quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
SOU UM HOMEM
Já não suporto mais ouvir falar em mercados. Já não consigo ver mais a cara do ministro das Finanças na televisão. Já não aguento mais o paleio das bolsas e das percentagens. Sou um homem, um ser humano que pensa e que sente. Não sou um mero receptáculo, um mero espectador das vossas patranhas. Existo. Vivo. Tenho uma alma. Sou capaz de amar e de compreender o mundo. Vim ao mundo em busca de uma estrela. Não a pisais, ó banqueiros, não a calcais, ó mercadores. Sou superior a vós. A minha vontade é superior a vós. Não me enganais mais. Não me levais mais na vossa conversa. Estou farto da vossa conversa. Estou farto da paz podre que trouxestes ao mundo. Não vos aguento mais. Sou apenas um homem, um homem só que escreve no Piolho às 22:20 de 15 de Fevereiro de 2011. Não me atireis com as vossas gajas aos cornos. Não me atireis notícias imbecis nem as patetices das tardes e das manhãs televisivas. Sou um homem. Penso. Questiono. Não aceito. Prefiro enlouquecer a aceitar. Não venhais com o bom senso e com as conveniÊncias. Sou um homem. Vi o inferno, vi o que tinha a ver. Nada mais me tendes a ensinar. Para isso tenho os meus livros. Vivo perfeitamente sem vós. Digo-vos mesmo mais, odeio-vos e quero acabar convosco. Sou um homem. Penso. Questiono. Amo. Mas não posso amar aqueles que destroem o meu irmão. Não sois meus irmãos. Odeio-vos. Cuspo-vos na cara. Não sois sequer homens. Sois macacos que trepam uns para cima dos outros, como dizia Nietzsche. A isto chegastes. Não tendes futuro porque não tendes presente, não viveis sequer, andais atrás do poder e do lucro. Odeio-vos. Sou um homem. Podeis até prender-me, matar-me mas continuarei a ser um homem.
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