quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MANIFESTO DA CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


MANIFESTO DA CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA



Numa era em que a vida se faz e se joga em função dos mercados e, por isso, não é vida. Numa altura em que o governo corta nos salários, nas pensões, no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção e sobe nos impostos, nas SCUT's, nos preços dos bens essenciais e no preço dos medicamentos. Numa era em que o discurso económico já era porque é entediante, castrador como a "vida" dos mercados e de todos os que a seguem: Sócrates, Cavaco, Durão Barroso e companhia. Numa era de banqueiros, bolsas, especuladores e outros predadores. Numa era em que o PS e o PSD brincam ao orçamento, um orçamento que não serve, que penaliza a maioria dos portugueses. Numa era de "Big Brothers" e de uma "vida" quotidiana vazia. Numa era em que muitos não têm nada ou quase nada e outros dormem na rua. Eu, António Pedro Ribeiro, 42 anos, poeta e performer, declaro-me candidato à Presidência da República.

Porque é preciso dizer que isto não é vida. É preciso dizer que não somos mais do que ninguém mas temos a certeza de que isto assim não presta. O capitalismo e os seus agentes estão a matar o Homem e a Vida. Viram o homem contra si próprio. Instalam o medo, a inveja, o ressentimento, a intriga. É preciso dizer que não é mais possível o homem assim. Como se vê nas manifestações de França, Grécia, Islândia e Espanha. É preciso dizer que o homem está a ser amputado. É preciso dizer que queremos outro homem, outra vida. Ela existe e está aqui, dentro do homem. Não nos céus nem na fantasia.



António Pedro Ribeiro ou A. Pedro Ribeiro nasceu no Porto no Maio de 68. Viveu em Braga e reside actualmente em Vilar do Pinheiro (Vila do Conde). É licenciado em Sociologia pela Faculdade de Letras do Porto. É autor dos livros "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (Objecto Cardíaco, 2006), "Queimai o Dinheiro" (Corpos, 2009), "Um Poeta no Piolho" (Corpos, 2009), "Um Poeta a Mijar" (Corpos, 2007), "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (Pirata, 2004), "Á Mesa do Homem Só" (Silêncio da Gaveta, 2001) e "Gritos. Murmúrios" (com Rui Soares, Grémio Lusíada, 1988). Foi fundador da revista literária "Aguasfurtadas" e actuou como diseur e performer nos Festivais de Paredes de Coura de 2006 (com Adolfo Luxúria Canibal e Isaque Ferreira) e de 2009 (com a banda Mana Calórica), nas "Quintas de Leitura" do Teatro Campo Alegre em 2009 e no Festival de Poesia do Condado de Salvaterra do Minho (Espanha) em 2007. Foi activista estudantil na Faculdade de Letras do Porto e no Jornal Universitário do Porto. É aderente do Bloco de Esquerda e foi militante do PSR, tendo sido candidato às Juntas de Freguesia de Vila do Conde (2001) e da Póvoa de Varzim (2005) pelo BE e à Assembleia da República pelo círculo de Braga pelo PSR em 1991 e 1995 (mandatário distrital). Em 2003 na Póvoa de Varzim, foi acusado, com a organização Frente Guevarista Libertária, de ter derrubado a estátua do Major Mota, presidente da Câmara no regime salazarista e dirigente da Legião Portuguesa. Prepara o livro "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas". É responsável (com Luís Carvalho) pelas noites de "Poesia de Choque" no Clube Literário do Porto e participa regularmente nas noites de poesia do Púcaros e do Pinguim no Porto.

RUI MANUEL AMARAL E CANDIDATURA PRESIDENCIAL DE APR NA POESIA DE CHOQUE


O escritor Rui Manuel Amaral é o convidado de mais uma sessão de POESIA DE CHOQUE a ter lugar no Clube Literário do Porto, hoje, quinta, 21, pelas 22,00 h. Rui Amaral vai ler textos do seu último livro, recém-editado, "Doutor Avalanche" (Angelus Novus). Simultaneamante, António Pedro Ribeiro lança os seus manifestos à Presidência da República. Luís Carvalho diz outros poemas a abrir e a arder.

