terça-feira, 3 de novembro de 2015
DA GANÂNCIA E DA RIQUEZA
"Aqueles que hoje mais têm, cobiçam o dobro. A riqueza torna-se no homem loucura", dizia Teógnis, na Grécia antiga. Quem tem quer ter ainda mais. A riqueza acaba por não ter outro objectivo senão ela própria; feita para satisfazer as necessidades da vida, simples meio de subsistência, passa a constituir o seu próprio fim, coloca-se como necessidade universal, insaciável, ilimitada, que nunca poderá ser satisfeita, acrescenta Jean-Pierre Vernant. É o desejo de possuir mais do que os outros, mais do que a parte que lhe cabe, de possuir a totalidade. É esta ganância que domina as relações de hoje, que nos torna ferozes competidores, em vez de cooperadores. É esta ganância que destrói o amor e a amizade. Que faz com que uns sejam escravos dos outros. Que traz a depressão, a infelicidade. Um mundo assim não serve. Perdemos a vida, perdemos a humanidade.
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