domingo, 26 de março de 2017

BARCOS

Há barcos a navegar
no meu cérebro
conversas ao longe
nevoeiro
De onde venho?
Porque tenho poderes?
Porque não me contento?
Há incêndios em mim
comando exércitos
praças conquistadas
os macacos afogam-se
não leram o livro
reino
devoro-lhes a alma
ah! Sois tão dóceis,
pequenos merceeiros
voo sobre vós
como a águia
canto o caos
e o apocalipse
o novo reino
sobre a Terra.

quinta-feira, 23 de março de 2017

O CAOS

É o caos. Fanáticos de Alá, fanáticos do dinheiro, extrema-direita. Eles batem-se na arena. Sofrem os inocentes. Mas os inocentes também se batem na corrida pelo lugar, pelo dinheiro. Há vendilhões por todo o lado. Os vermes do mercado vendem pai e mãe todos os dias. Imagens. Confusão. Esquizofrenia. Uns acumulam milhões, outros na miséria. Offshores. Corrupção. Patifaria. Parecem poucos os homens bons. O medo reina. 
Caos. Atentados. Guerras. Vigilância. Onde está o amor? Onde está o gesto desinteressado, generoso? Tudo é finança, negócio, ausência de sentimentos. Querem-nos controlar os actos, o pensamento, querem-nos enlouquecer. É o caos. Mas do caos também pode vir a insubmissão, a revolta. O homem não pode mais aceitar não ser livre. O homem ainda pode ser o seu próprio deus.

quinta-feira, 9 de março de 2017

O DECLÍNIO DOS IDEAIS UTÓPICOS

No mundo actual, as ideias utópicas, as ideias de um mundo para todos onde os recursos naturais e outros não são só pertença de uma ou duas gerações mas também das gerações vindouras são claramente minoritárias em favor de políticas governamentais que se preocupam apenas com o equilíbrio orçamental e com outros assuntos financeiros. A ideia de fé no futuro sobrevive somente nos campos científico e tecnológico, tendo-se relegado as utopias políticas, sociais ou artísticas para um plano muito secundário. Mesmo a noção de humanidade como espécie que deveria usufruir, na sua generalidade, da vida, da liberdade e da felicidade se tem perdido em relação aos séculos XVIII, XIX e XX. Além do mais, verifica-se um recrudescimento dos projectos fascistas, racistas e de extrema-direita que ameaçam tomar o poder em países como a França e a Holanda- e já o fizeram com Trump nos EUA- precisamente devido à prevalência de uma sociedade capitalista sem valores nem ideais, unicamente preocupada com o económico-financeiro e que tanto os partidos ditos socialistas ou sociais-democratas como os de direita têm representado. Urge lutar nas ruas e dar a conhecer os grandes pensadores e os grandes artistas de modo a inverter a tendência, de modo a fazer triunfar os grandes ideais utópicos e a ideia de humanidade como um todo de que todos fazemos parte como cidadãos do mundo e do universo.

sábado, 4 de março de 2017

O PAPEL DA EXTREMA-ESQUERDA

José Sócrates, Ricardo Salgado, Carlos Costa, Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Paulo Núncio, Maria Luís Albuquerque, Assunção Cristas. Uma corja de vendilhões, de bandidos. Ricardo Salgado é apontado pelo Ministério Público como o principal corruptor de José Sócrates. O empresário luso-angolano Hélder Bataglia revelou ter recebido instruções expressas do ex-banqueiro do BES no sentido de se encontrar com Carlos Santos Silva, o amigo de Sócrates, e fazer-lhe chegar 12 milhões de euros na Suíça que depois seguiram para o ex-primeiro-ministro. Com o caso "Marquês" e com os offshores o país está a arder. O caos está instalado. Marcelo está atrapalhado. Olha os gajos lixados, a fugir às perguntas. O povo pode acordar e os sectores mais radicais da esquerda e os anarquistas podem reforçar-se. Saibamos interpretar os factos. Saibamos pegar fogo ao poder e ao dinheiro. Saibamos jogar o jogo, de uma vez por todas.

quarta-feira, 1 de março de 2017

JUVENTUDE

Haja juventude. Finalmente, juventude. Morte às famílias! Morte ao tédio! Viva o Carnaval! Miúdas bonitas, loucas no concerto, na performance a gingar. Morte às velhas! Viva o Croft! Viva a festa! Viva o Whisky! Fora com os mexericos. Fora com os vizinhos. E que se foda o dinheiro! É mesmo para estoirar. Estais mortos. Viveis mortos. Porra, prefiro mil vezes a juventude irresponsável aos caretas. I wanna give you my love. Canta o Plant. A vida a fluir no meio do deserto. Morrison, alive she cried. A tua conversa já me interessa, miúda. Trabalhar? Que trabalhem os outros. Eu não trabalho, eu crio. Eu danço como Zaratustra. Sou o deus que dança e ri. Não dançais, minhas bacantes? Estou como o Jim Morrison. Só não tenho a conta bancária dele, não é, ó Lacerda moralista? No entanto, vimos todos dos mesmos céus, das mesmas estrelas. Sou como Morrison, como Nietzsche, como Plant, como Curtis. Sou inspirado, iluminado, como disse a menina. Ao menos aqui vêem-se gajas novas. Não é a pasmaceira do costume. A cerveja arde. Só as miúdas dançam.