quarta-feira, 6 de julho de 2016

O MUNDO ODIOSO DA ECONOMIA

A partir de certa altura, quando frequentava a Faculdade de Economia, compreendi o quão odioso é o mundo da economia e da finança. É um mundo que nega o livre, o gratuito, o desinteressado. É o mundo do lucro, dos juros, da agiotagem, do sacar a qualquer preço. É um mundo cruel, rígido, competitivo, implacável, feito de números, sem qualquer dimensão humana. Por isso, me declaro no oposto a esse mundo. Eu sou da liberdade, da vida que corre nas veias, do gozo, da dança, do canto. Até as minhas depressões tiveram uma razão de ser. Precisei atravessar o inferno e o deserto. Contudo, nunca cedi à viagem em que os vejo embarcados. Aliás, vivo numa dimensão completamente incompatível com a de muito boa gente. Sou daqueles que vocês renegaram, sou dos grandes malditos. Há incêndios em mim e no mundo. Estive nos partidos mas não tenho disciplina. Sigo um caminho errático. Vou atrás do excesso e da loucura. Jamais serei um merceeiro, um negociante. Amo os homens, sobretudo as mulheres. Adoro quando elas me vêm abraçar ao palco. No entanto, não esperem de mim o homem de família. Não esperem de mim o bom burguês. Não, não sou das multidões. Não sou da felicidade da maioria. Não sou sequer da democracia. Acho completamente palerma essa coisa da competição, da competitividade. Acho idiota dar-se tanta importância a uns pontapés na bola. Acho idiotas as religiões, capitalismo incluído. Acho que estou na estrada certa. Acho que já nem preciso do mainstream. Acho que há pessoas que estão próximas de mim. Acho que estou a mudar qualquer coisa.

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