A VIDA TOTAL

"Somos todos culpados de um crime, do grande crime de não viver a vida na sua totalidade", diz Henry Miller. As nossas potencialidades são infinitas já que a imaginação é tudo. "Se não avançarmos em frente, se não realizarmos o nosso ser potencial, recairemos, desintegrar-nos-emos e arrastaremos o mundo connosco", ainda Miller. Eis a grande questão. Há obstáculos que impedem o nosso desenvolvimento. Somos lançados para aqui, desarmados. Na infância brincamos. Mas vão-nos impingindo as noções de culpa, de sofrimento, de obrigação, de luta pela vida. Claro que há um dia em que um mestre qualquer (seja um poeta, um filósofo, um músico, um pintor) nos desperta e aí colocamos tudo em causa, e aí nascemos de novo. Infelizmente, isto só tem acontecido com alguns de nós. No entanto, há uma responsabilidade que nos cabe: a de viver a vida na sua plenitude. Se somos loucos divinos, se as nossas potencialidades são infinitas só podemos desfrutar ao máximo a vida aqui na Terra. Não há Estado castrador, não há senhores do dinheiro que nos deitem abaixo. Nós somos a Vida. Nós criamos a maravilha. Nós somos os senhores. À nossa frente temos toda a eternidade. Nascem sóis, luas. A mente eleva-se. Glória. Glória. Alcanço o Paraíso. Vivo a vida na sua totalidade.

quinta-feira, 17 de março de 2016

O MARTINS DO PIOLHO

Morreu o sr. Martins, o gerente do café Piolho. Era um homem afável, generoso, de bom coração, que sempre acolheu com entusiasmo os lançamentos dos meus livros. É muito graças a ele que o Piolho é o que é hoje: um espaço de tertúlia entre intelectuais e artistas, um espaço de convívio e de boémia estudantil. O Piolho, desde que o comecei a frequentar quando entrei para a Faculdade de Letras, foi sempre um lugar de discussões apaixonadas que iam da política à arte, à literatura, um local de conspirações subversivas, sobretudo na época da luta das propinas, mas também um espaço dos amores e dos afectos e, claro, o palco da escrita de poemas e outros textos, alguns deles compilados no livro "Um Poeta no Piolho", bem como de muitas leituras. O Piolho não é um café qualquer onde, pura e simplesmente, se vai tomar um café ou beber uma cerveja. Tem uma história de mais de 100 anos, que inclui encontros e conspirações de resistentes esquerdistas e anti-fascistas, e é uma autêntica escola de cidadania. Cresci no Piolho e devo-o também ao sr. Martins.

segunda-feira, 14 de março de 2016

O MOVIMENTO LIBERTÁRIO MUNDIAL

Este povo fala, bebe, come, movimenta-se, é dócil mas está-se nas tintas para os poetas e para os filósofos. Para certos poetas diga-se, porque existem os versejadores da corte. É por não ler ou ouvir certos poetas e certos filósofos que esta gente não questiona nem a condição humana nem a sociedade onde vive. De resto, agarrados aos tablets e aos smartphones, são incapazes de se ultrapassarem, de separar a alma do corpo. Só sonham de noite, não são capazes de atravessar para o outro lado, de ver a maravilha. Vítimas da lavagem ao cérebro mediática, caminham em fila. Atropelam-se uns aos outros na corrida. Claro que há gente descontente, gente consciente, gente até disposta a fazer qualquer coisa. Mas sinceramente creio que, neste momento, não se vai lá com os partidos de esquerda. Estes limitam-se a falar de economia. Não têm um discurso global, universal. Não falam do homem na sua totalidade. Nem sequer olham para o aquecimento global. Pensamos ser necessário um movimento libertário global. Que faça frente aos oligarcas que controlam o mundo. Que ponha em causa o sistema do dinheiro e do trabalho. Que acabe com a ditadura da economia.

sábado, 12 de março de 2016

O ARTISTA AUMENTA A VIDA

Segundo Henry Miller, os indivíduos são "apanhados pela engrenagem logo à nascença e continuam a ser arrastados por ela até à morte- e tentam dignificar essa rotina estúpida e escravizante chamando-lhe "vida"". Com efeito, uma vida vivida em função do dinheiro e do trabalho, ou seja, do sacrifício e da escravidão é ridícula e está no oposto da criação, que é divertimento e razão de vida. "Temos que comer, não temos?", dizem. Mas não é isso que dá sentido à vida. O que dá sentido à vida é o conhecimento, o amor, a liberdade, a festa, a verdade, a justiça, a criação, a poesia.
A vida criadora! "Puxar o mundo pelos cabelos, despertar os anjos nos seus covis etéreos, agarrar-se à cauda dos cometas", ainda Miller. Explosões. Vulcões. Iluminações. O artista criador tem necessidade de mais vida, de vida abundante. O artista aumenta a vida.

