sexta-feira, 10 de junho de 2011
O BIG BROTHER E OS MACACOS
O BIG BROTHER
E OS MACACOS
António Pedro Ribeiro
"Big Brother is Watching You". George Orwell no seu esplendor.
Contas bancárias vigiadas, todos os passos vigiados, um fiscal em cada esquina.
Só falta pagar o ar.
À parte uns lampejos de liberdade controlada, que homem é este que estamos a criar?
Um homem servil, cheio de medo e, por isso, cheio de invejas e ressentimentos.
Um homem pessimista, niilista, o homem da "grande náusea face ao homem" que Nietzsche descreve magistralmente em "Para a Genealogia da Moral".
Um homem que não cresce, que não evolui, que se agarra á carteira e à moral do mercado e da mercearia.
Um homem mesquinho, pequeno, que se vai adaptando, que vai sobrevivendo, que vai vigiando e maldizendo os seus pares, que não suporta o homem livre, nobre, criador porque o inveja.
Chega mesmo ao ponto de se colocar ao lado daqueles que o roubam, que o saqueiam, que o empurram ainda mais para baixo.
Não, não é com um homem (e uma mulher) assim que construimos a vida.
Não é com macacos vigilantes e mercadores que chegamos às alturas.
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