domingo, 27 de janeiro de 2013

SOU QUEM SOU

Tenho um nome. É certo. Tenho um nome. Em certos meios não sou um desconhecido. Até me dá um certo prazer passar despercebido aqui na aldeia. Continuo a ser o estudioso que vem para o café ler e escrever. No fundo, o que me dá mais gozo é o acto de pensar. Não compreendo tudo. Há escritos que continuam a ser demasiado herméticos para mim. Contudo, gosto realmente de pensar, de interrogar o mundo. Sempre gostei de compreender as coisas, de descobrir o sentido da vida. Por isso estou aqui. Não por causa do dinheiro, não por causa do ganhar a vida. Estou cá também por causa do amor, por causa da liberdade. Não por causa de imbecis incapazes de uma ideia nova, de elevação, de luz. Antes só do que ter de ouvir certas coisas, antes só do que ter de aturar certas coisas. Antes só e construir o meu mundo. Sim, foi esta a via que realmente escolhi há 27 anos ou mais. Não sou do pimba. Não sou do menor. Não os suporto. Antes morrer, antes desaparecer, antes enlouquecer. É como certos (muitos) empregos. Aturar chefes, horários, intrigas, controleiros. Não, querida, não sou deles. Nunca fui. Não os suporto. Tenho o direito de ser quem sou. Sigo o meu caminho. Não tenho de me sacrificar por coisa nenhuma. Trabalho no que quero e quando quero. Sou quem sou. Tornei-me naquele sou, definitivamente. Não tenho obrigações. Não tenho que aturar imbecis. Nunca mais.

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