terça-feira, 8 de março de 2016
EM GRANDE
Em Matosinhos não deixo de me sentir em grande. Os amigos d' "A Máquina" gravam um CD com os meus poemas. A revista Cão Celeste, através da Leonor Figueiredo, coloca-me entre os poetas de café deste país. Sou reconhecido aqui e ali. De facto, tenho motivos para sorrir. E não tenho que ter pressas. As mulheres vão chegar, como dizia o Rui Costa. Tenho é de perceber melhor os sinais. Efectivamente sou uma espécie de rei, de profeta. Estou na demanda. Atravesso a melhor fase da minha vida, mesmo superior às dos anos 80 e 90. Estou perfeitamente lúcido. Nada tenho a ver com a grande mercearia. Sou capaz de escrever como os grandes. Nada tenho a ver com os pimbas. Tenho buscado a sabedoria. Nada tenho a ver com esses palhaços imbecis. Desci ao underground, é certo, mas mantenho a dignidade. Desejo as mulheres belas. Sou louco por elas. Ainda assim ainda me faltam companheiros para filosofar. Eu tenho tempo mas os outros não. Estão presos à máquina, salvo raras excepções. De qualquer forma, tenho os livros que me ensinam, os mestres. Não sou menos do que vós, ó vedetas televisivas. Bem posais para mim, ó gajas televisivas. Não sabeis até onde a minha loucura me leva. Não sabeis que sou como Hamlet mas que também sou como Zaratustra e que amo loucamente a vida, mas a vida autêntica, não esta farsa de mercadores e competidores, não esta corrida sem sentido. Sim, ó pregadores da morte, eu vos desafio daqui, não tenho medo, não estou às ordens de ninguém, não obedeço, amo a vida que corre livremente, amo a vida sem castrações nem culpas, amo a vida leve que nos eleva, amo a vida de amor e de alegria. Sim, sou único, ninguém está acima de mim, nenhum deus, nenhum profeta. Por isso estou aqui e vivo e renasço todos os dias.
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