quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


O mercado global controla tudo. Está nos media, nos poderes, na família, na escola. Faz de nós mercadorias, seres acríticos, de pensamento uniforme. Não quer deixar espaço para a verdadeira vida, para a celebração, para a festa. Aliás, grande parte das festas que existem inserem-se na lógica do consumismo e da compra e venda. O mercado e os mercados não querem que nos expressemos livremente, que desenvolvamos as nossas potencialidades, que sejamos crianças, de novo crianças. Mantêm-nos agarrados às drogas da televisão, do trabalho, do tédio. O mercado não quer que amemos, que nos apaixonemos.
Urge que nos levantemos. Que neguemos o mercado e o dinheiro. Que berremos nas praças. Que nos revoltemos dentro de nós mesmos. Que concentremos as nossas energias no essencial: queremos o mundo. O mundo é nosso, não é do mercado e dos seus agentes. As praias, os bosques e as cidades são nossas. Nascemos livres. Somos do mundo e da vida. Eles não nos podem roubar mais, não nos podem matar à fome. Não nos podem castrar. Somos soberanos. Somos reis. Como disse Holderlin queremos habitar poeticamente a Terra.

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