quinta-feira, 30 de junho de 2011

O JIM ERA MESMO O MAIOR


Macacos peludos na TV da bola
as meias-finais da taça do hóquei

aqui chegados
a escrita diz
o que a vida não diz
a feira da Ladra
na Cordoaria
voltámos a uma certa pureza
inicial
estamos condenados,
ó barbudo de Braga

há gajos que comparecem
em todos os lugares
mesmo nas assembleias de voto
abutres que se fazem às gajas
e que as ferem de morte
loucos que investigam
a tua escrita
América, América
estás aqui
trouxeste a tua banda de bêbados
e levas-me até Deus
até à boca da baliza
como quando marcaste nove golos
no pátio do liceu
levaram-te em ombros
para depois te abandonarem,
ó bicho da noite e dos copos,
agora estranhas o sol
e dizes tudo o que te vem à alma
como estás longe,
ó versejador da corte,
faço versos
à tua custa
banqueteio-me à tua mesa
desaprendo todas as maneiras
e o Sporting até volta a ganhar
és um grande filho da vida
as mamas abanam
e até te esqueces do que ias dizer
guitarradas no Piolho
sangue na arena
um preto invadiu o campo
um protagonista
para adicionar ao Garcia
Deus meu, tanta poesia
há no futebol!
Mesmo que seja de sala
e leve leitões
começo a ficar farto
do politicamente correcto
só vejo porrada
e gajos corpulentos
e polícias
camarada, agarra-te à guitarra,
somos do rock
estamos na estrada
vamos á procura
a bola já cá canta
e o Jim
era mesmo o maior.


Piolho, 18.6.2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

NO PASARAN

NO PASARAN

António Pedro Ribeiro

A Grécia. Sempre a Grécia. Da Grécia não levais nada, ó inquisidores, ó capitalistas. Na Grécia não há Medinas Carreira que vos valham, nem profetas da morte, nem economistas da treta, nem contabilistas. Na Grécia o povo bate-se nas ruas, enfrenta o poder e a polícia. Na Grécia não há meias-tintas. Na Grécia não há Passos Coelho, nem Cavacos, nem vendilhões, nem troca-tintas. Ou, se os há, estão em xeque. O povo combate nas ruas. O povo de Homero, de Sófocles, de Eurípedes, de Pitágoras, de Sócrates, de Platão, de Aristóteles não aceita mais a ditadura dos mercados e a escravatura da troika, da Merkel, do Obama, do Sarkozy. Um povo assim não pode cair. Um povo assim não cai na cantiga. Um povo assim dignifica o Homem na Terra. Um povo assim faz o homem. Sejamos todos gregos. Como no princípio. Pela civilização, pelo homem livre, pela Vida. No Pasaran.

terça-feira, 28 de junho de 2011

LIBERDADE


.
LIBERDADE



Vim ao mundo de graça

não tenho de pagar o que como

nem o que bebo

não tenho de pagar

a ponta de um corno

pela vida

nem tenho de trabalhar

para pagar o que como

e o que bebo

não tenho de me sacrificar

por coisa nenhuma

a vida é livre e gratuita

só faço o que quero

o que me dá na real gana



e é isto que vos tinha a dizer.

[texto realizado/enviado por A. Pedro Ribeiro no âmbito da queima do judas 2011, subordinada ao tema "Liberdade, Revolução de Abril e metamorfoses do Mosteiro de Santa Clara"]

quarta-feira, 22 de junho de 2011

DESPEDIMENTOS NOS ESTALEIROS DE VIANA

Estaleiros Navais de Viana do Castelo: Traição consumada…despedimentos de 380 trabalhadores até ao final do ano

Durante a campanha eleitoral, o camarada Garcia Pereira à frente de uma delegação da candidatura esteve presente nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, num encontro com a CT. Neste encontro, o camarada afirmou a dado passo, “está em curso um plano de aniquilamento desta empresa. Por exemplo não tendo nenhuma perspectiva para os estaleiros e amanhã virem invocar o desequilíbrio económico-financeiro assim criado para justificar primeiro o lay-off, algumas rescisões voluntárias e depois um despedimento colectivo”, isto foi dito em 28 de Maio, em resposta às preocupações da Comissão de Trabalhadores, que acusava a novel administração, que a dita reestruturação que a empresa se preparava para fazer, com os seus homens de mão contratados recentemente, com currículos de desmantelamentos de outras empresas, era para efectivamente acabar com a empresa.

Menos de um mês, estas palavras vêm infelizmente comprovar-se, a administração anunciou ontem o plano com nome pomposo, de reestruturação, que irá provocar a saída, até final do ano, de 380 trabalhadores, dos actuais 720.


E como se esperava as desculpas são os prejuízos provocados pelas políticas sucessivas de desinvestimento no sector, provocado ostensivamente durante os últimos anos pelos diversos governos. E a continua descapitalização da empresa.


Os trabalhadores que se dizem “surpreendidos pela brutalidade dos números”, afirmam pela voz do coordenador da CT, António Barbosa, “se é para reduzir efectivos para tornar isto apetecível para um privado qualquer estrangeiro vir apoderar-se do que é nosso, obviamente que nem nós, trabalhadores, nem a comunidade vianense o vamos aceitar”.

