domingo, 6 de setembro de 2009

REI LAGARTO


REI LAGARTO

Pôr à prova os limites da realidade
Rejeitar a realidade do rebanho
Do está tudo bem
Da sobrevivência
Ir à essência
Com Nietzsche e Morrison
Ser um mago
No lago
Da serpente
Ser demente
Gritar
Assustar toda a gente
Estar para lá das convenções
E das opiniões
Beber até ao sol nascer
Dançar com os índios
Em volta do totem
Chamar Dionisos
Chamar o xamã
Ir até ao fim
Ser o “Lizard King”
Ser capaz de tudo
Atravessar os mares
E os desertos
Conquistar cidades
E vontades
Ficar para além do bem e do mal
Caminhar na corda-bamba do devir
Transgredir
Ultrapassar todos os limites
Ir até ao infinito
Matar Deus
E o pecado
Atravessar a nado para o outro lado
Atravessar a nado para o outro lado
Atravessar a nado para o outro lado…

REFLEXÕES


DIÁRIO

Não, não estou fora da realidade. Apenas elimino as partes da realidade que não me interessam. A realidade económica não me interessa! Outros que estudem o emprego, a inflação, a crise. Outros que sejam realistas. E que façam contas e balanços. A mim o que me interessa é a vida. A vida plena, autêntica, vivida no sentido nietzscheano. Não me parece que isso tenha a ver com estatísticas, nem com gráficos, nem com curvas. As únicas curvas que me interessam são as da mulher. E a mulher dá a vida. E a mulher é a vida. A vida é o instante que se prolonga até à eternidade. Nada tem a ver com o tédio, com o trabalho, com a rotina. Aliás, o trabalho mata a vida. Por isso, decidi não trabalhar. Ou melhor, só “trabalho” naquilo que me interessa, naquilo que me eleva o espírito. Escrevo, estudo, leio- eis o que faço. Mas só o faço porque me dá gozo fazê-lo ou então porque sei que estou à procura duma verdade, de um conhecimento. Estou a tentar atravessar para um reino mais puro, mais livre, como defendia Jim Morrison. Para isso tive de ultrapassar uma data de preconceitos, uma data de frases feitas de que a maior parte dos membros da sociedade não se consegue livrar. Para isso, tive de aprender com a minha solidão. “Solitário, segue o caminho que conduz a ti mesmo”, outra vez Nietzsche. Foi com a solidão dos livros, com a solidão dos cafés que encontrei o caminho que conduz a mim mesmo. Foi com “Assim Falava Zaratustra”, com “Plexus” de Henry Miller que me encontrei. E agora não há volta a dar-lhe. Já fiz a síntese. Estou a chegar onde queria, onde sempre quis chegar. Para isso não preciso de fazer grandes viagens, nem de grande dinheiro, nem de trabalho. Há dias em que me basta vir até ao “Piolho”,tomar um café, ter papel e caneta. E talvez dar uns bons passeios a pé como Nietzsche fazia. Há dias em que quase nem preciso falar com as pessoas. Há pessoas que ainda me dizem muito, claro. Não prescindo delas. Mas eu habituei-me à companhia da solidão. Por muito que ela me custe às vezes sei que é na solidão que eu consigo criar, que consigo acrescentar algo ao mundo. Ao mundo que eu não aceito que seja sobrevivência, que eu não aceito que seja imposição, que eu não aceito que seja castração. Talvez sim, esteja a travar uma batalha contra a realidade, contra esta realidade, talvez, como Morrison, esteja ,de novo, a pôr à prova os limites da realidade. Sou eu que estou certo, não é o mundo. Não tenho de aceitar a realidade dos economistas, não tenho de aceitar a realidade dos banqueiros, não tenho de aceitar a realidade dos políticos, não tenho de aceitar a realidade do rebanho. Sim, é isso. Sair do rebanho, abandonar a populaça, mesmo estando em contacto com ela. Como me sinto sublime agora. Já estou em condições de passar a palavra.
Vamos mesmo deitar o Sócrates abaixo. Até o empate da selecção ajuda. É preciso é que a outra Manuela não passe dos 35%.

