Ser um intelectual, um príncipe das ideias,
como Sócrates, como Nietzsche, como Edgar Morin, eis onde queria chegar. Bem
sei que ainda me falta investigar muito, ler muito, tentar compreender o homem
e o mundo. Vejo esta gente a receber- quando recebe- e a pagar, a dirigir-se à
sagrada caixa registadora, a levantar-se para trabalhar. Depois trabalha,
eventualmente diz umas piadas, normalmente não questiona o sentido disto, vem à
confeitaria, lê o jornal- os que não lêem só os jornais
desportivos- , regressa a casa e instala-se em frente à TV a consumir imagens.
Leva uma vida sem sentido. Uma vida onde a festa rareia, onde uns se atropelam
aos outros. Não, não estou cá para isso. Sim, em tempos vi as séries e os
filmes americanos estúpidos, vi o "Rambo", os bons contra os maus.
Mas depois conheci outras coisas, outros mundos. O dinheiro e o mercado são
ridículos. As notas escolares são ridículas. É necessário um novo ensino,
voltado para a descoberta, para o conhecimento pelo conhecimento. É necessário
dar umas curvas, beber uns copos, descer aos infernos do rock n' roll. Assim
nos elevaremos. Assim saíremos dos dias iguais. Conciliaremos o gozo com a
sabedoria. Desenvolveremos a mente e o espírito. Não teremos deuses, nem medos,
nem patrões. Assim enfrentaremos a barbárie dos dias mecânicos, sem vida. Assim
nos juntaremos no grande banquete, na grande festa.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
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