Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP)
LINHA GERAL DO MOVIMENTO OPERÁRIO E SINDICAL
RESOLUÇÃO
Considerando,
Por um lado:
1. A importante vitória alcançada pelo movimento operário e sindical na grande greve geral nacional do passado dia 24 de Novembro;
2. O espírito de dedicação, de combatividade e de luta expresso pelos operários e demais trabalhadores nessa jornada memorável;
3. A consciência política demonstrada, no sentido de derrubar o governo PSD/CDS de traição nacional e a sua substituição por um governo de esquerda, democrático patriótico;
4. O desejo expresso nos piquetes de greve, nas concentrações de empresa e nas manifestações de rua no sentido de prosseguir e intensificar o combate e todas as formas de luta;
E por outro lado:
1. A significativa derrota sofrida pelo capitalismo, pela classe dominante e pelo governo da Tróica germano-imperialista;
2. O conteúdo contra-revolucionário e terrorista do memorando assinado pelos partidos da traição (PSD,CDS e PS) com a Tróica;
3. O carácter ideológico reaccionário do memorando e dos consequentes programa de governo e do orçamento do estado já aprovado na generalidade, com o beneplácito do PS de José Seguro;
4. O ponto fulcral do ataque terrorista da Tróica germano-imperialista e do governo PSD/CDS de traição nacional, que reside na humilhação da classe operária e dos demais trabalhadores, impondo-lhes o trabalho forçado e o aumento da jornada das 8 horas e da semana das 40 horas (conquistas históricas do movimento proletário);
www.pctpmrpp.org | pctp@pctpmrpp.org
2
O Comité Central do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) estabelece a seguinte linha geral para todo o movimento operário e sindical nos tempos imediatos:
1º O movimento operário e sindical, reforçado com a grande vitória da greve geral nacional do passado dia 24 de Novembro, tem como objectivo político imediato o derrubamento do governo PSD/CDS de traição nacional, a liquidação da política terrorista imposta pela Tróica germano-imperialista e a substituição de tudo isso por um governo democrático patriótico, constituído pela unidade de todas as forças populares.
2º O centro de gravidade da luta do movimento operário e sindical é o combate sem tréguas contra o trabalho forçado (mais meia hora diária não paga) e em defesa da jornada das 8 horas de trabalho diário e da semana de 40 horas, conquistas históricas do movimento operário português e dos proletários de todos os países.
3º Como a pretensão de impor o trabalho forçado e a de liquidar as conquistas históricas das 8 horas de trabalho diário e das 40 horas de trabalho semanal são ilegais, o movimento operário e sindical deve adoptar todas as formas de luta (legais ou ilegais) que estiverem ao seu alcance e para cuja utilização estiver organizado.
4º Para vencer a luta contra o trabalho forçado e pela defesa da jornada das 8 horas e da semana das 40 horas, deve preparar-se desde já a próxima greve geral nacional, destinada a paralisar o país e derrubar o governo e aquela política terrorista reaccionária.
5º Nas fábricas, empresas e outros locais de trabalho devem ser organizadas, sem necessidade de avisos ou de autorizações prévias, paralisações sectoriais ou totais, debates e plenários, para protestar contra o trabalho forçado e em defesa da jornada das 8 horas e da semana das quarenta horas.
6º Em circunstância alguma deverão os trabalhadores aceitar o trabalho forçado. Nas empresas, fábricas, oficinas e outros locais de trabalho onde for instaurado o trabalho forçado, os trabalhadores devem iniciar imediatamente uma greve de braços caídos no momento em que começar o tempo de prestação do trabalho forçado.
7º Logo que possível, deve encetar-se de imediato nas empresas, fábricas, oficinas e locais de trabalho assembleias para aprovação de propostas de rejeição do trabalho forçado e de rejeição da alteração da jornada de 8 horas e da semana das quarenta horas (sem prejuízo de horários inferiores).
www.pctpmrpp.org | pctp@pctpmrpp.org
3
8º Em todas as reuniões levadas a efeito, os trabalhadores devem ordenar às centrais sindicais e a todos os sindicatos que não aceitem, em circunstância alguma, designadamente nas reuniões da chamada Concertação Social e do chamado Conselho Económico e Social, que não aceitem nunca o trabalho forçado ou a alteração da jornada máxima das oitos horas e da semana máxima das quarenta horas (mantendo a jornada e semana de trabalho de duração inferior).
9º Devem organizar-se concentrações de trabalhadores, protestos e greves por empresa, fábrica ou sector, greves parciais ou totais, conforme for possível.
O trabalho forçado não passará! Morra o trabalho forçado!
Viva a semana das 40 horas!
Não ao aumento da jornada das 8 horas de trabalho!
Lisboa, 27 de Novembro de 2011
O Comité Central do PCTP/MRPP
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
ENTREVISTA A "NOVOS LIVROS"
1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro “Café Paraíso”?
R- "Café Paraíso" surge no seguimento de outros livros que publiquei como "Á Mesa do Homem Só", "Saloon", "Um Poeta no Piolho", que têm como pano de fundo a vivência dos cafés e também dos bares. É uma homenagem às figuras do café: o gerente, os empregados de mesa, a mulher que passa, que se passeia ou que está ao balcão, a que às vezes ofereces poemas e que raramente é tua, o bêbado, os teóricos de café, os revolucionários de café, as tertúlias com poetas, escritores e outros. É também o retrato da cuscovilhice das mulheres, dos homens que passam a semana a falar de futebol sem outro assunto, do louco que berra, dos programas da tarde imbecis que passam na TV. É também o homem à mesa, o poeta, que escreve, lê e observa, que se revolta com o mundo dos mercados e da finança.
2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- A Isabel Rocha da Cultureprint falou-me há meses na possibilidade de publicar em livro poemas inéditos meus sobre cafés. Fez-se uma selecção. Alguns foram acrescentados à última hora.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Neste momento tenho um livro de poesia pronto: "Fora-da-Lei". Estou a reunir um conjunto de contos auto-biográficos sobre os "filmes" da minha vida. Tenho também escrito prosas filosóficas, sociológicas e também algo proféticas, na linha do livro "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas", que conto reunir talvez sob o título "Merda para Deus". Tenho escrito quase todos os dias e publico crónicas nos jornais "A Voz da Póvoa" da Póvoa de Varzim e "Fraternizar".
