Extravagante obra de recorte abjeccionista, este Um Poeta a Mijar recolhe poemas do camarada e amigo A. Pedro Ribeiro vertidos em Dezembro de 2007 pela Corpos Editora. A. Pedro Ribeiro, nunca é demais dizê-lo, leva a poesia ao limite do poético. Não satisfeito, transcende o próprio limite. O resultado é visceral. Desengane-se, pois, o leitor desatento. Estes poemas não são confeccionados na bexiga, nascem nas vísceras e sobem à garganta como um vómito inadiável. Têm a força do necessário. E como já apregoava Epicuro, tudo o que é necessário é bom. Eis o poema que emprestou título ao livro:
UM POETA A MIJAR
O poeta dirige-se à casa de banho e mija
Sim, porque os poetas também mijam e cagam
Não passam a vida a escrever versos e a apurá-los
Não passam a vida a fazer horas
E a aturar chatos no café
Não andam sempre a micar as meninas
Para lhes oferecer poemas
Com fins libidinosos.
O poeta dirige-se à casa de banho e mija.
HENRIQUE MANUEL BENTO FIALHO
domingo, 4 de setembro de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário