quinta-feira, 14 de julho de 2016

A VIDA AUTÊNTICA

O amor, sim, o amor, mas não o amor falso, forçado, de conveniência. O amor dá-nos a espontaneidade rumo à liberdade, rumo à realização do eu, rumo à plena afirmação da originalidade do indivíduo. Sim, a vida só tem um significado se o indivíduo for original, autónomo, se trilhar o seu próprio caminho. Se o ser humano não for capaz de pensar por si próprio, se a sua vida for determinada pelos outros ou por condicionalismos económicos, essa vida não faz sentido. Daí o papel do amor, do sentimento, da espontaneidade. Estes permitem ao homem crescer, fluir, desenvolver-se.
A educação, quer seja exercida pela família, quer seja pela escola, formata as crianças e os jovens num determinado sentido, impedindo-os de voar. Normalmente castra as emoções e a curiosidade e encaminha para a competição, para a busca do sucesso. Com efeito, a educação, os media e os poderes político e financeiro são contrários aos valores da Vida, tendendo a formar indivíduos medíocres, medrosos e competitivos. A "vida" que nos vendem está cheia de proibições, castrações e imposições, está nos antípodas do eterno retorno, da vida que cresce, que se renova, que desponta. Nada tem a ver com o amor, com a liberdade, com a poesia. É uma grande farsa que importa desmontar. Não estou a falar de abstracções nem de quimeras. Estou a falar da vida tal como era como quando viemos ao mundo. Estou a falar da vida tal como a merecemos. Estou a falar da vida tal como pode ser.

Sem comentários: