domingo, 24 de abril de 2011

REVOLTA NO IÉMEN


Manifestações prosseguem
Oposição do Iémen dividida sobre a imunidade garantida ao Presidente Saleh
24.04.2011 - 19:13 Por PÚBLICO

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« anteriorA instabilidade política continua a ameaçar o Iémen, apesar da notícia de que o Presidente Ali Abdallah Saleh sairá do poder nos próximos 30 dias. Isto porque o acordo que Saleh aceitou lhe garante imunidade, a si e à sua família, e a oposição está fraccionada sobre a questão.
Manifestação de estudantes junto da Universidade de Sanaa (Ammar Awad/Reuters)

Hoje, os opositores ao regime de 33 anos, encheram as ruas da capital do país, Sanaa, rejeitando o acordo traçado pelo Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico e aceite por Saleh, que contudo ainda não o assinou. Este prevê que o Presidente entregue o poder nos próximos 30 dias a troco de imunidade.

Os partidos da oposição, que no sábado fizeram saber que aceitavam este termo polémico do acordo, voltaram a fraccionar-se. No tema imunidade, mas sobretudo sobre outra alínea do documento que estipula a formação de um Governo de unidade, juntando as duas principais formações da oposição.

Yaseen Noman, presidente do maior grupo da oposição, a União Conjunta de Partidos, disse à BBC que não aceitam participar num Executivo conjunto e que não irão forçar os manifestantes a pararem com os protestos.

Num comunicado, a Organização dos Jovens da Revolução, constituída maioritariamente por estudantes universitários, fez saber que rejeita a proposta "se Saleh não for responsabilizado pela morte de mais de 140 manifestantes".

A polémica em torno do futuro do Governo e do futuro do Presidente Saleh fez-se sentir em todo o país e, esta tarde, realizaram-se protestos em 14 cidades, segundo as agências noticiosas.

Ibrahim al Baadani, uma conhecida figura da oposição da cidade de Ibb, disse à CNN que ficou "surpreendido" quando soube que a oposição aceitou a imunidade para o actual chefe de Estado e a permanência do chefe de Estado no cargo maus 30 dias. "Nós continuaremos com os protestos pacíficos enquanto ele não sair do poder", frisou.

A proposta dos países do Golfo preconiza a criação de um Governo de unidade que prepare o país para eleições legislativas e presidenciais no prazo de dois meses após a partida do Presidente.

E se alguns opositores e analistas diziam que a demora de Saleh em assinar o acordo pode significar que está a jogar com a fractura da oposição, uma fonte dizia à CNN que o Presidente está mesmo convencido a saír, apenas manobra para que todos aceitem as suas condições. "Ele sabe que o seu tempo acabou e, sendo um animal político, vai continuar a movimentar-se até que esteja tudo como ele quer", disse um seu confidente árabe que pediu à CNN para não ser identificado.

Ataque em Aden
Noutro ponto da Síria, cinco soldados e um membro de uma tribo morreram durante uma emboscada a um combóio militar perto da cidade portuária de Aden.

Os atacantes dispararam armas automáticas e lançaram granadas contra o combóio e tentaram apoderar-se dos alimentos e combustível que os militares transportavam para abastecer o destacamento estacionado nas montanhas de Al Aar.


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