domingo, 28 de fevereiro de 2016
ENTRE AS GATAS
Entre as gatas me passeio. Beijo-lhes os pêlos púbicos. Ao mesmo tempo olho as misérias do mundo. Do ecrã vêm mulheres de sonho. Há abraços na grande mercearia. Enquanto elas trabalham eu gozo. Sou poeta a tempo inteiro. Tenho um pacto com a liberdade e com o marquês de Sade. Vejo-vos sofrer, cumprir ordens, obedecer ao papão. Mesmo os partidos de esquerda têm dirigentes e dirigidos. Deixei-me disso. Entreguei-me de corpo e alma à anarquia. É preciso destruir para construir. Os mercadores não entregarão o poder de mão beijada. Esses merceeiros, esses carniceiros não merecem a vida porque são inimigos da vida. O império deles começa a ficar em cacos. Sei-o. Eu assisti à morte de Deus com Zaratustra. Eu sou o homem da liberdade.
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