NA PÓVOA APOIAMOS O BLOCO

"A Póvoa de Varzim precisa de romper com o poder dos grandes negócios do imobiliário e da construção desenfreada que têm desgovernado a cidade. Precisa de mais e melhor cidadania, mais rigor e transparência; mais e melhor qualidade de vida, mais solidariedade. É tempo de mudar de políticas e de protagonistas.
Candidatamo-nos porque acreditamos que não há determinismos e, como dizia Camus, acreditamos «que a verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente». Juntar forças para transformar a política e os quotidianos de quem vive e trabalha neste Concelho é a proposta que vos trazemos.
Aprofundar a democracia significa o compromisso de olhar para as pessoas e ver mais do que a cruz que fizeram, ou não fizeram, no boletim de voto. Significa perceber que as pessoas têm ideias e que devem ser incentivadas a participar e a decidir sobre as políticas que mexem com os seus quotidianos. Por isso achamos que a participação democrática não é uma flor que se põe na lapela nem muito menos um chavão que se usa em campanhas eleitorais. É um exercício complexo, mas transformador.
Acreditamos nas capacidades das pessoas pensarem os seus problemas e encontrarem as soluções e por isso achamos que o poder Ihes deve ser devolvido: incentivando-as a participar e a decidir sobre as prioridades de investimento para o Concelho, através do Orçamento participativo; descentralizando as reuniões das Assembleias por todas as Freguesias para que as pessoas possam conhecer, participar e intervir nas discussões que decidem a sua vida; dando-lhes a palavra no início das reuniões e não no final, de modo a que o que dizem seja levado em linha de conta nessa mesma reunião e não seja apenas uma rotina que tem de ser cumprida.
A especulação imobiliária e as negociatas parecem ser o modus operandi da Câmara Municipal. O PDM é alterado ao sabor das conveniências e das clientelas e o interesse público parece não fazer parte do seu léxico. Apesar do centro da Póvoa ser densamente urbanizado, nem por isso é densamente povoado. Parte importante do edificado está devoluto, funciona como segunda habitação, e por isso à noite a Póvoa é quase uma cidade deserta. Uma cidade que constrói furiosamente, mas que expulsa do seu centro os habitantes, em particular os jovens, é uma cidade doente. Por isso defendemos uma política de construção zero e a promoção de uma bolsa de arrendamentos a preços sociais de modo a que o centro da cidade possa ser repovoado.
O avanço do mar está a provocar problemas ambientais e económicos demasiado sérios para ser encarado com leviandade. Os banheiros e toda a economia de praia ressentem-se mais a cada ano que passa. Defendemos que a areia resultante das dragagens da barra seja devolvida às praias e que não funcione como moeda de troca para a sua remoção.
Mas a afirmação da Póvoa não pode fazer-se apenas pela oferta de sol e praia. Essa estratégia tem estrangulado outros sectores e conduziu a um quase beco sem saída. É preciso que o turismo seja encarado como uma oportunidade de desenvolvimento de todo o Concelho e não apenas da costa litoral. Cremos que é necessário convocar a imaginação para inventar e experimentar novas ideias. Propomos, entre outras coisas, a credenciação das casas que todos os anos são alugadas, por temporada, aos turistas. Certificá-Ias e incluí-Ias numa lista oficialmente divulgada permitiria não apenas a oferta de um turismo com características diferentes, mas também apoiar as famílias que fazem do aluguer da sua casa uma forma de obtenção de rendimento. Da mesma maneira, cremos que a implementação, no sector da restauração, da Ementa Quilómetro O, que consiste na criação de pratos gastronómicos confeccionados com os produtos aqui produzidos, poderia permitir uma maior interacção entre os diversos sectores de actividade. A Póvoa é uma terra de peixe e produtos hortícolas. Valorizá-los e promovê-los permite não apenas que os produtores encontrem outras formas de escoamento para os seus produtos, mas também que ambiente seja protegido, na medida em que a utilização de produtos locais reduz a pegada ecológica.
«Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva». Uma vez mais socorro-me das palavras de Camus para vos dar conta daquilo que pensamos e propomos.
É inadmissível que o Cine- Teatro Garrett, apesar das promessas eleitorais, continue encerrado e, em virtude desse facto, manifestações tão importantes como o Festival de Música não possa ter no seu programa a actuação de uma orquestra por falta de um espaço condigno capaz de a albergar. A adjudicação da empreitada para a sua recuperação data de Setembro de 2008 e o prazo de execução acordado foi de 14 meses. Importa referir que desde 2005 que a Câmara anuncia que «Vem aí o Garrett», mas volvidos quatro anos, o Executivo continua a revelar-se incompetente para o reabrir. Defendemos a sua imediata reabertura e exigimos uma programação cultural sistemática e abrangente, de modo a que a cultura não seja privilégio dê uns, mas antes património de todos.
A Câmara não tem políticas de apoio à criação cultural. A sua política é a de compra de espectáculos, ao invés de apoiar e investir nos produtores e agentes culturais do Concelho. Apoiar a produção cultural e descentralizar a oferta são formas de combater o isolamento e abandono das Freguesias mais periféricas e de apostar na qualificação das populações.
Numa terra que tem um dos mais baixos PIB per capita do país, a criação de respostas torna-se urgente. Defendemos a criação de um Gabinete de Emergência Social, capaz de ajudar as pessoas a procurarem emprego, a fazerem valer os seus direitos e a serem promotoras e autoras de projectos capazes de criarem emprego e auto-emprego. Promover uma cantina, com preços sociais, é outra das formas de ajudar as pessoas a sobreviverem com dignidade.
Com uma taxa de desemprego galopante no Concelho, o BE propõe que a relação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) seja melhorada, no sentido de informar e apoiar os cidadãos e cidadãs nessa situação. Da mesma forma, é necessário que a autarquia assuma responsabilidades no incentivo à inovação, formação e reconversão profissionais.
Uma cidade é composta por homens e mulheres. Pensar uma cidade livre de sexismo implica tomar medidas concretas e perceber que há quotidianos diferenciados, que as pessoas não tiveram nem têm todas as mesmas oportunidades, que das mulheres ainda se espera que trabalhem fora e dentro de casa. Uma autarquia comprometida com a emancipação deve tomar medidas que alterem quotidianos, que combatam a opressão. Defendemos que a Póvoa seja uma cidade amiga das mulheres, uma cidade women friendly, e que implemente serviços e redes de apoio que as/nos apoiem: criando um centro de atendimento e uma Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência, em parceria com associações de mulheres e/ou ONG's, desenvolvendo campanhas de sensibilização contra a violência sobre as mulheres; implementando uma rede de serviços sociais de apoio ao trabalho doméstico; criando uma rede pública e gratuita de creches e infantários, que garantam horários diversificados, nomeadamente o horário nocturno.
Eduardo Galeano dizia ter «(...) saudades de um país que ainda não existe no mapa». Façamos nós da Póvoa uma cidade desse mapa. "

DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DE ANDREA PENICHE, CANDIDATA DO BLOCO DE ESQUERDA À CÂMARA DA PÓVOA DE VARZIM

sábado, 5 de setembro de 2009

FREEPORT

Sócrates, além de arrogante, cretino e estalinista, é também corrupto e vigarista.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

REVELAÇÃO


Os pais trazem-te as filhas
para que tu as fecundes
tanta coisa se diz de ti
nesta Terra
no palco e fora dele
até dizem, agora,
que és uma espécie de profeta
ou até o novo messias
-suprema blasfémia!-
e não estás com alucinações
todos percorrem os jornais
em busca da Boa Nova
dizem que curas os enfermos
e que amas as crianças
apesar de estares sempre a ler
os malditos
tudo corre
ao sabor da tua pena
como se fosses Deus
o próprio Deus
ou, quiçá, o Super-Homem.

E tu que, no fundo,
só queres a tua menina.

VIVA A MANUELA MOURA GUEDES!


Caso TVI

Opinião: O PS de Sócrates é contra a liberdade

04.09.2009 - 15h15 Eduardo Cintra Torres

A decisão de censurar o Jornal Nacional de 6ª (JN6ª) foi tudo menos estúpida. O núcleo político do PS-governo mediu friamente as vantagens e os custos de tomar esta medida protofascista. E terá concluído que era pior para o PS-governo a manutenção do JN6ª do que o ónus de o ter mandado censurar. Trata-se de mais um gravíssimo atentado do PS de Sócrates contra a liberdade de informar e opinar. Talvez o mais grave. O PS já ultrapassou de longe a acção de Santana Lopes, Luís Delgado e Gomes da Silva quando afastaram a direcção do DN e Marcelo da TVI.

A linguagem de Santos Silva e do próprio Sócrates na quinta-feira sobre o assunto não engana: pelo meio da lágrimas de crocodilo, nem um nem outro fizeram qualquer menção à liberdade de imprensa. Falaram apenas dos interesses do PS e do governo. Sócrates, por uma vez, até disse uma verdade: o PS não intervinha no JN6ª. Pois não, foi por isso que varreu o noticiário do espaço público.

O PS-Governo de Sócrates não consegue coexistir com a liberdade dos outros. Criou uma central de propaganda brutal que coage os jornalistas. Intervém nas empresas de comunicação social. Legisla contra a liberdade. Fez da ERC um braço armado contra a liberdade (a condenação oficial do JN6ª pela ERC em Maio serviu de respaldo ao que aconteceu agora). Manda calar os críticos. Segundo notícias publicadas, pressiona e chantageia empresários, procura o controle político da justiça e é envolvido em escutas telefónicas. Cria blogues de assessores com acesso a arquivos suspeitos que existem apenas para destruir os críticos e os adversários políticos. Pressiona órgãos de informação. Coloca directa ou indirectamente “opiniões” e “notícias” nos órgãos de informação. Etc.

O relato da suspensão do JN6ª, no Jornal de Notícias e no Diário de Notícias e outros jornais de ontem é impressionante, sinistro e muito perigoso. Provir de supostos “socialistas”, portugueses e espanhóis, em nada diminui a gravidade desta censura. Esta suposta “esquerda” dos interesses, negócios e não resolvidos casos de justiça é brutal.

Intervindo na TVI, o PS-Governo atingiu objectivos fundamentais. Como disse Mário Crespo (SICN, 03.09), o essencial resume-se a isto: J.E. Moniz e M. Moura Guedes foram eliminados —e com eles as direcções de Informação e Redacção e um comentador independente como V. Pulido Valente.

Este PS-Governo é muito perigoso para a liberdade. Até o seu fundador está preso nesta teia, por razões que têm sido referidas. Ao reduzir a censura anticonstitucional, ilegal e protofascista do JN6ª a um caso de gestão, Soares desceu ao seu mais baixo nível político. É vergonhoso que seja ele, o da luta pela liberdade, a dizer uma coisa destas. Será que em 1975 o República também foi calado só por “razões de empresa”?

VIVA A MANUELA, APESAR DE TUDO

Reacção
TVI: Sindicato dos Jornalistas recebe com “repulsa” a “ingerência ilegítima” da administração
03.09.2009 - 18h50 Romana Borja-Santos
Para o Sindicato dos Jornalistas, o fim do Jornal Nacional representa “uma ingerência ilegítima e completamente inaceitável da administração na esfera da competência exclusivamente reservada à direcção de informação” que provoca “indignação e repulsa”.

Assim, o sindicato espera que a administração esclareça – “em nome da transparência” – esta “suspeição de tal modo grave” e que conduziu à demissão da direcção de informação – um dos pontos que preocupa igualmente a estrutura.

Por outro lado, o sindicato faz um apelo à intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para que esclareça “cabalmente as circunstâncias e as razões da demissão da direcção de informação”.