__________
António Pedro Ribeiro
Café Paraíso
Bairro dos Livros
http://novoslivros.blogspot.com
NÃO TE CUIDES, NÃO, MENINO
Não te cuides, não, menino. As mãos tremem. Mal consegues segurar o café. Foste fazer de borracho a Montalegre, tiveste uma trip, e agora estás aqui a beber jornais. Não te cuides, não, menino. Ela espreita. Mostra os dentes. Senta-se ao balcão. Apetece-te agarrá-la pelos cabelos antes que a noite caia totalmente. Não te cuides, não, menino. Aceleras, começas a acelerar, não te controlas, e depois cais. Desta vez podes cair mesmo de vez, menino. Voltaste à idade da glória, àqueles momentos dos anos 80 e 90, sobra-te o cachet, tens dinheiro para estoirar. És o menino de ouro, como diz a tua Gotucha. Cuida-te, menino. Não te iludas com a vertigem. Ainda não tens exército algum atrás de ti. A maioria ainda acredita no Pai Natal e os mastins ainda mordem. Não te iludas com o povo na rua e com as greves gerais, menino. Não te armes ainda em prima-dona. A populaça dorme o que, por outro lado, é óptimo. O Otelo não está senil. Ainda tens amigos. Mesmo que te sintas só contra o mundo. Estamos de volta a Camelot, à Idade Média. Queres reapossar-te dos teus castelos. Ontem estiveste lá com o Isaque. Apetece-te rir mas não tens com quem rir. A Gotucha não está cá nem o Isaque. Só mortos que te oferecem jornais. És a prima-dona, menino. O senhor destas e doutras terras. Há apenas as criancinhas que protegeis. A nova humanidade que ides estragar com o vosso dinheirinho ou com a falta dele. Mas não. Desta vez não ides passar. O reino está próximo. Zaratustra vai encontrar o super-homem. Sois uns inocentezinhos mas gostais de ver uns tiros, um sanguezinho na televisão. Pode ser que os tenhais dentro em breve na vida real. Ri-te, ri-te, querida, dá de mamar ao bebézinho. Pode ser que me excites. Andam para aí a violar as velhas, esses gajos. Ao menos tu gostas delas frescas, menino. Sangue fresco, não é? Consegues ser o pior filho da puta à face da terra, menino. És o bardo do caos. Não estás só. Regressou a gargalhada sarcástica. Consegues meteer-lhes negro. Dás-lhes dinheiro e eles são amáveis contigo. As famílias regressam a casa. Tu já não tens horas. Libertaste-te da Gotucha. Aqui não sacas gaja. Até deixas os gajos botar discurso de fatiota, fazes papel de tímido, mas depois, depois, gozas com eles todos, come-los de cebolada ao pequeno-almoço. Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!Ah! Mas quanto mais bebes mais te enterras, menino. Vai lá ter com as gajas. Aqui não sacas nada. O farmacêutico, o Ricardo, é um bom homem. Cumprimenta-te sempre. Vá lá, menino, reclama as tuas quintas. O menino maluquinho, o desgraçadinho dos comprimidos está de volta. Vai ocupar esta terriola com um bando armado.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
O FIM DO CAPITALISMO
FIM DO CAPITALISMO
As tropas estão descontentes. Otelo Saraiva de Carvalho fala na possibilidade de um golpe de Estado. Se o exército tomar o partido da revolução, se o exército entender que a situação do país é insustentável, então a coisa é possível. E a situação do país e da Europa é mesmo insustentável. O assalto aos bolsos das pessoas, o entregar do dinheiro aos bancos, o império dos mercados e da finança, os governos lacaios dos mercados e da finança. Contudo, a queda de Berlusconi e de Papandreu é um sinal. São os próprios mercados que deitam abaixo os seus mentores e seguidores. Os capitalistas comem-se uns aos outros. O capitalismo está mesmo a chegar ao fim.
www.jornalfraternizar.pt.vu
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
O BÁRBARO
Roma cai de novo. Não ouvis os gritos dos bárbaros? Nada está seguro agora, Maria. Agarra-te à caixa registadora enquanto a tens. O homem que te olha não é quem pensas. É o poeta maldito, o incendiário. Come criancinhas ao pequeno-almoço. Mas sabe rir. Ah! Se sabe. Fazia umas festas contigo. Contudo, agora está virado para o mundo. Em tempos, combateu ao lado de Ulisses e Aquiles. Está farto de caridadezinhas. Segue os bárbaros porque isso convém à revolução. É capaz de se tornar um deles. De comer à mesa sem maneiras. Todavia, é também um rei. Capaz de cortesias, capaz de oferecer poemas às meninas. É também o mais infame dos poetas. Capaz de atormentar desconhecidos. De enfrentar a noite de bar em bar, de copo em copo. Espera o livro, a última criação. É conhecido de muitos mas tem poucos amigos reais. Procura a mulher para fecundar. Quer fazer nascer o novo homem. Roma cai. Não ouvis os gritos dos bárbaros?
DO HOMEM PRIMITIVO
Voltámos aos tempos bárbaros
de sacar as mulheres
de as arrastar pelos cabelos
Roma cai
arde com Nero
acabou a era dos bons modos
do bom senso
dos risinhos
e das mentiras suaves
o homem primitivo
sobe ao palco
dança berra
leva a audiência
à demência
o homem primitivo
vem das eras
da antiga sabedoria
agora quer
pilhar as cidades
e os bancos
os magos estão do seu lado~
é louco
está em delírio
já nada teme.
O FIM DA UNIÃO EUROPEIA
O FIM DA UNIÃO EUROPEIA
A União Europeia está a chegar ao fim. A Europa dos políticos, dos burocratas, dos banqueiros, dos economistas está a arder nas ruas de Atenas. Nunca passou de um projecto económico-financeiro esta Europa. Nunca teve uma dimensão cultural e espiritual. Quase nunca foi referendada. Por isso merece cair. No fundo, são apenas Estados isolados a lutar pelos seus interesses. Nem Durão Barroso, nem Merkel, nem Sarkozy, nem os comentadores do regime o conseguem contrariar. Esta União Europeia está a chegar ao fim. Nós, os indignados, construamos de base um projecto mobilizador. Que parta do indivíduo, do homem livre, do novo paradigma. Que corte de vez com o capitalismo. Que fale da Vida e da Liberdade.
