Como diz Sócrates, o poeta é um enviado dos deuses. Bailarino de Dionisos, atinge o êxtase, sai fora de si, canta o amor e o vinho. O poeta procura a beleza, a mulher bela em todos os lugares. Ama-a, adora-a, oferece-lhe poemas, flores, puxa-a para si, tenta arrancá-la do mundo do útil e do conforto.
Os poetas que não são assim limitam-se a fazer jogos de palavras, a escrever sem coração, são os poetas do cálculo e da mercearia. É castrador viver sem paixão, sem desejo, sem magia, sem entrega à mulher amada. E é a mulher que exalta o poeta, como afirma Kierkegaard, é a mulher, que apesar de toda a sua natureza selvagem e também por isso, que faz o poeta maior, que leva o poeta a criar o grande poema. Sobretudo nestes tempos de quase barbárie.
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