A direcção de informação da TVI demitiu-se hoje na sequência do cancelamento do Jornal Nacional, apresentado por Manuela Moura Guedes. Da direcção faziam parte João Maia Abreu, Mário Moura e Manuela Moura Guedes. A direcção mantém-se em funções até ser substituída pela direcção da empresa.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O HOMEM DO LIVRO

Agosto chegou ao fim. Agosto foi um mês de emoções fortes. Paredes de Coura, a cena de Vila Nova, Cabril, Chelo, Montalegre, Pitões das Júnias. Fez-me bem o contacto com o rio, com a montanha, com a natureza mas agora o homem do livro está de regresso ao "Piolho". O puto da Alice, o Rui, ainda vai dar em profeta: socorre os oprimidos, dá dinheiro, dá-se às pessoas. Mas, como estava a dizer, estou de regresso e este é provavelmente um dos últimos textos que vou incluir no livro. Como é habitual, falta-me o fino da praxe. Como escreve Jaime Cortesão em "Eça de Queiroz e a Questão Social", não faço da vida um negócio nem "uma baixa luta de interesses". Prezo a lealdade, a dignidade e a devoção às ideias. Limito-me a beber finos e a curtir a vida. Mesmo que esteja só no "Piolho" curto a vida. Mesmo que faça disparates mantenho a dignidade. Aliás, na hora da verdade, em Vila Nova mantive a dignidade. Sabia que estavam lá as minhas irmãs mas não reagi às provocações. Fiz bem. O homem do livro portou-se como um leão. O leão pachorrento que deixa as leoas caçar. Que só ruge em última instância. O homem do livro já esteve envolvido em cenas de pancadaria ou de quase pancadaria. Já deu e já levou. Ultimamente até tem levado mais do que dado. Já não tem a força dos vinte e tal anos. Por isso, não reage. Por isso, controla. Sabe que já foi o pato-bravo. Não tem orgulho nenhum nessas cenas de bar e de discoteca- em Braga, no "Club 84", na Apúlia, na Póvoa, em Vila do Conde, em Lisboa. Traz a paz e não a espada.

PARA JOAQUIM CASTRO CALDAS


PARA JOAQUIM CASTRO CALDAS



António Pedro Ribeiro



"A fidalguia moral, que tende a fazer da vida não um negócio e uma baixa luta de interesses mas afirmação perpétua de lealdade, devoção às ideias, dignidade e fé". É esta fidalguia de que fala Jaime Cortesão, a propósito de Eça de Queiroz ("Eça de Queiroz e a Questão Social"), que movia o Joaquim Castro Caldas, falecido a 31 de Agosto de 2008. Nunca o interesse mesquinho, nunca o acumular do dinheiro moveu o Joaquim Castro Caldas. Aliás, tanto quanto sabemos, o Joaquim não tinha cartão de contribuinte nem mantinha relações com as Finanças. O Joaquim era um nobre nos dias que correm. O poeta não era daqueles que se dão ou se dão a conhecer facilmente. Mas quando se dava dava-se a sério. Era genuinamente sincero. Lembro-me que uma noite, depois de ter ido ao "Pátio", a Vila do Conde, dizer Jim Morrison o Joaquim me perguntou simplesmente: "como vai essa loucura?" Era assim o Joaquim. Imoderado, excessivo, apaixonado, desafiador. A sua forma de dizer poesia era única. O seu canto fica para sempre.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A DESCER, A DESCER

PSI-20 -1,63 17:07

Último: 7650,56 (Pontos)
4 Subidas 16 Descidas

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MAIORES SUBIDAS
GALP ENERGIA +1,110%
J.MARTINS +0,660%
REN +0,210%
EDP RENOVAVE +0,170%

MAIORES DESCIDAS
TEIXEIRA DUA -4,390%
BRISA -3,700%
PT TELECOM -3,580%
MOTA ENGIL -3,290%
BCP NOM. -2,740%

terça-feira, 1 de setembro de 2009

pedro ribeiro (apedroribeiro) on Twitter

Trazemos a paz e não a espada.

TRAZEMOS A PAZ E NÃO A ESPADA


Há que endurecer sem nunca perder a ternura. (Ernesto Che Guevara)

CAI, PRIMEIRO, CAI, PRIMEIRO


Secretário-geral do PS acusa Manuela Ferreira Leite de “asfixia democrática”
Sócrates diz que a verdade está a vir ao de cima no caso Freeport
01.09.2009 - 22h42 Lusa
O líder do PS manifestou-se hoje convicto que a verdade "está a vir ao de cima" no caso "Freeport" e acusou Manuela Ferreira Leite de "asfixia democrática" por afastar pessoas por "delito de opinião".