REVOLUÇÃO OU BARBÁRIE
O capitalismo está a chegar ao fim, não tem saída. Os líderes mundiais multiplicam-se em declarações inconsistentes, metem os pés pelas mãos. Os capitalistas, os bolsistas, os mercados destroem o homem mas destroem-se também a si próprios. Revolução ou barbárie, eis o que nos espera. Se o exército, ou parte dele, ficar do lado dos revoltosos, teremos a revolução. Na Grécia, em Itália, em Portugal, em todo o lado. Se não espera-nos a barbárie completa. Os supermercados serão pilhados, como recentemente em Inglaterra, haverá seres humanos a disputar pedaços de carne na rua, o útil, o interesse, a ganância serão levados até ao limite, o homem reduzir-se-á ao sub-homem, ao macaco, perder-se-á o respeito entre as pessoas, o dinheiro perderá o valor, o caos imperará por todo o lado. Não vemos solução dentro do capitalismo. Revolução ou barbárie. Eis o que nos espera. Bem podeis sair à noite aos bares, bem podeis fechar-vos nas vossas casinhas a olhar para a TV que vos envenena. Bem podeis agarrar-vos ao carrinho, à conta bancária (enquanto houver...), ao frigorífico, à Merkel, ao Obama. Nada disso vos salva. Revolução ou barbárie.
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11 Novembro 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
O FIM DO CAPITALISMO
As tropas estão descontentes. Otelo Saraiva de Carvalho fala na possibilidade de um golpe de Estado. Se o exército tomar o partido da revolução, se o exército entender que a situação do país é insustentável, então a coisa é possível. E a situação do país e da Europa é mesmo insustentável. O assalto aos bolsos das pessoas, o entregar do dinheiro aos bancos, o império dos mercados e da finança, os governos lacaios dos mercados e da finança. Contudo, a queda de Berlusconi e de Papandreu é um sinal. São os próprios mercados que deitam abaixo os seus mentores e seguidores. Os capitalistas comem-se uns aos outros. O capitalismo está mesmo a chegar ao fim.
NACIONALIZAÇÃO DA BANCA
PARTIDO COMUNISTA DOS TRABALHADORES PORTUGUESES (PCTP/MRPP)
A Banca deve ser imediatamente Nacionalizada!
E nunca deveria ter sido privatizada!...
Os bancos portugueses estão falidos. Se os depositantes acorrerem a levantar o seu dinheiro, os bancos não dispõem de dinheiro para devolver aos depositantes.
Todo o mundo sabe disso; mas todo o mundo finge ignorá-lo.
Porque todos sabem da real falência dos bancos portugueses, a Tróica, no memorando de entendimento assinado pelos partidos políticos da traição – PSD, CDS e PS – – destinou 12.000 milhões de euros, a pagar pelo Estado português com juros de 10% e comissão de 1.000 milhões!... - para reforçar o capital dos bancos.
O protocolo pelo qual o Estado português refinanciará os bancos está agora a ser negociado, e os bancos manifestaram já o seu desacordo com o respectivo projecto de lei, que irá ser discutido na Assembleia da República e aprovado antes ou conjuntamente com o orçamento para 2012 e o Plano Estratégico de Desenvolvimento.
Os bancos, aliás, acabam de enviar a Olli Rehn, comissário da União Europeia para as finanças, uma carta a queixar-se dos planos do Estado Português vertidos no protocolo do refinanciamento da Banca.
Aquilo contra que os bancos se queixam é quanto às garantias que terão de prestar para beneficiarem da recapitalização.
Os bancos querem encaixar os 12.000 milhões de euros, sem nenhuma garantia de os devolverem algum dia!...
Deve lembrar-se que a Banca portuguesa nunca teve tantos lucros como os que arrecadou nos últimos dez anos.
Se o Banco de Portugal cumprisse a sua função fiscalizadora e a corrupção não grassasse na respectiva administração, a Banca portuguesa teria sido obrigada a recapitalizar-se com os próprios lucros obtidos e impedida de distribuir aos accionistas, isentos de impostos, dividendos fabulosos.
Se a Banca, privada como é, está descapitalizada – e está! – isso deve-se unicamente ao facto de que, em lugar de se recapitalizar com capitais próprios, provenientes de lucros escandalosos adquiridos nos últimos dez anos, embolsou tais lucros na conta pessoal dos accionistas, em vez de os colocar em reforço do próprio capital bancário.
www.pctpmrpp.org | pctp@pctpmrpp.org
Tudo isto mostra duas coisas: a primeira, que a Banca nunca devia ter sido reprivatizada, como sempre o defendemos; e a segunda, que a Banca deve ser imediatamente nacionalizada e recapitalizada, porque a sua privatização levou-a à falência.
A nacionalização da Banca, sob controlo dos trabalhadores e das suas comissões, como meio para recapitalizá-la com a verba de 12.000 milhões de euros, volta a ser uma palavra de ordem justa do movimento operário e popular em Portugal.
A Banca deve ser imediatamente nacionalizada, e nunca deveria ter sido privatizada.
Viva a Greve Geral Nacional de 24 de Novembro!
Contra o medo e contra as medidas terroristas do governo e da tróica!
Não pagamos!
Pelo derrube do governo e do sistema que nos explora e oprime!
Por um Governo de Esquerda, Democrático Patriótico!
O Povo vencerá!
Lisboa, 10 de Novembro de 2011
O Comité Central do PCTP/MRPP
A Banca deve ser imediatamente Nacionalizada!
E nunca deveria ter sido privatizada!...
Os bancos portugueses estão falidos. Se os depositantes acorrerem a levantar o seu dinheiro, os bancos não dispõem de dinheiro para devolver aos depositantes.
Todo o mundo sabe disso; mas todo o mundo finge ignorá-lo.
Porque todos sabem da real falência dos bancos portugueses, a Tróica, no memorando de entendimento assinado pelos partidos políticos da traição – PSD, CDS e PS – – destinou 12.000 milhões de euros, a pagar pelo Estado português com juros de 10% e comissão de 1.000 milhões!... - para reforçar o capital dos bancos.
O protocolo pelo qual o Estado português refinanciará os bancos está agora a ser negociado, e os bancos manifestaram já o seu desacordo com o respectivo projecto de lei, que irá ser discutido na Assembleia da República e aprovado antes ou conjuntamente com o orçamento para 2012 e o Plano Estratégico de Desenvolvimento.
Os bancos, aliás, acabam de enviar a Olli Rehn, comissário da União Europeia para as finanças, uma carta a queixar-se dos planos do Estado Português vertidos no protocolo do refinanciamento da Banca.
Aquilo contra que os bancos se queixam é quanto às garantias que terão de prestar para beneficiarem da recapitalização.
Os bancos querem encaixar os 12.000 milhões de euros, sem nenhuma garantia de os devolverem algum dia!...
Deve lembrar-se que a Banca portuguesa nunca teve tantos lucros como os que arrecadou nos últimos dez anos.
Se o Banco de Portugal cumprisse a sua função fiscalizadora e a corrupção não grassasse na respectiva administração, a Banca portuguesa teria sido obrigada a recapitalizar-se com os próprios lucros obtidos e impedida de distribuir aos accionistas, isentos de impostos, dividendos fabulosos.
Se a Banca, privada como é, está descapitalizada – e está! – isso deve-se unicamente ao facto de que, em lugar de se recapitalizar com capitais próprios, provenientes de lucros escandalosos adquiridos nos últimos dez anos, embolsou tais lucros na conta pessoal dos accionistas, em vez de os colocar em reforço do próprio capital bancário.
www.pctpmrpp.org | pctp@pctpmrpp.org
Tudo isto mostra duas coisas: a primeira, que a Banca nunca devia ter sido reprivatizada, como sempre o defendemos; e a segunda, que a Banca deve ser imediatamente nacionalizada e recapitalizada, porque a sua privatização levou-a à falência.
A nacionalização da Banca, sob controlo dos trabalhadores e das suas comissões, como meio para recapitalizá-la com a verba de 12.000 milhões de euros, volta a ser uma palavra de ordem justa do movimento operário e popular em Portugal.
A Banca deve ser imediatamente nacionalizada, e nunca deveria ter sido privatizada.
Viva a Greve Geral Nacional de 24 de Novembro!
Contra o medo e contra as medidas terroristas do governo e da tróica!
Não pagamos!
Pelo derrube do governo e do sistema que nos explora e oprime!
Por um Governo de Esquerda, Democrático Patriótico!
O Povo vencerá!
Lisboa, 10 de Novembro de 2011
O Comité Central do PCTP/MRPP
11 DE NOVEMBRO NAS RUAS DE BRAGA
No próximo dia 11 de Novembro será votado na Assembleia da República o Orçamento de Estado para 2012.
Os ataques deste Governo e da troika não param, estando prevista uma diminuição de qualidade e de abrangência nos nossos serviços públicos, através dos cortes brutais no Orçamento para os Ministérios, como é o caso da Saúde com corte de mais de 8%, na Educação com corte de 9,6% (4 vezes mais do que a troika exigiu), Segurança Social com corte de 4%, Agricultura e Pescas com corte de 16,6%, entre outros...
Enquanto isso, outros Ministérios vêm o seu Orçamento aumentado, nomeadamente a Presidência do Conselho de Ministros com aumento de 116%, as Finanças vão ter mais 1,6 mil milhões para criar um “Fundo de Regularização da Dívida” e o Ministério da Economia e do Trabalho com um aumento de 139%, no entanto já está prevista uma diminuição de 37% nos incentivos para criação de emprego. Está também previsto ser doado um valor de 8 mil milhões à banca para “recapitalização do sistema financeiro”.
Este Orçamento só vem degradar o sistema público português, obliterar o Estado Social e a força do Estado na economia. A tudo isto acrescenta-se ainda um pacote de medidas extra por demais conhecidas do povo português: O corte do subsídio de Natal e de Férias; aumento de meia hora de trabalho diária, não remunerada, para o sector privado; redução de indemnizações por despedimento; limitação do subsídio de desemprego (tanto em valor como em tempo de duração); aumento do IVA do gás, da electricidade e de outros bens essenciais de 6 para 23%; aumento do preço dos serviços públicos, taxas moderadoras, transportes, etc; e o maior plano de privatizações de sempre, CTT, água, REN, EDP, Galp, RTP, CP Carga, ANA, TAP, entre outros. No total será privatizado 20% do sector público português!
Com tudo isto as famílias portuguesas vão pagar 93,6% da factura desta dívida e para quê? O Governo já veio a público admitir as previsões catastróficas que resultarão destas medidas já no próximo ano: aumento do desemprego para 13,6%, perda do poder de compra em 4,8% e contracção da economia portuguesa em 2,8%.
Pelos factos acima mencionados, movidos pelo espírito reivindicativo e pelos princípios evocados pelas manifestações de 15 de Outubro, terá lugar uma acção de protesto contra a aprovação deste Orçamento de Estado para a próxima 6ª-feira, 11 de Novembro, pelas 17 horas na Avenida Central em Braga, pelo que convocamos toda população a participar neste protesto.
SINDICATO DOS JORNALISTAS APOIA A GREVE GERAL
2011/NOV/10
15 importantes razões para apoiar a Greve Geral
O sindicato dos Jornalistas divulgou hoje, dia 10, um comunicado – que a seguir se transcreve na íntegra – apontando 15 importantes razões para os jornalistas apoiarem a Greve Geral de 24/11/2011.
Aos jornalistas
15 importantes razões para apoiar a Greve Geral de 24/11/2011
No dia 24 de Novembro, os trabalhadores portugueses estão convocados para tomar uma atitude. Os jornalistas também, porque são trabalhadores como os outros.
Há muitas razões para lutar.
