sexta-feira, 2 de maio de 2014

A ECONOMIA DA FRATERNIDADE

“Primeiro a família trata de a domesticar (à criança) (…) de maneira que ela desempenhe muito bem o seu papel na sociedade. Ou, por outro lado, mete-se na escola que vai dar a continuação, que vai fazer dela um profissional acima de um ser humano, mais importante do que um ser humano.”
(Agostinho da Silva, “Vida Conversável”)
Na ânsia da sobrevivência, na ânsia de vir a ter dinheiro e sucesso, a família e a escola esquecem a construção do ser humano. Descura-se o saber pelo saber, a criação, a descoberta. Como afirma Agostinho da Silva, as pessoas têm o direito de comer mesmo que não trabalhem. Temos de sair deste mundo de competição, de rapina, temos de passar de uma economia de concorrência, de luta para uma economia de fraternidade. Temos de ser a criança sábia de Nietzsche. Não temos dúvidas de que à civilização técnica de massa e de rebanho, que ao caos e à barbárie sucederá um novo mundo de amor, paz, liberdade e sabedoria. Pode ser daqui a 20, 30 ou 100 anos mas ela virá. Não é possível o homem tão escravizado, tão manietado pelos media e pelos mercados, tão cheio de medo. Não é possível o homem deixar de ser homem. Não é possível anular a vida.

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