domingo, 25 de setembro de 2016
POESIA DE CHOQUE
Hoje regresso à Poesia de Choque. Presentemente encontro-me a beber cerveja e a ler "Música para Água Ardente" de Charles Bukowski em pleno Candelabro. Uma mulher escreve à minha frente. Atende o telemóvel. Vai embora. O Candelabro está quase às moscas. Em frente, uma farmácia. Entra uma miúda estrangeira. Prova vinho tinto. A velhota espreita à porta. Acabou o Verão, como dizia o meu pai. No Facebook há alguns gajos que me irritam. E bebo. Sobretudo bebo. O álcool alimenta-me, dá-me forças. Aqui no Candelabro sempre me dão umas cervejas de borla. Malta porreira. Mesmo que não se passe nada de relevante. Bom, agora começam a aparecer umas miúdas jeitosas. Umas miúdas que me fazem escrever. O poeta do anarquismo, da boémia e das mulheres. O poeta em silêncio. O poeta doido. O poeta há tantos anos por aqui. No entanto, as pessoas parecem mais distantes. Não se aproximam. Não entram em contacto. Fecham-se em grupos ou isolam-se. Não há comunicação. Há uns anos não era assim. Havia mais espontaneidade. Agora tudo parece mais frio. Os contactos são fugazes. Há muito pouca fraternidade. Há medo até, não sei. Esquizofrenia. As pessoas têm medo umas das outras. Não arriscam. Não se insinuam. Há demasiado artificialismo. Demasiado produtivismo. Dionisos é afastado. A vida está podre. Não morde.
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