1. A dívida externa existe, mas não é por culpa dos trabalhadores. Existe por causa de sucessivas políticas de desmantelamento do aparelho produtivo, na indústria, na agricultura e nas pescas; das negociatas com as parcerias público-privadas; dos negócios como o BPN (cinco mil milhões de euros que já nos custou ou vai custar); de derrapagens orçamentais em obras públicas; da fraude, da evasão fiscal e da economia paralela.
2. Em vez de taxar a Banca e a Finança, os bens de luxo e as empresas e negócios offshore, o Governo agrava os impostos – o IRS, as taxas moderadoras e o IVA –, penalizando os que menos ganham e a própria classe média.
3. O Governo vai roubar parte dos subsídios de Natal dos trabalhadores e pensionistas este ano. Já cortou nos salários dos trabalhadores da Função Pública e do Sector Empresarial do Estado em 2011 e a todos os pensionistas e aos trabalhadores do sector público empresarial e à função pública.
4. Os trabalhadores já pagam uma factura pesada: em 3,8 milhões de empregados por conta de outrem, 2,3 milhões ganham menos de 900 euros por mês; o salário mínimo é o mais baixo da Zona Euro; trabalhamos mais horas do que os trabalhadores na União Europeia a 15 países; a precariedade atinge mais de um milhão de trabalhadores.
5. No entanto, o Governo prepara-se para dar de mão beijada ao patronato a apropriação de um mês de salário pela via do aumento do horário de trabalho em duas horas e meia por semana, a redução do número de feriados e o não pagamento de trabalho extraordinário ou pelo menos a redução do seu valor.
6. Apesar da enorme desregulação que campeia nas empresas, o Governo prepara-se para agravá-la, através de um banco de horas mensal (dez horas) ao serviço do patronato, fulminando o direito ao descanso e entregando às empresas a gestão do tempo de trabalho e prejudicando a vida familiar.
7. Apesar da enorme importância dos subsídios de férias e de Natal, que visam permitir que os trabalhadores e as suas famílias gozem esses períodos sem esforço adicional dos rendimentos mensais e contribuem para o comércio e o turismo, prepara-se a diluição desses subsídios nas retribuições mensais, levando ao congelamento dos salários e à sua extinção a prazo.
8. Com um desemprego galopante e cada vez mais prolongado, o Governo desprotege ainda mais os trabalhadores, fazendo aprovar leis que tornam os despedimentos ainda mais fáceis e mais baratos e reduzindo o valor e a duração dos subsídios de desemprego.
9. As alterações ao Código do Trabalho já concretizadas e outras anunciadas já estão a permitir intensificar a exploração dos trabalhadores, incluindo os jornalistas, particularmente os mais novos na profissão, aumentando a precariedade e agravando as condições de trabalho e de vida, ao mesmo tempo que servem já de chantagem para forçar inúmeros trabalhadores a aceitar rescisões ditas “amigáveis”.
10. Com a situação social a agravar-se, o Governo piora as condições dos idosos, cortando 1.880 milhões de euros no Orçamento de Estado para as pensões e reformas; e corta mais de dois mil milhões de euros para prestações sociais como pensões mínimas do regime geral, subsídio social de desemprego e abono de família, que será eliminado para muitas famílias.
11. Com medidas de austeridade socialmente gravosas e diminuindo drasticamente o poder de compra dos salários, das pensões e de outras prestações sociais, a retracção e a recessão afundarão ainda mais a economia, empobrecendo os portugueses e empurrando o país para o desastre.
12. Com a obsessiva cruzada pela “ideologia do Estado mínimo”, como bem a caracterizou a organização Comissão Justiça e Paz, o Governo impõe cortes brutais nas funções sociais do Estado, nas áreas da Saúde e da Educação, quer privatizar ainda mais empresas e sectores estratégicos, dos transportes à comunicação social, das águas à energia. Mas, ao mesmo tempo, canaliza para a Banca 12 mil milhões de euros.
13. No capítulo da comunicação social, o Governo e o PSD mantém um cerrado ataque aos serviços públicos de rádio e de televisão e de notícias, pretendendo a privatização total da Agência Lusa e a privatização parcial da RTP, impondo um plano de reestruturação que implica centenas de despedimentos. Mais: a privatização de um canal de televisão teria efeitos graves no mercado de publicidade não só no segmento audiovisual, mas também na Imprensa, com consequências dramáticas em todo o sector.
14. É necessário – é urgente – combater as injustiças, a exploração e o empobrecimento dos trabalhadores e do país; dinamizar a produção nacional na agricultura, nas pescas e na indústria; promover o crescimento económico e distribuir a riqueza de forma mais justa e sustentada, criando mais e melhor emprego, combatendo o desemprego e a precariedade; defender a negociação colectiva, aumentar os salários e as pensões.
15. É também urgente barrar a agiotagem da Banca, renegociar a dívida com condições justas quanto aos montantes, juros e prazos, no respeito pela soberania nacional, no interesse do povo e pelas gerações futuras.
Não podemos baixar os braços. Não lutar é estar ao lado dos que nos estão a roubar hoje e a comprometer o futuro colectivo, pois atrás destas medidas outras virão até nos terem reduzido à indigência.
Tal como a generalidade dos trabalhadores, também os jornalistas são chamados a tomar posição contra a exploração e o empobrecimento.
Assim, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas apela:
À participação da classe nos plenários gerais a realizar no próximo dia 14, às 21h30, na sede nacional em Lisboa e na Delegação Norte, e no dia 17 em Coimbra (em local a anunciar);
À realização de plenários, reuniões e outras formas de discussão nas redacções;
À participação na discussão online que o SJ vai promover nos dias 17 e 18.
É tempo de dizer Não! É tempo de Lutar!
Lisboa, 10 de Novembro de 2011
A Direcção
15 importantes razões para apoiar a Greve Geral
O sindicato dos Jornalistas divulgou hoje, dia 10, um comunicado – que a seguir se transcreve na íntegra – apontando 15 importantes razões para os jornalistas apoiarem a Greve Geral de 24/11/2011.
Aos jornalistas
15 importantes razões para apoiar a Greve Geral de 24/11/2011
No dia 24 de Novembro, os trabalhadores portugueses estão convocados para tomar uma atitude. Os jornalistas também, porque são trabalhadores como os outros.