Lembra que esta medida é aprovada “nas vésperas” da entrada em funções do novo Governo. “O que sai faz um favor fabuloso ao Governo que entra, tudo coordenado pela troika externa e interna”, denuncia mais adiante António Barbosa.


Na altura da visita da candidatura do nosso partido, o camarada Garcia Pereira sublinhou que seria um crime para a região e para o país deixar que os Estaleiros Navais fossem “abatidos ou desmantelados”.

A resposta dos trabalhadores que deve ter a máxima solidariedade dos sindicatos do sector, das centrais sindicais e de todos os trabalhadores que lutam contra a política da Troika, de terra queimada, tem de ser determinante na combatividade contra o governo que tomou posse hoje, mero gestor de negócios do grande capital.


Pela parte do nosso partido, os trabalhadores dos estaleiros terão todo o apoio e a solidariedade na luta contra esta traição, esta medida anti-patriótica e de vende-pátrias.

http://lutapopularonline.blogspot.com

A CAIR, A CAIR...


Agência mantém perspectiva negativa
Moody´s baixa rating do Banif para “lixo”
22.06.2011 - 11:03 Por Paulo Miguel Madeira

9 de 9 notícias em Economia
« anteriorA agência de notação (rating) de risco de crédito Moody´s baixou a classificação do Banif para Ba2, com perspectiva negativa, um nível que entra já na classificação de “lixo” no jargão dos mercados.
(Catarina Oliveira Alves (arquivo))

O anterior rating do Banif era de Baa3 (a última categoria dos investimentos considerados seguros), o que significa que o corte hoje anunciado é de dois níveis, sendo esta decisão justificada com os problemas financeiros que o Governo enfrenta, e que enfraquecem a sua capacidade para apoiar a banca.

A agência chama ainda a atenção para as crescentes incertezas por toda a Europa relativamente à vontades das autoridades para continuarem a apoiar as instituições que não sejam as mais importantes nos seus mercados.

A nota de crédito do Banif, tal como a do resto da banca nacional, está assim a ser penalizada também pela situação no país, dizendo a Moody´s que que se a nota de Portugal (que se encontra com perspectiva negativa) baixar, então é provável que a do Banif também volte a baixar.

Por outro lado, se o banco não conseguir com as novas exigências de capital em Portugal ou se a sua posição líquida, se não conseguir melhorar a sua rendibilidade e indicadores de eficiência, ou se a qualidade dos seus activos se deteriorar. A Moody’s não exclui que o Estado apoie o banco, mas considera que a sua dimensão não lhe permite ter garantias de apoio ao mesmo nível que os de maior dimensão.

A agência explica que a acção de hoje sobre a nota do Banif conclui em parte a revisão relativa aos bancos portugueses desencadeada em Abril. O Banif é assim o segundo banco português que cai na categoria de Lixo, depois de já ter atribuído Ba1 ao Montepio (um nível acima do Ba2 hoje dado ao Banif).

No entanto, o Millenium BCP tem também a sua nota de longo prazo em Baa3, e com perspectiva negativa, pelo que é possível que proximamente caía também na acategoria de lixo da Moody’s.


www.publico.clix.pt

quinta-feira, 16 de junho de 2011

MULHERES


Já começam a desconfiar que pertences
aos "gangues" do multibanco
as mulheres amam-te mas não
te entendem
é mesmo melhor que não lhes mostres
certas coisas
mesmo às mais belas
as mulheres, certas mulheres,
afinal começam a perceber-te
mas não te dirigem a palavra
praia, "Modelo", Umberto Eco
vá-se lá perceber as gajas
é certo que tens seguido
correntes machistas
continuas a não perceber
as mulheres
no liceu
na Faculdade,
quando as tinhas à mão,
eras tímido
ou tinhas depressões de sete meses
salvaram-se duas ou três
a loira fala, fala
vai ao carro
traz presentes
sou definitivamente diferente
das mulheres
Umberto Eco
fala-se de literatura
e de protectores solares
estão realmente mais à mão
a TV vomita violência
adoro a ignorância
das mulheres
sinto-me melhor do que as estrelas
mas, para já, não saco nada
sou louco
sensato de mais para este mundo,
princesa

ajuntamento de amigas
a Gotucha não está
amo-a de qualquer forma
apesar da loira fixe
ainda não está tudo morto
a menina benfeitora
em Pedras Rubras
as pessoas saem à rua
não têm medo da revolução
ah!Ah!Ah!
Coitados
mal sabem o que os espera...

LADY BABÁ (CANÇÃO)


Lady Babá
vais aqui, vais acolá
és aquela que dá

olhos selvagens
foges às ordens
à pose instituída
à TV dominical

lady Babá
és aquela que dá

melhor do que as vedetas
melhor do que os patetas
sangue ao rubro
eu na tua fogueira
dás-te inteira
dás-te inteira

lady Babá
aqui e acolá

Lady Babá
quero-te (dadá)

Lady Babá
quero-te já já...