FALA, FALA, QUE COMEÇAS A CAIR

"Está na altura de acabar com os bloqueios", diz ministro do Interior francês
Paris, 20 out (Lusa) - O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, afirmou hoje, em Paris, que "está na altura de acabar com os bloqueios" a inst...



"Está na altura de acabar com os bloqueios", diz ministro do Interior francês
Paris, 20 out (Lusa) - O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, afirmou hoje, em Paris, que "está na altura de acabar com os bloqueios" a instalações de combustível, de forma a evitar uma paralisia da economia nacional.

"O direito à greve não dá o direito a impedir de trabalhar e de circular", declarou Brice Hortefeux numa conferência de imprensa realizada às 07:30 (06:30 em Lisboa), repetindo o essencial das declarações feitas na véspera, na Normandia, pelo Presidente da República francês, Nicolas Sarkozy.

O ministro do Interior confirmou que as forças de segurança desbloquearam 21 depósitos de combustível desde sexta-feira, incluindo três hoje de madrugada, numa altuyra em que a região oeste de França "está ameaçada de falta de combustível", segundo disse Hortefeux.

"A imensa maioria dos franceses não tem de aguentar a lei de uma minoria", afirmou também Brice Hortefeux, referindo-se à mobilização dos sindicatos contra o novo regime de reformas, que na terça-feira levou cerca de 3,5 milhões de pessoas (1,1 milhões, segundo a polícia) a 270 manifestações em todo o país.

PRM

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O texto abaixo, "O Senhor", é inspirado no "FMI" de José Mário Branco.

O SENHOR


A imagem da Fátima Lopes. As mulheres batem palmas.
Depois vem a publicidade. Automóveis. Lotarias. Donas de casa de barriga inchada a comer iogurtes. Champôs. Passerelles. Golos. A Catarina Furtado a fazer propaganda aos bancos. A Fátima Lopes a fazer propaganda aos hamburgueres. Uma gaja de guarda-chuva e outro automóvel. Seguros. Bancos, outra vez os bancos. Futebolistas a fazer a barba. Aspiradores. Electrodomésticos. Gajas. Automóveis, outra vez automóveis. O ministro das Finanças. Este é o melhor dos mundos. A televisão dá-te tudo: iogurtes, champôs, clubes de futebol, guarda-chuvas, aspiradores, giletes, automóveis, seguros, o dinheiro todo dos bancos, o ministro das Finanças, as gajas da passerelle, a Fátima Lopes, a Bárbara Guimarães, a Catarina Furtado. Rende-te. Obedece ao Senhor, ao Sócrates, ao Cavaco, ao Durão Barroso. Eles dão-te tudo. Obedece. Bate palmas. Fica calado. Este é o melhor dos mundos. Não há alternativa. Há para uns líricos que dizem que não. São uns sonhadores incorrigíveis, alguns deles já estão no manicómio. Não lhes ligues. O Governo, o Presidente e os mercados, sobretudo os mercados, tratam de ti. Eles e a Fátima Lopes tratam da tua felicidade. Não te preocupes. O ministro das Finanças faz os cálculos todos por ti. Está tudo no orçamento. Não te preocupes. Eles dão-te tudo. Eles têm tudo previsto. Obedece. Bate palmas. Fica calado. Não questiones. Não penses. O ministro das Finanças pensa por ti. Os mercados resolvem todos os teus problemas. Não estejas deprimido. Não vale a pena ficar deprimido. A ministra da Saúde trata-te da saúde. Dá-te todos os anti-depressivos de borla.
Estás entregue a gente cristã, benfeitora, altruísta. Estás em grande. Reina. Continua a olhar para a TV. Não percas as palavras sábias e avisadas do ministro das Finanças, do primeiro-ministro, do Presidente, do PSD. Come-as. Saboreia-as. Banqueteia-te com elas. Agradece. Obedece. Nada te pára. Agora és um Senhor.

OLHA A DEMOCRACIA!