Há muitas razões para lutar.
1. A dívida externa existe, mas não é por culpa dos trabalhadores. Existe por causa de sucessivas políticas de desmantelamento do aparelho produtivo, na indústria, na agricultura e nas pescas; das negociatas com as parcerias público-privadas; dos negócios como o BPN (cinco mil milhões de euros que já nos custou ou vai custar); de derrapagens orçamentais em obras públicas; da fraude, da evasão fiscal e da economia paralela.
2. Em vez de taxar a Banca e a Finança, os bens de luxo e as empresas e negócios offshore, o Governo agrava os impostos – o IRS, as taxas moderadoras e o IVA –, penalizando os que menos ganham e a própria classe média.
3. O Governo vai roubar parte dos subsídios de Natal dos trabalhadores e pensionistas este ano. Já cortou nos salários dos trabalhadores da Função Pública e do Sector Empresarial do Estado em 2011 e a todos os pensionistas e aos trabalhadores do sector público empresarial e à função pública.
4. Os trabalhadores já pagam uma factura pesada: em 3,8 milhões de empregados por conta de outrem, 2,3 milhões ganham menos de 900 euros por mês; o salário mínimo é o mais baixo da Zona Euro; trabalhamos mais horas do que os trabalhadores na União Europeia a 15 países; a precariedade atinge mais de um milhão de trabalhadores.
5. No entanto, o Governo prepara-se para dar de mão beijada ao patronato a apropriação de um mês de salário pela via do aumento do horário de trabalho em duas horas e meia por semana, a redução do número de feriados e o não pagamento de trabalho extraordinário ou pelo menos a redução do seu valor.
6. Apesar da enorme desregulação que campeia nas empresas, o Governo prepara-se para agravá-la, através de um banco de horas mensal (dez horas) ao serviço do patronato, fulminando o direito ao descanso e entregando às empresas a gestão do tempo de trabalho e prejudicando a vida familiar.
7. Apesar da enorme importância dos subsídios de férias e de Natal, que visam permitir que os trabalhadores e as suas famílias gozem esses períodos sem esforço adicional dos rendimentos mensais e contribuem para o comércio e o turismo, prepara-se a diluição desses subsídios nas retribuições mensais, levando ao congelamento dos salários e à sua extinção a prazo.
8. Com um desemprego galopante e cada vez mais prolongado, o Governo desprotege ainda mais os trabalhadores, fazendo aprovar leis que tornam os despedimentos ainda mais fáceis e mais baratos e reduzindo o valor e a duração dos subsídios de desemprego.
9. As alterações ao Código do Trabalho já concretizadas e outras anunciadas já estão a permitir intensificar a exploração dos trabalhadores, incluindo os jornalistas, particularmente os mais novos na profissão, aumentando a precariedade e agravando as condições de trabalho e de vida, ao mesmo tempo que servem já de chantagem para forçar inúmeros trabalhadores a aceitar rescisões ditas “amigáveis”.
10. Com a situação social a agravar-se, o Governo piora as condições dos idosos, cortando 1.880 milhões de euros no Orçamento de Estado para as pensões e reformas; e corta mais de dois mil milhões de euros para prestações sociais como pensões mínimas do regime geral, subsídio social de desemprego e abono de família, que será eliminado para muitas famílias.
11. Com medidas de austeridade socialmente gravosas e diminuindo drasticamente o poder de compra dos salários, das pensões e de outras prestações sociais, a retracção e a recessão afundarão ainda mais a economia, empobrecendo os portugueses e empurrando o país para o desastre.
12. Com a obsessiva cruzada pela “ideologia do Estado mínimo”, como bem a caracterizou a organização Comissão Justiça e Paz, o Governo impõe cortes brutais nas funções sociais do Estado, nas áreas da Saúde e da Educação, quer privatizar ainda mais empresas e sectores estratégicos, dos transportes à comunicação social, das águas à energia. Mas, ao mesmo tempo, canaliza para a Banca 12 mil milhões de euros.
13. No capítulo da comunicação social, o Governo e o PSD mantém um cerrado ataque aos serviços públicos de rádio e de televisão e de notícias, pretendendo a privatização total da Agência Lusa e a privatização parcial da RTP, impondo um plano de reestruturação que implica centenas de despedimentos. Mais: a privatização de um canal de televisão teria efeitos graves no mercado de publicidade não só no segmento audiovisual, mas também na Imprensa, com consequências dramáticas em todo o sector.
14. É necessário – é urgente – combater as injustiças, a exploração e o empobrecimento dos trabalhadores e do país; dinamizar a produção nacional na agricultura, nas pescas e na indústria; promover o crescimento económico e distribuir a riqueza de forma mais justa e sustentada, criando mais e melhor emprego, combatendo o desemprego e a precariedade; defender a negociação colectiva, aumentar os salários e as pensões.
15. É também urgente barrar a agiotagem da Banca, renegociar a dívida com condições justas quanto aos montantes, juros e prazos, no respeito pela soberania nacional, no interesse do povo e pelas gerações futuras.
Não podemos baixar os braços. Não lutar é estar ao lado dos que nos estão a roubar hoje e a comprometer o futuro colectivo, pois atrás destas medidas outras virão até nos terem reduzido à indigência.
Tal como a generalidade dos trabalhadores, também os jornalistas são chamados a tomar posição contra a exploração e o empobrecimento.
Assim, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas apela:
À participação da classe nos plenários gerais a realizar no próximo dia 14, às 21h30, na sede nacional em Lisboa e na Delegação Norte, e no dia 17 em Coimbra (em local a anunciar);
À realização de plenários, reuniões e outras formas de discussão nas redacções;
À participação na discussão online que o SJ vai promover nos dias 17 e 18.
É tempo de dizer Não! É tempo de Lutar!