Braga, 13.6.2011

REINO


A vossa vidinha de escravos
está a chegar ao fim
Maria, deixa o namorado
os tempos estão a mudar
podes até votar nos sociais-democratas
e nos liberais
podes fazer o teu número de prima-dona
de bairro
os tempos estão a mudar


Escutai, juízes, homens de lei,
coquetes televisivas
de nada vos serve apelar à Pátria
e ao folclore
de nada vos serve dar umas risadas
a populaça sois vós, homens pequenos
mesmo quando vos dizeis
revolucionários anti-sistema
agarrai-vos à nova barca
que o jogo está a virar

Vinde, profetas,
que não sois da morte nem da desgraça
já não há ditaduras do proletariado
nem proletariado
os cravos de Abril já eram
estamos em Maio
o homem voltou a aparecer na televisão
sabe perfeitamente
que esta é a sua era
a era que Agostinho da Silva profetizou
vinde, companheiros, camaradas,
escrevei o manifesto
da nova revolução

E vós, pequenos,
a vossa vidinha de escravos
está a chegar ao fim
deixai as telenovelas
deitai a bola fora
tendes vivido mortos
levantai-vos
ainda tendes uma última hipótese
de salvação
deixai o vosso trabalho escravo
a família
a televisão
talvez Jesus esteja aqui
a olhar para a gaja do lado
com desejos carnais
talvez falte pouco
para o muro começar a cair
a história começou
com o Roger Waters e os Pink Floyd
em 79/80
Cabeceiras de Basto
com o Berto, com o Carlos,
lembras-te?
Nunca mais foste o mesmo
não percebias muito bem
mas a mente começou a remoer
questionaste a máquina
mais tarde tornaste-te maldito
uma puta dos tascos e do rock
é natural que alguns te provoquem
te mandem bocas
que não gostem de ti
porque os incomodas
porque pões em causa
o status quo
mas este é o teu tempo, camarada
este é realmente o teu tempo,
acredita
tudo o que fizeste e disseste
até hoje
tudo isso hoje desabrocha
faz todo o sentido
mesmo os teus erros
tiveram uma razão de ser
este é verdadeiramente
o teu reino
poeta dos bares e das noitadas
olha como agora olham para ti
não caias
não esmoreças
a tua loucura é necessária
para mudar o mundo
este é o reino
escuta
dança
celebra
este é o reino
não mais escravos
não mais meias-tintas
o homem que escreve
é o homem que age
o homem que escreve
é o homem que nasce.


V. N. Telha, 24.5.2011

BEM-VINDOS À REVOLUÇÃO, AMIGOS



Gregos invadem as ruas em protesto contra novas medidas de rigor
15.06.2011 - 13:16 Por Inês Sequeira, com AFP

Milhares de gregos estão a invadir hoje as ruas de Atenas, numa manifestação gigante que tenta impedir a aprovação de um novo plano de austeridade pelo parlamento e que já provocou alguns feridos em confrontos com a polícia.
A polícia junto ao Parlamento grego

(Foto: Yannis Behrakis/Reuters)

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Em causa estão as medidas que começam a ser debatidas hoje no Parlamento, destinadas a assegurar que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional irão emprestar novamente dinheiro ao Estado grego.

Armados de cornetas, panelas e apitos, os manifestantes estão a fazer pressão sobre os polícias de intervenção que montaram guarda ao edifício do Parlamento, num dia de greve geral –a terceira deste ano - que colocou a meio gás os serviços administrativos, os transportes e os estabelecimentos de comércio.

De acordo com a polícia, citada pela AFP, são cerca de 20.000 os gregos que desceram às ruas da capital, mas os média locais referem o dobro de manifestantes.

Alguns recontros entre populares e as forças de segurança, com os primeiros a atirarem tijolos e cocktails molotov e a polícia de intervenção a responder com gás lacrimogéneo, provocaram hoje ao final da manhã pelo menos uma dúzia de feridos.

No entanto, apesar do gás lacrimogéneo que enche de fumo a praça do Parlamento, muitos gregos optaram por permanecer no protesto e no acampamento que ocupa uma parte do espaço da praça Syntagma já há três semanas.

Apesar da pressão, o primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, declarou hoje que o governo “vai assumir as suas responsabilidades”, procurando chegar a um entendimento com a oposição sobre as medidas de austeridade.

“Assumimos as nossas responsabilidades para com o povo e com o país, vamos continuar a avançar e a tomar as medidas necessárias para tirar o país da crise”, declarou hoje Papandreou ao chegar ao palácio presidencial, onde se ia encontrar com o Presidente Carolos Papoulias no âmbito do novo plano.

Ao pé do Parlamento, na praça Syntagma, o espaço está ocupado por estandartes e bandeirolas gregas e espanholas, que destacam apelos à resistência: “No passaran” (“Não passarão”, em espanhol) e “Resistam” são algumas das palavras de ordem.

“Não se trata apenas de um problema económico, é também um problema moral e político”, disse à AFP um empregado bancário.

Têm ocorrido também alguns conflitos entre polícia de intervenção e manifestantes, que procuraram formar um “cordão” humano em torno do Parlamento mas não conseguiram ter sucesso e impedir os deputados de entrarem no edifício.