Chanceler alemã afirma que construção de uma sociedade multicultural falhou e alerta comunidade imigrante: “sentimo-nos ligados a valores cristãos. Quem não aceitar isto, não tem lugar aqui”.
Artigo | 19 Outubro, 2010 - 11:31

Angela Markel discursava para militantes da Junge Union (JU) sobre integração de imigrantes na Alemanha. Foto de cgommel, Flickr. Angela Merkel, chanceler alemã, afirmou, perante uma plateia constituída por militantes da Junge Union (JU) - organização juvenil conjunta dos partidos conservadores União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU), que "a perspectiva de que poderíamos construir uma sociedade multicultural, vivendo lado a lado e gozando da companhia uns dos outros, falhou. Falhou completamente".

Num discurso marcado por uma manifesta aproximação à direita, e segundo escreve a “Associated Press”, Angela Merkel defendeu ainda que “Subsidiar os imigrantes” não basta, a Alemanha tem o direito de “fazer-lhes exigências”.

O sucesso da integração dos imigrantes é, nas palavras de Merkel, da sua exclusiva responsabilidade. Os mesmos terão que adoptar a cultura e os valores alemães. A responsável alemã alerta: “sentimo-nos ligados a valores cristãos. Quem não aceitar isto, não tem lugar aqui”.

O secretário-geral do Conselho Geral dos Judeus na Alemanha, Stephan Kramer, já veio criticar aquele que considera ser um discurso xenófobo, orientado para fins eleitoralistas.

Polémica em torno da integração dos imigrantes

Segundo noticia o Deutsche Welle, a polémica em torno da integração dos imigrantes agudizou-se mediante as declarações proferidas em Agosto pelo então membro do conselho de administração do Bundesbank, Thilo Sarrazin, que associou a subsidio dependência e a criminalidade à população muçulmana na Alemanha.

Na noite anterior ao discurso da chanceler alemã, o líder da CSU e governador da Baviera, Horst Seehofer, já havia afirmado que os imigrantes no país têm que aceitar a “cultura predominante” e que a Alemanha não se podia transformar “na previdência social para o mundo inteiro”, rematando que “o multiculturalismo está morto”.

As declarações de Angela Merkel virão, neste contexto, aprofundar o clima de desconfiança, apreensão e até mesmo xenofobia contra os cerca de 16 milhões de imigrantes que vivem no país, e, em especial, contra a comunidade muçulmana, que conta com aproximadamente 5 milhões de pessoas.

55% da população alemã pensa que os árabes são "pessoas indesejáveis"

O estudo, recentemente divulgado, da Fundação Friedrich Ebert, que a Lusa cita, conclui que cerca de 58 por cento dos alemães são a favor da limitação da liberdade religiosa dos muçulmanos na Alemanha. Os resultados deste estudo demonstram, igualmente, que 30% dos inquiridos considera que o país foi "invadido por estrangeiros" e que 55% pensa que os árabes são "pessoas indesejáveis". 30% acredita ainda que os 16 milhões de imigrantes só procuraram a Alemanha para usufruir de benefícios sociais.

www.esquerda.net

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MANIFESTO ANTI-GOVERNO, ANTI-ORÇAMENTO E ANTI-MERCADOS


O Governo não tem que me dizer o que devo fazer. O Governo não tem que dizer que eu devo levar uma vida frugal. A minha vida não está no Orçamento. Não aceito a minha vida reduzida a percentagens e estatísticas. O Governo e o Orçamento não me podem proibir de sair à noite nem de beber copos. Nem o Governo, nem o Orçamento, nem ninguém me podem impedir de escrever, de ter ideias e de olhar para as gajas.
Estou farto dos apelos ao diálogo do Presidente da República. Não sou do Presidente, nem do Governo, nem do Orçamento, nem dos mercados. Recuso-me a dialogar com essa gente. Não confio nessa gente. Aliás, ainda ninguém me explicou quem são os mercados. Os mercados nunca me foram apresentados. Só sei que o Presidente, o Governo, o Orçamento, o PSD, os banqueiros, a Comissão Europeia e o Estados Unidos obedecem aos mercados. Os mercados estão em todo o lado e entram no cérebro das gentes. Estou farto dos mercados! Os mercados e a economia enchem-me de tédio e de morte. Os mercados e o Governo não comandam a minha vida. Os mercados e o Governo não pertencem à vida.

