sábado, 14 de julho de 2012

O BANQUETE

Segundo Sócrates, trazem-se as crianças ao mundo no sentido de elas alcançarem a sabedoria e a verdade e aperfeiçoarem a sua alma. Ora, a maioria dos pais transmitem aos filhos o valor do sucesso material com uns resquícios de cristianismo. O passar por cima dos outros, o empurrar, o ser "o melhor" à custa dos outro, dissimulados pela moral burguesa, são inculcados na família, na esco...la, no trabalho, nos media. Ao convertermos as crianças às leis do capitalismo vamos destruindo a vida e o sentido da vida, o estar aqui, a eterna curiosidade, o prazer da descoberta. As crianças, salvo as excepções que sempre aparecem, tornam-se adultos competitivos, invejosos, intriguistas, medrosos, quase sem alma. Em suma, vêm ao mundo fazer número, levando uma existência ignorante, entediante, sem novidade, sem amor, sem verdadeira paixão. Quando, no fundo, deveriam vir para se constuirem, para construirem o homem, para partilharem a sabedoria mas também para rirem, para estarem à mesa do grande banquete.

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