Apesar dos apelos à calma dos organizadores do protesto, vários manifestantes atiraram pedras à polícia e no final da manhã tentaram romper a barreira que circunda o Parlamento, mas foram repelidos com gás lacrimogéneo pelos agentes das forças de segurança.

O protesto está a ser conduzido pelo movimento de protesto popular dos “indignados”, lançado a 25 de Maio em solidariedade com o movimento espanhol que ostenta o mesmo nome, mas também participam movimentos de esquerda e da direita nacionalista.

Durante a última noite, as forças de segurança montaram uma barreira na rua que dá acesso ao Parlamento, diante da entrada do Parlamento. Dezenas de carrinhas da polícia estão ali estacionadas.


www.publico.clix.pt

terça-feira, 14 de junho de 2011

GARCIA PEREIRA

Antes de mais, a monumental e expressiva derrota de Sócrates (tendo o PS perdido meio milhão de votos) foi uma coisa boa e altamente positiva para o Povo Português, que assim se livrou de um verdadeiro ditador que liquidou o País nos seus seis anos de governação e que nem no discurso da noite da derrota deixou de evidenciar o estado de completa alucinação em que se encontra.



Por outro lado, a constituição de um Governo de coligação da direita (PSD e CDS) - e para além de que convirá recordar aqui o facto de que tal tipo de coligações não tem normalmente chegado ao fim da respectiva legislatura … - torna bem mais claras as coisas daqui para diante, deixando os campos de luta perfeitamente demarcados, sem peias ou nuvens de fumo de pretensos “amigos dos trabalhadores” como Sócrates e companhia: de um lado, estará o Governo PSD/CDS a aplicar o programa de medidas da Troika e do outro os trabalhadores e as forças políticas e movimentos de esquerda a combaterem esse programa.


De igual modo não é verdade que “a esquerda tenha perdido estas eleições”. Desde logo porque o PS não é de esquerda mas de direita e, aliás, foi exactamente por isso que foi tão humilhantemente derrotado. E ademais, o que é hoje claro, é que, com essa derrota humilhante de Sócrates e a solidariedade e apoio que lhe foram prestados pela denominada “ala esquerda” do PS (em vez de se ter reclamado como vencedora na noite eleitoral por a política direita de Sócrates ter sido veementemente condenada nas urnas), o que muito provavelmente se verificará agora não é qualquer viragem à esquerda do PS, mas sim uma sua viragem ainda mais à direita. Aliás o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, muito significativamente, falou já na necessidade dum “choque liberal” no PS…


E dos partidos da área da esquerda quem foi afinal fragorosamente derrotado foi o BE, pois que perdeu metade dos votos e metade dos deputados. E foi-o, não por ter uma política de esquerda, mas exactamente por ter uma posição hesitante e oportunista acerca das questões políticas essenciais, a começar pela do não pagamento da dívida, e por não se ter apresentado como querendo ser Governo ou formar Governo com quem quer que fosse. Em contrapartida, o PCP/CDU, porque procurou manter uma posição mais firme face à Troika e se ateve mais à necessidade de combater as respectivas medidas, conseguiu ainda assim segurar o respectivo eleitorado.


O PCTP/MRPP – que foi, recorde-se, o único partido a defender clara e consequentemente o não pagamento da dívida e a apresentar um programa de Governo democrático patriótico – reconfirmou a sua posição de primeiro partido extra-parlamentar, atingindo mais de 62.400 votos, o que mostra uma tendência para o seu crescimento contínuo, pois representa uma subida de 20% em relação aos resultados de 2009 e de 30% em relação aos de 2005, tudo factos completamente ocultados pela generalidade da Comunicação Social.


Tal resultado eleitoral – para mais obtido face a uma nunca vista operação concertada de silenciamento e mesmo de provocação contra a candidatura do PCTP/MRPP – constitui, não obstante a não eleição de deputados, um êxito assinalável. E a subida geral de votos e em particular o aumento em 50% do votos alcançados no distrito de Lisboa mostram que, a fazer-se um bom trabalho nestes próximos anos e a conseguir-se desta forma manter e mesmo acentuar esse ritmo de subida, a agora não atingida eleição de um deputado pelo círculo de Lisboa está perfeitamente ao nosso alcance.


Por fim, estas eleições serviram também para demonstrar outros dois pontos, que não devem deixar de merecer a nossa reflexão.


O primeiro é o de que, embora importantes, os meios de comunicação social, e em particular as televisões, não são tão relevantes quanto por vezes se pensa e os próprios julgam. Na verdade, os partidos políticos extra-parlamentares que aceitaram ir aos debates discriminatórios promovidos pelas três televisões não subiram por isso de votação e o que teve maior tempo de antena, aliás à boleia da providência cautelar intentada e ganha pelo PCTP/MRPP, ou seja, o MEP, sofreu mesmo uma enorme derrota eleitoral.


O segundo é o de que epifenómenos de candidaturas e partidos sem ideologia politica e sem programa e que tudo apostam nesse mesmo vazio ideológico ou no folclore e até na provocação, após algum sucesso momentâneo e apesar de quase sempre levados ao colo por uma comunicação social empenhada em com eles demonstrar que só vale a pena debater com os partidos do parlamento, acabam sempre por se esvaziarem por completo – foi assim com o PRD há mais de 20 anos atrás; foi assim agora com o PND e o PTP (o ex e o actual partido do tão mediaticamente promovido Coelho), e será decerto assim com todos aqueles que, como o PAN, cegos por uma aparência de instantâneo sucesso, logo se apressaram a proclamar que tinham alcançado em meses o que outros não teriam conseguido em décadas…









Agora, do que se trata é de, com o entusiasmo e a convicção que a análise reflexiva dos resultados eleitorais e da situação política actual nos impõem, prosseguir a defesa firme do não pagamento de uma dívida que o Povo Português não contraiu nem foi contraída em seu benefício, e que aliás é impossível pagar, bem como a constituição de um Governo democrático patriótico, com um programa de desenvolvimento da economia nacional e de combate ao desemprego. E de integrar, fortalecer, organizar e dirigir a resistência e a luta dos operários e demais trabalhadores, dos jovens, das mulheres, dos idosos e reformados contra todas e cada uma das medidas da Troika, cuja exacta dimensão e gravidade foram propositadamente escondidas (pela própria Troika, pelos partidos que a apoiam e pela comunicação social ao seu serviço) até ao dia das eleições e que só agora vão começar a ser reveladas.


E uma dessas lutas deverá ser a luta contra a privatização da TAP (http://bloggarciapereira.blogspot.com/2011/05/tap-nao-pode-ser-privatizada.html) e contra a sua entrega, directa ou indirecta, à Iberia.


A luta continua, pois!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O BIG BROTHER E OS MACACOS


O BIG BROTHER


E OS MACACOS


António Pedro Ribeiro





"Big Brother is Watching You". George Orwell no seu esplendor.


Contas bancárias vigiadas, todos os passos vigiados, um fiscal em cada esquina.


Só falta pagar o ar.


À parte uns lampejos de liberdade controlada, que homem é este que estamos a criar?


Um homem servil, cheio de medo e, por isso, cheio de invejas e ressentimentos.


Um homem pessimista, niilista, o homem da "grande náusea face ao homem" que Nietzsche descreve magistralmente em "Para a Genealogia da Moral".


Um homem que não cresce, que não evolui, que se agarra á carteira e à moral do mercado e da mercearia.


Um homem mesquinho, pequeno, que se vai adaptando, que vai sobrevivendo, que vai vigiando e maldizendo os seus pares, que não suporta o homem livre, nobre, criador porque o inveja.


Chega mesmo ao ponto de se colocar ao lado daqueles que o roubam, que o saqueiam, que o empurram ainda mais para baixo.


Não, não é com um homem (e uma mulher) assim que construimos a vida.


Não é com macacos vigilantes e mercadores que chegamos às alturas.

EZLN


enlaceZapatista
Esta es la bitácora en línea de la Comisión Sexta del Ejército Zapatista de Liberación Nacional Inicio / Denuncias
jun
09
2011El CNI denuncia estado de sitio en Tlanixco, edomex, por construcción de autopista que destruye tierras y bosques.

TLANIXCO EN ESTADO DE SITIO: CRIMINAL AUTOPISTA DESTRUYE EN FORMA ILEGAL
LAS TIERRAS Y BOSQUES DE SAN PEDRO TLANIXCO

AL PUEBLO DE MÉXICO,
AL CONGRESO NACIONAL INDÍGENA,
A LAS ORGANIZACIONES DEFENSORAS
DE LOS DERECHOS HUMANOS Y DEL MEDIO AMBIENTE

La comunidad de San Pedro Tlanixco pertenece al pueblo nahua y se localiza en la cordillera del Nevado de Toluca o Xinantécatl, en el municipio de Tenango del Valle, Estado de México. Se trata de un poblado de origen comunal incorporado en 1934 al régimen agrario ejidal que se dedica fundamentalmente al campo y que a través de los años ha sido despojado de muchos de sus manantiales y del Río Texcaltenco que nace en su territorio y lo atraviesa, del cual no puede tomar ni una gota de agua, pues, tanto los manantiales como el río están concesionados en su totalidad a los floricultores de Villa Guerrero, municipio con el que colindamos por la parte sur. Dichas aguas, tanto las del Río como las de los manantiales, son aprovechadas fundamentalmente por poderosos empresarios extranjeros y políticos mexiquenses ligados a la oligarquía regional, mientras que los campesinos de Tlanixco vivimos en la pobreza y migrando hacia Estados Unidos en porcentajes muy altos.

Lo anterior derivó en una importante lucha de Tlanixco en los años 2002 y 2003 para recuperar las aguas que nos despojaban. Mediante juicios de amparos, presencia en los medios de comunicación y acciones directas sustentadas en la organización de toda la comunidad, Tlanixco empezó a recuperar sus aguas, sin embargo, en abril de 2003 el empresario IsaakBasso, representante de los poderosos usuarios de agua en Villa Guerrero, murió en una acción confusa y aparentemente “provocada”. De inmediato fueron perseguidos y detenidos sin razón alguna y sin cargos reales la mayoría de los dirigentes de la lucha por el agua en San Pedro Tlanixco y actualmente tres de ellos purgan una condena de 50 años, mientras que otros ochos están siendo procesados y el ex comisariado es perseguido –todavía hoy- como delincuente de alta peligrosidad.

Hace algunas semanas la lucha de San Pedro Tlanixco revivió porque el gobierno del estado ha empezado a realizar, en forma ilegal y sin consentimiento de la asamblea ejidal, la ampliación de la autopista Tenango del Valle-Ixtapan de la Sal, misma que será un ramal del megaproyecto carretero correspondiente a la autopista Toluca-Tres Marías-Cuernavaca. Para dicho fin el gobierno contrató a Julio Antonio Vírgen, ex delegado de la Procuraduría Agraria en el Estado de México, quien, actuando como todo un mercenario agrario, se ha dedicado a “liberar tierra” de las comunidades por donde pasará la autopista con el fin de evitarle al gobierno el surgimiento de nuevos Atencos y, sobre todo, el cumplimiento de sus obligaciones constitucionales y legales.

De este modo el gobierno del estado ha destruido bosques y tierras de cultivo de Tlanixco sin consideración y sin ningún sustento legal. Por dicho razón el pueblo determinó parar las obras hace dos semanas y la respuesta fue el envío, desde el pasado 12 de mayo, de 1500 policías de diversas corporaciones estatales que cotidianamente están INTIMIDANDO A NUESTRA POBLACIÓN, AMENAZANDO CON GOLPEARLA SI REALIZA REUNIONES O MANIFESTACIONES DE CUALQUIER TIPO, ASUSTANDO A NUESTROS HIJOS QUE VAN A LAS ESCUELAS Y APOYANDO A LOS TRABAJADORES DE LA AUTOPISTA QUE EN MÁS DE UNA OCASIÓN HAN DERRIBADO EL CABLEADO ELÉCTRICO DE NUESTRO PUEBLO Y QUE ACTUALMENTE ESTÁN TALANDO INMISERICORDEMENTE NUESTROS BOSQUES.

Ante dicha situación el ejido interpuso un amparo indirecto, radicado bajo el número 590/2011 en el Juzgado Quinto de Distrito en Materias de Amparo y Juicios Civiles Federales de la Ciudad de Toluca. El Juez Agustín Archundia Ortiz, en forma sorprendente y en contra de las disposiciones legales que en materia de amparo protegen a los núcleos ejidales y comunales, negó otorgar una suspensión para frenar las criminales obras de la autopista; después de lo anterior las obras se han acelerado, incluso por las noches y hasta los domingos.
Por lo anterior solicitamos la intervención y el apoyo decidido de los medios de comunicación, los organismos de derechos humanos, los grupos ambientalistas y la sociedad civil para frenar la ejecución de unas obras que se están realizando en aras de un pretendido “progreso” que no es más que vil despojo de nuestras tierras, destrucción de la naturaleza y atropello flagrante de nuestros derechos fundamentales contenidos en la Constitución Federal y en los artículos 1, 2, 3, 4, 6, 13, 14 , 15 y 18 del Convenio Número 169 sobre pueblos indígenas y tribales en países independientes y 1, 2, 3, 7, 10, 18, 19, 25, 26, 28, 29 y 32 de la Declaración de las Naciones Unidas sobre los derechos de los pueblos indígenas.


San Pedro Tlanixco, a 07 de junio de 2011.
ATENTAMENTE
LA COMISIÓN PARA LA DEFENSA DE TLANIXCO

terça-feira, 7 de junho de 2011

VENHAM AS PRÓXIMAS


VENHAM AS PRÓXIMAS


António Pedro Ribeiro



Sócrates caiu, finalmente. Chegaram ao fim seis anos de mentira, arrogância e incompetência absoluta. A vitória de Passos Coelho e Paulo Portas é sobretudo a derrota de Sócrates. O PCP de Jerónimo resiste e reforça-se com o deputado do Algarve. O Bloco afunda-se e volta a ser o que realmente é- uma federação de tendências- a UDP de Fazenda, o PSR de Louçã, a Política XXI de Miguel Portas, a Ruptura/FER de Gil Garcia e outras. Ou seja, vai desde a social-democracia ao trotskismo puro e duro. Entendei-vos, camaradas, ou então separai-vos de uma vez por todas. O PCTP/MRPP ultrapassa a barreira mítica do 1%, tal como o Partido dos Animais e da Natureza (PAN), e mantém-se como sexta força política nacional, ficando perto de eleger Garcia Pereira. Aliás, se os principais partidos tivessem comparecido ao debate com Garcia (como foi determinado pelos tribunais), certamente que este teria sido eleito. O Coelho da Madeira passou de quase 40% na ilha e 4,5% no país nas presidenciais à patetice absoluta. Por isso desaparece. E bem. O MEP do queque cristão Rui Marques foi à vida.



Esta foi também a campanha do insulto primário, a mais baixa de sempre. PS e PSD não tiveram pejo algum em usar palavrões como “Saddam Hussein”, “Adolf Hitler” ou pura e simplesmente “pateta” para insultar o adversário. De resto, a “troika”- FMI, Banco Central Europeu, Comissão Europeia- mantém-se aqui a controlar o país e aí nada muda. Os temas financeiros, a TSU e as outras taxas, ou seja, a linguagem assexuada ao serviço dos mercados e dos banqueiros que quase ninguém entende dominaram a campanha. A própria esquerda parlamentar- PCP e BE- não é capaz de ir muito além do discurso economicista, não pondo em causa o capitalismo no seu todo. Como diziam os situacionistas, além do risco de morrer de fome (cada vez mais real), há o risco de morrer de tédio. O tédio é consequência directa de um sistema brutal e inumano que (quase) tudo castra. É a morte em vida que inclui o aumento galopante das situações de depressão, bem como o avanço das tentativas de suicídio e de suicídio, sobretudo no Alentejo. Quase ninguém nesta campanha foi capaz de se referir aos problemas existenciais do “mal de vivre”, à dramática questão da solidão. Os políticos do sistema nem sequer vivem, estão fora da vida, como dizem Miller, Morrison e Nietzsche, quase se limitando a vomitar percentagens e estatísticas. Jamais questionarão o homem de Homero, de Sócrates (esse mesmo, o grego, o outro está moribundo…), de Pessoa, de Shakespeare, de Marx, de Bakunine. São seres absolutamente limitados.



Por sua vez, o cidadão comum, na sua maioria, vota nesses partidos, está de tal forma dominado pelas tricas televisivas e pela máquina que perdeu toda a capacidade de reacção e de reivindicação. É escravizado pelo trabalho (quando o tem…), pelos mercados e pelos poderes vários. Compete às minorias conscientes mudar este estado de coisas. Há sinais que vêm de fora, da Grécia, de Espanha, da Islândia, do Egipto, da Tunísia, do Iémen, da Síria. Há também (ou havia) os acampados, os “indignados” da Batalha, do Rossio, de Barcelos, de Faro, de Coimbra. Os tempos estão a mudar, cantava Bob Dylan. É preciso tomar consciência do novo mundo, do novo homem, da era do espírito que preconizava Agostinho da Silva. Por todo o lado, os velhos valores começam a entrar em decadência. Um novo espectro se levanta, meu caro Marx. Transmutação de todos os valores, meu caro Nietzsche. Estas eleições pouco ou nada resolveram. Venham as próximas…



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PADRE MÁRIO DE OLIVEIRA


A troika acaba de perder o seu melhor aliado

Desde domingo, o País está livre de José Sócrates, primeiro-ministro. Pelo menos, durante os próximos quatro anos. A troika europeia e do FMI acaba de perder o seu melhor aliado. Mentiroso compulsivo como nenhum outro governante da União Europeia. Inculto, ainda que de verbo fácil e veloz, com frases construídas sempre segundo o mesmo molde mental. Louco de mais pelo Poder, mas que ele, habilmente, disfarça de empenho pelo País. Gastador sem limites, dos dinheiros do Estado. Magalómano-num-País-de-Populações-ainda-dobradas-ao-clero-às deusas-e-deuses-aos-Pintos-da-Costa-e-outros-Padrinhos-de Máfias. Déspota, todo eu-sou-quero-posso-e-mando, O Partido-Socialista-sou-eu! Com manha de sete raposas e fôlego de sete gatos, quando se trata da luta pela conquista do Poder Político. Muito mais maquiavélico que o próprio Maquiavel, Autor de O Príncipe.

Aliás, agora, que, estrategicamente, acaba de anunciar que regressa à sua condição de militante de base do PS (a frase, apenas um slogan de cassete mais, que ele repete sem saber o que está a dizer, sai-lhe assim, boca fora, como quase todas as frases que a sua boca atira para os microfones e para as câmaras de tvs), uma das ocupações em que tem garantido sucesso, é escrever e editar O Novo Príncipe, de José Sócrates. É best-seller de certeza, com tradução em todas as línguas da Europa e do resto do Mundo. Mesmo entre os Índios da Amazónia, para, também eles, aprenderem a deixar de ser tão Humanos, no seu Pensar, no seu Decidir e no seu Fazer.

Os da troika vão ter de se haver, agora, com um tal Pedro Passos Coelho. Oficialmente, é ele o sucessor de José Sócrates, por agora, ainda sem quase nenhuma das suas inúmeras manhas. Mas, como o próximo Governo é de coligação, o primeiro-ministro efectivo, é Paulo Portas, outro José Sócrates, só que do CDS /PP. Nos próximos 4 anos, as Feiras e os mercados do país podem esperar, que ele não será visto por lá. E, se for, é com aquela pose de primeiro-ministro, mesmo que a sua, não venha a ser essa pasta. Nem que seja ministro do mar ou da agricultura, a pose e o mando são sempre de primeiro-ministro. Mas ele exigirá uma pasta paralela, ou um tudo-nada abaixo da do primeiro-ministro. Vice-primeiro-ministro, por exemplo. Ou primeiro-ministro 2. Num frente-a-frente com José Sócrates, Paulo Portas vence todos os combates. José Sócrates vai sucessivamente ao tapete. O homem só fez uma escolha errada, na vida de Político profissional. Meteu-se no CDS e, algum tempo depois, deu um ponta-pé no cu do Fundador, Freitas do Amaral, e refundou o CDS, como PP, o CDS de Paulo Portas (pensam que o PP é coincidência? Quanta ingenuidade! Coincidências, com Paulo Portas?!) Pretende ser o elefante do Poder Político e escolhe uma gaiola de pássaro, para chegar lá? Deveria ter feito como José Sócrates. Ia directo ao PS. E, há muito que seria o primeiro, do Governo de Portugal, por exemplo, em lugar do António Guterres, católico de confissão semanal ao padre Milícias, sempre de hábito vestido, para parecer que é franciscano, quando tem sonhos, ambições, desejos e proveitos como os do rico pai de Francisco de Assis, apenas com o formal voto de pobreza que ele logo transmuta em riqueza, com a mesma facilidade com que todos os dias transmuta a hóstia da missa em corpo de cristo e o vinho da missa em sangue de cristo!

Matreiro q.b.

Desembaraçado do cargo de líder do PS, José Sócrates já não tem nada a ver com a troika, nem com o documento assinado por ele, enquanto primeiro-ministro. O primeiro-ministro, agora, é outro. Sócrates sabe, melhor do que ninguém, como está o País e, matreiro q.b., entrega a batata quente ao inexperiente e com ar de seminarista, Passos Coelho. As gargalhadas que já está farto de dar, desde que os jornalistas o deixam em paz, depois daquela estopada de vir protestar o seu louco amor a Portugal e aos Portugueses, na noite do dia 5 de Junho. Todas as palavras e frases do seu longo discurso, perante a clamorosa derrota que recolhe nas urnas, é apenas para cumprir o protocolo. Nem o PS, nem as Populações podem levar a sério aquelas suas palavras. Só os ignorantes em maquiavelismo político. Uma frase, apenas uma frase, ele diz nesse discurso sem fim, que corresponde por inteiro à verdade. Sinto-me hoje profundamente feliz! Deveria dizer, Sinto-me profundamente satisfeito. Mas, no seu curtíssimo vocabulário, feliz e satisfeito são duas palavras distintas para traduzirem o mesmo sentimento. Mas só no seu curtíssimo vocabulário. Porque, satisfeito, José Sócrates tem mais que motivos para estar. Feliz, é que não. Satisfeito, sim, porque, sem que o próprio se aperceba de tal, acaba de passar ao seu Inimigo n.º 1, a batata quente da governação, sem, entretanto, ter, ele próprio, de passar para a História, como o que desiste, tal como faz António Guterres, ou, então, como o que foge, como faz Durão Barroso. Pelo contrário, passa a batata quente da governação ao seu principal Inimigo e ainda se faz passar à História como o-que-vai-à-luta e o-que-dá-a-cara. Mas é tudo teatro, no pior dos sentidos. É tudo Hipocrisia.

Já não são capazes de viver sem aquela arena

Vai-se José Sócrates, vem Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, exactamente, por esta ordem. Os dois Partidos são a maioria que faz e desfaz. Nem os deputados do PS-sem-José-Sócrates, nem os deputados do PCP-Verdes do Jerónimo, nem os deputados do BE (mas que tombo, Francisco Loucã, nestas eleições!) são precisos no Parlamento. Estarão lá, todos os dias, porque, de tão viciados e de tão estéreis, já não são capazes de viver sem aquela arena. De resto, a troika paga-lhes todos os meses, para eles estarem lá, a animar a arena parlamentar. Os telejornais, as rádios e os jornais vivem disso. Tal como os três diários exclusivamente desportivos vivem das arenas do Futebol dos Milhões, que são os Estádios de luxo. Tirem o Poder Político e o Futebol dos Milhões às tvs, às

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PADRE MÁRIO DE OLIVEIRA
MACIEIRA DA LIXA

A SUBIR, A SUBIR

Juros a dez anos registaram novo máximo histórico
07.06.2011 - 13:57 Por Paulo Miguel Madeira

18 de 19 notícias em Economia
« anteriorseguinte »Os juros da dívida pública a dez anos fecharam o dia de ontem num máximo histórico de 10,099 por cento nos mercados secundários, após mais de um mês abaixo do anterior limite de 10,089 por cento, ficado no final de Abril.
(Pedro Cunha (arquivo))

As taxas de juro implícitas aos valores de transacções com títulos da dívida pública nacional nos mercados secundários atingiram máximos nos principais prazos entre o final de Abril e o início de Maio, e desde então têm oscilado em níveis ligeiramente abaixo, que obviamente estão em níveis historicamente muito elevados.

Hoje a taxa a um ano descia hoje acentuadamente, quase um ponto percentual, para 8,469 por cento às 13h40, segundo os dados da agência Reuters (os que o PÚBLICO utiliza), quando ontem encerrou em 9,458 por cento. O seus máximo de final de dia foi de 11,839 por cento, registado no final de Abril.

Nos prazos a cinco e a dois anos os valores apresentavam-se relativamente estáveis à mesma hora, em respectivamente 11,252 e 10,972 por cento à mesma hora, face a máximos de respectivamente 12,104 e 12,234 no início do mês passado. A taxa a dez anos estava a recuar muito ligeiramente, para 10,082 por cento.

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