domingo, 17 de outubro de 2010

RECUSO TUDO QUANTO NÃO SEJA VIDA

RECUSO TUDO QUANTO NÃO SEJA VIDA



Recuso tudo quanto não seja vida



Já apanhei

com as grandes depressões

já apanhei com o Sócrates,

com o Cavaco

com os "yuppies"

e com a SIDA

já dormi em bancos de jardim,

na praia,

na rua

já vi a guerra do Iraque

e a do Afeganistão

e o triunfo da economia



Recuso tudo quanto não seja vida



Farto-me das meias-medidas

do medo do patrão, do papão

do tédio da mercearia



Recuso tudo quanto não seja vida



Li Nietzsche, ouvi Morrison

desatinei com a contabilidade

tripei na Faculdade

segui a outra via



Recuso tudo quanto não seja vida



Conheci a Gotucha

andei nas manifs

tornei-me naquele que cria



Recuso tudo quanto não seja vida



Quero agarrá-la

quero possuí-la

como à mulher

da confeitaria



Recuso tudo quanto não seja vida.

TEIXEIRA E A INSACIABILIDADE DOS MERCADOS

Teixeira dos Santos: "Não vejo muito mais por onde ir se os mercados nos exigirem mais"
17.10.2010 - 07:40 Por Sérgio Aníbal, João d´Espiney

1 de 16 notícias em Economia
Teixeira dos Santos confia que as medidas do OE terão um impacto positivo imediato. Mas mantém o aviso em relação à "insaciabilidade" dos mercados.

www.publico.clix.pt

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

MANIFESTO DA CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


MANIFESTO DA CANDIDATURA DO POETA ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA



Numa era em que a vida se faz e se joga em função dos mercados e, por isso, não é vida. Numa altura em que o governo corta nos salários, nas pensões, no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção e sobe nos impostos e no preço dos medicamentos. Numa era em que o discurso económico já era porque é entediante, castrador como a "vida" dos mercados e de todos os que a seguem: Sócrates, Cavaco, Durão Barroso e companhia. Numa era de banqueiros, bolsas, especuladores e outros predadores. Numa era de "Big Brothers" e de uma "vida" quotidiana vazia, maçadora. Numa era em que muitos não têm nada ou quase nada e outros dormem na rua. Eu, António Pedro Ribeiro, 42 anos, poeta e performer, declaro-me candidato à Presidência da República.

Porque é preciso dizer que isto não é vida. É preciso dizer que não somos mais do que ninguém mas temos a certeza de que isto assim não presta. O capitaismo e os seus agentes estão a matar o Homem e a Vida. Viram o homem contra si próprio. Instalam o medo, a inveja, o ressentimento, a intriga. É preciso dizer que não é mais possível o homem assim. Como se vê nas manifestações de França, Grécia, Islândia e Espanha. É preciso dizer que o homem está a ser amputado. É preciso dizer que queremos outro homem, outra vida. Ela existe e está aqui, dentro do homem. Não nos céus nem na fantasia.



António Pedro Ribeiro ou A. Pedro Ribeiro nasceu no Porto no Maio de 68. Viveu em Braga e reside actualmente em Vilar do Pinheiro (Vila do Conde). É licenciado em Sociologia pela Faculdade de Letras do Porto. É autor dos livros "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (Objecto Cardíaco, 2006), "Queimai o Dinheiro" (Corpos, 2009), "Um Poeta no Piolho" (Corpos, 2009), "Um Poeta a Mijar" (Corpos, 2007), "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (Pirata, 2004), "Á Mesa do Homem Só" (Silêncio da Gaveta, 2001) e "Gritos. Murmúrios" (com Rui Soares, Grémio Lusíada, 1988). Foi fundador da revista literária "Aguasfurtadas" e actuou como diseur e performer nos Festivais de Paredes de Coura de 2006 (com Adolfo Luxúria Canibal e Isaque Ferreira) e de 2009 (com a banda Mana Calórica), nas "Quintas de Leitura" do Teatro Campo Alegre em 2009 e no Festival de Poesia do Condado de Salvaterra do Minho (Espanha) em 2007. Foi activista estudantil na Faculdade de Letras do Porto e no Jornal Universitário do Porto. É aderente do Bloco de Esquerda e foi militante do PSR, tendo sido candidato às Juntas de Freguesia de Vila do Conde (2001) e da Póvoa de Varzim (2005) pelo BE e à Assembleia da República pelo círculo de Braga pelo PSR em 1991 e 1995 (mandatário distrital). Em 2003 na Póvoa de Varzim, foi acusado, com a organização Frente Guevarista Libertária, de ter derrubado a estátua do Major Mota, presidente da Câmara no regime salazarista e dirigente da Legião Portuguesa. Prepara o livro "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas". É responsável (com Luís Carvalho) pelas noites de "Poesia de Choque" no Clube Literário do Porto e participa regularmente nas noites de poesia do Púcaros e do Pinguim no Porto.