Lisboa, 10 de Novembro de 2011
A Direcção
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
CAFÉ PARAÍSO
"Café Paraíso" fala do poeta de café, da vivência do poeta nos cafés das cidades - "A Brasileira" e o "Astória" em Braga, o "Piolho", o "Ceuta" e o "Aviz" no Porto, o "Guarda-Sol" na Póvoa de Varzim, o "Pátio" em Vila do Conde- e das aldeias (Vilar do Pinheiro, Vila Nova de Telha). "Café Paraíso" é também sobre a mulher que passa, que se passeia no café, que atende às mesas ou permanece ao balcão. É também o café das tertúlias com poetas, escritores, amigas, amigos, as discussões inflamadas, os bares até às tantas. É o homem só à mesa que escreve, lê e observa. É o poeta maldito que incendeia os bares da poesia. Os empregados de mesa e os gerentes, as cumplicidades, as conversas, a caixa registadora. Mas "Café Paraíso" é também o tédio, a rotina, o inferno no quotidiano que, apesar de tudo, é mais fácil de suportar no café do que em casa. A revolta contra a propaganda da TV, o futebol omnipresente que o poeta também vê, as conversas dos teóricos de café, o não aceitar da ditadura dos políticos e dos mercados. "A vidinha de escravos" que "está a chegar ao fim", o princípio do fim do capitalismo. O café, a cerveja.
CAFÉ PARAÍSO
Novo livro de António Pedro Ribeiro é apresentado por Carlos Magno no Café Piolho
A apresentação da obra que reúne os poemas de café de A.P. Ribeiro está a cargo do jornalista Carlos Magno e acontece no próximo dia 12 de Novembro, sábado, pelas 18h30, no Café Piolho, no Porto. A sessão é introduzida por Miguel Marinho, que promete encher o ar do habitualmente ruidoso espaço com as notas musicais de uma sanfona. Mas as surpresas são muitas e o programa antecipa um final de tarde familiar, com sabor a café e cheiro a livros.
Rui Manuel Amaral e Rui Lage estarão presentes para falar daquele que é, na opinião deste último “um poeta de café. Um dos últimos. Ou talvez o único”, e cuja obra é influenciada por figuras como Rimbaud, Nietzsche, Henry Miller, William Burroughs e Jim Morrison. “O café é ainda, para ele, como foi para um Mário de Sá-Carneiro, o miradouro do humano, a plateia de onde tudo se ouve e tudo se vê, onde olhos fatigados observam, projectando enredos, o xadrez das personagens tragicómicas que somos todos, sem excepção, a entrar e sair no “Piolho”, no “Ceuta”, no “Avis”, no “Astória”, como quem entra e sai da vida.”, pode ler-se no texto que prefacia “Café Paraíso”.
O próximo sábado marca a apresentação ao público da obra de poesia mas também a inauguração oficial da nova chancela da cooperativa cultural. Segundo a CulturePrint, a Bairro dos Livros pretende “dar corpo a projectos literários únicos e cruzar muitas linguagens artísticas para comunicar as ideias do futuro e os sonhos do presente”. “Gostamos do livro-objecto. E queremos partilhá-lo.”, afirma Isabel Rocha, uma das directoras criativas da recém-criada cooperativa portuense dedicada ao sector cultural, que, assim, inaugura a nova chancela da marca CulturePrint. “A Bairro dos livros fica onde nos deixarem entrar, com os nossos poetas, ilustradores, criativos e escritores”, continua.
Por agora, a Bairro dos Livros estará à mesa do conhecido Café Piolho, símbolo desses espaços onde a escrita se faz no papel, mas também nas conversas com as mesas vizinhas, que acolheu gerações e gerações de estudantes, artistas, e escritores. Porque, como diz Rui Lage no prefácio a "Café Paraíso", "apenas esses lugares imprevistos, como são os cafés, permitem desorganizar o humano, desmontá-lo, desarmá-lo, expô-lo: consertá-lo e partilhá-lo".
É com esta missão, mas também com o objectivo de fazer nascer livros de qualidade, dando voz à poesia e à literatura de hoje que se faz pelos que hoje escrevem, que a CulturePrint apresenta, no próximo sábado, dia 12 de Novembro, pelas 18h30, no Café Piolho, no Porto, o primeiro número da chancela Bairro dos Livros: a obra poética “Café Paraíso”, de António Pedro Ribeiro.
Para mais informações, por favor, contactar Inês Castanheira (PRESS), através do endereço de e-mail press.cultureprint@gmail.com ou do número de telefone 93 9802770.
Booktrailer de Café Paraíso: http://youtu.be/_Xnsvi4XGvE
“Café Paraíso” inaugura a Bairro dos Livros, a nova chancela editorial da CulturePrint, e é apresentado este sábado, no Porto.
A última obra de António Pedro Ribeiro que chega agora às livrarias tem prefácio de Rui Lage. Rui Manuel Amaral assina a introdução aos poemas e aos versos do conhecido poeta anarquista, que é também ele uma das vozes da dupla que dinamiza mensalmente a Poesia de Choque no Clube Literário do Porto, juntam-se as ilustrações de Vitalia Samuilova. Foi na figura do poeta, mas também na atmosfera dos cafés da cidade, que a artista letã se inspirou para criar as ilustrações que compõem o primeiro número das Edições Bairro dos Livros.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
REVOLUÇÃO OU BARBÁRIE
O capitalismo está a chegar ao fim, não tem saída. Os líderes mundiais multiplicam-se em declarações inconsistentes, metem os pés pelas mãos. Os capitalistas, os bolsistas, os mercados destroem o homem mas destroem-se também a si próprios. Revolução ou barbárie, eis o que nos espera. Se o exército, ou parte dele, ficar do lado dos revoltosos, teremos... a revolução. Na Grécia, em Itália, em Portugal, em todo o lado. Se não espera-nos a barbárie completa. Os supermercados serão pilhados, como recentemente em Inglaterra, haverá seres humanos a disputar pedaços de carne na rua, o útil, o interesse, a ganância serão levados até ao limite, o homem reduzir-se-à ao sub-homem, ao macaco, perder-se-à o respeito entre as pessoas, o dinheiro perderá o valor, o caos imperará por todo o lado. Não vemos solução dentro do capitalismo. Revolução ou barbárie. Eis o que nos espera. Bem podeis sair à noite aos bares, bem podeis fechar-vos nas vossas casinhas a olhar para a TV que vos envenena. Bem podeis agarrar-vos ao carrinho, à conta bancária (enquanto houver...), ao frigorífico, à Merkel, ao Obama. Nada disso vos salva. Revolução ou barbárie.
