segunda-feira, 25 de maio de 2015

A PEQUENA MINORIA

A luta actual é uma luta pela posse da mente dos homens, escreve Erich Fromm. Uma luta desigual visto que que nós não controlamos os media, nem a família, nem a escola. Apenas publicamos uns textos aqui e ali em nome próprio ou do partido, apenas dizemos uns poemas em bares e noutros lugares, apenas temos umas discussões com amigos, conhecidos ou eventualmente desconhecidos. Sabemos que há pais e professores que ensinam aos seus filhos e alunos o caminho da sabedoria ou andam lá perto, mas são uma minoria, uma pequena minoria. É isso que somos: uma pequena minoria. Esta tarde, em Braga, n’ “A Brasileira”, onde desejaria passar o resto dos meus dias constato que somos uma pequena minoria. Uma pequena minoria que se apercebe, que apesar de nos ser permitido escrever livremente n’ “A Brasileira” e de publicar estes escritos no Facebook, no “Fraternizar” e, em alguns casos, na página do leitor do “Jornal de Notícias”, que a democracia burguesa é uma farsa, que apesar de depositarmos o boletim de voto na urna o nosso voto é apenas um entre 8 ou 9 milhões e quem manda realmente no país são personagens que não elegemos como os banqueiros ladrões, os especuladores, os capitalistas, a Ângela Merkel, o Obama, os burocratas de Bruxelas. Vejo, meus amigos, que apesar da aparente tranquilidade das pessoas, o medo impera e com ele os vários tipos de violência. Não, não estamos em Atenas nem sequer numa Roma sem escravos nem imperadores. Não há diálogo com o desconhecido. Há mulheres bonitas. Há crianças. Há brincadeiras. Há sorrisos. Há Braga. No entanto, a corrida prossegue. A luta pelo lugar, pela existência. A barbárie capitalista. Não faz sentido estar sempre a correr atrás do dinheiro. Não faz sentido ser escravo de coisa nenhuma. Não faz sentido ser prisioneiro do absurdo. Eu penso, porra! Eu tenho ideias próprias. Exijo o paraíso, exijo o céu na Terra! Nenhum polícia me impede de exigir o paraíso, nenhum capitalista me impede de exigir o céu na Terra! Esta tarde, aqui em Braga, n’ “A Brasileira”, renasço. Poderia ir gritar para a rua. Acordai, imbecis! O paraíso está à vista! Dêmos as mãos, companheiros, companheiras. O capitalismo é um tigre de papel. Tudo desaba. Podemos vencer a batalha da mente. Sim, podemos. Prossigamos a nossa viagem. Espalhemos a Boa Nova. Continuemos a escrever e a fazer política, a discutir, a dizer poesia. Continuemos a procurar os media. Precisamos deles mesmo que sejam nossos inimigos. Sim, estamos na estrada certa. Contudo, precisamos dos nossos companheiros, das nossas companheiras. Precisamos formar um movimento. E, sim, precisamos de dialogar mais com o desconhecido como Sócrates, como Jesus. Precisamos passar a mensagem.

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