quinta-feira, 16 de junho de 2011

BEM-VINDOS À REVOLUÇÃO, AMIGOS



Gregos invadem as ruas em protesto contra novas medidas de rigor
15.06.2011 - 13:16 Por Inês Sequeira, com AFP

Milhares de gregos estão a invadir hoje as ruas de Atenas, numa manifestação gigante que tenta impedir a aprovação de um novo plano de austeridade pelo parlamento e que já provocou alguns feridos em confrontos com a polícia.
A polícia junto ao Parlamento grego

(Foto: Yannis Behrakis/Reuters)

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Em causa estão as medidas que começam a ser debatidas hoje no Parlamento, destinadas a assegurar que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional irão emprestar novamente dinheiro ao Estado grego.

Armados de cornetas, panelas e apitos, os manifestantes estão a fazer pressão sobre os polícias de intervenção que montaram guarda ao edifício do Parlamento, num dia de greve geral –a terceira deste ano - que colocou a meio gás os serviços administrativos, os transportes e os estabelecimentos de comércio.

De acordo com a polícia, citada pela AFP, são cerca de 20.000 os gregos que desceram às ruas da capital, mas os média locais referem o dobro de manifestantes.

Alguns recontros entre populares e as forças de segurança, com os primeiros a atirarem tijolos e cocktails molotov e a polícia de intervenção a responder com gás lacrimogéneo, provocaram hoje ao final da manhã pelo menos uma dúzia de feridos.

No entanto, apesar do gás lacrimogéneo que enche de fumo a praça do Parlamento, muitos gregos optaram por permanecer no protesto e no acampamento que ocupa uma parte do espaço da praça Syntagma já há três semanas.

Apesar da pressão, o primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, declarou hoje que o governo “vai assumir as suas responsabilidades”, procurando chegar a um entendimento com a oposição sobre as medidas de austeridade.

“Assumimos as nossas responsabilidades para com o povo e com o país, vamos continuar a avançar e a tomar as medidas necessárias para tirar o país da crise”, declarou hoje Papandreou ao chegar ao palácio presidencial, onde se ia encontrar com o Presidente Carolos Papoulias no âmbito do novo plano.

Ao pé do Parlamento, na praça Syntagma, o espaço está ocupado por estandartes e bandeirolas gregas e espanholas, que destacam apelos à resistência: “No passaran” (“Não passarão”, em espanhol) e “Resistam” são algumas das palavras de ordem.

“Não se trata apenas de um problema económico, é também um problema moral e político”, disse à AFP um empregado bancário.

Têm ocorrido também alguns conflitos entre polícia de intervenção e manifestantes, que procuraram formar um “cordão” humano em torno do Parlamento mas não conseguiram ter sucesso e impedir os deputados de entrarem no edifício.

Apesar dos apelos à calma dos organizadores do protesto, vários manifestantes atiraram pedras à polícia e no final da manhã tentaram romper a barreira que circunda o Parlamento, mas foram repelidos com gás lacrimogéneo pelos agentes das forças de segurança.

O protesto está a ser conduzido pelo movimento de protesto popular dos “indignados”, lançado a 25 de Maio em solidariedade com o movimento espanhol que ostenta o mesmo nome, mas também participam movimentos de esquerda e da direita nacionalista.

Durante a última noite, as forças de segurança montaram uma barreira na rua que dá acesso ao Parlamento, diante da entrada do Parlamento. Dezenas de carrinhas da polícia estão ali estacionadas.


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