sábado, 8 de junho de 2013

M.

Tu não sabes os lugares por onde andei. Tu não sabes porque que é que a voz me falha e as pernas tremem. Tu não conheces os meus desertos. Beber sete cervejas e cambalear por causa de uma conversa e de uma foto do Che. Emborcar whisky após whisky e debitar poemas de amor e sangue perante uma plateia que tanto me ama como me odeia. Tu não sabes os paraísos e os infernos que levam a uma só palavra, a uma só canção. Há um mundo entre nós. Um mundo que nos separa e divide. Mas eu estranhamente, primitivamente amo-te. Tu desconheces os meus caminhos. Conheces parte das minhas fraquezas e dos meus silêncios. Talvez nunca seja possível encontrarmo-nos. Talvez os nossos caminhos nunca mais se cruzem. Talvez o código, a tribo, o ritmo não coincidam. Talvez a linguagem não se esteja a adequar. Talvez eu seja sorumbático. Mas eu estranhamente, primitivamente amo-te. In “Sexo, Noitadas e Rock n’ Roll”

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