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"Quando iremos, para além dos desertos e dos montes, saudar o nascimento do trabalho novo, a nova sabedoria, a queda dos tiranos e dos demónios, o fim da superstição, adorar- nós os primeiros- o Natal sobre a Terra!?"
(Arthur Rimbaud, "Uma Cerveja no Inferno")
A verdadeira vida não é aqui. Por muito que os realistas de esquerda e de direita me venham falar de condicionalismos económicos, do primado da economia, agora sei, como Rimbaud, e também é isto que me mantém vivo, que há um mundo onde somos magos e anjos, onde não há deveres a cumprir, onde atingimos a "nova sabedoria" e o "Natal sobre a Terra". Não, não me venham impor trabalho, sacrifício, escravidão, realismo. Não nasci para isso. Nasci para o novo mundo. Trabalho para isso. Vivo para isso. Não me venham também pregar a maldade inata do homem. Há homens e mulheres livres e outros que podem sê-lo. Há o espírito infinito. Brindemos em sua honra. Dancemos, irmãos, irmãs, dancemos. Aproxima-se o dia. O Grande Meio-Dia.
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