CAFÉ PARAÍSO
O livro de poesia que compila os poemas de café de António Pedro Ribeiro inaugura a nova linha editorial da CulturePrint. A introdução de "Café Paraíso" é de Rui Manuel Amaral e o prefácio é assinado por Rui Lage. Vitalia Samuilova inspirou-se na figura do poeta, nos versos e na atmosfera dos cafés da cidade para criar as ilustrações que integram o primeiro número da Bairro dos Livros.
Pretendemos dar corpo a projectos literários únicos e cruzar muitas linguagens artísticas para comunicar as ideias do futuro e os sonhos do presente. Gostamos do livro-objecto. E queremos partilhá-lo.
A Bairro dos livros fica onde nos deixarem entrar, com os nossos poetas, ilustradores, criativos e escritores. Por agora, está nesta mesa de café. Porque, como diz Rui Lage, no prefácio a "Café Paraíso", "apenas esses lugares imprevistos, como são os cafés, permitem desorganizar o humano, desmontá-lo, desarmá-lo, expô-lo: consertá-lo e partilhá-lo."
O nosso Bairro tem o primeiro número na porta. Tragam olhos de ver, de ouvir e de comer.
Sejam bem-vindos. Comecem por tomar um café aqui.
Booktrailer aqui: http://youtu.be/_Xnsvi4XGvE
Apresentação por Carlos Magno.
Rui Lage e Rui Manuel Amaral estarão presentes para falar sobre a obra.
sábado, 5 de novembro de 2011
O FIM DA UNIÃO EUROPEIA
O FIM DA UNIÃO EUROPEIA
A União Europeia está a chegar ao fim. A Europa dos políticos, dos burocratas, dos banqueiros, dos economistas está a arder nas ruas de Atenas. Nunca passou de um projecto económico-financeiro esta Europa. Nunca teve uma dimensão cultural e espiritual. Quase nunca foi referendada. Por isso merece cair. No fundo, são apenas Estados isolados a lutar pelos seus interesses. Nem Durão Barroso, nem Merkel, nem Sarkozy, nem os comentadores do regime o conseguem contrariar. Esta União Europeia está a chegar ao fim. Nós, os indignados, construamos de base um projecto mobilizador. Que parta do indivíduo, do homem livre, do novo paradigma. Que corte de vez com o capitalismo. Que fale da Vida e da Liberdade.
ESCREVE O DIVINO
Escreve o divino, Pedro
é o teu pai que to diz
chegaste a um ponto
em que és capaz
escreve o divino
a mente abre-se
a luz do céu
séculos para chegar até aqui
tantas guerras
tantas demandas
bandeiras defraldadas
trompas
exércitos
o que não passei
para chegar até aqui
Hamlet chama-me
passei a incomunicabilidade
a grande depressão
e agora estou aqui
a dar-me ao público
a subir na palavra
a beber deste vinho
a ser quem sou
escreve o divino
esquece o mundano
o tédio quotidiano
canta os deuses
e os espíritos
vai até à Sibéria
dançar com os xamãs
és plenamente tu
vens dos céus
quem te vai
agora cantar»
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
O TAMBOR
Não escrevo estórias
escrevo sim simplesmente
o que me vem à cabeça
os outros falam
lêem jornais
enquanto o meu mundo interior
explode
espalha-se pelas mesas
altera a programação
não escrevo estórias
os meus personagens
são os que me rodeiam
a dona do café
os peixes no aquário
este cenário
que tenho à minha frente
não escrevo estórias
canto o amor
trovador
dos tempos do fim
não espereis de mim
dinheiro e sucesso
apenas o tambor
que vem do coração.
O POETA DADÁ
O poeta entra no Piolho
o café sabe-lhe bem
o poeta não tem limites
faz macaquices
caretas
salta à frente do Adriano
o poeta é louco
sai-lhe agora o nariz
e um pé
ainda assim dança
o poeta é dadá
sai para a rua
celebra à chuva
come as mesas
e as cadeiras
o poeta está gagá
come agora a televisão
e o fado que dá
o poeta é aquele que há
o poeta dadá.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A AMEAÇA
Aparentemente foi-me vedada a entrada no "Subura". Não sei bem o que se passou mas, ao que me lembro, ameacei um gajo de morte. Não sei o que me deu. O gajo nunca me fez mal nenhum. Quis vingar-me do mundo. Vem tanta coisa à cabeça que um dia ela explode. Depois, para variar, pus-me a atirar pedras às lojas de marca e aos bancos. Enfim, são as tais noites que valem por mil anos. Já há muito tempo que não me encontrava assim. O Sampaio do "Subura" hoje lançou-me cá uns olhares...pois, é o Zéca Afonso...a solidariedade...pois, havia um que era assim mas morreu há um ano...o Carlos Pinto. Tem piada que no Púcaros, no Pinguim nunca armei confusão. Enfim, não sei bem o que me deu naquela noite. O que vale é que as bolsas caem e o capitalismo também. Isso é que realmente conta.
DO PENSAMENTO
Todo eu sou pensamento. Vivo dentro do pensamento. Todo eu sou as minhas ideias. Navego dentro de mim. Desde miúdo que sou assim. Um ser que vive para o pensamento. Que desenvolve as ideias. O café ajuda. Ao mesmo tempo sou um ser único, como diz Max Stirner. Faíscam ideias na minha mente. Ainda assim procuro a síntese, a unidade.
Ainda não li o jornal de hoje. Este café é sossegado e agradável. É domingo. Amanhã os trabalhadores voltam ao trabalho. Triste sina a deles. Eu devo ir para Braga. Que sentido faz passar a vida a trabalhar? Sou dono de mim, das minhas horas. Antes andar entediado do que trabalhar. Mas eu nem sequer estou entediado. Eu produzo. Eu vou ter com as amigas. Há um chato no café. Saio a Bukowski. Deveria fazer umas sessões de poesia pagas. Ir às escolas e às universidades. Bem, o livro é apresentado daqui a duas semanas. Não há motivos para andar triste. Ainda assim não estou com o fulgor de há três dias. Era difícil. Vou voltar a casa.
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