De uma das suas prateleiras, a Biblioteca da CasaViva destaca um livro mensal e, a propósito, pretende animar leituras colectivas, debates, conversas com autores.
Este mês o livro que saltou da prateleira é de um amigo da casa: A. Pedro. Ribeiro. Alinhou num serão de letra, dia 29 de Janeiro de 2013, às 21h30. Traz Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller. Falará de mercados, terá outras conversas.
A. P. Ribeiro é um poeta/escritor já bem conhecido da CasaViva. A cada verso seu que passa, o espírito crítico do ouvinte é aguçado e, de novo, surpreendido, revelando-se ora num sorriso mais tímido ora numa gargalhada "dionisíaca". Agora, em forma de "prosa num tom profético", como o próprio autor reclama, traz-nos "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os mercados e outras conversas".
Recorrendo aqui e ali a citações destes e doutros autores, é com uma agradável sensação de ritmo e cadência, à semelhança de um poema, que percorremos as folhas e as letras deste livro. Temos total liberdade de o fazer a partir do meio, de trás para a frente, ou simplesmente porque hoje o livro se abriu nesta página. Os diferentes e inúmeros textos vivem bem sós, mas também se complementam.
Se em "os mercados" encontramos um forte espírito crítico à sociedade consumista e ao sistema capitalista em que o mundo está absorvido; uma reflexão contundente sobre a vida, a ideia de liberdade, de escravidão, de mercados e capitais opressores...; é em "e outras conversas" que percebemos melhor quem é A. P. Ribeiro e como lida com os aspectos presentes em "os mercados". Esta separação é feita mentalmente, dado que o livro não a apresenta fisicamente.
Uma compilação de escritos que saíram principalmente no "A Voz da Póvoa", uma mensagem que se pretende passar, em forma de missão, e que é perceptível logo que o começamos a folhear. Salta à vista esse tom profético e faz lembrar, em parte, o último livro do padre Mário de Oliveira, "O Livro dos SALMOS, Versão Terceiro Milénio, Também Para Ateus", que foi apresentado recentemente na casaviva.
Não se é, por isso, surpreendido quando, no meio de alguns textos, se encontra a referência ao Jesus do padre Mário ou a alguns dos seus livros ou principais aspectos.
Aconselha-se vivamente esta leitura, mais não seja para percebermos que não estamos sós e que há mais gente que quer uma revolução contra a religião do capitalismo e o seu respectivo Deus, o dinheiro.
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