quarta-feira, 17 de junho de 2015

DE REGRESSO À CIDADE

De regresso à cidade. Na cidade sempre há mais variedade e gente que fala de literatura. Além disso, há muitas mais mulheres bonitas. Mas a maioria não deixa de ser escrava do sistema monetarista. Obedece às leis do dinheiro e do lucro. Vende-se como mercadoria. Há recursos suficientes para uma nova sociedade, para vivermos sem dinheiro. A tecnologia, se bem utilizada, permite-o. Só temos de nos consciencializar que vimos todos das estrelas, que somos um só. Na sexta não fui capaz de unir. Gerou-se o caos graças aos provocadores. Terei de ser capaz de unir. Eu e outros. O mundo é nosso, não é deles. Temos sido um bando de cegos governado por imbecis, como disse Shakespeare. Temos sido submissos. E eles não passam de um bando de imbecis. Imbecis com poder e dinheiro. Devo prosseguir a minha luta. Com ou sem candidatura. Com as minhas falhas e as minhas limitações. Devo prosseguir a minha luta. Que é a luta de Platão, de Nietzsche, de Stirner, de Marx, de Bakunine, de Sartre, de Marcuse. Ninguém manda em mim. Sou o deus de mim mesmo. Não vos desprezo. Olho as mulheres bonitas. Queriam-me endinheirado. Vendi um livro. Elas passam no ecrã mas não são minhas. Só quando estiver bêbado e com dinheiro. Sempre o dinheiro. Não te consegues livrar dessa merda? Há também uns gajos de fatinho. Irritam-me esses burgueses. Nunca fui deles. Desci ao underground, ao beatnick, aos infernos do rock n' roll. E até posso estoirar dinheiro. Por enquanto. Porque raio não hei-de ser a estrela? A puta maldita? Que têm os outros? Que tenho eu? Porque sou diferente? Porque sempre fui diferente? Não, no meu mundo não haveria dinheiro. Ou então haveria dinheiro para todos por igual. Mais mulheres bonitas. Sem mulheres bonitas isto seria um pesadelo, já dizia o Lou Reed. Contudo, há gente repetitiva, estúpida. Há, se há. Se tivesse dinheiro ficaria aqui fino após fino e a questão é que vou ter. Habitua-te, pequeno. Habitua-te. Os tempos são teus. Os poderes tremem. Ah!Ah!Ah!Ah!

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