"Espero uma conclusão do processo [Freeport] de forma formal. Até agora são apenas notícias", declarou José Sócrates na parte final da entrevista que concedeu à RTP, depois de confrontado pela jornalista Judite de Sousa com notícias que indicam que não será chamado a depor no âmbito deste caso.

No entanto, José Sócrates manifestou-se confiante que "a verdade vem sempre ao de cima e ela está a vir ao de cima e virá ao de cima" no caso Freeport. Interrogado se espera que o caso Freeport esteja encerrado antes das eleições legislativas, Sócrates limitou-se a sublinhar a sua confiança na justiça. "A justiça tem de ter o seu próprio tempo. Não tenho o direito de exigir para mim mais do que para qualquer outro cidadão", respondeu o primeiro-ministro.

Questionado sobre o motivo por que nunca tomou a iniciativa de pedir ao Ministério Público para ser ouvido sobre o caso Freeport, o secretário-geral do PS afastou totalmente essa hipótese.

"Não devo nada ao Ministério Público nem tenho nenhum problema de consciência. Era só que o que faltava", reagiu. A seguir, Sócrates salientou que, no processo de licenciamento do Freeport, a sua participação resumiu-se a uma reunião.

"Dei orientações aos serviços para que se cumprisse a lei escrupulosamente, uma nova avaliação de impacto ambiental e nada mais do que isso. Esse empreendimento foi aprovado garantido todas as regras ambientais e, se houve alguém que referiu o meu nome, essa referência foi abusiva, ilegal e ilegítima", declarou.

Ao longo da entrevista, José Sócrates traçar um cenário de bipolarização entre PS e PSD nas próximas eleições: "Só há dois partidos que podem ganhar as eleições e só há duas pessoas que podem ser primeiro-ministro", disse, já depois de ter apresentado as diferenças entre si e a líder social-democrata, Manuela Ferreira Leite.

Boa parte da entrevista foi de resto marcada por sucessivas críticas a Manuela Ferreira Leite.

Sócrates acusou a líder social-democrata de "confundir o país com o partido" a propósito das críticas que esta lhe fez sobre a existência de asfixia democrática em Portugal, exemplificando com o caso de Pedro Passos Coelho que "não está nas listas [do PSD] porque pensa de maneira diferente", o que indicia um afastamento por "delito de opinião".

"Eu tenho nas listas do PS pessoas que discordam de mim", contrapôs, lembrando que João Soares, que foi seu adversário na corrida à liderança dos socialistas em 2004, é cabeça de lista do partido por Faro e na primeira vez que foi deputado entrou pela sua quota pessoal. "Manuel Alegre foi convidado" para integrar as listas de deputados do PS "e decidiu não aceitar", acrescentou, referindo-se a outro dos seus opositores internos.

Interrogado sobre o papel que poderá ter o Presidente da República nas próximas eleições, José Sócrates começou por sublinhar a existência da parte do Governo de uma "cooperação institucional sem falhas". A seguir deixou o seguinte comentário: "acho que o senhor Presidente da República não permitirá que ninguém utilize a sua figura institucional em seu favor. Cada um deve pedalar a sua bicicleta".

A fechar a entrevista, Judite de Sousa questionou Sócrates como se sente quando dizem que é um dos mais "sexys" primeiros-ministros da Europa, ao qual o primeiro-ministro respondeu que “não tem a vaidade da falsa modéstia” e procura andar “arranjadinho”, não fazendo mais do que o cidadão comum. "A minha única vaidade são os meus filhos", respondeu.

JOSÉ MIGUEL SILVA

Um poema de José Miguel Silva


Dizias que gostavas

Dizias que gostavas de poemas.
Escrevi-te, numa tarde, mais de cinco.
São muito bonitos, disseste,
hei de mostrá-los ao meu namorado.
Nunca mais confiei nos versos
nem no gosto feminil.





em Vista para um pátio seguido de Desordem, Lisboa: Relógio D'Água, 2003, p. 54.

publicado por manuel a. domingos às 20:45 0 comentário(s)

retirado de http://meianoitetododia.blogspot.com