domingo, 27 de abril de 2014

O NOVO MUNDO

Com Henry Miller redescubro a vida, a vida autêntica. Olho as mulheres. Desejo-as. Se lhes pudesse contar o que sei agora ficariam confusas, poriam as suas ideias em causa. Algumas delas, claro. Não vinguei como professor. Só dei aulas durante um mês em Lagos. Ainda assim devo ter deixado algo de mim naqueles putos. A tal educação libertária. Enfim, gostava de voltar a ensinar as crianças e os jovens. Deixar-lhes a mensagem do novo mundo. Do novo mundo que aí vem sem capitalismo, sem dinheiro, sem polícias. É claro que para lá chegar atravessaremos o caos e a barbárie. Eles estão aí com o capitalismo. A minha missão é esclarecer as consciências. Vem aí o novo mundo. Preparai-vos. Andais perdidos, enganados com o capitalismo, com a máquina. Sois reduzidos a sub-homens, a escravos. Mas haja esperança. Vem aí o novo mundo. Acabou o tempo das risadas e das doces mentiras, cantou Jim Morrison. Vem aí o novo homem. Dancemos. Chegou a hora.

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