domingo, 24 de abril de 2011

25 DE ABRIL, SEMPRE!


MundoPolíticaEconomiaDesportoSociedadeEducaçãoCiênciasEcosferaCulturaLocalMediaTecnologiaMaisMais canais no PUBLICO.PTRegresso ao IraqueReportagens de Sofia Lorena e Nuno Ferreira Santos Especial África do SulAs reportagens de Alexandra Lucas Coelho e Pedro Cunha Especial SaramagoTudo sobre a vida e obra do Nobel da Literatura Edição Ultra-leveVersão ultra-leve das notícias de última hora do Publico.pt Público para CegosEdição digital do Público para cegos Público na EscolaProjecto de incentivo ao uso dos media na escola MeteorologiaPrevisão do tempo para os próximos dias Três perguntas ao historiador
Miguel Cardina: “O património cívico e simbólico do 25 de Abril está em erosão”
24.04.2011 - 20:16 Por Sofia Rodrigues

Votar
|
0 votos
2 de 2 notícias em Política
« anteriorPreocupações do presente com uma referência do passado. Um grupo de 74 portugueses nascidos depois de 1974 assinou um Manifesto para que a revolução de Abril não seja esquecida.
Alguns subscritores pertencem ao movimento Geração à Rasca (Daniel Rocha)

É preciso “manter vivo o património cívico e simbólico do 25 de Abril que está em erosão”, justifica Miguel Cardina, historiador, e um dos subscritores do texto intitulado “O inevitável é inviável”.

Na lista (que não se quis compor de notáveis) constam nomes como o dos humoristas Ricardo Araújo Pereira, Jel, Marta Rebelo, ex-deputada do PS, mas também elementos do movimento Geração à Rasca e muitos anónimos – médicos, engenheiros e estudantes.

Como é que surgiu a ideia do manifesto?
A proximidade do 25 de Abril tornava urgente a tomada de posição sobre Portugal. O 25 de Abril tem sido uma comemoração com discursos de circunstância. Os discursos dominantes, nomeadamente dos políticos, rasuram completamente o combate de democrático, de luta por direitos. Essa dimensão tem desaparecido. Há uma espécie de consensualização do 25 de Abril que está tornar-se num outro 5 de Outubro que é comemorado como data fundante mas que é secundarizado. Comemoramos o 25 de Abril, mas ao mesmo tempo vermos algumas perversões no dia-a-dia. Corremos o risco sério de perdermos o conjunto de direitos, de conquistas e de lutas que foram o 25 de Abril.

Este manifesto é um grito de alerta?
Sim, de preocupação de gente que não existia no 25 de Abril de 1974. Vivemos num tempo em que quem manda é o FMI e os consensos alargados. Democracia não é isso, pressupõe debate e discussão de ideias. Era bom que neste momento eleitoral os partidos apresentassem alternativas e as pessoas decidissem. O que estamos a ver é uma espécie de apagamento do processo eleitoral. Convinha que os partidos fizessem política e não arranjos prévios. O manifesto é também um convite a que as pessoas saiam à rua, cada um com os seus activismos, para manter vivo o património cívico e simbólico do 25 de Abril que está em erosão.

Partilham o desencanto de Otelo Saraiva de Carvalho sobre a revolução?
Falo em nome pessoal. Acho que o país está melhor depois do 25 de Abril. Não acho que não tenha servido para nada. Muitas das conquistas de Abril estão de pé, é preciso é defendê-las. Uma ruptura política e democrática não se constrói com gestos heróicos e individuais. O 25 de Abril foi feito por muitas pessoas anónimas e feito de muita esperança. Uma pessoa não pode ficar dona de um momento colectivo.

Sem comentários: