terça-feira, 18 de outubro de 2011

ODE A BRAGA

Braga, estou de regresso
Braga, dizem que vais
acabar para mim
mas eu não acredito
tu acolheste-me
tu deste-me a noite
e a vida
fizeste-me celebrar
até ser dia
deste-me a mulher
e a antiga liberdade
aqui permaneço
n' "A Brasileira"
sou daqui
do tempo em que
nos abraçávamos
ao som dos Doors
do tempo do Deslize
do Tuaregue
e dos primeiros concertos
dos Mão Morta
também dos meus
primeiros concertos
da tomada do Feira Nova
e das alucinações
sim, sou daqui
do Sá de Miranda
e do Alberto Sampaio
do puto tímido
que observava
da Rua Nova de Santa Cruz
da minha mãe
da minha avó
do meu pai na Cachapuz
tornei-me naquele que sou
em ti
dentro de ti
Braga,
daqui não saio.


"A Brasileira", Braga, 3.10.2011

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