quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
CELEBREMOS A QUEDA DO FARAÓ
Sou o poeta que escreve e resiste. Nunca como agora as minhas ideias e ideais estiveram tão de acordo com o novo mundo que nasce. Eis a era do espírito, da partilha, da dádiva. Apesar de estar aqui só no Piolho, presencio o nascimento do novo homem, da nova mulher. A essa causa entrego a minha vida. Não obedeço aos mercados nem aos governos. Sou o homem que ama. Somos, de novo, crianças, Gotucha. Ao mudarmo-nos a nós, mudamos o mundo. Somos livres, absolutos, celebramos a nova era. Há espinhos no caminho, bem sei. A inveja, a ganância, a competividade, a mercearia. Podemos ser humildes. Mas não o temos de ser sempre. Dança. Pinta-te. Veste-te para a festa. Põe-te bonita.
Eis o início da nova era. Celebremos. Não sejamos cinzentos, mesquinhos como eles. Olha! Há apenas o presente. Estou no Piolho. Olho os presentes. Falam, bebem, comem. Ainda não sabem o que aí vem. Ainda não estamos no Egipto, nem no Irão, nem na Tunísia. Mas lá chegaremos. A revolução impossível está a concretizar-se. Já não são só as bolas a entrar, já não são só as vedetas da televisão, há um mundo que reage, que não aceita mais a escravidão. O poder está aqui perto. O poder já treme. Não esperemos mais pelos partidos tradicionais, entretidos em jogos palacianos. Que não haja mais governo. Que caiam os banqueiros e os agiotas. Celebremos, pois, a queda do faraó. Não mais faraós. Celebremos o novo mundo.
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