quarta-feira, 21 de setembro de 2016

BEBE, POETA, BEBE

Afinal, posso beber mais ou menos à-vontade. A psicóloga bem diz que o cérebro é afectado mas eu não acredito. Bukowski e Henry Miller continuaram geniais. De qualquer forma, já tremo pouco. Foi só um susto, ó poeta. Afinal de contas, o que é que isto nos dá? Dá-nos o direito a admirar umas mulheres belas, dá-nos o direito a filosofar e a apanhar tédio. Nada mais. A revolução parece distante. Com quantos contamos para fazê-la? Bebe, Pedro, bebe. Ao menos mantens-te em cima, ao menos segues a sabedoria selvagem. O que levam daqui os sóbrios? Tédio e rotina. Até Platão escreveu "O Banquete". Bebe, poeta, bebe. Mica as gajas belas. De qualquer forma, o teu lugar é à mesa como o de Mário de Sá-Carneiro, como o de Fernando Pessoa. Curte a vida, ó poeta. Curte as mulheres. Diz-lhes coisas elevadas e coisas estúpidas. Já andaste por tantos lados. Já foste este e aquele. Precisas de uma mulher com garra. De uma mulher que balance as ancas.

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