terça-feira, 22 de janeiro de 2013

PRIMA-DONA

Sou obrigado a acreditar na revolução. Há as questões pessoais, claro, mas em mim tudo está ligado à liberdade, à revolução, à emancipação. Tudo passa pela ultrapassagem de mim próprio. Pelo animal de palco que é rei, que é senhor, que vai até Deus e para lá de Deus. No fundo, sou a prima-dona. Sempre fui, desde a infância. Não vim ao mundo para trabalhar, para me sacrificar, para me mortificar. Ouço-te, Jim Morrison, no Ceuta. "Strange Days". Vem para mim, dama. Tenho de acreditar. Mas também se dissesse tudo hoje o mundo acabava hoje. O mundo não vai acabar hoje. O mundo não vai acabar esta noite, menino. Não tens nada a perder, menino. És louco. Consegues ser absolutamente louco e absolutamente lúcido. É nisso que és bom, é nisso que és diferente, menino. És do excesso. És de Blake e de Nietzsche. Porque te amo, ó eternidade.

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