quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
MULHERES QUE ME QUEREM
Há mulheres que me querem, que são amigas, companheiras. Há outras que não me entendem porque sou o poeta maldito, porque ando teso, porque sou diferente, porque digo e escrevo coisas que os outros não dizem. Não sou homem de casamentos, de família. Sou o poeta dos cafés e da rua. Às vezes estou mesmo à margem da sociedade. Daí que muitas mulheres não me entendam, mesmo que sejam simpáticas comigo. Eu procuro um mundo novo. Um mundo sem castrações, sem opressão, sem manipulação. Não tenho modelos a propor. Sei que não quero andar cabisbaixo, que não quero as pessoas a atropelarem-se umas às outras, que não quero a exploração do homem pelo homem. Sei que quero a revolução. Sim, há mulheres que debatem comigo, que me respeitam, mesmo sendo eu um boémio. Sim, quero gozar, divertir-me, beber a valer. Queria aproximar-me dos jovens e das crianças. Contar-lhes o que sei. Sim, quero ser um filósofo. Não um pregador da morte mas um pregador da vida. Quero falar do que poderia ser.
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