PORTAGENS NAS SCUTS SÃO ROUBO

Portagens nas SCUT no Grande Porto "são um roubo e não podemos chamar a polícia" - comissão de utentes
Paços de Ferreira, 15 out (Lusa) - O representante da Comissão de Utentes da Scut do Grande Porto (A41/A42), Gonçalo Oliveira, considerou hoje "um rou...



Portagens nas SCUT no Grande Porto "são um roubo e não podemos chamar a polícia" - comissão de utentes
Paços de Ferreira, 15 out (Lusa) - O representante da Comissão de Utentes da Scut do Grande Porto (A41/A42), Gonçalo Oliveira, considerou hoje "um roubo e uma violência inimaginável" a cobrança de portagens naquela autoestrada.

"Se algum gatuno me quiser roubar mais 100 euros, eu defendo-me. Se três me tentarem roubar, eu chamo a polícia. Mas quem é que eu devo chamar quando os três 'gatunos' são os três partidos, o PS, o PSD e o CDS, que se uniram na Assembleia da República para inviabilizar a lei das portagens?", questionou, em declarações à Lusa.

Falando junto à Scut que liga o Vale do Sousa à cidade do Porto, Gonçalo Oliveira garantiu que "o povo não vai aguentar esta situação".

Afirmou que os políticos desses partidos, além da preocupação que têm com o défice, deviam estar sensibilizados com o problema de muitos habitantes poderem não ter dinheiro "para ir trabalhar, para produzir riqueza".

"Isto que está aqui a acontecer hoje é de tal forma mau e grave que é uma hipocrisia esses partidos aqui no distrito do Porto, nas câmaras municipais, dizerem que as portagens são más, mas em Lisboa, na Assembleia da República já dizem que as portagens são boas", vincou.

Gonçalo Oliveira garantiu ainda que a comissão de utentes "não baixou os braços", prometendo novas ações de protesto para defender "quem precisa desta autoestrada para ganhar a sua vida".

As portagens nas Scut do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata começaram a ser cobradas às 00:00 de hoje.

APM.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico ***

Lusa/fim

AMAI-VOS


AMAI-VOS

Que venha o novo homem. Que por todo o mundo se celebre o novo homem.

“Não vos inquieteis mais com o que tendes de comer e de beber”, disse Jesus. Matai o capitalismo e o mercado em vós. Matai o que há de mais vil e torpe em vós. Acreditai no novo homem. Ide de rua em rua, de casa em casa levar a palavra. Viestes ao mundo para isso. Aumentai os vossos conhecimentos e a vossa vida. Essa é a vossa riqueza. A riqueza que deveis procurar. Amai-vos. Para vos amardes verdadeiramente tereis de matar o capitalismo que todos os dias vos espetam na cabeça. Amai-vos. Mas sabei que há alguns que já não têm cura, alguns que serão sempre vossos inimigos. Salvai-vos do culto da acumulação, da competição e da riqueza. Aumentai a vossa vida. Afastai-vos do rebanho. Sede o novo homem. Acreditai em vós. Sede fortes. Sede companheiros. Afastai-vos da economia. Criai. Amai-vos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DURÃO BARROSO E OS MERCADOS

Quando eu falo, os mercados ouvem e pode haver consequências.

A HORA DO HOMEM


Cá está o homem de novo. O mundo é o mesmo mas o homem muda. Há conversas que o elevam. Conversas que o aproximam da sabedoria. O homem filosofa mas Dionisos volta sempre. E o homem afasta-se do racional. Segue a via do artista. Triunfa sobre si mesmo. Encontra a sua essência. Mas esse não é um processo racional. O homem acasala com a loucura. Sobe à praça pública. Já é outro. Ama esse outro. Adora vestir essa pele. Quando está nesse estado é livre. Aí tem de se conter para não ficar demasiado para lá. "Custa-me deixar-te, mas tu nunca me seguirias", canta Morrison. E é mesmo isso. O homem, como outros antes, abandona o corpo. Torna-se espírito e o espírito voa. Já não está cá. Poucos, muito poucos, quase nenhuns o acompanham. E o homem, mesmo que tenha uma vida aparentemente pacata, vive na corda-bamba, na corda-bamba entre o animal e o divino. É esse o seu drama. Faz parte da legião dos loucos divinos, como Morrison ou Nietzsche. Já nada há a fazer. Seguiu essa via. No meio das estrelas sente-se em casa. Por isso é que os negócios, a banca e a vidinha o entediam. Veio para algo de maior. É um "caminheiro dos céus", como diz Henry Miller. Ama o homem interior. Por isso, por vezes, sabe que tem que ser humilde. Todavia, isso não quer dizer que se alinhe com a maioria. Tornou-se muito céptico em relação à democracia. Já não acredita na democracia representativa. O homem sabe que atingiu a idade madura, a hora das decisões definitivas. Sabe também que está mais exposto do que nunca. Ou que, pelo menos, corre riscos de exposição excessiva. Sabe que está a chegar a sua hora.

EU NÃO ACEITO


EU NÃO ACEITO

António Pedro Ribeiro

Os mercados ainda não me contaminaram a mente. Sigo o caminho do bailarino, do homem livre. Apesar daquilo que me tentais espetar na cabeça todos os dias. Há alturas em que cedo, alturas em que me deixo levar pela conversa. Contudo, ainda sou capaz de me revoltar dentro de mim mesmo. Sou Quixote contra os moinhos. Não aceito. Não aceito. Posso até estar em baixo, posso até estar na merda, dizer que sim na aparência. Mas eu não aceito. Não aceito ver o Homem escravo dos mercados. Não aceito o homem caricatura de si próprio. O homem que quero não é o macaco que mercadeja, de que fala Nietzsche. Não aceito! Não vim ao mundo para isto. Posso até ser o único, ou um dos únicos, mas eu não aceito.
Já cometi muitos erros. Não sou nenhum santo. Mas eu não aceito. Serei louco, terei sido incoerente em várias ocasiões, mas eu não aceito. Podeis vir com cançonetas, poeminhas, que eu não aceito. Podeis inundar-me de imagens, de “big brothers”, de gajas boas. Eu não aceito. Podeis trazer-me TGV’s, aeroportos, SCUT’s, auto-estradas. Eu não aceito. Podeis embebedar-me com números, percentagens, cotações da bolsa. Eu não aceito. Podeis prometer-me estabilidade, sossego, emprego, segurança. Eu não aceito.
Não sou esse que quereis. Por vezes também sou dócil, amável, simpático. Mas não tenho que aceitar as vossas máximas. Amo o homem mas não tenho que me contentar com este homem, com a sub-vida dos mercados e das bolsas. Já falhei muitas vezes, não fui sempre aquele que ando a pregar. Mas não tenho que aceitar. Não sou deles- dos banqueiros, das finanças, dos governos. Muitas vezes nem sequer sigo uma lógica económica. Sou da liberdade. Mesmo quando permaneço aqui na “Motina” a espetar palavras no papel. Sobretudo aqui. Porque aqui sou completamente livre. Mesmo que isto continue a ser uma confeitaria e que os bolos e os cafés continuem à venda. Mesmo que os mercados estejam em todo o lado e também aqui.
No entanto, o bebé ri para a avó. No entanto, o bebé está vivo, respira a vida. E isso é a vida. E isso é o que realmente conta.