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Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) O FIM DA NOSSA SOBERANIA ECONÓMICO-FINANCEIRA
Em época de crise política, económica, financeira e social, como a que estamos a viver e que se agudiza a cada dia que passa, os acontecimentos ocorrem com tal celeridade que não fica às massas populares tempo para os antecipar e combater.
É precisamente o que sucede agora com as vertiginosas manobras do eixo Berlim-Paris a respeito do Euro.
Enquanto os outros quinze países da Eurolândia (Zona Euro) se demitem de pensar e discutir a crise do Euro e da própria União Europeia, Alemanha e França vão tomando as decisões conjuntas que melhor as servem, decisões que até aqui se têm caracterizado por uma total incapacidade de vencer a crise financeira e, ao mesmo tempo, pela intensificação crescente do controlo e domínio dos parceiros da moeda única.
Nos países dominados pelo eixo germano-francês, tanto os partidos do poder como os partidos da oposição parlamentar se calam perante os assaltos do imperialismo alemão e assobiam para o lado, como se nada de grave estivesse a acontecer.
A classe operária portuguesa, confrontada com inúmeros ataques simultâneos, tem enormes dificuldades em decidir para que lado se deve voltar, dificuldades acrescidas por não dispor ainda de um forte e coeso partido comunista marxista-leninista, capaz de a orientar nesta emergência, e de não poder ainda contar com uma forte estrutura sindical revolucionária.
Mas uma tal situação, por mais desfavorável que se apresente, não dispensa os autênticos comunistas, como o PCTP/MRPP e alguns elementos da linha sindical Luta-Unidade-Vitória – organizações ainda frágeis, é certo – de assumirem as responsabilidades políticas e ideológicas que lhes cabem.
Neste sentido, cumpre denunciar e alertar toda a gente para o significado, para a amplitude e para o alcance dos golpes que o eixo Berlim-Paris prepara, já esta semana, para dominar e espezinhar os países da Zona Euro e, a partir destes, todos os países (actuais e futuros) da União Europeia, se a União Europeia sobreviver, o que é é cada vez mais menos certo.
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O Euro foi desde sempre concebido, não como moeda comum de países parceiros e soberanamente iguais, mas como a principal arma de imperialismo alemão para o domínio e controlo da Europa, do Atlântico aos Urais.
Numa primeira fase, o Euro, mero travesti do marco, serviu à Alemanha para liquidar as moedas mais fortes da Europa, o que facilmente conseguiu, com excepção da libra inglesa, que não cedeu.
Com o Euro e com as políticas industriais e agrícolas comuns, a Alemanha liquidou a economia dos países europeus mais fracos, como Portugal, e desindustrializou quase toda a Europa, com excepção da própria Alemanha e pouco mais.
Quando o Euro deixou de contar com uma base económica forte nos países da Eurolândia e da União Europeia, entrou necessariamente em crise, conduzindo ao aumento dos défices orçamentais e da dívida pública nos países parceiros.
Assim que a crise do Euro, juntando-se à crise americana do subprime, começou a fazer implodir os países europeus mais fracos e cada vez mais dependentes dos bancos germânicos, a Alemanha, com esse verdadeiro palhaço salta-pocinhas que dá pelo nome de Sarkozy, desencadeou então uma nova fase do seu ataque: a imposição aos países em situação difícil de uma política orçamental, económica e financeira suicidária; austeridade→recessão→austeridade →recessão...
Esta política conduzirá, no fim do presente ano de 2011, a um salto da dívida pública soberana dos países da Zona Euro para os cem por cento do produto interno bruto da mesma Zona.
Os países do Euro têm uma dívida soberana equivalente à sua produção interna bruta anual.
Os credores dos países da Zona Euro são, no essencial, os bancos alemães e seus consórcios. O mesmo é dizer que o imperialismo germânico controla, desde já, através do crédito dos seus bancos, toda a produção e todos os países da Zona Euro.
O que esta situação, criada com a constituição da União Europeia e a instituição do Euro, significa é que, hoje, todos os países da Zona Euro, total ou parcialmente, trabalham para a Alemanha.
Agora que uma parte importante dos países do Euro estão tecnicamente falidos (Grécia, Irlanda, Portugal, Itália, Bélgica, Holanda, etc), fácil – e tentador – é ao imperialismo alemão desferir sobre a Zona Euro o golpe fatal: ou morre o Euro, porque já cumpriu a sua função, como marco encapuzado, de destruir os países médios e pequenos da Zona Euro, podendo mesmo pôr-se um fim à existência da União Europeia, pois a Europa é já presa definitiva do imperialismo alemão; ou impõe-se aos estados da Zona Euro um corte dramático na sua soberania orçamental e financeira, e, por consequência, económica e política, obrigando esses países a aceitar uma política fiscal e orçamental imposta pelo eixo Berlim-Paris, ou seja, imposta pelo imperialismo alemão.
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Uma dessas políticas – provavelmente a segunda – será imposta aos países da Zona Euro nas reuniões que estão a decorrer na Europa sob a vigilância de Ângela Merkel e do palhaço Nicolau Sarkozy.
A Cimeira Europeia de quinta e sexta-feira próximas decidirá da perda da nossa soberania. Todos os países da Zona Euro ficarão sob a pata alemã, sujeitos aquela teoria da soberania limitada que a Sra. Merkel, uma alemã oriental, herdou do defunto Breznev.
O governo e o presidente da República estarão representados nessa cimeira, para, em hossana ao imperialismo germânico, oficiarem o enterro de Portugal.
É esse o papel dos traidores...
Há, contudo, um pequeno pormenor, com que os traidores nunca contaram ao longo da nossa história e que os levou sempre à derrota e à perdição: esse pequeno pormenor é o Povo Português, que, desta vez também, saberá erguer-se contra os vende-pátrias e contra o imperialismo.
NÃO PAGAMOS!
PELO DERRUBE DO GOVERNO E DO SISTEMA QUE NOS EXPLORA E OPRIME!
POR UM GOVERNO DE ESQUERDA, DEMOCRÁTICO PATRIÓTICO!
O POVO VENCERÁ!
Lisboa, 05.12.2011
O Comité Central do PCTP/MRPP
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
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