quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O DESENCONTRO

Cada vez é mais difícil o encontro. Cada vez nos roubam mais o tempo. Aparentemente as pessoas comunicam mais através dos smartphones, das mensagens, do facebook mas, na prática, o contacto directo, olhos nos olhos, cara-a-cara, diminui assustadoramente. Segundo Jean Baudrillard, a ideologia da sociedade de consumo já trata a pessoa como um doente. O indivíduo procura a segurança, tem necessidade de ser tranquilizado e de que velem por ele. A função das instituições sociais é a do médico, do psiquiatra. Só que esse psiquiatra encaminha o indivíduo para a norma, para o mercado. Dá-lhe comprimidos. Tira-lhe a espontaneidade. Faz com que ele seja apenas mais um na manada, tira-lhe a originalidade. No fundo, castra-o e rouba-lhe o tempo da festa, da liberdade, da fraternidade.

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