terça-feira, 8 de março de 2016

EM GRANDE

Em Matosinhos não deixo de me sentir em grande. Os amigos d' "A Máquina" gravam um CD com os meus poemas. A revista Cão Celeste, através da Leonor Figueiredo, coloca-me entre os poetas de café deste país. Sou reconhecido aqui e ali. De facto, tenho motivos para sorrir. E não tenho que ter pressas. As mulheres vão chegar, como dizia o Rui Costa. Tenho é de perceber melhor os sinais. Efectivamente sou uma espécie de rei, de profeta. Estou na demanda. Atravesso a melhor fase da minha vida, mesmo superior às dos anos 80 e 90. Estou perfeitamente lúcido. Nada tenho a ver com a grande mercearia. Sou capaz de escrever como os grandes. Nada tenho a ver com os pimbas. Tenho buscado a sabedoria. Nada tenho a ver com esses palhaços imbecis. Desci ao underground, é certo, mas mantenho a dignidade. Desejo as mulheres belas. Sou louco por elas. Ainda assim ainda me faltam companheiros para filosofar. Eu tenho tempo mas os outros não. Estão presos à máquina, salvo raras excepções. De qualquer forma, tenho os livros que me ensinam, os mestres. Não sou menos do que vós, ó vedetas televisivas. Bem posais para mim, ó gajas televisivas. Não sabeis até onde a minha loucura me leva. Não sabeis que sou como Hamlet mas que também sou como Zaratustra e que amo loucamente a vida, mas a vida autêntica, não esta farsa de mercadores e competidores, não esta corrida sem sentido. Sim, ó pregadores da morte, eu vos desafio daqui, não tenho medo, não estou às ordens de ninguém, não obedeço, amo a vida que corre livremente, amo a vida sem castrações nem culpas, amo a vida leve que nos eleva, amo a vida de amor e de alegria. Sim, sou único, ninguém está acima de mim, nenhum deus, nenhum profeta. Por isso estou aqui e vivo e renasço todos os dias.

segunda-feira, 7 de março de 2016

CÉU

A Céu regressou. Faz-me beber. Excita-me. Até já esqueci o episódio da "Mirita". Bebamos, pois. Celebremos, pois. Não somos nós filhos de Bukowski e de Henry Miller? Porra para estes macacos, para estes quadrados! Haja mulheres belas. E que se foda o dinheiro! É para gastar de qualquer maneira. Reinemos, pois. Não há limites. A conversa até está interessante aqui no tasco. Bebamos, pois, ó poeta! Que isto está a render. Que se foda o dinheiro! Queimemos o dinheiro! Sempre temos a Céu. Faz-nos ressuscitar. Obedeceis ao sistema, ao patrão, ao governo, à União Europeia, não é? Então ficai aí enquanto eu gozo, enquanto eu bebo, enquanto eu vivo. Nada como uma bela mulher para nos agitar. Eu bebo, sou poeta bêbado e assumo. O álcool e as mulheres belas fazem-me escrever. O resto é conversa. Barca de loucos. Já cantava o Jim. Olha, este faz gestão. Trabalha muito. Ah!Ah!Ah!Ah! Continua a trabalhar. Consolida, filho, consolida. Enquanto isso eu incendeio. Olha estes armados em violentos. Ainda por cima com contrato. Mas a Céu beija-os. Dá-lhes ternura. Andaram a partir o Shopping. Bom sinal. Temos anarquistas. Ó poeta, está a chegar a tua hora. Ai, Céu, como te quero. Pronto, o gajo começou a falar de futebol. Fodeu tudo. Olha o casaquinho. Olha a figurinha. Filhos da puta. Viva o padre Mário que me publica! Olha, estes tomam meia de leite. Meia de leite? Deixa-me de rir. Copinhos de leite. Tu, realmente, Pedro, não és daqui. Senta-te no meu colo, Céu. Por ti ficava toda a noite. O que realmente interessa não é o dinheiro mas o agarrar o instante, o ser ousado. O que realmente interessa é gozar a vida.

quinta-feira, 3 de março de 2016

COM TODO O AMOR

Uma estranha ternura pelo mundo se apoderou de mim. Amo as mulheres e os seus jogos florais. Amo a juventude hippie e florida. Amo os livros que me ensinam a vida. Amo a vida e os homens e mulheres que filosofam. Amo o sol e até os carros que passam. Amo os pássaros e as árvores. Amo a Leonor que se preocupa. Amo o movimento e as cores. Amo a música e quem criou tudo isto. Amo Sócrates e Jesus. Amo os meus pais que me deram a vida. Amo Marx e Bakunine. Amo Friedrich Nietzsche e William Blake. Amo Picasso e Dali. Amo todos os criadores. Amo-te, ó eternidade!

quarta-feira, 2 de março de 2016

OS PEQUENOS MERCEEIROS

Ás vezes os pequenos merceeiros são piores do que os grandes merceeiros. São agarradinhos ao dinheiro, são avaros, são mal-educados. Aconteceu no Porto, na tasca "Mirita". Acontece noutros tascos e bares. Se tu estás cheio de dinheiro és o maior, és o doutor, se tens apenas uns trocos ou andas liso és tratado abaixo de cão. Que falta de humanidade! Como são desprezíveis esses pequenos, a chapinhar na lama, em busca das pequenas vantagens. Como tinha razão o grande Nietzsche. "Olha como eles trepam uns para cima dos outros", olha como se move o grande rebanho. É gentalha que despreza a vida e a criação e tem a inteligência dos macacos. Olha, como eles trepam. Como mexericam. Como te julgam no mercado. Gente sem alma, sem coração, sem Jesus.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

ENTRE AS GATAS

Entre as gatas me passeio. Beijo-lhes os pêlos púbicos. Ao mesmo tempo olho as misérias do mundo. Do ecrã vêm mulheres de sonho. Há abraços na grande mercearia. Enquanto elas trabalham eu gozo. Sou poeta a tempo inteiro. Tenho um pacto com a liberdade e com o marquês de Sade. Vejo-vos sofrer, cumprir ordens, obedecer ao papão. Mesmo os partidos de esquerda têm dirigentes e dirigidos. Deixei-me disso. Entreguei-me de corpo e alma à anarquia. É preciso destruir para construir. Os mercadores não entregarão o poder de mão beijada. Esses merceeiros, esses carniceiros não merecem a vida porque são inimigos da vida. O império deles começa a ficar em cacos. Sei-o. Eu assisti à morte de Deus com Zaratustra. Eu sou o homem da liberdade.

The Doors - The End (original)

sábado, 27 de fevereiro de 2016

DEMOCRACIA EM VILAR DO PINHEIRO

Aqui chegados, sentimo-nos reis. Os patetas do "Governo Sombra", até o grande Manuel Alegre, tudo isso soa a pequeno perante a genialidade de William Blake, de Shakespeare, de Nietzsche. E depois há os mesmo pequenos, os que se bicam como as galinhas, com os seus pequeninos poderes, os seus lares, os seus carros, as suas televisões, os seus telemóveis. Claro que ainda há gente boa, pura, espontânea, autêntica, gente que dá e que se dá. No entanto, os merceeiros desconfiam logo da sinceridade dessas gentes e colocam-nas de lado e dão-lhes patadas. Quão desprezíveis são esses pequenos merceeiros, mais até que os grandes merceeiros. Mas ainda há gente que ilumina como esta mulher do café. Pena ser casada. E o homem, afinal, fala. E eu até já bebo cerveja. É mais forte do que eu. Poeta bêbado. Poeta maldito que vai aos bares vomitar poesia. Poeta do Porto e de Braga. Poeta à mesa do canto como Pessoa no "Martinho da Arcada". Poeta não alinhado, fora das convenções e dos prémios. Poeta que vai ser lembrado. Poeta rejeitado com visões e iluminações como Blake, salvas as devidas distâncias. Poeta que fareja a fêmea, mesmo estando comprometida. Poeta que quer cobrir, que ama a àguia e a serpente. Poeta do antigamente. Poeta a cambalear no palco como Morrison, Ginsberg ou Sebastião Alba. A mulher faz-te beber, ó poeta, faz-te criar. Até te sentes em Braga. Fala, fala, minha cabra. Enquanto falas eu subo. E enquanto subo eu bebo e rio-me das vossas vidinhas sempre iguais. Já nem vou conseguir ler. A não ser Blake. Até sois boa gente mas mereceis ser provocados, acordados. Se não continuais a deixar-vos comer. Se não continuais a votar nos mesmos gajos. Contudo, aqui no "Vip" até se ouvem conversas interessantes. Fala-se de bruxedos e de cemitérios. O ex-farmacêutico é um bom homem. Dialoga com o patrão. E a tarde prossegue. Afinal aqui há vida! Há vida em Vilar do Pinheiro! Blake está aqui, Morrison está aqui, Pessoa está aqui, o Ribeiro está aqui. Mas a gaja vai embora. A coisa perde a piada. Restam ainda o Lopes e o ex-farmacêutico. Haja saúde, respeito e boa disposição-dizem. E democracia.

DIVINO E MALDITO

Elas, a partir de certo momento, não se controlam. Elas têm o marido, os filhos, mas começam a insinuar a cona. Porque tu és a liberdade que elas invejam, que os maridos não lhes dão. Porque tu és Deus e Jesus e sei mais lá o quê. E bebes sem limites, sem ficar bêbado, como Sócrates. Sim, eles e elas invejam-te. Sim, tu és divino, não és daqui. E elas querem roçar-se em ti e até falam do teu pai. E tu és o rei. E esses escritorzecos são uns ignorantes imbecis. Tu pertences a Nietzsche, Blake, Rimbaud, Henry Miller. Mas esqueceste-te de beijar o teu irmão amado que foi para o Panamá.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

BAKUNINE E "O BANQUETE"

Regresso ao "Pinha Doce", do sr. Alberto, junto à estação de Vilar do Pinheiro. De facto, não nos devemos preocupar com coisas secundárias. Ou devemos, pura e simplesmente, secundarizá-las. O que importa é viver plenamente a vida. Com festa, com criação, com estudo. Nada de perder tempo com castradores, com opinadores vendidos, com lixo mediático. O que importa é gozar a vida. Desfrutá-la ao máximo. Também com momentos de solidão, de recolhimento, de reflexão. Mas na plena posse das nossas faculdades. Aliás, ir além, ir sempre além. Caminhar para o divino. Porque, de facto, não há limites. É absurdo que nos venham impor regras ou limites. Só seremos guiados pela nossa consciência. Ah, como acho ridículo o economismo desses políticos, a prisão dos números, dos gráficos, das estatísticas. Como acho isso assexuado, tão sem vida. De facto, depois de ler Nietzsche, Platão, Henry Miller vejo tanta gente tão perdida. Gente que não faz a mínima ideia do que isto é nem do que faz aqui. Limitam-se a deixar correr o tempo, a sofrer e a competir. Vida absurda. Vida estúpida. Olha, à falta de melhor, bebe-se. Ao contrário do que dizem as psicólogas, a bebida acende a alma e aguça a escrita. Aliás, não foi por acaso que Platão escreveu "O Banquete". Estou farto de moralismos. Aliás, estou farto de muita coisa. Estarei a inaugurar a filosofia ébria? No entanto, neste café ainda reina uma certa democracia, uma certa polis, não sei explicar. Já era assim há uns anos. E ainda se vêem umas miúdas bonitas. Bom, estamos nas nossas quintas. 
Prossigamos. Essas mulheres de sonho que se exibem na TV, nas revistas parecem distantes, querem os ricos e os poderosos, as vedetas, os futebolistas, parece que não apreciam a iluminação, a inteligência. Pelo menos por enquanto. Coitadas, também andam perdidas. É um mundo de cegos e de cegas, este. No fundo, estão na caverna de Platão. Ou nem isso. Nem sequer discutem as sombras. Coitados, estão cheios de dinheiro mas não passam de uns pobres ignorantes. Nunca lêem um livro. Não sabem o que perdem. E, olhai, que o apocalipse está próximo. Se não for através de tragédias naturais, grupos armados se levantarão. Destruir para construir, dizia o velho Bakunine. Até porque o capitalismo destrói a vida. Porque é que havemos de ser pacíficos? Sim, poderíamos ir pela via de Proudhon ou de Kropotkine, a via pacífica, construir federações de comunas livres. Mas sinceramente não sei. Estes gajos querem escravizar-nos e já escravizam muitos. Que humanidade devemos ter para quem não tem humanidade alguma? Filhos da puta. Não tenho pena nenhuma deles.