A Gotucha está só e deprimida. Infelizmente, não posso ir ter com ela a Braga. A Gotucha tem sido a minha grande companheira ao longo dos anos. Passámos por muita coisa juntos. Vivemos juntos. Celebrámos juntos. Compartilhámos alegrias e tristezas.
O dias de hoje são especiais. Grandes transformações se esperam na Europa e no mundo. Isto pode mesmo virar. Os sonhos dos utopistas, dos anarquistas, dos marxistas podem tomar forma. Apetece ir para a rua gritar, reinar, festejar. O homem novo levanta-se. El Che vive.
Entretanto, vou levando a minha vida na confeitaria de Vilar do Pinheiro. Ouço as conversas. Leio Edgar Morin e Sebastião Alba. As coisas rolam. Sou o último dos beats, o último dos poetas de café. O reconhecimento avança. Sim, atravesso uma grande fase. Só lamento a Gotucha. Mas ela vai erguer-se. Quanto a mim, aposto nas crónicas, no diário à Sebastião Alba. Escrevo bem, não tenho dúvidas. Escrevo bem quando quero. Só me falta ter um jornal panfletário e cultural. Preciso de dinheiro. A coisa vai rebentar. E esta gente não se apercebe de nada. Não compreende que a Humanidade está em jogo na Grécia. Na Grécia de Sócrates, Platão e Aristóteles. Na Grécia da filosofia, da poesia de Homero e de Hesíodo, das peças de Sófocles e Eurípedes, da democracia de Péricles, do "Banquete" e da "República". Sim, somos gregos, somos livres, deixaremos de ser escravos de Bruxelas e da Merkel. Sim, renasceremos no meio do caos e da barbárie.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
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